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Grau Celsius ABTCP International Paper do Brasil


Editorial


Bom dia a todos vocês que nos honram com sua leitura e atenção,


Amigos
, aqui estamos com o número 33 da nossa Eucalyptus Newsletter. Esperamos que essa edição esteja de seu agrado e interesse, permitindo assim que nossos leitores ganhem mais conhecimentos e entendimentos sobre as florestas plantadas de eucaliptos e sobre seus produtos e serviços, que são de enorme valor para a nossa sociedade.

Nessa edição, a tradicional seção "Os Amigos dos Eucalyptus" presta uma homenagem "in memoriam" e um justo reconhecimento ao nosso estimado amigo que recentemente nos deixou, o Dr. Leopold Rodés i Garriga. Rodés foi uma pessoa notável, inteligente, culta, determinada, questionadora e questionada, como todo inovador costuma ser. Dentre suas realizações pelo setor de celulose e papel, encontramos seus magníficos Ensaios Históricos sobre o Papel. Trata-se de uma coleção de quase 70 títulos escritos para a revista O Papel, entre 1994 e 1999, que conseguimos resgatar para que fiquem à disposição de vocês todos e da sociedade papeleira. Será muito fácil vocês acessarem essa preciosidade e comprovarem o enorme valor que esses artigos apresentam para os que se encantam e admiram o papel. O mínimo que o setor celulósico-papeleiro brasileiro deve ao Rodés é tentar preservar suas realizações e essa sua obra - isso tentamos fazer de forma singela nessa edição da Eucalyptus Newsletter e em nosso website www.celso-foelkel.com.br (http://www.celso-foelkel.com.br/artigos_outros21.html), com o apoio da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel e da família e amigos do Dr. Leopold Rodés i Garriga.

Nessa edição, continuamos com a prestigiada seção "O Mundo dos Eucaliptos" sendo que estamos com ela trazendo novidades sobre "Brasília - Distrito Federal - Brasil". Apesar da capital do país ter uma área pequena, insuficiente para se destacar como produtora de florestas plantadas, lá estão importantes entidades privadas, públicas e não-governamentais, bem como inúmeras e destacadas autoridades e tomadores de decisão do e para o setor brasileiro de base florestal.

A seção "Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos" da engenheira agrônoma M.Sc. Ester Foelkel lhes conta, com muita certeza, algo muito útil e valioso para vocês: "Produtos de Madeira de Eucalipto de Maior Valor Agregado para Uso na Construção Civil". Através de muitos estudos e pesquisas tecnológicas, a madeira de reflorestamento do eucalipto foi ganhando espaço para inúmeros produtos nobres e denominados de maior valor agregado, tais como portas, janelas, marcos, esquadrias, pisos, forros, etc. Com isso, as madeiras de florestas nativas, que anteriormente eram utilizadas para essas finalidades, deixaram gradualmente de sê-lo, podendo assim ter seus remanescentes florestais preservados.

A tradicional seção "Referências Técnicas da Literatura Virtual" está definitivamente atrelada à unidade federativa do Brasil homenageada nessa edição, ou seja, Brasília - Distrito Federal, oferecendo literaturas interessantes para serem visitadas por todos os que quiserem conhecer mais sobre nossa capital e sua importância florestal e industrial. Já a seção "Euca-Links" foi embutida na própria descrição de Brasília como importante polo alavancador, político, cultural, educacional, institucional e econômico do setor florestal brasileiro.

Essa edição lhes traz ainda para conhecimento, um importante relato sobre o papel apresentado pela revista Ciência & Ambiente cujo editor principal é nosso estimado amigo Dr. Delmar Bressan da UFSM - Universidade Federal de Santa Maria. Por favor, conheçam mais adiante a edição "O Lugar do Papel" - Edição Especial da Revista Ciência & Ambiente - Universidade Federal de Santa Maria - Brasil ".

Nosso mini-artigo dessa edição lhes traz minhas considerações sobre um novo modelo de plantações florestais de eucalipto que vem ganhando espaço no Brasil e sobre o qual tenho dúvidas sobre sua sustentabilidade. Por isso, decidi lhes oferecer algumas reflexões e pontos de vista pessoais e científicos sobre essa nova forma de plantar árvores, em modelos que mais se assemelham a plantações agrícolas. Caso queiram me dar a honra, por favor, leiam o artigo "Plantios Adensados de Eucaliptos: será que esse novo modelo de silvicultura pode apresentar adequada sustentabilidade?"

Esperamos que essa edição possa lhes ser muito útil, já que a seleção de temas foi feita com o objetivo de lhes trazer novidades sobre os eucaliptos e que acreditamos possam ser valiosas a vocês que nos honram com sua leitura.

Caso ainda não estejam cadastrados para receber a newsletter e os capítulos do nosso livro online sobre os eucaliptos, sugiro fazê-lo através do link a seguir: Clique para cadastro.

Estamos com diversos parceiros apoiadores não financeiros a esse nosso projeto: TAPPI, IPEF, SIF, CeluloseOnline, RIADICYP, TECNICELPA, ATCP Chile, Appita, TAPPSA, SBS, ANAVE, AGEFLOR, EMBRAPA FLORESTAS, EUCALYPTOLOGICS - GIT Forestry, ForestalWeb, Painel Florestal, INTA Concórdia - Novedades Forestales, Papermakers' Wiki, Åbo Akademi - Laboratory of Fibre and Cellulose Technology e Blog do Papeleiro. Eles estão ajudando a disseminar nossos esforços em favor dos eucaliptos no Brasil, USA, Canadá, Chile, Portugal, Argentina, Espanha, Austrália, Nova Zelândia, Uruguai, Finlândia e África do Sul. Entretanto, pela rede que é a internet, essa ajuda recebida de todos eles coopera para a disseminação do Eucalyptus Online Book & Newsletter para o mundo todo. Nosso muito obrigado a todos esses parceiros por acreditarem na gente e em nosso projeto. Conheçam nossos parceiros apoiadores em:
http://www.eucalyptus.com.br/parceiros.html


Obrigado a todos vocês leitores pelo apoio e constante presença em nossos websites. Nossos informativos digitais estão atualmente sendo enviados para uma extensa "mailing list" através da nossa parceira ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, o que hoje está correspondendo a alguns milhares de endereços cadastrados. Isso sem contar os acessos feitos diretamente aos websites www.abtcp.org.br; www.eucalyptus.com.br e www.celso-foelkel.com.br, ou ainda pelo fato dos mesmos serem facilmente encontrados pelas ferramentas de busca na web. Nossa meta a partir de agora é muito clara: estar com o Eucalyptus Online Book & Newsletter sempre na primeira página, quando qualquer pessoa no mundo, usando um mecanismo de busca tipo Google, Yahoo ou Bing, pesquisar algo usando a palavra Eucalyptus. Com isso, poderemos informar mais às partes interessadas sobre os eucaliptos, com informações relevantes e de muita credibilidade. Por isso, peço ainda a gentileza de divulgarem nosso trabalho àqueles que acreditarem que ele possa ser útil. Eu, a Grau Celsius, a ABTCP e a International Paper do Brasil, mais os parceiros apoiadores, ficaremos todos muito agradecidos.

Um abraço a todos e boa leitura. Esperamos que gostem do que lhes preparamos dessa vez.

Celso Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br
http://www.eucalyptus.com.br

http://www.abtcp.org.br

Nessa Edição da Eucalyptus Newsletter

Os Amigos dos Eucalyptus - Dr. Leopold Rodés e seus Famosos "Ensaios Históricos sobre o Papel" - († In memoriam)

O Mundo dos Eucaliptos: Brasília - Distrito Federal - Brasil

Referências Técnicas da Literatura Virtual - Brasília - Distrito Federal - Brasil

"O Lugar do Papel" - Edição Especial da Revista Ciência & Ambiente - Universidade Federal de Santa Maria - Brasil

Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos - Produtos de Madeira de Eucalipto de Maior Valor Agregado para Uso na Construção Civil - por Ester Foelkel

Mini-Artigo Técnico por Celso Foelkel
Plantios Adensados de Eucaliptos: Será que esse Novo Modelo de Silvicultura Pode Apresentar Adequada Sustentabilidade?

Os Amigos dos Eucalyptus

Dr. Leopold Rodés e seus Famosos "Ensaios Históricos sobre o Papel" († In memoriam)

Dr. Leopold Rodés i Garriga foi um grande, competente e dedicado amigo do papel e do setor de celulose e papel brasileiro. Sua atuação profissional durante sua vida foi muito rica em realizações, e por certo, uma das mais relevantes foi exatamente a série de artigos que ele escreveu para a Revista O Papel, editada pela ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel sobre as origens, o desenvolvimento e as bases tecnológicas da produção e utilização da celulose e do papel, bem como acerca de sua conservação, arte, cultura, história, proteção, sustentabilidade e reaproveitamento de suas fibras via reciclagem. Vocês poderão comprovar isso tudo logo mais adiante.

Acredito que o Dr. Rodés, como era usualmente conhecido no setor de celulose e papel, tenha me dedicado uma sincera amizade, o que era recíproco. Eu sempre tive longas conversas com ele, até porque nossas personalidades pareciam muito similares: ambos gostávamos de debater um tema, sempre questionando um ao outro para aumentar a dose dos conhecimentos que emanariam desse debate. Inúmeras vezes, quando eu ia a uma reunião no CTCP/IPT - Centro Técnico em Celulose e Papel, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, ele sempre me convidava para almoçar ou para ir trocar idéias em sua sala de trabalho. Muitas vezes, eu saia dessas nossas conversas até um pouco exausto e com a impressão que tínhamos sido muito prolixos, mas logo a seguir, ao refletir sobre o que faláramos, entendia que tinha valido muito a pena o aprendizado recolhido daquelas nossas longas conversas.


Aprendi com isso a conhecer um profissional determinado, criativo, inovador e de enorme bagagem cultural. Isso se expressava em suas colocações e até em seus hobbies. Imaginem que ele projetava embarcações históricas e as construía criteriosamente e com enorme paciência para que a perfeição fosse alcançada. Ele próprio desenvolvia o projeto e muitas das ferramentas necessárias para a construção dos barcos. Na época de seu falecimento, seu estaleiro tinha em produção, entre outras coisas, uma caravela portuguesa, uma coca (nau espanhola do século XIII) e uma catraia (embarcação ribeirinha amazônica).

Rodés sempre fez tudo com muito entusiasmo. Ele foi uma pessoa que não se limitava, era muito determinado e interessado por assuntos diversos. Se algo despertasse o seu interesse, ele se aprofundava, pesquisava, procurava o conhecimento e, tomando posse dele, tinha prazer em compartilhá-lo e repassá-lo para outras pessoas. Procurava sempre fazer pontes entre as pessoas para troca de conhecimento e informações. Quando gostava muito de um livro, comprava pelo menos 3 exemplares: um para dar a uma pessoa que achava que iria gostar muito do livro, um para ele, e um para poder emprestar, sem correr o risco de ficar sem. Conhecedor de música clássica e literatura, traduziu para o português em 2008 o livro de poesia "Os anjos não sabem velar os mortos", de Joan Reventós i Carner, escrito originalmente em catalão. Tinha inúmeras atividades fora das profissionais: era muito religioso, tinha paixão pela leitura, era escritor e poeta, pintava quadros, colecionava coisas, falava fluentemente cinco idiomas; enfim, uma pessoa de enorme cultura e percepção.

Rodés era por isso tudo uma pessoa que valorizava o conhecimento e que abraçou com vontade a área de celulose e papel, considerando que até ser contratado pelo CTCP/IPT não tinha tido qualquer contato com este setor, pois veio de outras áreas da engenharia química. Tão logo foi contratado como diretor do CTCP/IPT, uma área profissional totalmente nova para ele, procurou aprender não apenas a tecnologia, mas principalmente a história e a importância do papel para a sociedade. Para isso, tornou-se membro e passou a freqüentar importantes associações, como a ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel - http://www.abtcp.org.br/), a IASPM (International Association of Scientific Paper Makers), a IAPH (International Association of Paper Historians - http://www.paperhistory.org/), a ALTEC (Asociación Latino Ibero Americana de Gestión Tecnológica - http://www.asociacionaltec.org), a ABER (Associação Brasileira de Encadernação e Restauro - http://www.aber.org.br/), o IEA (Instituto de Estudos Avançados da USP - Universidade de São Paulo - http://www.iea.usp.br/). Foi também presidente do Comitê Brasileiro de Matérias-Primas e Produtos Vegetais e Animais, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas - http://www.abnt.org.br/), o qual cobria, entre outras áreas, as normatizações do setor de celulose e papel. Foi, ainda, presidente da CORLIDOSP - Coordenadoria de Conservação e Restauração de Livros e Documentos Históricos do Estado de São Paulo. (Ouçam e relembrem sua voz em um evento realizado em Brasília - Distrito Federal, em 2006, onde ele representou a CORLIDOSP no I Encontro de Conservadores e Restauradores da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados do Brasil: http://imagem.camara.gov.br/internet/audio/exibeaudio.asp?codGravacao=00008764&hr
Inicio=2006,11,9,11,32,22&hrFim=2006,11,9,11,32,22&descEvento=
Comissão
de Educação e Cultura
). Por isso tudo, Rodés aprendeu muito sobre o papel e sua importância cultural (talvez um dos tópicos favoritos dele), que acabou resultando nos seus famosos "Ensaios Históricos", a partir de 1994.


Leopold Rodés i Garriga nasceu em Barcelona, em 1924. Teve uma juventude muito conturbada devido à instabilidade política da Espanha e às dificuldades ainda maiores de ser catalão. No início da guerra civil espanhola, com 12 anos, seu pai foi seqüestrado e assassinado. Por conta disto, mudou-se com a mãe e irmãos para a Bélgica, voltando para Barcelona ao final da guerra. Formou-se engenheiro químico pela conceituada Universidade Politécnica da Catalunha em 1946. Seus primeiros empregos na Espanha foram na área de produtos aromatizantes e fragrâncias.

Entretanto, não lhe agradava a situação instável na Espanha - decidiu em 1954 enfrentar novos desafios, mudando para o Brasil, onde já tinha uma irmã vivendo. No Brasil, não teve dificuldades para se colocar profissionalmente, trabalhando primeiro na Colgate Palmolive e depois na Kibon, em pesquisa e desenvolvimento técnico e em assuntos relacionados à qualidade.

Em 1955, casou-se com Maria Dolores, catalã e irmã de seu cunhado. Maria Dolores veio ao Brasil de férias e acabou ficando para casar-se, seis meses depois, com Leopold. Tiveram quatro filhos: Marta, Ana Maria, Nuria e Agusti, e sete netos.

Em 1977, aceitou o enorme desafio profissional, que foi liderar e gerenciar o CTCP, onde trabalhou com dedicação até 1989. Em apenas 12 anos de IPT teve diversos desafios importantes pela frente, pois o setor brasileiro de celulose e papel passava por enorme crescimento e tinha metas ousadas a cumprir. Também recebia uma entidade que tinha problemas de reter pessoal qualificado e dificuldades de obtenção de recursos financeiros. Como Diretor do CTCP - Centro Técnico em Celulose e Papel, buscou liderar/participar de alguns empreendimentos importantes para o setor florestal brasileiro, como o desenho e implantação, junto com o Prof. Dr. Jacques Marcovitch, de um planejamento estratégico setorial e a formação de um conselho consultivo para a gestão integrada do centro de forma participativa com as principais lideranças do setor de celulose e papel do país.

Algumas de suas muitas realizações foram lembradas pela sua amiga e colega de trabalho no CTCP, nossa estimada Maria Luiza Otero D'Almeida:

" - a forte ênfase na Qualidade: até hoje o IPT mantém um Programa Interlaboratorial para Ensaios em Papel e que teve início em 1977, com 10 participantes; nessa mesma época foi dada uma consultoria para a Casa da Moeda do Brasil referente a implantação de um Sistema da Qualidade;
- os cursos Pan-Americano de Especialização em Celulose e Papel: ele acreditava que o setor carecia de qualificação em seus recursos humanos e que no futuro haveria uma grande demanda;
- o Curso Técnico em Celulose e Papel: incentivado por ele em parceria com o SENAI/SP, onde a função do IPT seria de dar o apoio inicial até o SENAI conseguir andar por si próprio, formando uma equipe para tal. Surge daí a coleção de livros sobre Celulose e Papel, em dois volumes, escrita pelos técnicos do IPT, todos na época muito jovens, mas contagiados pelo entusiasmo do Rodés e cientes da responsabilidade que tinham em mãos.
- a questão ambiental e o manejo correto das florestas: uma preocupação antiga dele, que veio se concretizar com sua participação no Grupo de Estudos Avançados da USP - Universidade de São Paulo e no desenvolvimento do projeto FLORAM;
- os projetos de gaseificação e produção de metanol a partir de madeira, este último com planta piloto;
- a interação com Centros de Pesquisa na área de Celulose e Papel (Espanha, França, Estados Unidos, Canadá, Alemanha), assim como as parcerias com países da América Latina;
- a preocupação em manter a equipe atualizada em temas novos para o setor na época, como a biotecnologia, engenharia genética, clonagem na área florestal, branqueamento da celulose, controle de poluentes; etc., etc."

Ao sair do IPT, com a reestruturação interna que ocorreu no instituto, foi rapidamente solicitado a trabalhar como consultor da empresa Klabin, onde teve papel de destaque no processo de certificação florestal da empresa, a primeira a ser certificada no Brasil pelo FSC - Forest Stewardship Council.

Leopoldo Rodés foi também, junto com os doutores Aziz Ab’Saber, Werner Zulauf, José Goldemberg e Jacques Marcovitch, um dos idealizadores iniciais e um dos principais gestores do conhecido projeto FLORAM, um megaprojeto que começou a ser esboçado em 1989 e que tinha a meta de reflorestar extensas áreas no Brasil para fins comerciais e de proteção ambiental. Pela sua relevância, o Projeto FLORAM e seus idealizadores ganharam em 1998 a medalha de ouro "Hopes for the Future for a Sustainable World", ou "Prêmio Thomas Kuhn" por iniciativas que promovessem o desenvolvimento sustentável, concedida pela IUAPPA - International Union of Air Pollution Prevention & Environmental Protection Associations (União Internacional de Associações de Prevenção à Poluição do Ar e Proteção Ambiental), em conjunto com a IAS - International Academy of Science (Academia Internacional de Ciências - http://www.ias-icsd.org/). Segundo a comissão julgadora, presidida pelo Dr. Yuan T. Lee (Prêmio Nobel de Química de 1986), o Projeto FLORAM levou ao avanço mais significativo no desenvolvimento sustentável entre todos os projetos que foram reportados nas conferências mundiais da IUAPPA entre 1992 e 1995. (Conheçam mais sobre o FLORAM em http://www.scielo.br/scielo.php?script=
sci_issuetoc&pid=0103-401419900002&lng=pt&nrm=iso
e sobre essa premiação em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
40142000000200009&script=sci_arttext
).

Leopold Rodés "era uma pessoa determinada e empreendedora, à frente de seu tempo", como bem o definiu a nossa amiga Maria Luiza Otero D'Almeida. Como acontece com toda pessoa com este perfil, enfrentou críticas e freqüentemente um setor refratário a mudanças. Inclusive, a gestão tipicamente de empresa pública, como o caso do IPT, era demasiadamente burocrática e lenta para que um centro de inovação se concretizasse da forma como planejado e idealizado pelo Rodés.

Ao longo de sua carreira, teve mais de 80 trabalhos técnicos publicados em revistas e congressos, além dos quase 70 ensaios históricos sobre o papel.

Leopold Rodés faleceu subitamente em setembro de 2010 em Barcelona, próximo dos 86 anos, durante uma viagem para rever a família e os amigos de sua juventude. Uma viagem que ele aproveitou com entusiasmo até o último minuto. Como não podia deixar de ser, Rodés esteve ativo até o último momento de vida: nos seus últimos meses, estava envolvido, junto com Norma Cianflone, Silvia Bugager e Bruno Mortara, em um novo projeto: uma coletânea de textos sobre restauro e conservação de papéis, para dar suporte à educação superior.

Essa homenagem que fazemos ao Dr. Rodés, através da Eucalyptus Newsletter, tem exatamente o objetivo de lhe agradecer pelo seu magnífico trabalho em favor do papel, um bem de inestimável valor cultural para a humanidade. Com isso, ao atribuir ao Dr. Leopold Rodés a singela homenagem como um "Amigo dos Eucalyptus", aproveitamos para compartilhar com a sociedade mundial toda essa grande bagagem de conhecimentos que o Dr. Leopold Rodés i Garriga nos ofertou na revista O Papel em sua seção "Ensaios Históricos sobre o Papel", entre 1994 e 1999. Uma preciosidade que a ABTCP e a família do Dr. Leopold Rodés ajudaram a coletar e me possibilitaram construir esse acervo para vocês. Agradecemos a colaboração da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, por ajudar no resgate e na disponibilização desse valioso material em www.celso-foelkel.com.br e www.eucalyptus.com.br, e de familiares e amigos do Dr. Rodés. Um especial agradecimento às seguintes pessoas pela maneira como cooperaram para que isso pudesse acontecer: Sra. Nuria Rodés e irmãs/ão Marta, Ana Maria e Agusti (todos filhos do Dr. Rodés), Sr. Francisco Bosco de Souza (ABTCP), engenheira Maria Luiza Otero D'Almeida (IPT) e Srta. Aline Silva de Paula (área de Inteligência Setorial da ABTCP) .

Acessem e aprendam com essa excelente literatura em seus 66 ensaios históricos (acredito que alguns outros poucos se perderam e não conseguimos resgatar, mas foram muito poucos, acreditem). Todos carregam em seu escopo muita história, ciência, tecnologia, emoções e principalmente cultura.

Somente um profissional multidisciplinar e uma pessoa culta e determinada como o Dr. Leopold Rodés para nos brindar com isso tudo.


Revista O Papel 1994


Editorial da revista O Papel de abril de 1994 fazendo o lançamento da série "Ensaios Históricos sobre o Papel"

http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/01_Cartas%20e%20Editorial.pdf

A feitura do papel manual. Abril. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
02%20-%20A%20feitura%20papel%20manual.pdf


Fibras vegetais nas manufaturas de papéis: origens geográficas. Maio. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/02A_Origens%20fibras%20vegetais.pdf

Fibras vegetais e sua classificação. Junho. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/03%20-%20
Fibras%20vegetais%20e%20classificacao.pdf


Composição química e microestrutura das fibras nos vegetais superiores. Julho. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/04%20-%20
Composicao%20quimica%20microestrutura%20fibras.pdf


Morfologia e dimensões das partículas fibrosas vegetais. Agosto. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/05%20-%20
Morfologia%20dimensoes%20fibras%20vegetais.pdf


Beneficiamento primário: maceração. Setembro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/06-%20
Beneficiamento%20primario%20-%20Maceracao.pdf


Beneficiamento primário: batimento
. Outubro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/07%20-%20
Beneficiamento%20primario%20-%20Batimento.pdf


Influência da cultura árabe sobre a refinação das polpas celulósicas. Novembro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/08%20-%20Influencia%20
cultura%20arabe%20refinacao%20polpas.pdf


Limpeza das fibras e importância da água nas polpas papeleiras. Dezembro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/09%20-%20Limpeza%20
fibras%20iimportancia%20agua.pdf

Revista O Papel 1995

Meditações sobre uma folha de papel.
Janeiro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/10%20-%20
Meditacoes%20folha%20de%20papel.pdf


Formação da folha.
Fevereiro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/11%20-%20Formacao%20folha.pdf

Fôrmas usadas nas manufaturas de papel. Março. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
12%20-%20Formas%20na%20manufatura.pdf


A lenta metamorfose das fôrmas papeleiras. Abril. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
13%20-%20Metamorfose%20formas%20papeleiras.pdf


Prensa e secagem das folhas de papel manual. Maio. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/14%20-%20
Prensa%20secagem%20das%20folhas.pdf


Colagem interna e acabamento superficial. Junho. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/15%20-%20
Colagem%20interna%20acabamento%20superficial.pdf


Marcas d'água: suas origens e características. Julho. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/16%20-%20
Marcas%20dagua%20-%20%20origens%20e%20caracteristicas.pdf


Marcas d'água: papéis avergoados.
Agosto. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/17%20-%20
Marcas%20dagua%20-%20Papeis%20avergoados.pdf


Papel-arte: Otávio Roth. Setembro. 05 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/18%20-%20
Papel-arte%20-%20Otavio%20Roth.pdf


Marcas d'água: filigranas I. Expressão artística, sua comunicação. Outubro. 05 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/19%20-%20Marcas%20
dagua%20-%20Filigranas%20I%20-%20Expressao%20artistica.pdf


Marcas d'água: filigranas II. Tecnologias envolvidas. Novembro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/20%20-%20Marcas
%20dagua%20-%20Filigranas%20II%20-%20Tecnologias.pdf


Marcas d'água: filigranas III. Tipologia e classificação sistemática. Dezembro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/21%20-%20
Marcas%20dagua%20-%20Filigranas%20III%20-%20Tipologia.pdf


Revista O Papel 1996


Marcas d'água: filigranas IV. Metodologia na sua pesquisa analítica.
Janeiro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/22%20-%20
Marcas%20dagua%20-%20Filigramas%20IVpesquisa.pdf


As sete vidas das fibras do papel manufaturado: do berço até a sepultura. Fevereiro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/23%20
-%20Sete%20vidas%20fibras%20papel.pdf


Idéias, folhas, livros, arquivos e bibliotecas. Março. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
24%20-%20Ideias%20folhas%20livros.pdf


Caligrafia. Abril. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/25%20-%20Caligrafia.pdf

Proteção de livros e documentos: conceituação e definições. Maio. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/26%20-
%20Protecao%20livros%20documentos.pdf


Conservação material de livros e documentos históricos. Junho. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/27%20-%20
Conservacao%20material%20livros%20documentos.pdf


Conservação ambiental de livros e documentos. I. (ar + temperatura+ umidade). Julho. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/28%20-%20
Conservacao%20ambiental%20livros%20documentos%20I.pdf


Conservação ambiental de livros e documentos. II. (mofo + insetos + roedores + iluminação). Agosto. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/29%20-%20Conservacao
%20ambiental%20livros%20documentos%20II.pdf


Papéis, tintas, cálamos, pincéis e a mão do artista. Setembro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
30%20-%20Papeis%20tinta%20calamos.pdf


Conservação ambiental de livros e documentos. III. Pesquisadores, visitantes, gatunos e "vândalos". Outubro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/31%20-%20Conservacao%20
ambiental%20livros%20documentos%20-%20III.pdf


A conservação de bibliotecas e arquivos e seus administradores. Novembro. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/32%20-%20
Conservacao%20de%20bibliotecas.pdf


A biodiversidade e seus registros para leitura e interpretação histórica. Dezembro. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/33%20-%20A%
20biodiversidade%20e%20registros.pdf


Revista O Papel 1997

O Museu Molí Paperer de Cepellades. Janeiro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/34%20
-%20O%20museu%20Moli%20Paperer.pdf


Qualidade papeleira I. Fevereiro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/35%
20-%20Qualidade%20papeleira%20I.pdf


Qualidade papeleira II. Março. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/36%
20-%20Qualidade%20papeleira%20II.pdf


Qualidade papeleira III. Abril. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
37%20-%20Qualidade%20papeleira%20III.pdf


Qualidade papeleira IV.
Maio. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
38%20-%20Qualidade%20papeleira%20IV.pdf


Amazônia, páleo-berço e refúgio de biodiversidade. Junho. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/39%20-%20
Amazonia%20refugio%20biodiversidade.pdf


Museu Nacional da Ciência e da Técnica de Catalunha (mNACTEC). Julho. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
40%20-%20Museu%20Catalunha.pdf


Formato das folhas de papel I. Fatores de dispersão. Agosto. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/41%20-%
20Formato%20folhas%20papel%20-%20I.pdf


Formato das folhas de papel II. Fatores de convergência. Setembro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/42%20-%20
Formato%20folhas%20papel%20-%20II.pdf


Formato das folhas de papel III. Convergências globalizantes: metrificação.
Outubro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/43%20-%
20Formato%20folhas%20papel%20-%20III.pdf


Formato das folhas de papel IV. A ISO reforça a estruturação global dos formatos. Novembro. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/44%20-%20
Formato%20folhas%20papel%20-%20IV.pdf


Validação de ensaios nas normas ISO e "família" ISO 9000.
Dezembro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
45%20-%20Familia%20ISO%209000.pdf


Revista O Papel 1998

Nimby, desenvolvimento sustentável e marcas de conformidade.
Janeiro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/46%20-%20
Nimby%20desenvolvimento%20sustentavel.pdf


A certificação ambiental e a família de normas ISO 14000. Fevereiro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/47%
20-%20Certificacao%20ambiental.pdf


A sustentabilidade e sua dimensão temporal.
Março. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/48%20-%20Sustentabilidade.pdf

A Fundação Calouste Gulbenkian e a saga do seu museu em Lisboa. Abril. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/49%20-%20Fundacao%20CG.pdf

Desenvolvimento. Maio. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/50%20-%20Desenvolvimento.pdf

Coordenadoria de Conservação e Restauração de Livros e Documentos do Estado de São Paulo. Junho. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/51%20-%2
0Coordenadoria%20conservacao.pdf


Desenhos e pinturas I. Elementos lineares. Julho. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/52%20-%
20Desenhos%20e%20pinturas%20I.pdf


Desenhos e pinturas II. Características dos seus suportes. Agosto. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/53%20-%
20Desenhos%20e%20pinturas%20II.pdf


Desenhos e pinturas III. Elementos coloridos. Setembro. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/54%20-%20
Desenhos%20e%20pinturas%20III.pdf


O perfil histórico do papel está mudando. Outubro. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/55%20-%2
0Perfil%20historico%20do%20papel.pdf


A procura organizada de conhecimentos novos.
Novembro. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/56%20-%20
Procura%20conhecimentos%20novos.pdf


Origami. Dezembro. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/57%20-%20Origami.pdf

Revista O Papel 1999

Os pergaminhos. Seus precursores. Janeiro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/57A_Rodes_Janeiro99.pdf

Os pergaminhos. Apogeu e perigeu.
Fevereiro. 03 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/58%20-%20Pergaminhos%20I.pdf

Os pergaminhos. Técnicas para o seu preparo. Março. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
59%20-%20Pergaminhos%20II.pdf


Características estruturais internas dos pergaminhos. Abril. 05 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
60%20-%20Estrutura%20pergaminhos.pdf


Desacidificação em massa de livros e documentos. Maio. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/61%20-%20Desacidificacao.pdf

Plantas fibrosas anuais I. Riqueza de alternativas morfológicas. Junho. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/62%20-%2
0Plantas%20fibrosas%202.pdf

Plantas fibrosas anuais II. Critérios de seleção. Agosto. 04 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/63%20-%2
0Plantas%20fibrosas%20II.pdf


O consumidor e sua batuta. Outubro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/64%20-%20
Consumidor%20e%20sua%20batuta.pdf


Plantas fibrosas anuais III. Previsões sobre seu futuro. Novembro. 02 pp.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/65%20
-%20Plantas%20fibrosas%20III.pdf


Meu estimado amigo Dr. Leopold Rodés, foi uma honra ter desfrutado de sua amizade e ter aprendido tanta coisa consigo, quer profissionalmente ou pelas longas e muitas vezes intermináveis conversas que pudemos trocar. Obrigado também por tudo que você realizou pelo setor celulósico-papeleiro brasileiro, e principalmente, por esse legado que são seus "Ensaios Históricos", tornados públicos através do esforço de seus amigos.

O Mundo dos Eucaliptos

Brasília - Distrito Federal - Brasil

Brasília é a capital da República Federativa do Brasil, por isso mesmo denominada de Distrito Federal, com status de cidade, de capital de país e de estado. O Distrito Federal é uma das 27 unidades federativas do Brasil, onde se localiza Brasília, cujos limites coincidem com os do próprio Distrito Federal. Seus diminutos 5,79 mil quilômetros quadrados não são capazes de torná-la expressiva produtora de florestas plantadas, mas muitos de seus 2,56 milhões de habitantes estão de forma direta ou indireta associados ao desenvolvimento desse negócio de significativa importância para o país. Isso porque ela conta com enorme concentração de poder decisório, resultado do abrigo que oferece a entidades e órgãos políticos e públicos, bem como às associações institucionais diretamente relacionados tanto às plantações como às indústrias de base florestal. Brasília é uma cidade vibrante e culta, com alguns dos melhores indicadores sociais do país, seja quanto à renda e ao PIB per capita, instituições educacionais de muita qualidade, museus, bibliotecas, cultura, ONGs, etc., etc.

Brasília foi inaugurada no dia 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, sendo a terceira capital do Brasil, após Salvador e Rio de Janeiro. Sua construção na região central do Brasil, exatamente em um dos biomas mais representativos do país, o Cerrado, teve a finalidade de levar progresso a essas regiões distantes da costa, o que conseguiu fazer com enorme qualidade e rapidez. Em apenas 50 anos, o cerrado brasileiro passou a ter enorme destaque no agro-negócio nacional, sendo hoje uma das forças da economia brasileira, abrigando também uma fração significativa das florestas plantadas e da produção brasileira de bens e produtos florestais.

Em Brasília, podemos sempre encontrar pessoas influentes do setor de base florestal, ou em negociações com organismos do Governo Federal ou preparando pautas de diálogo nas associações de classe representativas da indústria, comércio, agricultura, etc. Para que possam melhor conhecer a importância florestal de Brasília, preparamos a seguir uma seleção de euca-links com algumas dessas entidades que colaboram para o desenvolvimento do setor de base florestal brasileiro. Espero que ela possa agregar valor a vocês para um melhor entendimento desse nosso setor florestal brasileiro.

Conheçam antes um pouco mais sobre Brasília - Distrito Federal em:

Brasília. Enciclopédia Livre Wikipédia. Acesso em 07.02.2011:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%ADlia (em Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Brazilian_Federal_District (em Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Distrito_Federal_(Brasil) (em Espanhol)


Distrito Federal.
Estados @. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Acesso em 07.02.2011:
http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=df (em Português, Inglês e Espanhol)

Alguns websites de empresas privadas e públicas e organizações ambientais, educacionais, empresariais e comerciais relacionadas às florestas plantadas em Brasília/Distrito Federal:

ABRAF - Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. Associação de classe cuja missão é a de congregar, representar, promover e defender os interesses coletivos das empresas que se dedicam ao desenvolvimento sustentável com base em florestas plantadas. Acesso em 07.02.2011:
http://www.abraflor.org.br/ (Website da ABRAF)
http://www.abraflor.org.br/associados.asp (Empresas de base florestal associadas da ABRAF)
http://www.abraflor.org.br/estatisticas.asp (Estatísticas e anuário florestal)
http://www.abraflor.org.br/duvidas.asp (Dúvidas freqüentes sobre o eucalipto)


CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Entidade ligada ao MEC - Ministério da Educação, que tem a missão de qualificação de recursos humanos de nível superior no país.
http://www.capes.gov.br/ (Website da CAPES)
http://www.periodicos.capes.gov.br/ (Portal de revistas e periódicos da CAPES)
http://www.capes.gov.br/component/weblinks/
39-link-externo/29-dominiopublico
(Portal Domínio Público, que disponibiliza aos interessados, mediante cadastro gratuito, milhares de textos, livros, vídeos, palestras, etc.)


CNI - Confederação Nacional da Indústria. Entidade maior que representa os interesses da indústria brasileira, coordenando um sistema integrado de federações e sindicatos em cada um dos estados do país. Sua função não é apenas institucional, mas de modificar a indústria, qualificando-a e deixando-a mais inovadora, eficiente, ecoeficiente, responsável e sustentável. Acesso em 07.02.2011:
http://www.cni.org.br/ (Website da CNI)
http://www.cni.org.br/portal/data/pages/
FF8080812CEBBEF4012CEBD62E40167D.htm
(Publicações sobre meio ambiente)
http://www.cni.org.br/portal/data/pages/
FF8080812CEBBEF4012CEBD62E4F168B.htm
(Publicações sobre responsabilidade social)
http://www.cni.org.br/portal/data/pages/
FF8080812CEBBEF4012CEBD62E561692.htm
(Publicações sobre tecnologia e inovação na indústria)


CONAFLOR - Comissão Nacional de Florestas. Comissão que fornece diretrizes para a implementação das ações do PNF - Programa Nacional de Florestas e permite articular a participação dos diversos grupos de interesse no desenvolvimento das políticas públicas do setor florestal brasileiro. Acesso em 07.02.2011:
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=5&idMenu=2957

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA; foi instituído em 1981, sendo que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Acesso em 07.02.2011:
http://www.mma.gov.br/port/conama/index.cfm

CTNBIO - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. A CTNBio é uma instância colegiada multidisciplinar ligada ao MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia, criada em 2005, cuja finalidade é prestar apoio técnico consultivo e assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa aos OGM - Organismos Geneticamente Modificados, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, liberação e descarte de OGMs e derivados. Acesso em 07.02.2011:
http://www.ctnbio.gov.br/ (Website do CTNBIO)
http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/142.html (Publicações e documentos)
http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/12482.html (Aprovações comerciais de plantas geneticamente modificadas)


EMBRAPA Agroenergia. Unidade da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária cuja missão é desenvolver conhecimentos e tecnologias para o uso eficiente dos recursos energéticos gerados pelo agronegócio, entre os quais a biomassa gerada por florestas plantadas. Acesso em 07.02.2011:
http://www.cnpae.embrapa.br/ (Website geral)
http://www.cnpae.embrapa.br/biblioteca-virtual/biblioteca-virtual/ (Biblioteca virtual da EMBRAPA Agroenergia)
http://www.cnpae.embrapa.br/publicacoes-para-download (Publicações para downloading)
http://www.cnpae.embrapa.br/artigos-de-divulgacao (Artigos de divulgação)


EMBRAPA CENARGEN - Recursos Genéticos e Biotecnologia. Unidade da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária cuja missão é o desenvolvimento de uma agricultura sustentável e ambientalmente equilibrada no Brasil, integrando atividades de recursos genéticos, biotecnologia, biossegurança e controle integrado de pragas, além de ações específicas de defesa agropecuária. O CENARGEN tem tido papel de destaque nas pesquisas genômicas brasileiras com os eucaliptos. Acesso em 07.02.2011:
http://www.cenargen.embrapa.br/ (Website geral)
http://www.cenargen.embrapa.br/publica/publica2008.html (Publicações para downloading)
http://www.google.com.br/custom?q=genolyptus
& domains=www.cenargen.embrapa.br&sitesearch=www.cenargen.embrapa.br
(Pesquisa no website do CENARGEN sobre o projeto Genolyptus - Genoma do Eucalyptus)


EMBRAPA Cerrados. Unidade da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária cuja missão é pesquisar o Bioma Cerrado, objetivando o desenvolvimento sustentável e a sua ocupação racional. Acesso em 07.02.2011:
http://www.cpac.embrapa.br/ (Website geral)
http://www.cpac.embrapa.br/publicacoes/publ_index.html (Publicações da EMBRAPA Cerrados)
http://bbeletronica.cpac.embrapa.br/questionario2011/index.html (Bibioteca eletrônica sobre os cerrados pela EMBRAPA)


EMBRAPA Informação Tecnológica. Unidade da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária cuja missão é a de propor, coordenar e executar, em benefício da sociedade, soluções para a gestão e a difusão de informações geradas pela EMBRAPA. Acesso em 07.02.2011:
http://www.sct.embrapa.br/ (Website geral)
http://www.sct.embrapa.br/publicacoes/index.htm (Publicações online)
http://livraria.sct.embrapa.br/ (Livraria EMBRAPA)
http://livraria.sct.embrapa.br/liv2/consultaCategoria.do?
metodo=listar&codigoTipoCategoria=1&codigoCategoria=300
(Livros da EMBRAPA sobre Florestas e Silvicultura)


IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Entidade pública que tem a responsabilidade de colaborar e coordenar a eficiente legislação, licenciamento, zoneamento e controle ambiental no Brasil. Acesso em 07.02.2011:
http://www.ibama.gov.br/ (Website do IBAMA)
http://servicos.ibama.gov.br/cogeq/index.php?id_menu=99 (DOF - Documento de Origem Florestal)
http://www.ibama.gov.br/prevfogo/ (Prevenção e combate de incêndios florestais)
http://www.ibama.gov.br/recursos-florestais (Recursos florestais)
http://www.ibama.gov.br/zoneamento-ambiental (Zoneamento ambiental)
http://www.ibama.gov.br/licenciamento/ (Licenciamento ambiental)
http://www.ibama.gov.br/cnia (Informações ambientais)
http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/centros (Centros temáticos)


IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Instituto ligado ao MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia cuja missão é a de promover a competência, o desenvolvimento de recursos e a infra-estrutura de informação em ciência e tecnologia para a produção, socialização e integração do conhecimento científico-tecnológico. Acesso em 07.02.2011:
http://www.ibict.br/ (Website do IBICT)
http://bdtd.ibict.br/ (BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações)
http://www.sbrt.ibict.br/ (Sistema Brasileiro de Respostas Técnicas)
http://www.sbrt.ibict.br/busca-1 (Pesquisar Eucalipto e/ou Eucalyptus no Sistema Brasileiro de Respostas Técnicas - há excelentes materiais disponibilizados)
http://www.ibict.br/secao.php?cat=Biblioteca Digital Brasileira (Biblioteca Digital Brasileira)
http://seer.ibict.br/index.php?option=com_mtree&Itemid=109 (SEER - Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas)
http://www.ibict.br/secao.php?cat= Revista Ciência da Informação (Revista Ciência da Informação)
http://acv.ibict.br/ (Projeto ACV - Avaliação do Ciclo de Vida de Produtos, incluindo o papel)


LPF - Laboratório de Produtos Florestais. Laboratório do IBAMA que tem por função desenvolver estudos e pesquisas sobre as madeiras brasileiras e suas utilizações. Acesso em 07.02.2011:
http://www.ibama.gov.br/lpf/ (Website do LPF)
http://www.ibama.gov.br/lpf/indexhome.php?Pagina=produto.php (Publicações)
http://www.ibama.gov.br/ojs/index.php/braflor (Revista Brasil Florestal, uma publicação online do LPF)


MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Acesso em 07.02.2011:
http://www.agricultura.gov.br/ (Portal do MAPA)
http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/
Internet-MAPA/pagina-inicial/desenvolvimento-sustentavel
(Agricultura sustentável)
http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/
pagina-inicial/camaras-setoriais-e-tematicas
(Câmaras setoriais e temáticas - selecionar Florestas Plantadas)
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/camaras_setoriais/
Florestas_plantadas/9_reuniao/Apresentacao_BRACELPA.pdf
(Apresentação sobre necessidades em logística feita pela BRACELPA - Associação Brasileira de Celulose e Papel)


MCT - Ministério de Ciência e Tecnologia. Acesso em 07.02.2011:
http://www.mct.gov.br/ (Portal do MCT)
http://www.cnpq.br/ (CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)
http://www.finep.gov.br/ (FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos)
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/741.html?execview= (Unidades de Pesquisa do MCT no Brasil)


MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Acesso em 07.02.2011:
http://www.mdic.gov.br (Portal do MDIC)
http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2512 (Rotulagem ambiental)
http://www.desenvolvimento.gov.br/portalmdic/
sitio/interna/interna.php?area=2&menu=946&refr=317
(Fóruns de Competitividade - Cadeia produtiva "Madeira e Móveis")
http://www.desenvolvimento.gov.br/portalmdic/
sitio/interna/interna.php?area=2&menu=1508
(APL's - Arranjos Produtivos Locais)
http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=2&menu=3109 (Fórum florestal)
http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=3&menu=2249 (CNB - Comitê Nacional de Biotecnologia)
http://www.mdic.gov.br//arquivos/dwnl_1267554511.ppt (Programa de desenvolvimento da nanotecnologia)


MMA - Ministério do Meio Ambiente. Criado em novembro de 1992, tem como missão promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas, de forma transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos os níveis e instâncias de governo e sociedade. Acesso em 07.02.2011:
http://www.mma.gov.br/sitio/ (Portal do MMA)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=146 (SBF - Secretaria de Biodiversidade e Florestas)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=publicacao
.publicacoesPorSecretaria&idEstrutura=146
(Publicações da SBF - Secretaria de Biodiversidade e Florestas)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=137 (Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=
publicacao.publicacoesPorSecretaria&idEstrutura=137
(Publicações sobre mudanças climáticas)
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=15 (Comissão Nacional de Biodiversidade)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=1 (Fundo Nacional do Meio Ambiente)
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=95&idMenu=3800 (Comissão de Gestão de Florestas Públicas)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=publicacao.index (Publicações do MMA)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=41 (Mapas, geoprocessamento, etc. sobvre o Brasil)


PNUMA BRASIL. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
É a entidade do Sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos ambientais no contexto do desenvolvimento sustentável. Acesso em 07.02.2011:
http://www.onu-brasil.org.br/agencias_pnuma.php (Website do PNUMA no Brasil)
http://www.onu-brasil.org.br/documentos_estudos.php (Estudos e pesquisas)
http://www.onu-brasil.org.br/documentos_convencoes.php (Convenções e tratados)

Serviço Florestal Brasileiro.
Órgão do MMA - Ministério do Meio Ambiente cuja missão é conciliar uso e conservação das florestas, valorizando-as em benefício das gerações presentes e futuras, por meio da gestão de florestas públicas, da construção de conhecimento, do desenvolvimento de capacidades e da oferta de serviços especializados. Acesso em 07.02.2011:
http://www.florestal.gov.br/ (Website do SFB)
http://ifn.florestal.gov.br/ (Inventário Florestal Nacional)
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=95&idMenu=10816 (Sistema Nacional de Informações Florestais)
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=95&idMenu=10817 (Portal Nacional de Gestão Florestal)
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=95&idMenu=5482 (Cadastro Nacional de Florestas Públicas)
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=95&idMenu=7383 (FNDF - Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal)


UnB - Universidade de Brasília. Uma das mais qualificadas universidades brasileiras, tendo destaque seu curso de engenharia florestal, eleito como um dos melhores do país pela avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), feito pelo INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação. Acesso em 07.02.2011:
http://www.unb.br/ (Portal da UnB)
http://www.efl.unb.br/ (Departamento de Engenharia Florestal)
http://www.ecoflor.unb.br/ (Ecoflor - Empresa Júnior de Consultoria em Engenharia Florestal vinculada ao Departamento de Engenharia Florestal da UnB)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/index.php (Dissertações e teses digitais da UnB)
http://repositorio.bce.unb.br/ (Pesquisa acerca da produção acadêmica na UnB)
http://repositorio.bce.unb.br/simple-search?query=eucalyptus (Pesquisando Eucalyptus no repositório da UnB)
http://painelflorestal.com.br/artigos/5431/avaliacao-preliminar-dos-c
ursos-de-engenharia-florestal-no-ano-de-2008
(Avaliação pelo INEP dos cursos de engenharia florestal no Brasil)


UCB Brasília. Universidade Católica de Brasília.
Tradicional universidade com destaque na área de genômica florestal, com diversas teses defendidas acerca da biotecnologia aplicada aos eucaliptos. Acesso em 07.02.2011:
http://www.ucb.br/ (Portal da UCB)
http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/index.php (Dissertações e teses digitais da UCB-Brasília)
http://www.ucb.br/Cursos/117CienciasGenomicasEBiotecnologia/ (Mestrado em Ciências Genômicas e Biotecnologia)

Referências Técnicas da Literatura Virtual

Brasília - Distrito Federal - Brasil

Nessa seção, estamos colocando, como sempre, euca-links com algumas publicações relevantes da literatura virtual. Basta você clicar sobre os endereços de URLs para abrir as mesmas e/ou salvá-las em seu computador. Como são referências, não nos responsabilizamos pelas opiniões dos autores, mas acreditem que são referências valiosas e merecem ser olhadas pelo que podem agregar ao seu conhecimento. Ou então, para serem guardadas em sua biblioteca virtual. Nessa seção, temos procurado balancear publicações recentes e outras antigas, que ajudaram a construir a história de sucesso dos eucaliptos. Elas versam sobre florestas, ecologia, ambiente, uso industrial das madeiras, celulose e papel; enfim, todas as áreas que se relacionam aos eucaliptos: seu desenvolvimento em plantações florestais e utilizações de seus produtos.

As Referências Técnicas da Literatura Virtual a vocês apresentadas nessa edição têm por meta lhes oferecer conhecimentos eucalípticos através de trabalhos de teses de doutoramento e dissertações de mestrado publicados por duas conceituadas universidades (UnB - Universidade de Brasília e UCB - Universidade Católica de Brasília) na unidade federativa do Brasil homenageada na seção "Mundo dos Eucaliptos" dessa edição, ou seja, Brasília - Distrito Federal.

Selecionamos as publicações que tinham direta relação com as florestas plantadas de eucalipto, seus processos de industrialização, produtos e serviços. Espero que apreciem essa seleção de aproximadamente 30 dissertações e teses de anos mais recentes nessas duas conceituadas universidades:

Desenvolvimento de um forno para carbonização de resíduos agroflorestais em pequena escala. D.S. Cemin. (Development of an small-scale oven for charcoal production from agroforestry wastes). Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 82 pp. (2010)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6275

O papel dos espaços protegidos privados para a conservação da biodiversidade. (The role of private protected areas for the biodiversity conservation). V.D. Braga. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 127 pp. (2010)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6721

Carvão vegetal : uma alternativa para os produtos rurais do sudoeste goiano. (Charcoal: an alternative for products in the southwest of the state of Goias). M.S. Joaquim. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 97 pp. (2009)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4611

Viabilidade econômica da produção de biomassa de eucalipto e de capim elefante para energia. (Economic feasibility of biomass production for energy from Eucalyptus and elephant grass). L.R.M. Quéno. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 77 pp. (2009)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6342

Análise de conflitos do sistema de concessões florestais no Brasil.
(Conflict analysis in the system of forest concession in Brazil). G.P. Albuquerque. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 239 pp. (2009)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5154

Análise estatística do efeito da pressão na carbonização da madeira de Eucalyptus grandis. (Statistical analysis of the effect of pressure on the charcoal production from Eucalyptus grandis wood). C.K. Figueiredo. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 104 pp. (2009)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4709

Utilização de técnicas não destrutivas para caracterização de madeiras de Pinus caribaea var. hondurensis e de Eucalyptus grandis. (Utilization of non-destructive techniques to the evaluation of Pinus caribaea var. hondurensis and Eucalyptus grandis woods). P.G. Ribeiro. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 114 pp. (2009)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4717

Avaliação de metodologias alternativas para caracterização do ataque de fungos apodrecedores de madeiras. (Evaluation of alternative methodologies for characterization of the attack from rot decay fungi in wood). M.A. Costa. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 83 pp. (2009)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5773

Efeitos da torrefação no condicionamento de biomassa para fins energéticos. (Effects of torrefaction as a conditioning method for the use of biomass for energy). T.O. Rodrigues. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 82 pp. (2009)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4641

Desenvolvimento, caracterização e mapeamento de microssatélites de tetra e pentanucleotídeos em Eucalyptus spp. (Development, characterization and mapping of microsatellites of tetra and penta nucleotides in Eucalyptus spp.). C.P. Sansolani. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília. 114 pp. (2008)
http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/2695/1/Dissert_Carolina
%20Paola%20Sansaloni.pdf


Tecnologia e economia do briquete de madeira.
(Technology and economy of the wood briquette). L.V.B. Gentil. Tese de Doutorado. UnB - Universidade de Brasília. 175 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4076 (Parte 1)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4077 (Parte 2)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4078 (Parte 3)


Um indicador de desempenho para seleção de ativos das empresas de celulose e papel no mercado financeiro.
(A performance indicator for pulp and paper companies assets selection in the financial markets). B.M. Moura. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 116 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3113

Análise econométrica do mercado de madeira em toras para produção de celulose. (Econometric analysis of the roundwood market for pulp production). A.L.M. Serrano. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 96 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4473

Influência dos teores de lignina, holocelulose e extrativos na densidade básica e na contração da madeira e no rendimento e densidade do carvão vegetal de cinco espécies lenhosas do cerrado. (Evaluation of lignin, holocellulose, extractives and basic density in the wood shrinkage and carbonization yield and density of the manufactured charcoal for five species from the Brazilian Cerrado). I.D. Santos. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 57 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3283

Quando um viveiro florestal torna-se um viveiro educador : estudo de caso em uma Escola Classe do Distrito Federal. (The case of a forest nursery becoming an educative nursery: case study in an elementary school in the Brazilian Federal District). T.V.P. Leite. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 95 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6190

Proposta de um sistema de informações florestais para o Brasil.
(A proposal for a forest information system for Brazil). P.J.P. Fontes. Tese de Doutorado. UnB - Universidade de Brasília. 226 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4250

Efetividade e eficácia das reservas legais e áreas de preservação permanente nos cerrados.
(Effectiveness and efficacy of the legal reserves and permanent preservation areas in the Cerrado biome). L.G. Maciel. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 164 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3230

Uso e monitoramento de indicadores microbiológicos para avaliação da qualidade dos solos de cerrado sob diferentes agroecossistemas. (Utilization and monitoring of microbiological indicators to evaluate the quality of Cerrado soils under different agroforestry systems). L.G. Silva. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 137 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3493

Trichoderma spp. como agentes de biocontrole de Cylindrocladium scoparium e como promotores de crescimento em mudas de eucalipto. (Trichoderma spp. as agents for biocontrol of leaf-spot caused by Cylindrocladium scoparium). M.R. Carvalho Filho. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 86 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3665

Balanço de materiais na gestão ambiental da cadeia produtiva do carvão vegetal para produção de ferro gusa em Minas Gerais. (Material balance in the environmental management of the charcoal used in the pig iron production in Minas Gerais). A. R.M. Sablowski. Tese de Doutorado. UnB - Universidade de Brasília. 202 pp. (2008)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3213

Elementos teórico-práticos para a construção do campo da diplomacia ambiental: o caso das indústrias multinacionais de celulose em Fray Bentos - Uruguai, como evento paradigmático. (Theoretical and practical elements for the construction of the scope of environmental diplomacy: the case of multinational industries of market pulp making in Fray Bentos - Uruguay, as a paradigmatic event). M.P.M. Machado. Dissertação de Mestrado. UCB - Universidade Católica de Brasília. 117 pp. (2008)
http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=
844&PHPSESSID=0722b60dea58e8352c475a24435d0d86


Proteoma comparativo de xilema de Eucalyptus grandis e Eucalyptus globulus. (Comparative proteomic analysis for the Eucalyptus grandis and Eucalyptus globulus xylem). J.L. Pereira. Dissertação de Mestrado. UCB - Universidade Católica de Brasília. 100 pp. (2007)
http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=
702&PHPSESSID=0722b60dea58e8352c475a24435d0d86


Banco de sementes do solo de sub-bosque de Pinus sp. e Eucalyptus sp. abandonados na Floresta Nacional de Brasília, Distrito Federal. (Seed bank in the understory soils in Pinus and Eucalyptus abandoned stands at Brasilia National Forest, Federal District). A.R. Gonçalves. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 93 pp. (2007)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2179

Briquetes de resíduos ligno-celulósicos como potencial energético para a queima de blocos cerâmicos: aplicação em uma indústria de cerâmica vermelha que abastece o Distrito Federal. (Briquettes of lignocellulosic residues as a potential energetic source for burning ceramic blocks: application in an industry of red ceramic that supplies the Federal District). D.M. Morais. Tese de Doutorado. UnB - Universidade de Brasília. 265 pp. (2007)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2217

A influência dos sistemas de gestão ambiental baseados na ISO 14001 no valor de mercado das empresas brasileiras com ações negociadas na Bovespa. (The influence of the ISO 14001 environmental management systems in the share value of Brazilian companies participating in the Bovespa stocks market). J.C. Castro. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 82 pp. (2006)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4280

Certificação do manejo florestal comunitário: desafios na definição de indicadores para a avaliação local.
(Certification of the community forest management: challenges in the definition of indicators for local evaluation). B.M. Martinelli. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 175 pp. (2006)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1647

Freqüência de SNPS, estrutura de haplótipos e desequilíbrio de ligação para os genes CAD2 e COMT2 da via de lignificação em Eucalyptus. (SNPS frequency, haplotype structure and linkage disequilibrium for the genes CAD2 and COMT2 at the lignification pathway for Eucalyptus). A.M. Póvoa. Dissertação de Mestrado. UCB - Universidade Católica de Brasília. 126 pp. (2005)
http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?
codArquivo=377&PHPSESSID=0722b60dea58e8352c475a24435d0d86


Genes de lignificação em Eucalyptus: estrutura e diversidade genética dos genes 4CL e CCoAOMT.
(Lignification genes in Eucalyptus: structure and genetic diversification of the 4CL e CCoAOMT genes). S.N.Santos. Dissertação de Mestrado. UCB - Universidade Católica de Brasília. 229 pp. (2005)
http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?
codArquivo=203&PHPSESSID=0722b60dea58e8352c475a24435d0d86


Subsídios para uma política de preservação e conservação de acervos em bibliotecas universitárias brasileiras. (Contribution for a preservation and conservation policy to the Brazilian university libraries). C.A. Valle. Dissertação de Mestrado. UnB - Universidade de Brasília. 118 pp. (1991)
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=446

"O Lugar do Papel"

Edição Especial da Revista Ciência & Ambiente
Universidade Federal de Santa Maria - Brasil

"Ciência & Ambiente" é uma publicação na forma de uma revista impressa em papel, criada e mantida com sucesso por alguns professores da Universidade Federal de Santa Maria. As edições são temáticas, em geral de 2 ao ano, e a cada número são inicialmente impressas cerca de 2.500 revistas.

Passei a conversar com o nosso estimado amigo Dr. Delmar Antonio Bressan, que é o editor e um dos membros do conselho da revista, quando ele me apresentou o projeto da revista de número 40, que seria totalmente dedicada ao papel, desde suas origens, tecnologias, dimensão da indústria e importância para a sociedade moderna. Foi um número muito bem planejado, especial para comemorar os 20 anos da revista. É claro, ao tomar conhecimento de um projeto como esse, logo de início me dispus a colaborar, escrevendo um dos artigos que compõem a edição.

A proposição do tema "O Lugar do Papel" foi feita pelo Prof. Ronai Pires da Rocha, professor de Filosofia da UFSM e o mais tecnológico do grupo de conselheiros. De imediato, outros renomados professores foram contactados, como o Prof. Carlos Vogt, líder do LABJOR/UNICAMP, que abraçou a idéia e ajudou a dar a formatação ao número. Na opinião do amigo Delmar, com o que concordo plenamente, foi feito algo bem diferente do convencional. Trabalhou-se o tema florestal, aspectos culturais e tecnológicos do papel, seus usos como veiculador de informações e armazenamento de conhecimentos, terminando com as múltiplas ferramentas e efeitos do mundo digital sobre o futuro desse bem de amplo e indiscutível valor cultural. No caminho, agregou-se um ilustrador de primeira categoria - o Elias Monteiro, de Santa Maria. "Com a qualidade dos textos publicados, foi alcançado um resultado final bastante aceitável", concluiu modestamente o Dr. Delmar.

O preço de capa desse número é de apenas R$ 25,00. Em caso de aquisição de um número maior de exemplares, existem descontos significativos. Acredito que se trata de um bom material para as empresas do setor de base florestal e produtoras de produtos papeleiros para fins gráficos distribuírem às partes interessadas da sociedade.

Tomo a liberdade de lhes apresentar na sua totalidade o Editorial que abre a edição, para que entendam o entusiasmo e a competência que resultaram nessa maravilhosa obra.

Fonte: Editorial do número 40 da revista "Ciência & Ambiente"
(pelo Dr. Delmar Bressan):
http://w3.ufsm.br/reciam/editorial.php?IDEdicao=48

A sociedade, em cada tempo histórico, é modelada por referências que lhe emprestam significados, valores, orientações. No caso da sociedade do século XXI, o referencial civilizatório parece compreender o conhecimento e sua importância estratégica para países e regiões, as novas ferramentas tecnológicas disponíveis para difusão de idéias e informações e a busca incontornável da sustentabilidade ecológica, entre outros elementos.

É exatamente esse cenário um tanto movediço que serve de palco para o debate proposto para comemorar os 20 anos de fundação de Ciência & Ambiente. O lugar do papel nesse contexto, qual será? O que o futuro reserva para os livros, revistas e jornais impressos diante da vigorosa expansão dos meios digitais? Como se dará tal convivência? As bibliotecas assumirão qual formato? A ciência e a educação em geral resultarão beneficiadas? De que modo? E o interesse público em meio a inovação tecnológica? Como se resolverá um conflito provável?

Para dar forma e substância à temática ainda imprecisa, e por isso mesmo intrigante, foram escalados intelectuais de primeira linha, caso dos editores convidados – Carlos Vogt (Laboratório de Jornalismo, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo) e Ronai Pires da Rocha (Departamento de Filosofia, Universidade Federal de Santa Maria) – e dos demais autores que colaboram com suas valiosas reflexões para compor o 40º número da publicação.
A edição de Ciência & Ambiente, subdividida em três partes, contempla análises filosófica e literária sobre ambigüidades e significações da palavra, seja ela impressa ou digital, além de revelar tendências de aplicação do instrumental eletrônico em substituição ao papel. Sem esquecer o modo de produção desse tipo de matéria-prima, sua importância econômica e os impactos ambientais decorrentes dos plantios florestais estruturados para tal finalidade.

É certo que não se pretende esgotar o tema. Nem fazer, como propõe Robert Darnton, em "A questão dos livros", a “apologia descarada em favor da palavra impressa”; nem tampouco identificar traidores, mesmo aqueles réus confessos, como João Pereira Coutinho, que, em recente artigo publicado na Folha de S. Paulo, se rende aos encantos do “Kindle, da Amazon, com capa de pele, bonitinho. Perigosamente bonitinho”.

Enfim, sem mais delongas, deixemos aos leitores, alguns deles nossos fiéis seguidores de duas décadas, a palavra final sobre a combinação mais adequada entre dois mundos, o do papel e o eletrônico/digital/virtual, não necessariamente portadores de contradições inconciliáveis.


Apesar da revista "Ciência & Ambiente" possuir um website de bastante qualidade, os artigos não estão disponibilizados na íntegra, apenas os resumos de cada artigo, feitos pelos próprios autores.

Recomendo que visitem o website e conheçam outras edições e também naveguem nessa presente edição de intrigante e valoroso cunho papeleiro.
http://w3.ufsm.br/reciam/ (Website da revista)
http://w3.ufsm.br/reciam/catalogo.php (Edições anteriores)
http://w3.ufsm.br/reciam/proxima_edicao.php (Próximas edições)


Edição nº 40 : "O Lugar do Papel": http://w3.ufsm.br/reciam/sumario.php?IDEdicao=48

Papel do futuro, futuro de papel. Sheyla Smanioto Macedo, Susana Dias e Carlos Vogt.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=415

Entre a celulose e o silício. Ronai Pires da Rocha.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=416

Implicações ecológicas dos plantios de eucalipto para produção de celulose o caso dos campos de areia do oeste do Rio Grande do Sul. José Newton Cardoso Marchiori e Fabiano da Silva Alves.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=417

Aspectos da evolução tecnológica da fabricação da celulose e do papel. Celso Foelkel.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=418 (Resumo)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/01_C&A_Evolucao%20celulose%20papel.pdf (Artigo na íntegra, autorizado pelo amigo Delmar)

A indústria de papel e celulose.
A produção no Brasil e no mundo. Cristiane Pedrazzi.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=419

O futuro do livro impresso e as editoras. Plinio Martins Filho.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=420

O livro eletrônico chegou! Vida eterna ao livro! Abel L. Packer.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=421

Tempos interessantes para a divulgação científica. Ana Paula Morales.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=422

Passado, presente e futuro dos jornais impressos no Brasil. Viviane de Almeida Alecrim e Manfred Sargl.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=423

Novas tecnologias e o futuro do jornal em papel. Sabine Righetti e Renato Cruz.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=424

Bibliotecas e portais de conteúdos científicos, tecnológicos e culturais: recursos para ampliar a visibilidade da informação na web. Rosaly Favero Krzyzanowski.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=425

Um pouco além do jardim. Demi Getschko.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=426

Impactos da cultura digital na educação. Waldomiro Loyolla.
http://w3.ufsm.br/reciam/resenha.php?IDResenha=427

Parabéns, autores, editores e conselheiros da revista "Ciência & Ambiente", um presente de seus 20 anos para o setor celulósico e papeleiro brasileiro.

Os interessados em adquirir esse ou outros números da revista, podem fazê-lo pelo link no website http://w3.ufsm.br/reciam/como_comprar.php.

Já os interessados em dialogar e trocar idéias com o Dr. Delmar Bressan ou com algum dos autores, podem fazê-lo através do endereço de e-mail: ambiente@ccne.ufsm.br

Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos
por Ester Foelkel
(http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html)

Produtos de Madeira de Eucalipto de Maior Valor Agregado para Uso na Construção Civil

Introdução

Os produtos de madeira de maior valor agregado são aqueles que recebem um reprocessamento após a madeira serrada já ter sido previamente beneficiada. Conhecidos também pela sigla PMVA (Produtos de Maior Valor Agregado), eles são objetos de madeira utilizados na construção civil já na etapa de finalização de uma obra, requerendo por isso mesmo um melhor acabamento (PNQM-PMVA, 2010; Revista Referência, s/d).

Os PMVA são em geral produtos da madeira que recebem retoques na carpintaria, transformando assim a madeira em portas, janelas, venezianas, telhados, assoalhos, pisos, marcos, batentes, esquadrias, forros, molduras e outros tipos de peças estruturais definitivas e leves para uma edificação (Wikipédia, 2010; PNQM-PMVA, 2010; Nahuz, 2010). Em relação aos pisos de madeira do eucalipto, o assunto já foi já amplamente abordado na Eucalyptus Newsletter de n° 24: http://www.eucalyptus.com.br/newspt_dez09.html#nove.

Dessa forma, como o próprio nome PMVA sugere, existe uma melhor qualidade e exigência técnica nesses produtos. A mão-de-obra, a tecnologia e o esforço empregados adicionalmente na madeira em busca da maior qualidade garantem maior retorno econômico às peças. Eles são por isso considerados os produtos derivados e secundários da madeira de maior valor na construção civil (PNQM-PMVA, 2010; Revista Referência, s/d). Alguns autores consideram os painéis feitos de madeira reconstituída, produtos de maior valor agregado (Carvalho et al., 2005; Vinicius, s/d). Porém, existem outros autores que os consideram produtos primários da madeira, tal como a celulose. Isso porque os painéis serão posteriormente transformados em outros objetos, principalmente em móveis. Esses seriam os verdadeiros produtos secundários da madeira (Gella, 2009; Revista Referência, s/d).

Os PMVA já foram muitíssimo utilizados para a elaboração de esquadrias no passado; contudo, alguns autores ressaltaram que com o advento de novas tecnologias e a descoberta de outros materiais com as mesmas funções, eles vêm perdendo espaço para peças de plástico, resinas, ferro, alumínio, cerâmica, etc. Apesar disso, Ino et al. (1998) acreditam que a preocupação da população com a preservação do meio ambiente fará com que o uso de recursos naturais renováveis como a madeira volte a ganhar forças em todos os ramos da construção civil.

De acordo com Zenid et al. (2003), o uso de madeira em edificações para fins definitivos tais como esquadrias, pisos e forros foi de 13% do total utilizado em madeira em São Paulo no ano de 2002. Essa utilização perdeu para o uso da madeira em estruturas de cobertura (50%) e para a elaboração de vigas, formas para concreto e andaimes, com 33% do total. Os mesmos autores também evidenciaram a elevada concorrência com outros produtos para confecção de esquadrias, principalmente na construção de casas populares e pré-fabricadas.

Apesar da madeira de muitas espécies nativas como a peroba rosa, o cedrinho, o jatobá, o pinheiro-do-Paraná, entre outras, serem muito apreciadas na produção de PMVA, atualmente, são as espécies de rápido crescimento e provenientes de plantios florestais (Eucalyptus e Pinus), as mais utilizadas e ambientalmente apropriadas para a função (PNQM-PMVA, 2010; Nahuz, 2010; Zenid et al., 2003).

A utilização da madeira para a confecção de portas, janelas, pisos e forros apresentam aspectos históricos, pois provavelmente teve início quando o homem deixou de ser nômade, utilizando as toras de madeira para suas primeiras moradias. Desde então, as tecnologias foram se aprimorando para diversos materiais (Leite, 2009); porém, a madeira ainda continua uma importante matéria-prima para a construção civil, tendo finalidade tanto temporária durante a construção, como para suporte e para a proteção em uso permanente.

Segundo Fernandes (2004), o gastos com esquadrias (portas e janelas) podem representar de 5 a até 14% do total de uma obra habitacional, evidenciando a importância desses produtos de valor agregado. O mesmo autor ainda ressaltou que apesar do elevado valor que representa em uma obra e de ter diversas funções, ainda existem poucos trabalhos e pesquisas com esquadrias realizados no Brasil.

Por isso mesmo, o objetivo do presente texto técnico foi o de apresentar os principais produtos de maior valor agregado fabricados a partir do eucalipto: a importância, vantagens e desvantagens da utilização dessa madeira para essas finalidades, além de evidenciar alguns resultados de pesquisas relacionados com o assunto.

Vantagens da madeira do eucalipto para PMVA


No Brasil, em um passado não muito distante, o eucalipto era utilizado basicamente para a produção de papel e celulose, lenha e carvão vegetal. Dessa forma, a madeira para a elaboração de moradias, em fins estruturais e arquitetônicos era derivada quase que totalmente de espécies florestais nativas. O uso incorreto e o abate indiscriminado dessas espécies pelo homem fez com que grande parte das matas nativas brasileiras fosse destruída. Ademais, muitas árvores endêmicas tais como o mogno e o pinheiro-do-Paraná passaram a ser ameaçadas de extinção, sendo hoje protegidas por lei. Dessa forma, a partir dos anos 60's, a necessidade imediata de madeira para suprir o desenvolvimento industrial e urbano fez com que as plantações de espécies de rápido crescimento como de eucalipto se tornassem alternativa viável até mesmo pela já existência de áreas plantadas no país (Weyerhaeuser, 2010; Zenid et al., 2009; Gella, 2009; Fraga, 2006).

A madeira do eucalipto apresenta diversos benefícios sociais, ambientais e econômicos comprovados para a utilização como esquadrias e outros PMVA. Observem algumas das principais vantagens:

Ambientais:

A madeira é um recurso natural 100% renovável, podendo se decompor na natureza, ao contrário do ferro, alumínio e de plásticos, que podem sobrar de edifícios em demolição e permanecerem por muito tempo no ambiente (Fraga, 2006). O mesmo autor apontou ainda a economia energética do uso da madeira para a construção civil, podendo economizar em até 99% dos gastos em energia quando comparado ao consumo energético para a produção de plásticos e até 21 vezes menos do que a energia necessária para a elaboração do concreto. Isso ainda sem falar que a madeira atua no seqüestro do carbono atmosférico, ajudando a diminuir o grave problema ambiental conhecido como efeito estufa (Ino et al., 1998).

Atualmente, grande parte da madeira de eucalipto no Brasil provém de florestas que possuem bom manejo, apresentando inclusive selos e certificações que garantem a sustentabilidade da cadeia produtiva. Isso também chama a atenção dos consumidores ambientalmente conscientes, preferindo produtos amigos da natureza para a construção de suas habitações (Ino et al., 1998; Fraga, 2006).

Os plantios de eucalipto ajudam a manter as áreas remanescentes de florestas nativas, garantindo o suprimento de madeira necessário para o desenvolvimento sócio-econômico. Isso ocorre principalmente devido ao seu rápido desenvolvimento e também à qualidade da madeira de suas florestas, quando manejadas corretamente para a finalidade (Weyerhaeuser, 2010; Fraga, 2006).

Se bem utilizados e conservados, grande parte dos PMVA de eucalipto podem ter elevada vida útil, podendo também ser reciclados e destinados para diferentes funções (Ino et al., 1998; Fraga, 2006).

Rampazzo e Sponchiado (2000) também observaram que o freqüente plantio de florestas são armazenamentos de madeira para gerações futuras, possibilitando também a posterior reposição (Ambiente Brasil, 2004).


Econômicas:

A produção de esquadrias, pisos, forros, entre tantos outros PMVA, podem-se tornar viáveis alternativas de renda em regiões próximas a plantios florestais de eucalipto. A madeira de muitas espécies do gênero apresenta características físico-mecânicas semelhantes a algumas apreciadas espécies nativas. Os eucaliptos possuem madeiras consideradas “duras” substituindo com bastante sucesso a madeira de algumas folhosas comercialmente atrativas (Acosta et al., 2008).

Weyerhaeuser (2010) detalhou que o Eucalyptus grandis é um dos mais utilizados na fabricação de PMVA e também de outros componentes estruturais da construção civil. Isso se explica principalmente pela densidade, resistência, durabilidade e elasticidade adequada, assemelhando-se em aspecto com a madeira do mogno (Gella, 2009; Ino et al., 1998).

O Eucalyptus dunnii também é apreciado na elaboração de esquadrias, principalmente pela uniformidade que sua madeira possui, além da coloração clara, característica bastante apreciada (Gella, 2009). O mesmo autor também comentou que E. citriodora é outra espécie utilizada para confecção de esquadrias assim como E. cloeziana. A primeira apresenta maior estabilidade dimensional e resistências e a segunda têm aspectos semelhantes à madeira do ipê, do pau-marfim e da peroba. Ela também é mais resistente ao ataque de agentes depreciadores da madeira como os térmites (Gella, 2009).

Weyerhaeuser (2010) relatou que o híbrido E. grandis X E. urophylla apresenta uma madeira muito apreciada por carpinteiros e designers do mundo todo, principalmente por possuir resistência e coloração rosada semelhante à do mogno. Porém, com menos defeitos e principalmente com valores de preço e custo bem mais acessíveis que os da última. Na atualidade, a madeira do eucalipto é muito mais abundante do que a grande maioria das nativas, resultando em economia pelo menor custo de aquisição e de transporte. O mercado da madeira do eucalipto também é mais seguro aos investidores, havendo remota possibilidade de faltar matéria-prima no mercado. Outra enorme vantagem é que as plantações de eucaliptos podem ser estabelecidas próximas aos setores de beneficiamento industrial, reduzindo os custos de transporte e estocagem.

O tempo de secagem e beneficiamento de espécies desse gênero também são inferiores aos de algumas nativas. (Ino et al., 1998). Dessa forma, o custo de investimento para a produção de esquadrias com madeira de eucalipto é inferior aos das nativas, podendo inclusive gerar rendas apreciáveis no futuro (Rampazzo e Sponchiado, 2000). Tanto os produtores florestais, como os industriais acabam se beneficiando dessas vantagens.

Sociais:

A utilização do eucalipto para a produção de PMVA pode gerar novos postos de trabalho. Portas, janelas, molduras, forros, marcos, pisos, entre outros, requerem mão-de-obra especializada na sua elaboração, garantindo emprego e renda para os profissionais que atuam nessa área. A madeira do eucalipto para finalidades mais nobres também necessita de maior qualidade, precisando, para tanto, de um manejo diferenciado nas áreas de plantio florestal. Esse manejo florestal também pode gerar novos empregos na região (Rampazzo e Sponchiado, 2000).

Por exemplo, em pesquisa realizada por Laverde (2007), apesar dos obstáculos encontrados durante a produção de esquadrias de madeira de eucalipto em assentamento no município de Itapeva, SP, surgiu a potencial geração de trabalho e renda para a comunidade em estudo.

Rampazzo e Sponchiado (2000) apontaram que, pela sua versatilidade, o uso da madeira do eucalipto na construção civil de habitações pode gerar mais renda e empregos em toda a cadeia produtiva dessa matéria-prima e para os mais diversos fins. Isso ajuda a descentralizar a produção, possibilitando o surgimento de cooperativas e de inúmeras pequenas empresas.

Desvantagens da madeira do eucalipto para PMVA

Mesmo com a abundância de madeira de eucalipto em muitas regiões brasileiras, ainda não há manejos florestais específicos orientados para a manufatura de PMVA. A madeira para esse tipo de produto deve ser de alta qualidade, livre de defeitos, os quais incluem os nós. Dessa forma, desramas ou podas artificiais devem ser feitas, assim como desbastes para a escolha dos indivíduos com as melhores características em um povoamento florestal (Weyerhaeuser, 2010; Laverde, 2007).

Além disso, segundo Ponce (1995), a maioria das plantações de eucalipto que possuíam manejo adequado, não tinham naquela época a genética apropriada para a serraria, havendo variações de suas propriedades físico-químicas, tais como densidade, coloração, bem como das propriedades mecânicas. Em estudo conduzido por Laverde em 2007, avaliando a cadeia produtiva da produção de esquadrias de eucalipto, a carência de matéria-prima com qualidade foi um dos principais problemas encontrados, mais de uma década depois do relatado pelo Dr. Reinaldo Ponce.

Ainda existe uma barreira cultural forte contra a utilização da madeira para a construção de moradias. Muitas pessoas preferem edificações de alvenaria, desconhecendo todos os benefícios e vantagens que a madeira proveniente de florestas plantadas apresenta (Fraga, 2006; Rampazzo e Sponchiado, 2000).

Além das desvantagens já comentadas, Ino et al. (1998) abordaram outros aspectos negativos da madeira do eucalipto para a elaboração de esquadrias tais como: a menor durabilidade da madeira, quando comparada principalmente a outros materiais; a necessidade de maior manutenção e de secagem adequada da matéria-prima, o que pode encarecer o produto; freqüentemente a madeira do eucalipto não é manejada corretamente para serraria, podendo causar um menor aproveitamento da matéria-prima; e os PMVA derivados de eucalipto podem ter valores de troca inferiores aos de algumas nativas.

Rampazzo e Sponchiado (2000) também observaram que a troca do uso da madeira de nativas pela do eucalipto requer a adequação do maquinário e a aquisição de novas tecnologias e conhecimentos que garantam um produto de maior valor agregado, com o lucro desejado e a sustentabilidade dos processos.

Pesquisas relacionadas com os PMVA

O número de pesquisas que abordam Produtos de Maior Valor Agregado da madeira de eucalipto ainda é diminuto, pois o tema ganhou destaque em anos recentes. Apesar da importância econômica, social e ambiental que os PMVA podem oferecer, ainda existe restrita troca de informações e poucos trabalhos técnicos e científicos sobre os assuntos correlacionados.

Observem alguns desses:

Strapasson (2009) avaliou o processo produtivo de empresa especializada na fabricação de quadros para portas em Curitiba. Os principais entraves observados foram com relação aos desperdícios de matéria-prima (pela compra de materiais deficientes) e a mão-de-obra ociosa, gerada basicamente pela diferença produtiva dos equipamentos utilizados.

Avaliando a viabilidade técnica e econômica do processo produtivo de janelas de madeira de eucalipto de uma marcenaria para a elaboração de moradias populares, Leite (2009) considerou que a falta de qualidade da matéria-prima foi o principal causador do baixo rendimento, quando do uso de madeira de eucalipto. Isso também acarretou em atrasos na produção e no aumento nos custos das janelas. O valor estipulado para ser gasto com as janelas das habitações inicialmente não deveria ultrapassar 4,3% do total da obra. Isso não aconteceu; porém, considerando que os custos com esquadrias no Brasil estão entre 8 a 14% do total do valor da obra, o encontrado no estudo se enquadrou nas médias nacionais.

Laverde (2007) analisou o processo produtivo de esquadrias de eucalipto para 49 habitações em assentamento rural. Os resultados apontaram falta de matéria-prima apropriada, resultando em produtos com qualidades inferiores às esperadas. Com relação aos custos, as janelas produzidas apresentaram valores de produção superiores aos de janelas metálicas; porém, o autor apontou que há ganhos difíceis de serem quantificados tais como o aumento da renda, criação de novos postos de trabalho e organização social da comunidade.

Fernandes (2004) avaliou as variáveis para melhorias de projetos de esquadrias de madeira. As observações apontaram a falta de estudos prévios relacionados ao assunto. O projeto de esquadrias também foi considerado extremamente importante para a racionalização da cadeia produtiva e consequentemente para a geração de maiores lucros aos produtores. O autor apontou que as variáveis que interferem na otimização da produção das esquadrias estão todas interligadas entre si, dificultando a tomada de decisões. As principais variáveis estudadas pelo autor foram: o ambiente (clima e local), mão-de-obra, maquinário, tecnologia, produção e instalação, desenho técnico, componentes da esquadria, entre outros. A elaboração de um projeto de esquadrias deveria envolver profissionais de diversas áreas (arquiteto, desenhista industrial, engenheiros civil, florestal, químico e de produção, ergonomista, construtor e marceneiro) buscando a sustentabilidade, economia, funcionalidade e qualidade dos produtos finais.

Estudos desenvolvidos por Ino et al. (1998) também objetivaram a avaliação da cadeia produtiva de janelas de eucalipto. Para tanto, foram desenvolvidos e testados dois protótipos. O trabalho na época trouxe inovações tecnológicas de beneficiamento da madeira e diferenciações quanto ao maquinário, usinagem e secagem para a substituição da madeira nativa pela de reflorestamento. Como resultados principais, os autores não constataram diferenças significativas de preço de produção de janelas feitas de eucalipto, quando comparadas às de outras árvores nativas. A qualidade de acabamento das peças foi outro problema encontrado durante o trabalho. Isso ocorreu por falta de matéria-prima apropriada na região e também pela tecnologia empregada para a construção das janelas. Mesmo tipo de constatação é referida por Ambiente Brasil (2004)

Oliveira e Hellmeister (1998) avaliaram as características de sete espécies de eucalipto para serem utilizadas na construção civil. Para tanto, as madeiras de 35 árvores de 16 anos das espécies Eucalyptus citriodora, E. tereticornis, E. paniculata, E. pilularis, E. cloeziana, E. urophylla e E. grandis foram submetidas a estudos anatômicos, de rentabilidade, durabilidade natural, densitometria de raios-X, entre outros. Os resultados mostraram-se promissores, apontando o potencial de várias espécies para a substituição da madeira das nativas. Em geral, o eucalipto apresentou adequada estabilidade, assim como o fator anisotrópico foi considerado satisfatório. E. grandis e E. urophylla foram as espécies com menor durabilidade natural e as mais suscetíveis a ataques de cupins. Os autores ressaltaram que as características físico-químicas de algumas espécies aliadas ao rápido crescimento fazem com que sejam necessárias novas políticas de manejo dos eucaliptos em busca tanto da sustentabilidade como também da qualidade da madeira para fins arquitetônicos e estruturais.

Considerações finais

Apesar dos produtos da madeira de alto valor agregado serem comuns no mercado de base florestal brasileiro, ainda existem poucos estudos tecnológicos e científicos sobre o assunto. Há uma carência de informações na área, principalmente com a madeira proveniente de florestas plantadas. Dessa forma, pesquisas deveriam ser incentivadas para aprimorar os benefícios do uso do eucalipto como PMVA e diminuindo os seus aspectos negativos para a finalidade. fonte deve ser verdana 10

Ainda há o desconhecimento de boa parte da população frente aos benefícios ambientais que os eucaliptos podem trazer, podendo tornar a construção civil muito mais sustentável sem perder na qualidade e na economia.

A contínua e crescente conscientização ecológica dos consumidores fará com que os PMVA feitos de madeira de florestas cultivadas ganhem mais expressão e passem a serem utilizados com grande freqüência.

Referências da literatura e sugestões de leitura

Observem a seguir algumas literaturas utilizadas para a elaboração desse texto técnico, assim como outras muito interessantes que abordam o tema em questão.

Esquadria de madeira.
Wikipédia. Acesso em 14.12.2010:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esquadria_de_madeira

PNQM-PMVA. Programa Nacional de Qualidade da Madeira - Produtos de Maior Valor Agregado. ABIMCI - Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente. Acesso em 14.12.2010:
http://www.abimci.com.br/index.php?option=
com_content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=27

Janelas de madeira. Madeiras.CC. Windows. Acesso em 14.12.2010:
http://www.madeiras.cc/janelas.html

Série histórica da produção de PMVA. Série histórica do consumo de PMVA. SBS - Sociedade Brasileira de Silvicultura. Acesso em 14.12.2010:
http://www.sbs.org.br/segmento_madeira.htm#9

Uso da madeira de florestas plantadas na construção civil e no mobiliário: tendências e perspectivas. M. A. S. Nahuz. MS Florestal. 41 pp. (2010)
http://www.opec-eventos.com.br/msflorestal/dowload/marcio.pdf

Hardwoods in green building: plantation-grown Eucalyptus makes its mark as a versatile, sustainable exotic species. Weyerhaeuser. Continuing Education Center. (2010)
http://continuingeducation.construction.com/article.php?L=52&C=638&P=5

Sash Timber range benefits from red grandis hardwood. Fenestration News. (2009)
http://www.fenestration-news.com/news/newsItem.aspx?id=6506

Esquadrias de eucalipto, uma opção viável. A. Gella. Portalmad Esquadrias. (2009)
http://portalmad.blogspot.com/2009/10/esquadrias-de-eucalipto-uma-opcao.html

Análise da viabilidade técnica e econômica da produção de janelas de madeira de eucalipto em uma marcenaria coletiva autogestionária para projetos de habitação social rural. T. M. Leite. Dissertação de Mestrado. USP - Universidade de São Paulo. 259 pp. (2009)
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp105749.pdf (Há necessidade de se cadastrar sem custos para se fazer o downloading)
http://dominiopublico.qprocura.com.br/dp/101168/analise-da-viabilidade-tecnica-e-
economica-da-producao-de-janelas-de-madeira-de-eucalipto-em-uma-marcenaria-
coletiva-autogestionaria-para-projetos-de-habitacao-social-rural.html

Door-to-door: a estratégia competitiva utilizada pela empresa Acifer Ltda. para a exportação de portas de madeiras projetadas por encomenda. R. Ihlenfeld. EnAProC/UNIUV. p. 252-258. (2009)
http://www.fundacaoaraucaria.org.br/projetos/projetos04-2009/16954-Anais.pdf

Planejamento estratégico do processo produtivo da fabricação de quadros para portas lisas. E. L. Strapasson. Monografia de Conclusão de Curso. UFPR - Universidade Federal do Paraná. 48 pp. (2009)
http://www.madeira.ufpr.br/tccpublicados/tcceltonstrapasson.pdf

Wood technologies and uses of Eucalyptus wood from fast grown plantations for solid products. M. S. Acosta; C. Mastrandrea; J. T. Lima. Proceedings of the 51st International Convention of the Society of Wood Science and Technology. 12 pp. (2008)
http://www.swst.org/meetings/AM08/proceedings/WS-45.pdf

Processo produtivo de esquadrias em madeira de eucalipto na marcenaria coletiva do assentamento rural Pirituba II – Itapeva-SP. A. Laverde. Dissertação de Mestrado. USP - Universidade de São Paulo. 266 pp. (2007)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18141/
tde-07042008-095529/publico/versao_definitiva.pdf

Arranjo produtivo local da madeira e esquadrias de Porto União da Vitória. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. 33 pp. (2006)
http://www.redeapl.pr.gov.br/arquivos/File/NTapl_mad_esquad_un_vitoria.pdf

Sistemas construtivos. Construções de madeira. E. Quinalia. Téchne 106. 08 pp. (2006)
http://pcc2435.pcc.usp.br/textos%20t%C3%A9cnicos/
estrutura/Sistemas%20construtivos_madeira.pdf

Sustentabilidade e custos na era verde. Textos Esquadrias Primos. (2006)
http://www.esquadriasprimos.com.br/portasmadeirajanelasvenezianas/
portasejanelascustos.html


Caracterização do setor florestal: uma abordagem comparativa com outros setores da economia. R. M. M. A. Carvalho; T. S. Soares; S. R. Valverde. Ciência Florestal 15(1): 105-118. (2005)
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/artigos/v15n1/A10V15N1.pdf

Esquadrias residenciais em madeira: contextualização de variáveis para otimização de projetos. A. G. Fernandes. Dissertação de Mestrado. UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 181 pp. (2004)
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/5609/000473062.pdf?sequence=1

Estudo da Habitare/Finep gera protótipos de janelas de madeira de reflorestamento. Ambiente Brasil. (2004)
http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2004/09/29/16306-estudo-da-
habitarefinep-gera-prototipos-de-janelas-de-madeira-de-reflorestamento.html

Valor agregado. Mercado internacional sinaliza evolução. M. Nahuz. Revista da Madeira nº 80. (2004)
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=549&subject=
Valor%20Agregado&title=Mercado%20internacional
%20sinaliza%20evolu%C3%A7%C3%A3o

Estudo gera protótipos de janelas de madeira de reflorestamento. Revista Habitare 4. (2004)
http://www.habitare.org.br/ConteudoGet.aspx?CD_CONTEUDO=269

Madeira: uso sustentável na construção civil. G. Zenid et al. 60 pp. IPT. (2003)
http://www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/
publicacoes/manual_madeira_uso_sustentavel.pdf

O uso da madeira de reflorestamento na construção civil com enfoque na habitação. S. E. Rampazzo; M. Sponchiado. Revista de Pesquisa em Pós-Graduação 01: 131-148. (2000)
http://scholar.google.com.br/scholar?cluster=
16091688894964648663&hl=pt-BR&as_sdt=0

Caracterização da madeira de sete espécies de eucaliptos para a construção civil: 1 - Avaliações dendrométricas das árvores. (Characterization of seven eucalypt wood species to civil construction: 1- Dendrometrics evaluations of the trees). J. T. S. Oliveira; J. C. Hellmeister; J. W. Simões; M. Tomazello Filho. Scientia Forestalis 56: 113-124. (1999)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr56/cap08.pdf

Otimização do processo de fabricação de esquadrias de madeira no centro produtor da região sul e desenvolvimento de janelas de baixo custo para habitação social. A. Ino; I. Shimbo; A. J. D. Souza. (Relatórios de Pesquisa FINEP). EESC-USP São Carlos. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. 30 pp. (1998)
http://www.habitare.org.br/pdf/publicacoes/arquivos/107.pdf

Caracterização da madeira de eucalipto para a construção civil. J. T. S. Oliveira; J. C. Hellmeister. Boletim Técnico da Escola Politécnica. USP - Universidade de São Paulo. 45 pp. (1998)
http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/BTs_Petreche/BT194-%20Oliveira.PDF

Madeira serrada de eucalipto: desafios e perspectivas. R. H. Ponce. Seminário Internacional de Utilização da Madeira de Eucalipto para Serraria. IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. 09 pp. (1995)
http://www.ipef.br/publicacoes/seminario_serraria/cap06.pdf

Mercado. Produtos com valor. Revista Referência. (s/d = Sem referência de data)
http://www.revistareferencia.com.br/index2.php?principal=
ver_conteudo.php&uid=458&edicao2=74

Estado actual de la informacion sobre productos forestales. M. Vinicius. FAO - Food and Agriculture Organization. (s/d)
http://www.fao.org/docrep/006/ad399s/AD399s09.htm

Algumas imagens sobre PMVA de eucaliptos (apenas para referenciar imagens de produtos - sem se constituir em indicações comerciais):

http://www.eucka.com/esquadrias.html (Esquadrias de eucalipto. Eucka)
http://www.sizenando.com.br/produtos.html (Portas e janelas. Sizenando)
http://cadoreesquadriasijui.blogspot.com/ (Esquadrias no blog Cadore)
http://www.grupocadore.com.br/esquadrias/index.php (Esquadrias. Grupo Cadore)
http://ww2.imaflora.org/arquivos/sede.pdf (Sede Imaflora construída em madeira)
http://www.quero-quero.com.br/casa-construcao/portas-e-janelas/
porta-de-madeira/porta-eucalipto-sacada-28-quadriculada-120x215x15c
(Portas e janelas. Quero-Quero)
http://www.bezemad.com.br/prodvar.aspx?cp=147-5&np=PORTA
+15+VIDROS+3+ALMOFADAS+EUCALIPTO+82+CM
(Porta de eucalipto. Bezemad)
http://www.flaviense.com.br/porta-macica-eucalipto
-com-primer-lindoya-2-10mt-x-80cm.html
(Porta de madeira de eucalipto. Flaviense)
http://www.cruzeiro.ind.br/produtos.html (Portas e esquadrias de eucalipto. Cruzeiro)
http://www.mcapivaras.com.br/produtos/acabamentos (Acabamento. Madeireira Capivaras)
http://www.mcapivaras.com.br/produtos/esquadrias (Esquadrias. Madeireira Capivaras)
http://www.madepardoors.com/en/eucalyptus.html (Portas Eucalyptus. Madepar)
http://www.doorstoresonline.co.uk/Quarter-
cut-eucalyptus-veneered-door-p/qceuchc35mmv.htm
(Portas Eucalyptus. Door Store)
http://www.bieberusa.com/fsc_wood_windows.html (Portas e janelas. Bieber)
http://www.flaviense.com.br/porta-eucalipto-veneziana.html (Portas de eucalipto. Flaviense)

Mini-Artigo Técnico por Celso Foelkel

Plantios Adensados de Eucaliptos: Será que esse Novo Modelo de Silvicultura Pode Apresentar Adequada Sustentabilidade?

O setor florestal brasileiro, que se baseia em plantações de eucaliptos, conseguiu desenvolver nas últimas décadas, através de muita pesquisa e de estudos científicos, um modelo de silvicultura de alta produtividade com excelentes qualidades econômicas, ambientais e sociais. Mesmo para as plantações de relativamente curta rotação (seis a oito anos) e manejadas por talhadia com corte raso, as florestas de eucalipto apresentam excelentes performances nos principais indicadores de sustentabilidade. Isso é atestado pelas inúmeras certificações de bom manejo florestal e de cadeia-de-custódia conquistadas e mantidas pelas empresas líderes do setor florestal no país.

Sabemos que todas as atividades antrópicas de grande magnitude, como é o caso de áreas de reflorestamento para uso industrial de seus produtos, podem apresentar impactos ambientais, alguns positivos e outros negativos, sendo que esses últimos precisam ser mitigados. Há efeitos importantes no uso de recursos naturais, tais como solo, água e luz, além dos efeitos na biodiversidade. Isso é inquestionável, mas é também motivo de desafio constante para os técnicos e acadêmicos do setor em busca de modelos de adequados níveis de sustentabilidade. Em função disso, conseguiu-se ter modelos de manejo silvicultural em que os impactos negativos foram minimizados ou compensados e os efeitos positivos, maximizados. Melhor que isso, há modelos implementados para produção de madeira para serraria e PMVA (Produtos de Maior Valor Agregado) com excepcionais performances ambientais, como é o caso do manejo por alto fuste com desbastes intermediários em rotações longas de 15 a 25 anos. Nesses casos, minimiza-se a ação do homem sobre o ecossistema e a floresta cresce, dá seus produtos e conserva e restaura muitas variáveis ambientais.

Em atividades de plantações de florestas, as ações mais drásticas ocorrem nas operações de plantio e de colheita florestal. Enquanto a floresta cresce e faz fotossíntese, as atividades humanas são mínimas. Isso acontece durante a rotação, que atualmente nas plantações tradicionais de eucalipto varia entre 6 a 25 anos, conforme o objetivo desejado para a plantação. As coisas acontecem dessa forma porque as atividades operacionais podem desestruturar e/ou compactar o solo, desnudar a sua superfície da terra, favorecer a oxidação da matéria orgânica, aumentar a erosão pelas gotas de chuva ou pelas enxurradas, impactar a micro-vida do solo e a sua biologia, etc. Enfim, há impactos sobre a física, química e biologia do solo. A cada movimentação intensa causada na área florestal por ação antrópica, maiores serão os efeitos ambientais negativos e maiores as chances de termos prejuízos na sustentabilidade da qualidade produtiva do sítio florestal e dos ecossistemas adjacentes. Também, a cada nova formação de florestas plantadas, temos aplicações de agroquímicos, tais como inseticidas, formicidas, herbicidas e fertilizantes.

A conclusão sábia e objetiva que qualquer técnico florestal consegue tirar desses fatos é que a sustentabilidade florestal é mais facilmente alcançada pelo prolongamento da rotação da floresta plantada. Com isso, ficam favorecidas as condições para que os ciclos hidrológicos e biogeoquímicos ocorram de forma mais balanceada e com poucos distúrbios. Com isso, as maravilhosas mágicas naturais, tais como a ciclagem de nutrientes no ecossistema, a estocagem de carbono orgânico na floresta e no solo, o desenvolvimento da biologia do solo e a saúde da flora e fauna serão todas magnificadas. Isso nos garantirá maior tranqüilidade e certeza de que as futuras gerações de florestas ou os outros usos desses solos não serão prejudicados. Também sabemos que o manejo florestal pode ser otimizado e com minimização de interferências nos ecossistemas através dos inúmeros experimentos implementados para monitoramento de micro-bacias em áreas reflorestadas com eucaliptos.

Florestas plantadas são ecossistemas até certo ponto simples e que têm a capacidade de interagir dinamicamente com os recursos naturais a elas fornecidos, sendo que isso é afetado pelo tipo de manejo florestal aplicado pelos técnicos. Na verdade, as florestas plantadas nada mais são do que conjuntos organizados de árvores da mesma espécie ou até do mesmo genoma (povoamentos monoclonais). Elas são assim estruturadas de forma a produzirem um resultado em benefício dos usuários de seus produtos, o mais comum deles sendo a madeira. Essas árvores melhoradas e plantadas em condições de altas tecnologias (desenvolvidas por pesquisa e muita ciência) são extremamente eficientes para usar os insumos oferecidos e para formar matéria orgânica. Com muita competência e eficiência, elas absorvem o gás carbônico da atmosfera, utilizam a energia da luz solar e a água do solo e produzem matéria orgânica que vão armazenar em seus diversos compartimentos, tais como raízes, copa, casca e lenho do tronco. Quanto mais ecoeficiente for a floresta, melhor ela fará isso, com mínima utilização de insumos (nutrientes, água, energia, etc.) por tonelada de material orgânico formado. Essa produtividade florestal com utilização de recursos naturais é muito afetada pela tecnologia florestal empregada e pelo tipo de manejo adotado.

Um novo modelo de silvicultura vem sendo debatido, estudado e implementado nos últimos cinco anos. Esse modelo altera drasticamente tanto a população de árvores por hectare (aumentando) como o tempo de rotação da floresta (diminuindo). Nos modelos até recentemente praticados para produção de madeira para celulose e papel, lenha, painéis de madeira, carvão vegetal, produtos de maior valor agregado, etc., a população inicial de árvores plantadas tem variado entre 830 a 2.500 por hectare. Isso tem colocado um espaço vital de área de terra de cerca de 4 até 12 metros quadrados por árvore.

Os modelos florestais que atualmente vêm sendo denominados de "plantios adensados" ou de "florestas energéticas para produção de biomassa" têm como meta a máxima produção de matéria orgânica por hectare, e isso em curtos espaços de tempo. São plantadas entre 5.000 (espaçamento 3m x 0,67m); 6.667 (espaçamento 3m x 0,5m) a 7.143 (2,8m x 0,5m) árvores por hectare para colheita por corte raso total aos 24 a 36 meses. Com isso, cada árvore passa a dispor de apenas 1,4 a 2 metros quadrados para crescer de forma apertada e esbarrando umas às outras desde suas mais tenras infâncias. O objetivo é a máxima produção de biomassa no menor espaço de tempo possível. Essa biomassa será em geral utilizada para gerar energia em caldeiras de força ou para produção de péletes ou briquetes energéticos para venda doméstica ou a nível internacional (exportações).

Essa nova onda de produção massiva de biomassa florestal (e também agrícola) vem sendo incentivada e apoiada pelos governos de inúmeros países, os quais buscam substitutos aos combustíveis fósseis. Há muita gente grande acreditando nisso e colocando dinheiro grosso para produção de biomassa energética, até imaginando que estarão fazendo um enorme bem para o planeta Terra. O problema maior é que as pesquisas sobre plantações florestais adensadas são praticamente inexistentes. Pouco conhecemos sobre seus impactos, sejam no curto, médio ou longo prazos. Foi por essa razão que decidi escrever essas reflexões que possam servir de base para um maior diálogo sobre esse novo e até mesmo potencialmente perigoso modelo florestal. Sem um adequado manejo e proteção dos ecossistemas, podemos estar usando recursos naturais de forma muito agressiva e prejudicando a sustentabilidade duramente conquistada pelo setor brasileiro de florestas plantadas até os dias presentes.

Em muitas situações no mundo de hoje, os burocratas do poder público vêm colocando à disposição de investidores dinheiro de financiamento a custo baixo. Eles querem trocar o modelo energético do petróleo para a biomassa; e querem fazer que isso aconteça logo. Por sua vez, os investidores são atraídos pelo dinheiro barato e pelas novas oportunidades desse negócio florescente. Mergulham nisso sem avaliar ou refletir sobre a fundamentação científica e teórica do novo modelo em relação à sua sustentabilidade. Sequer avaliam outras opções, o dinheiro existe para isso, o mercado futuro é atrativo e ponto final, todos vão em frente, sem hesitações.

Espero colocar alguma luz para impedir que nossa silvicultura do eucalipto, que cresceu e se desenvolveu na busca de operações sustentáveis, mergulhe de cabeça em algo que deixe a desejar em termos de sustentabilidade ambiental. Pelo menos, se decidirem fazer isso, que busquem na ciência e na pesquisa os mecanismos que minimizem os impactos negativos sobre o solo, recursos hídricos, biologia dos ecossistemas, etc. Um manejo de baixa qualidade ambiental seria um desastre para a eucaliptocultura brasileira, pois seus reflexos poderiam se propagar por todas as cadeias produtivas que se valem da madeira das florestas plantadas desse gênero de árvores.

O fator tecnológico capaz de regular a densidade populacional de uma floresta plantada é exatamente o espaçamento entre as árvores. Quando temos abundância de insumos naturais e mesmo artificialmente adicionados, tais como água, nutrientes, luz, etc. podemos colocar mais indivíduos por hectare. Entretanto, se temos escassez desses fatores de produção, caso faltar algo, a floresta vai logo sentir essa carência. Temos então que prover essas demandas através de meios tecnológicos, como fertilização, irrigação, etc. Sábio foi nosso grande autor literário brasileiro, Machado de Assis, em seu famoso livro "Quincas Borba", ao analisar o que pode acontecer na carência de alimentos (no caso, batatas) para populações concorrentes. Em excesso de gente, se não há alimentos suficientes, a solução é competir por eles, mesmo que isso possa representar uma guerra sangrenta. Relata o autor que nessas situações, "quem deveria ficar com as batatas seriam os vencedores", aniquilando então os mais fracos. Dividir as batatas seria a morte para todos.

O objetivo do espaçamento seria colocar na área florestal uma população de plantas que consiga crescer uniformemente e sem que ocorra uma competição a ponto de causar dominação intensa, ou mesmo morte, das plantas mais fracas. No passado, antes de se terem os plantios clonais, as árvores originadas de sementes eram muito irregulares. Em espaçamentos apertados, "as batatas eram muito disputadas" e muitas das plantas mais fracas até mesmo morriam antes do término da rotação. A baixa sobrevivência e a alta irregularidade eram, até os anos 80's, as características de praticamente todas as tentativas feitas com plantios adensados de eucaliptos. Nosso estimado amigo e amigo dos eucaliptos, Dr. Laércio Couto, um dos mais entusiasmados defensores dos plantios adensados de eucaliptos, advoga que os plantios clonais resolveram esse problema, pelo menos na primeira rotação. Faltariam ainda mais estudos para as rotações seguintes manejadas pela condução da brotação das cepas do clone após a colheita do povoamento original.

Até recentemente, o principal produto objetivado da floresta plantada era sua madeira, que poderia ser na forma de toras grossas e obtidas em rotações mais longas (para serraria); ou de toras mais finas, com rotações mais curtas, mas suficientes para fornecerem árvores de no mínimo 0,2 metros cúbicos cada (para celulose e papel, carvão vegetal, painéis de madeira, etc.).

Com a crescente demanda européia e norte-americana por biomassa energética, as florestas plantadas passaram a serem vistas como produtoras não apenas de madeira, mas de biomassa, não importando muito em que forma essa biomassa possa estar (casca, folhas, galhos, ponteiros e madeira). Até mesmo as raízes passaram a ser cobiçadas. Já para alguns técnicos florestais inescrupulosos e sedentos de biomassa, até a manta de folhas e ramos depositados pela floresta sobre solo na forma da conhecida serapilheira passou a ser varrida, empacotada e levada para a produção de energia. Imaginem a desgraça que isso pode representar, com toda a biomassa rica em nutrientes e carbono orgânico sendo simplesmente rapada para ser convertida em cavacos e/ou péletes e briquetes energéticos. Quais os impactos que poderemos ter no médio e longo prazo sobre a ciclagem de nutrientes e sobre a riqueza dos solos, seja biológica, química ou física? Até que ponto já temos estudos científicos para garantir sustentabilidade a esse novo modelo de silvicultura voltado para a produção de biomassa em curtas rotações?

Sem querer alarmar nossos leitores e tampouco apresentar um cenário de desgraças, vou procurar nesse artigo, a partir de agora, colocar uma série de questionamentos técnicos e algumas considerações próprias e apropriadas de minhas reflexões sobre o tema. Isso levando em conta minha experiência eucalíptica e a leitura que fiz dos poucos estudos disponíveis sobre a temática e apresentados para a leitura de vocês na seção de referências da literatura. Há muita ansiedade no ar, inclusive de minha parte. As autoridades ambientais, os auditores dos sistemas de certificação florestal, os investidores e a própria sociedade precisam estar conscientes de que essas mudanças poderão representar alterações profundas na nossa silvicultura atual. Até que ponto estaremos dispostos a aceitá-las antes de termos adequados mecanismos para lhes garantir o mesmo nível de sustentabilidade dos manejos tradicionais? Estou me referindo àqueles baseados em cortes rasos de populações de cerca de 1.000 a 1.600 árvores por hectare e em colheitas entre os 6 e 8 anos.

Fica difícil para mim lhes colocar todas essas ansiedades na forma de um mini-artigo técnico. Talvez eu conseguisse lhes escrever um livro, ou um bom e longo capítulo acerca desse assunto, mas não seria o caso agora. Por essa razão, vou lhes apresentar meus questionamentos e tentativas de reflexões, que são na verdade fruto das mesmas preocupações que estão surgindo no setor florestal brasileiro que se baseia em florestas plantadas de eucaliptos. Serão 17 questionamentos, começando pelos mais genéricos, passando pelos temas ambientais, econômicos e sociais, tudo exatamente como prega o bom conceito de sustentabilidade.

Questionamento 01: Afinal, qual o objetivo do plantio adensado?

Entendo por tudo que tenho lido e escutado sobre plantios adensados, que seu objetivo é a máxima produção (idealmente de forma sustentável) de biomassa energética por hectare de plantação florestal. Espera-se atingir essa meta por máximo uso da área florestal (sítio) e em curtíssimas rotações, plantando-se florestas como culturas agrícolas de ciclo curto. Com isso, os plantadores dessas florestas esperam antecipar as produções e as receitas econômicas. As técnicas de manejo relatadas mostram plantios densos, para serem colhidos com idades entre 24 a 36 meses. Os produtos desses plantios deverão ser a madeira e a casca dos troncos das árvores, que nessas idades correspondem juntos a cerca de 78 a 82% do peso seco de biomassa aérea das florestas. Os restantes 20% correspondem a folhas (cerca de 8%) e galhos (cerca de 12%).

Ainda que nossos cientistas venham advogando o uso apenas da madeira para minimizar a exportação de nutrientes e seus impactos na fertilidade do solo, torna-se difícil entender como essas toras finas serão desgalhadas e descascadas. Também, fica difícil acreditar que produtores de biomassa vão deixar de lado tanto material combustível como casca, galhos, ponteiros, folhas, etc. Essa é para mim a mais dura e cruel realidade - apesar dos estudos da academia estarem propondo o uso apenas da madeira, muitos produtores certamente não irão se contentar só com isso e gastar inclusive muito mais para separação dessa madeira do restante da biomassa aérea e igualmente combustível. Logo, a conclusão óbvia é que a meta dos plantios adensados deverá ser o uso de praticamente toda a biomassa aérea das árvores florestais assim plantadas. Em alguns casos, até mesmo a serapilheira poderá ser rapinada, um crime ambiental de grande magnitude, se isso vier a acontecer. Espero sinceramente que não, e que a produção de biomassa florestal possa ser praticada de forma sustentável. Estou inclusive orando por isso.

Questionamento 02:
Qual a produtividade esperada para os plantios adensados?

Os poucos estudos publicados sobre isso mostram que, aos 24 meses de idade, plantios clonais de eucaliptos adensados conseguem produzir por hectare cerca de 40 a 45 toneladas de biomassa seca na forma de madeira, para um total de biomassa seca aérea de 60 a 65 toneladas. Se a opção for de toras com casca, a produção estaria entre 46 a 52 toneladas secas por hectare. Fica claro para quem é bom entendedor, que qualquer que seja o produtor de biomassa, se ele for aproveitar só a madeira, estará deixando no campo cerca de 20 toneladas de biomassa para suas 40 toneladas de produto. Se for aproveitar madeira mais casca, a produção passaria a quase 50 toneladas secas por hectare. Já se ele estiver interessado em toda a biomassa aérea, passaria a obter 60 toneladas secas por hectare. Isso seria 45% a mais do que o valor obtido só em madeira. Amigos, como esperar que o produtor de biomassa resista a esse "desperdício de material e de renda" ?

Questionamento 03: As biomassas de casca, madeira, folhas e galhos são igualmente eficientes em termos energéticos?

A melhor biomassa para geração de energia é a da madeira, que é mais rica em lignina e em carbono orgânico. A mistura de outras biomassas da árvore, em especial da casca, irá prejudicar o poder calorífico inferior da biomassa total em cerca de 5 a 8%. Entretanto, o raciocínio do produtor de biomassa será muito simples. Se ele colher toda a biomassa vai aumentar sua produção em cerca de 45% caso só colhesse a madeira. Por outro lado, a perda energética seria de 5 a 8%, apenas. Fácil imaginar a sua decisão. Até porque, pensará o produtor de biomassa, na densificação do material, pode-se produzir péletes ou briquetes com mais de 1 tonelada seca por metro cúbico de biomassa compactada. Concentra-se com facilidade a energia através da tecnologia de densificação da biomassa.

Questionamento 04: Existe tecnologia florestal para colheita de árvores finas inteiras?

Para as dimensões de árvores que estamos falando, com cerca de 24 a 36 meses de idade, existem equipamentos capazes, não apenas de colher, mas de picar a cavacos toda a parte aérea da árvore, sem muito esforço.

Questionamento 05: Após a colheita da primeira rotação, como o produtor pode continuar produzindo biomassa no povoamento florestal?

Há enormes indagações e ansiedades acerca de como os povoamentos adensados e manejados por condução da brotação irão se comportar. Após um plantio clonal organizado, com árvores homogêneas em diâmetro e altura, o risco de se perder essa requerida homogeneidade é muito grande. A opção de reformar cedo o povoamento adensado é inviável em custo, pois o custo de implementação de um povoamento desse tipo é bastante alto (cerca de 5 a 6 mil reais por hectare). A condução da brotação vai demandar muita tecnologia para que o novo povoamento que virá não tenha muitas árvores dominadas, mortas e se perca, com isso, espaço de utilização do solo e da luz por formação de clareiras. Manejar a brotação por cerca de 2 a 3 ciclos seria a opção mais interessante, tanto econômica como ambientalmente. Qual a perda de produtividade que pode ser atingida? Como manter os ritmos de crescimento compatíveis com as necessárias colheitas em idades jovens? São novas descobertas que a pesquisa florestal precisa ainda fazer.

Questionamento 06: Quais as conseqüências ambientais e fisiológicas mais imediatas quando se adensa uma floresta plantada de eucalipto?

Ao se plantar mais árvores por hectare em espaçamentos apertados, quer-se produzir mais fotossíntese pela maior e mais rápida ocupação do espaço vital florestal. Teremos muito mais plantas, muito mais folhas e teoricamente, produzindo mais biomassa por fotossíntese. Entretanto, em pouco tempo, esses indivíduos começarão a competir entre eles de forma intensa por água e nutrientes. A competição entre 5 a 7 mil árvores por hectare será muito maior do que em florestas com cerca de 1.000 a 1.667, não é mesmo?

Quanto mais fechado o espaçamento, mais biomassa se produz logo de início, mas logo que passa a ocorrer competição por fatores vitais de produção, as árvores perderão folhas, fecharão estômatos, diminuirão crescimento, e algumas poderão até serem dominadas completamente e morrer. Por essa razão, a colheita é feita bem cedo. Deixar uma floresta assim plantada por mais tempo significará inquestionavelmente perdas de crescimento florestal e de produtividade. A capacidade de suporte ao crescimento se perde conforme aumenta a idade da floresta adensada. Um crescimento adicional poderia ser conseguido eventualmente por irrigação e multi-fertilização. Entretanto, é inquestionável o fato de que estabelecida a intensa competição entre copas e raízes, os suprimentos de luz, água e nutrientes às plantas passarão a ser prejudicados.

Os sistemas de manejo mínimo no preparo do solo do plantio adensado se baseiam em abertura de sulcos e plantios de mudas nas linhas, a cerca de 0,5 metro uma das outras nessa linha. Imaginem a enorme competição entre os sistemas radiculares tão próximos em sua busca por comida e água. As plantas vizinhas passam a buscar desesperadamente aquilo que precisam, tentando roubar o que puderem umas das outras. Essas raízes exploram com maior vontade a linha de sulcagem e nem tanto as entrelinhas. Isso em virtude do afofamento desse solo nessa linha de preparo de solo. Em solos fracos em fertilidade e em condições de déficit hídrico pronunciado, a situação de sofrimento das plantas pode se tornar desesperadora. Ainda mais que as árvores de plantios clonais adensados costumam ter raízes pouco profundas. Elas não têm tempo, genética, fisiologia e espaço para se desenvolverem com sistemas radiculares pivotantes e profundos. Por outro lado, a quantidade de raízes finas é enorme, formando um emaranhado de raízes superficiais que se sensibilizarão com facilidade, quando faltar água nas camadas superficiais do solo.

Por isso tudo, as florestas adensadas são potencialmente mais viáveis em condições de solos ricos e em regiões de chuvas bem distribuídas e abundantes (no mínimo 1.200 a 1.400 mm e com mínimo tempo de deficiência hídrica ao longo do ano).

Questionamento 07: O que vai determinar a idade de colheita do plantio adensado?

São diversos os fatores que interferem para se estabelecer o exato momento da colheita do povoamento adensado e não apenas a sua idade.

Entre eles destacam-se:

• qualidade genética do clone;
• ritmo ou taxa de crescimento;
• uniformidade do povoamento;
• espaçamento e densidade populacional;
• nível de competição entre as árvores;
• idade da floresta, etc.

Questionamento 08: Como comparar povoamentos de densidades populacionais muito diferentes ?

Quando variamos o espaçamento de forma muito significativa e comparamos produtividades florestais a uma mesma idade estamos cometendo um erro técnico absolutamente grosseiro. Por exemplo, se formos comparar um plantio clonal adensado com espaçamento 3m x 0,5m com um plantio desse mesmo clone com espaçamento 3x3 metros, as conclusões sobre as produtividades e produções de ambos variarão muito se as comparações forem feitas aos 2 anos ou aos 7 anos. Fácil de enxergar isso, não é mesmo, meus caros amigos florestais?

Quando a comparação for feita aos dois anos, a floresta adensada estará em pleno vigor e com ocupação plena do sítio florestal a ela oferecido. Estará inclusive próxima ao ponto de estagnação de crescimento pela competição que se tornará cada vez mais acirrada entre as árvores. Já o plantio com espaçamento mais aberto ainda estará em processo de ocupação da área e terá nesse momento uma menor produção de biomassa. Já se a comparação for feita aos 7 anos, a floresta plantada em espaçamentos mais abertos terá tido todo seu potencial de crescimento. Estará começando a ter um aumento em sua competição e portanto reduzindo só agora seu incremento corrente anual. Essa floresta terá passado por um período de magníficos incrementos anuais que acontecem entre o segundo e o quinto ano, onde valores entre 50 a 80 m³/ha.ano ocorrem para produção de fuste e não de biomassa total. É por essa razão que um povoamento clonal de eucalipto consegue produzir 350 m³ ou mais de fuste aos 7 anos de idade, quando plantado em espaçamentos 3x3m, ou seja, apenas 1.111 árvores por hectare. Considerando uma densidade básica média para seu fuste (madeira mais casca) de 0,5 t/m³, teremos aos 7 anos uma produção de biomassa de fuste de 175 toneladas secas. Ou seja, 25 toneladas de fuste seco (madeira mais casca) por hectare e por ano. Absolutamente similar à que seria obtida nos plantios adensados em sua colheita aos 2 anos de idade. Lembrem-se que as expectativas de colheita de madeira com casca variam entre 46 a 52 t/ha nessa idade. Estamos falando em quantidades equivalentes de biomassa de fuste, mas são fustes muito distintos, quando colhidos aos 2 ou aos 7 anos.

Um plantio adensado fornece produção de muitas arvores finas, com muita produção associada de copa e de casca . Já um plantio aberto conduz à produção de menores quantidades de árvores grossas, com menor proporção de copa e casca. Especialmente a biomassa de casca, que é absolutamente proporcional ao diâmetro das árvores (árvores finas possuem mais casca e menos madeira no fuste).

Vejam como é fácil entender isso a partir da construção de uma tabela comparativa:

*Proporções base matéria seca
Plantio clonal adensado aos 24 meses de idade (espaçamento 3mx0,5m)
Plantio clonal tradicional aos 7 anos de idade (espaçamento 3x3m)
Produtividade média anual em fuste
(madeira mais casca)
(t secas/ha.ano)
23 a 26
25
Proporção de madeira na biomassa
aérea total
65 – 70%
83 – 85%
Proporção de casca na biomassa
aérea total
10 – 12%
7 – 9%
Proporção de fuste na biomassa
aérea total
78 - 82
90 – 93%
Proporção de copa na biomassa
aérea total
18 – 22%
08 – 10%

Dos dados comparativos assim apresentados, fica fácil concluir que a melhor floresta plantada para energia, em termos de sua produção e produtividade, seria aquela plantada em espaçamentos mais abertos e colhida aos 7 anos. Ela produz mais madeira e mais fuste, tem menores impactos ambientais e muito menores impactos causados pelo homem nos ecossistemas. Sua regeneração por condução da brotação seria também favorecida, pois a tecnologia é conhecida e dominada para essas situações de densidade populacional.

Questionamento 09:
As árvores de plantios adensados são então muito diferentes das obtidas de plantações mais abertas?

Em função do que vimos no questionamento anterior, essas diferenças variam em função da idade de comparação. Se considerarmos comparações feitas nas idades ótimas de colheita para cada caso, teremos realmente situações bem distintas. As florestas adensadas oferecem a produção de muitas árvores de diâmetro reduzido (entre 9 a 12 cm de diâmetro na altura do peito), muito mais ricas em casca. A densidade básica da madeira de árvores nessa idade infantil também é bem menor do que aquela de árvores de maior idade. Isso posto, tanto os produtos como as exigências para colheita de árvores tão distintas serão também diferentes. As árvores finas são mais fáceis de serem abatidas, mas a produtividade das colheitadeiras serão impactadas pelo fato de serem muito mais árvores a colher, nada mais natural. Por isso, a necessidade de equipamentos de conceitos tecnológicos diferentes para ambos os tipos de colheitas.

Questionamento 10: Qual o impacto no IAF - Índice de Área Foliar e suas conseqüências?

O IAF pode ser definido como a relação entre a área total de folhas por área de terra ocupada pela floresta, seja plantada ou natural. No caso dos eucaliptos plantados em espaçamentos entre 3x2m e 3x3m, os índices de área foliar já foram bastante estudados Sabe-se que eles atingem um valor de máximo entre idades de 2 a 3 anos e que esse valor varia entre 3,5 a 4 m²/m². A seguir, em função da competição entre as copas, muitas folhas de galhos mais baixos começam a cair e o IAF se estabiliza entre valores de 2,5 a 3,2.

A produtividade florestal depende muito da área foliar, pois são as folhas que produzem a fotossíntese. Quanto mais cedo e mais rapidamente o IAF aumentar, maior será potencialmente a produção de biomassa. Todo o conceito de povoamentos adensados se baseia nesse fato: ocupar melhor e mais rapidamente o espaço útil oferecido à floresta plantada.

Entretanto, isso vai exigir um cuidadoso manejo, uma gestão eficiente e um acompanhamento técnico ímpar. Qualquer descuido técnico terá conseqüências sérias, como a queda de preciosas folhas devido à competição intensificada.

Acontece que as folhas não fazem apenas fotossíntese. Pelos seus estômatos elas também transpiram água que absorvem do solo. Com muito mais folhas nos plantios clonais adensados, teremos dois fenômenos hidrológicos importantes ocorrendo de forma mais intensa em relação ao que ocorre nos plantios tradicionais:

• aumento da evapotranspiração;
• aumento da interceptação da chuva pelas copas (água de chuva que fica retida pelas copas e nunca atinge o solo florestal).

Em plantios convencionais de eucalipto isso já é bem conhecido, bem como seus valores determinados. Sabe-se o quanto os eucaliptos evapotranspiram, quanto eles oferecem de recarga aos lençóis subterrâneos, quanto eles interferem na chegada de água de chuva ao solo, etc. Por exemplo, a interceptação da água de chuva pelas copas está bastante associada à quantidade de folhas. Para valores de IAF entre 3,8 a 4, chegamos a ter valores entre 18 a 25% de interceptação de toda a chuva que cai na floresta no ano. Já para valores de IAF entre 2,5 a 3 a interceptação baixa para valores entre 12 a 15%. É claro que esses valores variam com a intensidade das chuvas, a arquitetura foliar, a homogeneidade da floresta, etc., etc.

As florestas adensadas mostram características muito distintas de IAF ao longo de sua rotação. Logo nos primeiros dias de plantio, o IAF é quase nulo e depois de 20 meses estará em seu máximo. Logo a seguir a floresta é colhida e IAF cai para zero. Isso lembra muito um cultivo agrícola, com alternâncias fortes em cobertura do solo por folhas e copas. Nas situações de cobertura mínima, o solo é impactado pelas gotas de chuva e pelas enxurradas. Com muita cobertura, é a interceptação da água que chove que passa a ser o efeito negativo. Coisas antagônicas ocorrendo em pequeno espaço de tempo.

Para os plantios adensados de eucalipto, os valores típicos de IAF não são ainda muito conhecidos nessas idades entre 12 a 36 meses. Acredito que devam ficar entre 3,5 a 5, mas isso precisa ser comprovado.

As conseqüências já comentadas de maior transpiração e de maior interceptação das chuvas pelos plantios adensados precisam ser pesquisadas e os resultados oferecidos como subsídios para o estabelecimento de medidas mitigadoras ou compensatórias. Esses estudos devem levar em conta os diferentes tipos de solos, relevos e climas.

É portanto muito importante se conhecerem as condições e as limitações ambientais das regiões onde se deseja plantar eucaliptos adensados. Em 1980, em um dos primeiros tratados sobre espaçamentos em eucaliptocultura no Brasil, nossos amigos Edson Balloni e João Simões recomendaram que não se plantassem florestas no bioma Cerrado em espaçamentos que resultassem em valores inferiores a 3 m²/planta, até que se desenvolvessem pesquisas sobre esses impactos e espécies adaptadas para crescimento em condições de intensa competição. Sábias reflexões de cerca de três décadas atrás. Será que alguns pesquisadores de nossos dias poderiam nos oferecer uma atualização disso para os tempos presentes?

Como devemos agir em casos de se querer introduzir plantios adensados em regiões com precipitações anuais inferiores a 1.200 mm de chuvas e com déficit hídrico pronunciado de 4 ou mais meses no ano? Por favor, se houver alguma pesquisa sobre isso, informem-me para que eu possa divulgar as conclusões e recomendações da mesma.

Questionamento 11: O que se pode esperar em relação à ciclagem de nutrientes para os plantios adensados?

Temos aqui duas situações:
• o impacto sobre a própria deposição de serapilheira e sua decomposição;
• a forma como serão gerenciados os resíduos da colheita florestal.
Em princípio, conforme o que se explorar de biomassa aérea, teremos impactos distintos: se só madeira for colhida, teremos a melhor situação ambiental; se toda a biomassa aérea, a pior.

Em relação ao folhedo e manta orgânica, esses serão definitivamente afetados. Em condições de plantios tradicionais de eucalipto no Brasil, temos deposições anuais entre 3 a 6 toneladas de material seco por hectare, na forma de folhas, cascas, galhos finos, etc. Isso tem tempo de se degradar e oferecer nutrientes às raízes da floresta em crescimento e carbono orgânico ao solo. Nos plantios adensados, o período de deposição é curto e logo a seguir a área é aberta pela colheita das árvores. A matéria orgânica, ao invés de se humificar, será oxidada pela incidência forte do sol e pelo ressecamento da serapilheira.

Já em relação aos resíduos da colheita, se toda a copa for deixada sobre o solo no caso dos plantios adensados, teremos uma contribuição entre 12 a 15 toneladas secas de material orgânico a cobrir o solo florestal a cada dois anos. Esses valores são interessantes para a ciclagem de nutrientes e restauração da qualidade do solo. Essa situação é ainda mais desejável para solos pobres, arenosos e de extrema fragilidade.

Questionamento 12
: E quanto à exportação de nutrientes? O que se pode esperar dos plantios adensados?

Diversas pesquisas apontam a grande remoção e exportação de nutrientes pelas florestas adensadas. Entretanto, essa exportação pode ser maior ou menor, como já vimos, função do que se pretende colher da floresta. Na verdade, o maior impacto no solo será causado pelo gestor e não pelo plantio florestal em si.

Ao se colher toda a parte aérea de um plantio adensado, são exportados por hectare cerca de:

70 a 200 kg de nitrogênio;
3 a 20 kg de fósforo;
50 a 70 kg de potássio;
90 a 120 kg de cálcio;
10 a 40 kg de magnésio
e muitos micronutrientes.

Já na remoção apenas da madeira, como sugerido por diversos estudiosos dos plantios adensados, a situação seria bastante amenizada. Isso porque a maior parte dos nutrientes estão compartimentados na copa e na casca da floresta:

Nitrogênio: entre 60 a 70% está na copa;
Fósforo: entre 60 a 80% está na casca;
Potássio: cerca de 35% está na casca e outros 35% na madeira;
Cálcio: entre 80 a 90% está na casca.

A madeira, além de ser o componente mais valioso da floresta para biomassa, também é o que menos exporta nutrientes. As remoções adicionais de casca e de copa (decisão totalmente eco-ineficiente para a copa) afetarão significativamente os balanços nutricionais da floresta, o que exigirá reposição por fertilização mineral cara e complexa.

Além do problema de exportação de nutrientes, temos a somar a perda de material orgânico destinado a humificar o solo. Além de ser menos material orgânico deixado, teremos os fortes efeitos de oxidação do húmus já formado pela exposição freqüente do solo aos raios solares. O húmus tem a missão de adsorver nutrientes, reter umidade, estruturar o solo e favorecer a micro-vida e sua biologia. Sua redução vai afetar sem dúvidas o solo, e de forma significativa. A maior exposição do solo às enxurradas pós-colheitas vai também exportar nutrientes e partículas via erosão, criando problemas de turbidez e assoreamento de cursos d'água.

Questionamento 13: Como fica a situação dos sub-bosques nos plantios clonais adensados?

O sub-bosque, que já é reduzido em plantios clonais convencionais, praticamente desaparece nos plantios adensados. Não há como se vegetar com tantas árvores competindo com essa vegetação de baixo crescimento. Isso significa ainda que praticamente todos os nutrientes imobilizados pela matéria orgânica vegetal estarão contidos ou nas árvores de eucalipto, ou na serapilheira formada.

Do ponto de vista operacional, o combate à mato-competição é favorecido: em pouco tempo a floresta fecha o terreno e abafa o mato.

Questionamento 14:
Quanto custa plantar uma floresta adensada de eucalipto?

Atualmente no Brasil, um plantio clonal convencional e de excelente qualidade tecnológica demanda um investimento entre 3,5 a 4,5 mil reais por hectare para ser formado. O plantio adensado custa bem mais que isso, pois necessita de muito mais mudas, fertilizantes e operações silviculturais.

Vejam a seguir uma comparação simples, somente para esses fatores:

Operações silviculturais e custos
unitários por hectare
Plantio clonal adensado (espaçamento 3mx0,5m)
Plantio clonal tradicional (espaçamento 3x3m)
Número de mudas por hectare
6.500
1.100
Custo de mudas clonais por hectare
(250 reais por milheiro)
1.650
275
Custo operacional de plantio por hectare (R$)
350
250
Custo da fosfatagem natural por hectare (R$)
400
200
Custo da fertilização mineral
(do plantio até 12 meses)
600
300
Somatório dos fatores diferenciais
3.000
1.025
= 1.975 R$/ha

Questionamento 15: Afinal, é um bom negócio plantar eucaliptos adensados?

O primeiro de todos os considerandos desse negócio é que os plantios adensados irão oferecer um único tipo de produto - a biomassa energética. As árvores finas e com alta proporção de casca não servirão para finalidades mais nobres. Também, se o mercado de biomassa estiver ocioso e sem demanda, não há como manter o povoamento esperando no campo, as árvores ficariam desesperadas e a competição entre elas seria mortífera.

Por outro lado, nossos financistas estão sempre preocupados em avaliar o retorno sobre seus investimentos. A forma mais simples é se criar um fluxo de caixa apropriado e calcular a Taxa Interna de Retorno (TIR). Fica difícil comparar plantios adensados de eucaliptos com outros plantios convencionais, mas tentaremos uma aproximação para isso.

A título de exemplo, vamos considerar duas situações que aconteceriam em um prazo igual de seis anos:

Situação 01:
Plantio clonal adensado colhido a cada dois anos, oferecendo 50 toneladas de fuste com casca em cada colheita. O custo de implantação foi considerado ser R$ 6.000/hectare e a biomassa foi valorizada em 120 reais por tonelada seca. O aluguel da terra foi estipulado como 300 reais por hectare e por ano e os custos de manutenção anuais (combate a formigas, manutenção de estradas e aceiros, etc.) em 100.
No fluxo de caixa dessa primeira alternativa teremos 3 colheitas e duas conduções da brotação após a primeira e segunda colheita. Essa condução implicou em novas fertilizações, etc. e seu custo unitário foi de R$ 1.500/hectare.

Situação 02:
Plantio convencional a um custo de R$ 4.000/hectare e produção de 150 toneladas secas de biomassa (fuste com casca) ao sexto ano, por corte raso. Os valores dos custos de manutenção e aluguel da terra e o preço da biomassa foram considerados os mesmos da situação 01.

A situação 02 fica prejudicada em relação à 01 pois uma única colheita teve que pagar todos os custos da rotação. Caso tivéssemos uma nova rotação por manejo da brotação, os resultados do negócio seriam melhorados, sem dúvidas.

Com a nossa tradicional e veterana calculadora financeira HP 12C avaliamos os fluxos de caixa e os resultados de TIR foram s seguintes:
TIR situação 01: 19,87%
TIR situação 02: 22,83%

Ou seja, similares - então, quais as vantagens da antecipação da colheita e redução do comprimento da rotação?


Questionamento 16:
Quais as vantagens sociais dos plantios adensados?

Os plantios adensados são definitivamente mais demandantes em trabalho humano, mais operações e mais maquinários envolvidos. Com isso, deverão requerer mais empregos para plantio, manejo, colheita e transporte de produtos do que os plantios convencionais, onde a atividade humana é mais reduzida.

Questionamento 17: Onde as novas pesquisas deveriam colocar foco em relação aos plantios adensados de eucaliptos?

O sucesso desse tipo de manejo vai depender de muitos estudos relacionados aos 16 questionamentos anteriores e muito foco em sustentabilidade, quer ambiental, como da capacidade produtiva dos sítios destinados às florestas.

Alguns tópicos a merecer avaliações criteriosas são a seguir sugeridos aos nossos pesquisadores:

• balanços nutricionais planta/solo/serapilheira e ciclagem de nutrientes;
• balanços hídricos, uso e desperdícios da água, etc., etc.;
• exportação total de nutrientes e forma adequada de reposição;
• qualidade física, química, biológica e estrutural dos solos; colocando ênfase ainda no carbono orgânico, húmus, erosão, micro-vida, etc.;
• compensação da biodiversidade que fica reduzida em função de abafamento do sub-bosque e conseqüente diminuição do banco de sementes e alimentos para a fauna;
• estabelecimento de zoneamentos edafo-climáticos para esse tipo de silvicultura, permitindo assim o plantio de florestas adensadas em regiões adequadas em relação ao balanço hídrico, conflitos pelo uso da água, qualidade do solo no longo prazo, etc., etc.
• gestão dos ecossistemas e da paisagem, evitando a concentração exagerada dessas florestas de baixa biodiversidade;
• desenvolvimento de critérios e índices de sustentabilidade específicos para a certificação desse tipo de plantações, que são mais assemelhadas aos cultivos agrícolas;
• avaliações técnicas sobre as interações espaçamento / densidade populacional / idade / produtividade / colheita;
• tipos de manejo para garantir a capacidade produtiva do sítio florestal, bem como sua performance ambiental, econômica e social;
• diversificação para utilizações mais amplas da biomassa gerada, tais como matérias-primas para biorefinarias, etc.;
• desenvolvimento de tecnologias florestais para minimização de riscos em regiões mais frágeis e também em função da época do ano. Sabe-se muito bem que plantios adensados feitos no inverno úmido são bem diferentes de plantios feitos no verão seco, ou mesmo úmido, etc., etc.

Considerações finais:

Como conclusão dessas nossas reflexões, lembrarei a todos que esse novo tipo de manejo florestal, que vem encantando alguns técnicos, acadêmicos e investidores do setor, merece toda atenção e avaliações de seus riscos, não apenas de suas vantagens ou oportunidades. Os plantios adensados mostram evidentes riscos que precisam ser conhecidos, avaliados, mitigados, compensados e evitados. Com ciência, dedicação, muito trabalho e muita imparcialidade e respeito ao ambiente poderemos encontrar caminhos e soluções para se produzir biomassa florestal da forma a mais eco-eficiente possível.

Não podemos querer apenas trilhar pelo caminho mais fácil, que seria usar solos mais férteis e regiões com bons níveis de precipitação, como tem feito a cultura da cana-de-açúcar, que se vale dos melhores solos agrícolas do Brasil. Se essa for a opção, cada vez mais a bioenergia estará deslocando as áreas de produção de alimentos e reduzindo as disponibilidades aos cultivos agrícolas igualmente essenciais à sociedade.

O setor de base florestal que planta árvores sempre tem-se orgulhado de ser responsável e usar terras marginais e esgotadas pela agricultura e pecuária. Corremos sério risco de que os investidores nesse setor passem a acreditar que os plantios adensados não são florestas, mas sim cultivos energéticos e agrícolas. Se isso vier a acontecer, se os plantadores de florestas adensadas passarem a plantar "roças de árvores", estaremos negando tudo o que desenvolvemos até agora para a sustentabilidade de nossas florestas plantadas. Teremos que reaprender a silvicultura para de novo buscar caminhos sustentáveis. Novas rotas tecnológicas sobre a gestão do solo, da biodiversidade, dos ciclos hidrológicos, etc. deverão ser estudadas e apresentadas para as partes interessadas da sociedade. Amplos diálogos serão necessários para adequado convencimento das mesmas.

Se a opção da sociedade humana for trocar o combustível fóssil pela biomassa, com certeza as florestas plantadas, adensadas ou não, terão papel relevante nesse processo. Só que precisam ter sua sustentabilidade garantida e comprovada. Senão estaremos trocando carbono fóssil por usos inadequados de solo, biodiversidade e água. O lado ecológico da conta da biomassa energética não pode ser paga pelos nossos solos, nem pela água de nossos recursos hídricos.

Conto com a mobilização da academia, para mais uma vez responder com ciência e pesquisas a essas ansiedades, que não são apenas minhas, mas de uma grande parte dos engenheiros florestais do Brasil.

O Brasil merece ser um país verde, um verde inclusive das florestas plantadas e sustentáveis dos eucaliptos.

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* Agradeço meus estimados amigos florestais Jorge Euclides Mayer Klein e José Baptista, ambos da empresa Celulose Riograndense, por terem colaborado na atualização de alguns dados praticados no setor florestal brasileiro.

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Referências da literatura e sugestões para leitura:

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http://www.adetec.org.br/Administracao/Eventos/renabio.pdf

A silvicultura e a água: ciência, dogmas, desafios. W.P. Lima. Diálogo Florestal. Cadernos de Diálogo nº 1. 68 pp. (2010)
http://www.ipef.br/hidrologia/cadernos-do-dialogo-volume-1-agua-e-silvicultura.pdf

Caracterização física e química do solo e avaliação do desenvolvimento de plantas de eucalipto em função do espaçamento e da adubação visando a colheita precoce para utilização em bioenergia. E.A. Garcia. Dissertação de Mestrado. Orientação: Dr. K.P. Lanças. UNESP - Universidade Estadual Paulista. Campus de Botucatu. 114 pp. (2010)
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Silvicultura sustentável já é realidade. G.D. Freitas. Revista Opiniões (Set/Nov). (2010)
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Produção e distribuição de biomassa em Eucalyptus camaldulensis em resposta à adubação e ao espaçamento. S.N. Oliveira Neto; G.G. Reis; M.G.F. Reis; J.C.L. Neves. Revista Árvore 27(1): 15-23. (2003)
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Crescimento, produção e alocação de matéria seca de Eucalyptus camaldulensis e Eucalyptus pellita sob diferentes espaçamentos na região de cerrado, MG. P.S.S. Leles; G.G. Reis; M.G.F. Reis; E.J. Morais. Scientia Forestalis 59: 77-87. (2001)
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http://books.google.com.br/books?id=RkWaAAAAIAAJ&
printsec=frontcover&lr=&rview=1#v=snippet&q=ac%C3%BAmulo%20de&f=false


Ciclagem e exportação de nutrientes em florestas para fins energéticos. F. Poggiani; S. Zen; F.S. Mendes; F. Spina-França. IPEF 27: 17-30. (1984)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr27/cap02.pdf

Novas técnicas de espaçamentos para Eucalyptus spp. G.C. Rezende; W. Suiter Filho; C.J. Mendes; T.S.A. Morais. Circular Técnica IPEF nº 130. 08 pp. (1981)
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr130.pdf

O espaçamento de plantio e suas implicações silviculturais. E.A. Balloni; J.W. Simões. IPEF Série Técnica 1(3): 01-16. (1980)
http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr03/cap01.pdf

Plantios adensados são causadores de danos ambientais graves. C. Foelkel. Pergunte ao Euca Expert. Pergunta nº 646. (s/d = Sem referência de data)
http://www.eucalyptus.com.br/eucaexpert/Pergunta%20646.doc

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