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Editorial


Bom dia a todos vocês que nos honram com sua leitura e atenção.

Aqui estamos novamente, iniciando o ano de 2009, com o número 19 da nossa Eucalyptus Newsletter. Nesse número, estaremos trazendo como sempre muitas atualidades sobre os eucaliptos, esperando que essas informações possam lhes ser úteis para que conheçam melhor e assim admirem e entendam mais essas árvores e os produtos que elas oferecem à Sociedade.

Nessa edição, estamos lhes trazendo muitas novidades. Uma delas reflete, e muito bem, o nível de admiração que os eucaliptos vêm merecendo por muitos segmentos da sociedade mundial. Decidi chamar essa seção de "Tributos aos Eucaliptos", mostrando como eles têm sido valorizados pelo ser humano. Nessa edição, lhes mostramos duas interessantes obras-primas da criatividade humana, incluindo o eucalipto como tema central: uma na música, outra na literatura.

Na seção "Os Amigos dos Eucalyptus" estou trazendo para lhes apresentar alguém por quem tenho muita admiração por sua competência técnica, didática e pela sua enorme dedicação ao setor de celulose e papel. Com certeza, no Chile e na América Latina, quase todos o conhecem, mas suas qualidades para ensinar, pesquisar e trabalhar institucionalmente merecem ser conhecidas no mundo. Trata-se do "professor Roberto Melo Sanhueza", um grande amigo dos eucaliptos e dos Pinus, como veremos mais adiante.

O mini-artigo dessa edição será sobre o que devemos ter em mente para realizar o "manejo das florestas plantadas de eucalipto para maior sustentabilidade". Mais uma vez coloco o tema ambiental como foco de um mini-artigo, pois vocês já conhecem meu objetivo: colaborar para a significativa melhoria ambiental de nosso setor e, com isso, sua relação com a sociedade. Esse artigo em especial apresenta um posicionamento que precisa ser muito bem avaliado pelos que plantam florestas de eucaliptos, já que seu foco está na sustentabilidade dos ecossistemas naturais no longo prazo. Queremos e precisamos de produtividade florestal, mas é vital realizar isso com manejos florestais que garantam a capacidade sustentada dos ecossistemas no longo prazo.

Na seção da Ester Foelkel sobre "Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos" ela nos contará sobre a "produção de cogumelo shiitake", tendo como substrato para crescimento as toras das madeiras das árvores dos eucaliptos. Uma utilização em franca expansão frente às qualidades alimentícias desse cogumelo.

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Estamos com diversos parceiros apoiadores não financeiros a esse nosso projeto: TAPPI, IPEF, SIF, CeluloseOnline, CETCEP/SENAI, RIADICYP, TECNICELPA, ATCP Chile, Appita, CENPAPEL, TAPPSA, SBS, ANAVE, AGEFLOR, EMBRAPA FLORESTAS, EUCALYPTOLOGICS - GIT Forestry, ForestalWeb e Painel Florestal. Eles estão ajudando a disseminar nossos esforços em favor dos eucaliptos no Brasil, USA, Chile, Portugal, Colômbia, Argentina, Espanha, Austrália, Nova Zelândia, Uruguai e África do Sul. Entretanto, pela rede que é a internet, essa ajuda recebida deles coopera para a disseminação do Eucalyptus Online Book & Newsletter para o mundo todo. Nosso muito obrigado a todos esses parceiros por acreditarem na gente e em nosso projeto. Conheçam nossos parceiros apoiadores em:
http://www.eucalyptus.com.br/parceiros.html

Obrigado a todos vocês leitores pelo apoio. Já alcançamos a nossa meta para o final do ano de 2008, quando cerca de 10.000 pessoas estão recebendo esses informativos da Grau Celsius, com o apoio da ABTCP. Peço ainda a gentileza de divulgarem nosso trabalho àqueles que acreditarem que ele possa ser útil. Eu, a Grau Celsius, a ABTCP, a Botnia, a International Paper do Brasil, a Conestoga-Rovers & Associates, a Suzano, e a VCP, mais os parceiros apoiadores, ficaremos todos muito agradecidos.

Um abraço a todos e boa leitura. Esperamos que gostem do que lhes preparamos dessa vez.

Celso Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br
http://www.eucalyptus.com.br

http://www.abtcp.org.br

Nessa Edição

Tributos aos Eucaliptos: na Música e na Literatura

Os Amigos dos Eucalyptus - Professor Roberto Melo Sanhueza

Referências Técnicas da Literatura Virtual

Referências sobre Eventos e Cursos

Euca-Links

Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos: Produção do cogumelo shiitake a partir de toras de eucaliptos - (por Ester Foelkel)

Mini-Artigo Técnico por Celso Foelkel
Manejando as Florestas Plantadas de Eucalipto para Maior Sustentabilidade

Tributos aos Eucaliptos: na Música e na Literatura

Recentemente, quando foi lançado pelo nosso amigo Gustavo Iglesias Trabado o "Mapa Mundi" de ocorrência de plantações florestais de eucaliptos (http://www.eucalyptus.com.br/newspt_out08.html#dois), pudemos notar quão extensa e disseminada tem sido a participação dos eucaliptos no dia-a-dia de muitos cidadãos do nosso planeta. As pessoas os encontram nos seus produtos de uso doméstico, sentem seu aroma, usam seus papéis, comem o seu mel ou se deliciam com os cogumelos crescidos sobre sua madeira, liberam energia da queima de suas partes, etc., etc. Enfim, a convivência com os eucaliptos tem crescido a nível exponencial. Apesar dos reclamos de alguns, a sociedade valoriza e sente que os eucaliptos são importantes para seu conforto e bem-estar. Usufruímos de seus benefícios, apreciamos a beleza de suas árvores, consumimos seus produtos e estamos sempre a ter encontros e interações com os eucaliptos, suas árvores, florestas, células, substâncias químicas, energia, etc., etc. Por essas razões, nada mais natural que pessoas da sociedade os homenageiem vez ou outra. Isso tem ficado cada vez mais freqüente. Já vimos algumas seções escritas pela Ester Foelkel, que mostrou os eucaliptos sendo fotografados, pintados, transformados em artesanatos, quadros, jóias, etc. Isso pode ser encontrado em algumas de nossas Eucalyptus Newsletters passadas.

Resolvi trazer para vocês dois tributos prestados pela sociedade aos nossos amigos eucaliptos. São singelas demonstrações de efetiva sintonia do homem com as árvores dos eucaliptos. Sendo a arte uma das expressões do ser humano demonstrar seus sentimentos, gostaria de compartilhar consigo essas duas demonstrações de afeição prestadas aos Eucalyptus por alguns renomados artistas da música e da literatura. As duas obras têm o mesmo nome: Eucalyptus.

O livro Eucalyptus é bastante conhecido, já esteve prestes a virar filme com artistas renomados como Nicole Kidman e Russel Crowne. Apesar do filme estar em compasso de espera, o livro escrito por Murray Bail é um enorme sucesso, desde seu lançamento em 1998. Ganhou diversos prêmios e é um best-seller pelo texto e tema envolventes: uma história de amor contada como se fosse uma fábula ou uma novela. Murray Bail é um australiano nascido em Adelaide em 1941, que teve alguns períodos vivendo no exterior, tanto na Índia, como na Inglaterra e em outros países europeus (http://www.middlemiss.org/lit/authors/bailm/bailm.html#bibliography). Hoje vive em Sydney. Suas poucas obras têm sido sempre sucessos, tanto em premiações como de leitura pelo público.

O livro conta a história de uma bela jovem - Ellen Holland, filha de um rico e excêntrico fazendeiro viúvo, ambos residentes na região de New South Wales, na Austrália. Esse homem, apaixonado pelas muitas espécies de eucaliptos, decide realizar uma competição para encontrar um marido para a filha. Aquele que conseguisse descobrir e identificar todas as dezenas de espécies de Eucalyptus que cresciam em sua propriedade seria o vencedor. Longe de ser uma história aborrecida e sem sentido, essa fábula sobre o Eucalyptus em sua região de origem tem encantado a todos que lêem a obra. Isso porque engloba criatividade, romance, sabedoria, interesse e ansiedades em relação à forma encontrada por um dos pretendentes para associar as dificuldades da disputa, não à técnica, nem à taxonomia, mas a fábulas e histórias estranhas e curiosas.

Eucalyptus - Murray Bail - (lançamento em 1998 - em Inglês)
http://en.wikipedia.org/wiki/Eucalyptus_(novel) (Sobre a obra de Murray Bail pela Enciclopédia Digital Wikipédia)
http://www.complete-review.com/reviews/bailm/eucalypt.htm (Completa revisão e resumo do livro de Murray Bail)
http://www.complete-review.com/reviews/bailm/eucalypt.htm#ours (Crítica da obra Eucalyptus)
http://www.complete-review.com/authors/bailmur.htm (Sobre o autor)
http://en.wikipedia.org/wiki/Murray_Bail (Sobre o autor pela Enciclopédia Digital Wikipédia)
http://nicolekidmanunited.com/NicoleKidmanFilmography/Eucalyptus/index.html (Website da atriz Nicole Kidman com alguns comentários sobre o filme nunca rodado Eucalyptus)
http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/0156007819/ref=nosim/dannyyeesbook-20 (Livro Eucalyptus em www.amazon.com)

Já a música Eucalyptus da banda norte-americana The Deadly Syndrome, mostrada em vídeo por diversos websites musicais, nos revela uma letra singela e simpática a favor das árvores de eucaliptos e uma agradável melodia pop: "pura maravilha", "grande inspiração", como definida por alguns internautas que comentaram o vídeo clip. Algo que enche de emoções aqueles que buscam paz e reflexões na música, ainda mais por uma que tem nos eucaliptos o seu tema principal. Vale a pena ouvir a música e ler também a letra toda que versa sobre o efeito protetor de uma fileira de árvores de eucalipto, contra o vento, o frio, a chuva e outras ameaças. Ao desejar plantar uma fileira de eucalipto para essa finalidade, o autor mostra que esse efeito positivo seria conseguido, mas após dormir por um tempo, ao acordar, notou que seus eucaliptos haviam sido cortados (ou sequer plantados - tudo poderia ter sido um sonho) só restando as cepas e o desalento da solidão. Todo o bom efeito protetor se perdeu e voltaram então o frio, a chuva e o vento. A banda, com sonoridade e emoção, enfatiza e lamenta a perda, tentando encontrar outros caminhos na luz que passam a enxergar à distância.

A banda The Deadly Syndrome (http://www.imeem.com/thedeadlysyndrome) foi fundada em Los Angeles em 2006. Ela tem sido freqüente em muitos musicais e shows na cidade e nos USA. Seu primeiro álbum "The Ortolan", tem em Eucalyptus sua faixa mais ouvida e apreciada. Conheçam e apreciem:

Eucalyptus
- The Deadly Syndrome - (lançamento em 2007 - em Inglês)
http://crackle.com/c/Revenge_of_the_Sunset_Strip/The_Deadly_Syndrome_Eucalyptus_Live_/2026674 (Show ao vivo no Roxy Theater em Los Angeles)
http://br.youtube.com/watch?v=l73yJnmdkNE (Vídeo clip)
http://www.roxwel.com/player/thedeadlysyndromeeucalyptus.html?detect_mediatype=flv&detect_bitrate=_300&big=1 (Vídeo clip)
http://www.imeem.com/thedeadlysyndrome/music/vHERTvPz/the_deadly_syndrome_eucalyptus
(Com a música Eucalyptus em áudio para ser ouvida ou para download)
http://thedeadlysyndrome.com/?page_id=12#euc (Letra da música Eucalyptus, encontrada no álbum The Ortolan)

Os Amigos dos Eucalyptus

Professor Roberto Melo Sanhueza

Nessa edição da Eucalyptus Newsletter tenho a maior satisfação em lhes apresentar mais um de meus grandes amigos chilenos pelo qual tenho a maior admiração: Professor Roberto Melo Sanhueza, ou apenas Roberto Melo, como é carinhosamente conhecido e admirado por todo o setor de celulose e papel e de base florestal do Chile. Sua produção acadêmica e científica é definitivamente invejável. São algumas centenas de trabalhos, artigos, relatórios, palestras, etc. versando sobre toda uma ampla variedade de temas: madeiras, fibras, celulose, papel, serrarias, florestas, compósitos, energia, biorefinarias, processos industriais, etc., etc. Para alcançar essa enorme produtividade, com certeza Roberto Melo colocou muito esforço, dedicação e entusiasmo, sem dúvidas. Além da inquestionável quantidade de artigos, sua pesquisa sempre foi orientada à aplicabilidade, envolvendo temas de interesse do setor de celulose e papel em franco crescimento no Chile ao longo de sua carreira. Por isso, sua vida é muito rica em conquistas e realizações, mas também em dificuldades. Seus feitos acadêmicos conduziram a diversas homenagens e premiações, dando um destaque adicional a Roberto Melo, que é uma pessoa muito admirada e respeitada por todos que o conhecem.

Roberto Melo talvez pudesse ser indicado para concorrer ao Guinness Book of Records - poucos professores do setor de celulose e papel atingiram praticamente 50 anos de dedicação acadêmica como professor e pesquisador em uma mesma universidade. Para Roberto Melo, a formação dos jovens sempre foi uma prioridade de vida, o mesmo se aplicando aos estudos científicos e à pesquisa. Em sua vida sempre buscou associar pessoas (alunos, colegas, técnicos, família) ao crescimento educacional e ao desenvolvimento. Na universidade, sua preocupação era o desenvolvimento tecnológico, da educação e das bases de conhecimentos. Apesar das inúmeras dificuldades em trabalhar em uma universidade sem tantos recursos (laboratoriais e econômicos) e em um país com diversos problemas políticos por décadas, Roberto Melo sempre conseguiu sucesso. Conseguiu também o respeito de diversas gerações de estudantes e técnicos do setor de celulose e papel no Chile. Isso graças a sua liderança, carisma e dedicação.

Professor Melo nasceu em Victoria, uma pequena cidade próxima a Valdívia, Chile, em 1929. Está completando 80 anos nesse ano em que estamos lhe homenageando como um dos Amigos dos Eucalyptus. Cursou a escola fundamental em colégio público em Angol, com a idéia de ser professor primário. Sempre quis ser professor e ensinar - um sonho desde a infância. A família notou suas qualidades e vislumbrou oportunidades maiores. Com esforços, Roberto Melo veio para a cidade de Concepción, onde se matriculou no curso de engenharia civil química, quando na verdade desejava ser químico. Como essas carreiras são muito interligadas, Roberto passou a encontrar e a se encantar com as oportunidades práticas que a engenharia química oferecia para quem conhecesse química básica. Graduou-se em engenharia civil química (http://www.ing.udec.cl/docs/Ficha_qui.pdf) e imediatamente trabalhou alguns anos na indústria do aço. Seu casamento com a esposa Nely ocorreu nessa época, em 1955, sendo que tiveram dois filhos e duas filhas. Hoje, aposentado, Roberto Melo espera poder se dedicar mais à família.

Logo após o casamento, optou por abandonar seu emprego com o aço e aceitou um convite para atuar como investigador tecnológico da Faculdade de Engenharia (http://www.ing.udec.cl/main.php?Id=12#qui), no recém montado LPF - Laboratório de Produtos Florestais da Universidade de Concepción - UDEC (www.udec.cl). Ingressa assim, ao final da década dos 50's, como pesquisador na Universidad de Concepción, com a qual manteve um afetuoso vínculo por quase 5 décadas. Mesmo com as modestas instalações do LPF em seu início de operações, encontrou muita motivação para desenvolver pesquisas para o setor de base florestal chileno, em especial na região do rio Bio Bio. A seus colegas iniciais - Ingo Junge, Edgar Bluhm e Gustavo Pizarro, logo se juntou nosso estimado amigo José Paz. Com José Paz, Roberto Melo formou por anos uma das mais famosas duplas acadêmicas do setor de celulose e papel na América Latina. O entusiasmo era grande: acelerava-se assim a criação de cursos especiais para a carreira de engenheiro químico com especialização em produtos da madeira, especialmente celulose e papel. Da investigação para as salas de aula, foi um salto rápido e certeiro. O sonho de ser professor estaria se concretizando bem cedo na sua carreira - somente que seria professor de química industrial aplicada.

Entre os anos de 1960 a 1972, Roberto e José foram plantando as sementes para a formação de uma indústria de celulose e papel vitoriosa no Chile. No início, eram poucas as fábricas: Papeles Bio Bio, Inforsa, CMPC Laja. Essas fábricas e empresas cresciam e se valiam dos recursos humanos formados por Roberto Melo e José Paz. Crescia a demanda por técnicos e eles já eram numerosos. Em 1972, por uma iniciativa de diversos deles e também da empresa CMPC, fundava-se a ATCP-Chile (Asociación Técnica de la Celulosa y el Papel). O setor papeleiro firmava-se dentro da iniciativa privada, conseguindo escapar das políticas estatizantes de alguns governos chilenos.

Naqueles anos iniciais, as florestas de Pinus radiata mostravam-se como fantásticas alternativas para o crescimento da indústria florestal chilena. Entretanto, Roberto Melo e José Paz partiram para avaliar outras espécies fibrosas, dentre elas as de Eucalyptus. As pesquisas com E.globulus foram entusiasmantes e o E.nitens - preconizado para as regiões mais frias pelo INFOR - Instituto Forestal - também revelava excelente potencial. O Laboratório de Produtos Florestais teve assim papel fundamental para dar apoio ao crescimento dos eucaliptos e do Pinus radiata como fontes de fibras para a indústria chilena de celulose e papel. Grande parte das pesquisas tecnológicas surgiam na "República dos Produtos Florestais", que era a denominação que os colegas universitários passaram a dar ao LPF, frente ao enorme sucesso do mesmo em projetos com as empresas da região.

No final dos anos 80's iniciava-se o ciclo dos eucaliptos para produção de celulose de fibra curta no Chile. A empresa multinacional Shell passou a investir forte em florestas no Chile, dando início ao projeto da fábrica de Santa Fé. Os eucaliptos deixavam de ser fornecedores de madeira para lenha, dormentes, postes e estacas de mineração para também serem utilizados para produção de celulose kraft branqueada.

Infelizmente, ao mesmo tempo que crescia a indústria, especialmente a partir da década dos 90's, reduziam os projetos e reduzia o apoio da Universidad de Concepción ao Laboratório de Produtos Florestais. A entidade foi ficando sem docentes, pois alguns se aposentaram e outros, infelizmente, faleceram. Hoje, nosso estimado e competente amigo professor Dr. Cláudio Zaror comanda o LPF, mas praticamente sem recursos humanos. Sua missão será de fazê-lo crescer novamente para o nível de qualidade que a indústria chilena de base florestal necessita. Importa saber se essa mesma indústria e se a Universidad de Concepción estarão dispostas a compartilhar e oferecer recursos para esse novo e requerido crescimento do LPF. Até certo ponto, essa foi uma das grandes decepções nas carreiras dos professores Melo e Paz: não terem conseguido ver sucessores na área de celulose e papel para continuar suas missões na UDEC. Nosso amigo Dr. Cláudio Zaror é uma das mais representativas e competentes personagens universitárias no Chile, entretanto sua área de especialização concentra-se mais nos aspectos ambientais do setor do que nos de processo tecnológico industrial.

Roberto Melo foi investigador e professor da UDEC por cerca de 50 anos. Sua primeira aposentadoria aconteceu em 1991, mas foi logo chamado a retornar às suas aulas e pesquisas. Ali permaneceu até 2006, quando decidiu "abrir espaço para os mais jovens", deixando finalmente as posições acadêmicas para poder se dedicar mais à família, à eventual redação de textos tecnológicos e a pesquisas "part time" em laboratórios tipo os da UDT - (Unidad de Desarrollo Tecnológico da UDEC - http://www.udt.cl). Roberto Melo também teve forte participação em outras instituições acadêmicas e tecnológicas, colaborando para a criação de cursos e carreiras na Universidade del Bio Bio (engenharia civil em indústrias florestais), Universidad de Guadalajara México, etc.

Ao longo de sua carreira, Roberto Melo e José Paz acreditam que orientaram mais de 250 alunos egressados do LPF, ajudando-os nas pesquisas de seus trabalhos de conclusão de curso e titulação.

As principais linhas de pesquisa a que se dedicava o LPF, e por conseqüência, Roberto Melo, eram as seguintes:

• qualidades físicas, químicas e mecânicas das matérias-primas fibrosas;
• polpação e branqueamento;
• qualidade de papéis e das celuloses;
• reciclagem do papel;
• eficiência energética;
• aspectos de contaminação ambiental do setor.

São motivos de muito orgulho em sua carreira os seguintes feitos:
• ter colaborado para o desenvolvimento do setor de base florestal do Chile, formando profissionais para ajudar a construir uma base tecnológica competitiva e vitoriosa;
• ter gerado muito conhecimento tecnológico através de pesquisas acadêmicas e de projetos aplicados junto às empresas do setor;
• ter colaborado para o crescimento da ATCP - Chile, onde ocupou a presidência por diversos anos (1972 a 1978);
• ter colaborado para que a Universidad de Concepción e a região onde está inserida se transformassem em pólos de desenvolvimento florestal no país.

Roberto teve uma passagem muito rápida pela indústria, primeiro na do aço e depois alguns meses apenas junto a seu amigo Ingo Junge na indústria papeleira. Foi uma época difícil de sua vida, devido a uma enfermidade, sendo que a seguir optou por retornar para a UDEC só de lá saindo "após duas aposentadorias".

Dentre suas principais honorificências, destacam-se:

• Presidente da ATCP - Chile (Asociación Técnica de la Celulosa y el Papel): http://www.atcp.cl/content/view/19/43/
• Premio Municipal em Investigação Aplicada (município de Concepción);
• Título de Professor Emérito da Universidad de Concepción, em 2002: http://www2.udec.cl/panorama/p451/p20.htm
• Prêmio de Personalidade Florestal outorgado pela CORMA - Corporación Chilena de la Madera , em 2003:
http://www.corma.cl/portal/menu/quienes_somos/premios_corma
• Título de Engenheiro Distinguido, outorgado pelo Conselho Zonal do Colégio de Engenheiros em 2006:
http://www.ing.udec.cl/docs/finoticiasmayo06.pdf (Vide a página 02 do arquivo)

A despeito de todas suas inúmeras conquistas e honorificências, professor Roberto Melo é uma pessoa humilde, admirado por sua maneira simples, amável e camarada de se relacionar com seus milhares de amigos e admiradores.

Conheçam um pouco mais sobre a carreira acadêmica e associativa do professor Roberto Melo (todas as referências em Espanhol):

Un paseo por el bosque. Roberto Melo Sanhueza distinguido con el grado de Profesor Emérito de la Universidad de Concepción. Celulosa y Papel. 1 pp. (2002)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/01_Un%20passeo%20por%20el%20bosque.pdf

Curriculum vitae -
Roberto Melo Sanhueza. 40 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/02_Curriculum%20R.%20Melo.pdf

Entrevista Roberto Melo. Ex-Presidente ATCP Chile. Celulosa y Papel. 3 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/03_%20Entrevista%20Roberto
%20Melo_Presidente%20ATCP%20Chile.pdf


Conheçam mais sobre a produção científica e tecnológica do professor Roberto Melo navegando em alguns de seus trabalhos sobre os eucaliptos e outros artigos científicos a seguir:

Uma apreciável quantidade de outros artigos de Roberto Melo e colaboradores acerca dos Pinus estará sendo apresentada em uma das próximas edições da nossa outra publicação digital PinusLetter (http://www.celso-foelkel.com.br/pinusletter.html), na seção "Grandes Autores sobre os Pinus".

Todas as referências em Espanhol ou Inglês, conforme o idioma apresentado no título do artigo.


Modelo cinético simplificado para la remoción de ácido hexenurónico presente en pulpa kraft de eucalipto utilizando una solución de ácido peróximonosulfúrico. X. Petit-Breuilh; C. Zaror; R. Melo. II International Colloquium of Eucalyptus Pulp. 14 pp. (2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/04_Modelo%20cinetico
%20remoci%F3n%20HexAcs.pdf

Estudio de la reacción del perácido peróximonosulfúrico en pulpa de eucalipto globulus. N. Soto; C. Zaror; R. Melo. XI Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 12 pp. (2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/05_Estudio%20de%20reacci%
F3n%20del%20peracido%20en%20pulpa%20de%20eucalipto%20gl.doc

Pulpaje semiquímico de Eucalyptus nitens. M. Pereira; R. Melo; C. Pereira. II International Colloquium of Eucalyptus Pulp. 5 pp. (2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/06_pulpa%20de%20euca%20semiquimica%20Melo.pdf

Hexenuronic acid removal from unbleached kraft Eucalyptus pulp by peroxymonosulfuric acid. X. Petit-Breuilh; C. Zaror; R. Melo. Chilen Chemistry Society 49(4): 355 - 360. (2004)

http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0717-97072004000400016&script=sci_arttext

Remoción del ácido hexenurónico con ácido peroximonosulfúrico. Efectos en la calidad de la pulpa kraft. X. Petit-Breuilh; R. Melo; C. Zaror. X Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 9 pp. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/07_Remoci%F3n%
20del%20acido%20hexenuronico%20con%20peroximonosulfurico.pdf

Balances de calor y optimización energética de las áreas de cocción, evaporación y secado de una planta kraft. C. Sánchez; R. Melo; L. Lobos. X Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 21 pp. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/08_Balances%20de%20calor%20
y%20optimizaci%F3n%20energ%E9tica%20de%20las%20%E1reas%20.pdf

Efecto de la remoción de ácido hexenurónico en el blanqueo de pulpa de kraft en madera de eucalipto. M. Pereira; R. Melo; C. Daza. Celulosa y Papel 19(2): 14 - 17. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/09_Efecto%20de%20la%20
remoci%F3n%20de%20%E1cido%20hexenur%F3nico%20en%20el%20blanque.pdf

Environmental implications of hexenuronic acid removal from Eucalyptus globulus kraft pulp using peroxymonosulfuric acid. X. Petit-Breuilh; R. Melo; C. Zaror. 36º Congresso Anual ABTCP. 8 pp. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/10_Environmental%20
implications%20HeAC%20ABTCP%202003.pdf

Efectos de la sobrecarga de licor negro en el blanqueo de la pulpa. V. Estrada; R. Melo; M. Lozano. X Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 22 pp. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/11_Efectos%20de%20la%20
sobrecarga%20de%20licor%20negro%20en%20el%20blanqueo%20de.pdf

Producción de glucosa a partir de celulosa mediante hidrólisis ácida y enzimática. C. Campos; R. Melo. X Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 17 pp. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/12_Producci%F3n%20de%
20glucosa%20a%20partir%20de%20celulosa%20mediante%20hidr%F3.pdf

Degradación enzimática de madera previa deslignificación parcial y tratamiento alcalino. E. Brunaud; R. Melo; M. Pereira. Celulosa y Papel 18(3): 12 - 18. (2002)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/13_Degradaci%F3n%20
enzim%E1tica%20de%20madera%20previa%20Deslignificaci%F3n%20.pdf

Destintado de papel de desecho con zeolitas naturales. H. Escalona; R. Melo. IX Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 12 pp. (2001)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/14_DESTINTADO%20
DE%20PAPEL%20DE%20DESECHO%20CON%20ZEOLITAS.rtf

Destintado de papel de desecho con pH neutro. D. Giacomozzi; R. Melo. Celulosa y Papel 16(4): 04 - 08. (2000)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/15_Destintado%20de
%20papeles%20de%20desecho%20con%20pH%20neutro.pdf

Copolimerización por injerto de acetato de vinilo en fibra celulósica secundária. P. Catalan; A. Neira; R. Melo; B.L. Rivas. Boletin de la Sociedad Chilena de Química 44(4). (1999)
http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0366-16441999000400015&lng=es&nrm=iso

Aplicación de peróxido de hidrógeno a alta temperatura en blanqueo de pulpas kraft de eucalipto. J. Escalona; J. Reyes; R. Gonzáles; R. Melo. Celulosa y Papel 14(2): 14 - 22. (1998)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/16_Aplicaci%F3n%20de%
20per%F3xido%20de%20hidr%F3geno%20a%20alta%20temperatura%20en.pdf

Destintado de papeles recuperados fotocopiados e impresos láser. R. Melo; M. Valenzuela. Celulosa y Papel 14(3). 8 pp. (1998)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/17.%20Destintado%20de%20papel%20recuperado.pdf

Resumo: Life cycle analysis of the Chilean forestry process industry. P. Gonzáles; C. Zaror; R. Melo. XI World Forestry Congress. (1997)
http://www.fao.org/forestry/docrep/wfcxi/publi/v4/T19E/2-21.HTM

Efecto de la carga de ozono en la degradación de la lignina residual en pulpas kraft. R. Melo; S. Acevedo. Celulosa y Papel 12(1): 18 - 22. (1996)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/18_Efecto%20de%20la%
20carga%20de%20ozono%20en%20la%20degradaci%F3n%20de%20la%20ligni.pdf

Efecto de la depolimerización de pulpas químicas por ozono sobre las propiedades mecanicas. R. Melo; S. Mariani; J. Acosta. Celulosa y Papel 12(4): 18 - 21. (1996)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/19_ozono%20y%20
propiedades%20mec%E1nicas%20pulpa.pdf

Emulsiones de estireno con ésteres de ácido metacrílico como encolantes de papeles. R. Catalán Saravia; S. Farías Navarrete; R. Melo. V Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 11 pp. (1993)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/20_Emulsiones%20
de%20estireno%20con%20esteres%20de%20acido%20metacrilico%20c.pdf

Estudio de poli (4-vinil-piridina-co-estireno) como impregnante de papeles. R. Catalán Saravia; R. Melo. V Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 9 pp. (1993)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/21_Estudio%20de
%20poliestireno%20como%20impregnante%20de%20papeles.pdf

Estudio del efecto activador del ozono durante la predeslignificación con oxigeno. Proceso OxO. J. Pinilla; R. Melo; A. Solis. V Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 10 pp. (1993)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/22_Estudio%20del%20
efecto%20activador%20del%20ozono%20durante%20la%20predesl.pdf

Experimentan con ozono para blanquear pulpa. R. Melo. Celulosa y Papel 8(3). 1 pp. (1992)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/23_Experimentan%20
con%20ozono%20para%20blanquear%20pulpa.pdf

Dimensionamiento y evaluación económica para una planta Organosolv. V. Otárola; C. Zaror; R. Melo. IV Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 11 pp. (1991)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/24_Dimensionamiento%20y%20
evaluacion%20para%20una%20planta%20organosolv.pdf

Deslignificación de pulpas con oxigeno. Activación con Cl2 y NO2. H. Araneda; R. Melo. IV Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 21 pp. (1991)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/25_deslignificacion%20de%20
pulpas%20con%20oxigeno%20activacion%20con%20clo.pdf

Efecto de emulsiones acrílicas en papeles. R. Catalán Saravia; R. Melo; U. Angne. IV Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 9 pp. (1991)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/26_Efecto%20de%20
emulsiones%20acrilicas%20en%20papeles.pdf


Ensayos de pulpaje y blanqueo de madera de eucaliptos (Eucalyptus spp.). R. Melo; J. Paz; A. Solís; V. Carrasco. Celulosa y Papel 7(1). 10 pp. (1991)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2002a_%20Ensayos
%20de%20pulpaje%20y%20blanqueo%20de%20madera%20de%20euca.pdf

Predeslignificación con oxigeno de pulpas organosolv de eucalipto. J. Castro; R. Melo. IV Jornadas Técnicas de la Celulosa y el Papel. 16 pp. (1991)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/27_Predeslignificacion%20con
%20oxigeno%20de%20pulpas%20organosolv%20de%20e.pdf

Efectos de la adición de metanol sobre el pulpaje soda-antraquinona de eucalipto. R. Melo; P. Müller. Celulosa y Papel 5(1): 10 – 14. (1989)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/28_antraquinona%20de%20eucalipto.pdf

Nuevas espécies en la producción de celulosa. J. Paz; R. Melo. Celulosa y Papel 3(1): 13 – 15. (1987)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2001_Nuevas%
20esp%E9cies%20en%20la%20producci%F3n%20de%20celulosa.pdf

Utilización de carboximetil almidón de sódio (CMA) en papeles de impresión off-set. J. Schuffenegger; R. Melo. Celulosa y Papel 3(3): 17 - 21. (1987)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/29_CMA%20para%20papeles.pdf

Efectos de ácidos poliacrílicos sobre papel. R. Catalán; R. Melo; B. Rivas; U. Angne. Celulosa y Papel 2(2): 10 - 15. (1986)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/30_Efectos%20de%20acidos%20poliacrilicos%20sobre%20papel.pdf

Pulpaje soda-etanol de madera de eucalipto. R. Melo; W. Montoya. Celulosa y Papel 2(1): 13 - 15. (1986)

http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/31_Pulpaje%20soda%20etanol%20de%20eucalipto.pdf

Pulpaje semiquímico con lejia verde de madera de eucalipto (Eucalyptus globulus). C. Dörner; R. Melo; A. Solis. Celulosa y Papel 2(1): 08 - 12. (1986)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/32_Pulpaje%20con%20lejia%20verde.pdf

Aprovechamiento industrial de los eucaliptos.
Crônica anônima. Projeto PNUD/UDEC. 2 pp. Celulosa y Papel ATCP Chile. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/33_Aprovechamiento%
20Industrial%20de%20Los%20Eucalyptus.pdf

Blanqueo de pulpas kraft de Eucalyptus globulus com oxigeno, ozono y peroxido. P. Perez; R. Melo; J. Paz. 13 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2016_Blanqueo%
20de%20pulpas%20Kraft%20de%20Eucalyptus%20globulus.pdf

Caracterización de la pulpa producida com diferentes condiciones de proceso RDH. R. Estebán; R. Melo; J. Paz. 15 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2017_Caracterizac
i%F3n%20de%20la%20pulpa%20producida%20con%20diferen.pdf

Interrelación entre las propiedades de uma celulosa kraft y la materia prima usada para su fabricación. R. Melo; J. Paz; V. Carrasco; N. Bello. Celulosa y Papel. 6 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2019_Interrelaci%
F3n%20entre%20las%20propiedades%20de%20una%20celulo.pdf

Obtención de pulpas química blanca sin uso de compuestos clorados. G. Salvadores; J. Paz; R. Melo. 12 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2020_Obtencion%
20de%20pulpas%20quimica%20blanca%20sin%20uso%20de%20com.pdf

Posibilidad de producción de pulpas semiquímicas en Chile. R. Melo; J. Paz; V. Carrasco; C. Murcia; H. Pacheco; M. Torres. Celulosa y Papel. 5 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2021_Posibilidad
%20de%20producci%F3n%20de%20pulpas%20semiqu%EDmicas%20.pdf

Gostaria de agradecer a ATCP Chile que me disponibilizou muitos desses trabalhos para incorporação em meu website www.celso-foelkel.com.br e à ABTCP Brasil que cooperou com artigos e também na digitalização de outros tantos. Vocês irão encontrar muitas informações técnicas relevantes para a ciência e tecnologia dos eucaliptos no Chile. Espero que gostem, desfrutem e aprendam com essas conquistas de Roberto Melo, seus fiéis amigos e colaboradores e muitos de seus estudantes pesquisadores. Muitos deles são hoje personagens relevantes na indústria de celulose e papel no Chile.

Roberto Melo teve o privilégio em sua longa e produtiva carreira de consolidar conhecimentos e valores em algumas gerações de engenheiros químicos e florestais no Chile. O sucesso da indústria florestal do Chile, sem dúvida alguma, tem alguns de seus alicerces construídos com a paciência, determinação, entusiasmo, competência e carisma de Roberto Melo.

Obrigado meu estimado amigo Roberto Melo pelo que você fez e continuará fazendo pelos Eucalyptus, pelos Pinus, pela indústria de base florestal e especialmente pelo setor de papel e celulose. Nosso reconhecimento e admiração pelo seu trabalho. Eu, nosso estimado irmão profissional professor José Paz Peña e seus inúmeros admiradores e leitores dessa atual edição da Eucalyptus Newsletter agradecemos por seu exemplo de vida.

Referências Técnicas da Literatura Virtual

Nessa seção, estamos colocando, como sempre, euca-links com algumas publicações relevantes da literatura virtual. Basta você clicar sobre os endereços de URLs para abrir as mesmas ou salvá-las em seu computador. Como são referências, não nos responsabilizamos pelas opiniões dos autores, mas acreditem que são referências valiosas e merecem ser olhadas pelo que podem agregar ao seu conhecimento. Ou então, para serem guardadas em sua biblioteca virtual. Nessa seção, temos procurado balancear publicações recentes e outras antigas, que ajudaram a construir a história de sucesso dos eucaliptos. Elas versam sobre florestas, ecologia, ambiente, uso industrial das madeiras, celulose e papel; enfim, todas as áreas que se relacionam aos eucaliptos: seu desenvolvimento em plantações florestais e utilizações de seus produtos.

Especialmente nessa edição estamos dando ênfase a alguns trabalhos recentes de pesquisa acadêmica realizados em universidades do Chile, versando sobre produção florestal e principalmente sobre utilização industrial das espécies Eucalyptus nitens e Eucalyptus globulus.

Comportamiento pulpable de Eucalyptus nitens normal y suprimido crecido en la X Región de Chile. A.E. Borgoño Acosta. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 51 pp. (2006) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2006/fifb734c/doc/fifb734c.pdf

Efecto de ayudantes en pulpaje kraft basados en antraquinonas y surfactantes sobre pulpa de Eucalyptus nitens.
J.Y.F. Guzmán. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 59 pp. (2006) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2006/fiff584e/doc/fiff584e.pdf

Medios de cultivo para el desarrollo de inóculos de hongos de pudrición blanca aplicables en biopulpaje kraft. R.A. Morales Vera. Trabalho de Titulação. Universidad de Chile. 87 pp. (2006) (em Espanhol)
http://www.cybertesis.cl/tesis/uchile/2006/morales_r/sources/morales_r.pdf

Efecto de los aditivos utilizados en el pulpaje kraft sobre el blanqueo ECF de Eucalyptus nitens. V.F.F. Garcia. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 83 pp. (2006) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2006/fiff475e/doc/fiff475e.pdf

Densidad básica de la madera de Eucalyptus globulus en dos sitios en Chile. A.I. Espina Lizana. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 50 pp. (2006) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2006/fife.77d/doc/fife.77d.pdf

Análisis de costos en el proceso de certificación forestal entre 2000-2005 de la empresa Forestal Valdívia S/A - Un caso de estudio. J.A. Vargas Rodriguez. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 67 pp. (2006) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2006/fifv297a/doc/fifv297a.pdf

Revisión bibliográfica del marco legal en bioseguridad forestal y los ornanismos genéticamente modificados en la producción en Chile
. V.A. Kauzlarich Rojas. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 46 pp. (2006) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2006/fifk.23r/doc/fifk.23r.pdf

Evaluación técnica y economica de sistema de astillado en bosque de Eucalyptus sp.
A.C. Jaramillo Mendoza. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 67 pp. (2005) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2005/fifj.37e/doc/fifj.37e.pdf

Variación de la composición química en albura, duramen y altura de madera pulpable de Eucalyptus globulus proveniente de Monte Alto y Monte Bajo. G.L. Barahona Olmos. Trabalho de Titulação. Universidad de Chile. 87 pp. (2005) (em Espanhol)
http://www.cybertesis.cl/tesis/uchile/2005/barahona_g/sources/barahona_g.pdf

Tableros de contrachapados de Eucalyptus nitens: efecto de las diferentes dosificaciones de adhesivo en las propiedades físico-mecánicas. L.M. Maragaño Fehrmann. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 44 pp. (2005) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2005/fifm298t/doc/fifm298t.pdf

Impregnabilidad de la madera de Eucalyptus nitens.
V.N. Salas Langer. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 66 pp. (2005) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2005/fifs161i/doc/fifs161i.pdf

Fabricación de OSB y contrachapado a partir de Eucalyptus nitens: analisis del comportamiento en proceso. P.E. Arcos Sánchez; J.E. Allen Merello. Trabalho de Titulação. Universidad del Bio Bio. 411 pp. (2005) (em Espanhol)
http://cybertesis.ubiobio.cl/tesis/2005/allen_j/doc/allen_j.pdf

Caracterización física, química y morfológica del Eucalyptus delegatensis cosechado en el fundo Las Palmas (X Región). G.A. Thienel Carrasco. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 51 pp. (2005) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2005/fift434c/doc/fift434c.pdf


Propiedades del licor negro bajo la influencia de la carga y formulación de antraquinona en pulpaje kraft. D.F. Tapia Barrientos. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile. Valdívia. 40 pp. (2005) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl/tesis/uach/2005/fift172p/doc/fift172p.pdf

Determinación de peso específico y de algunas propiedades biométricas en Eucalyptus globulus como matéria prima pulpable. C.M. Saavedra Fuenzalida. Trabalho de Titulação. Universidad de Chile. 98 pp. (2004) (em Espanhol)
http://www.cybertesis.cl/tesis/uchile/2004/saavedra_c/sources/saavedra_c.pdf

Estudo del biodeterioro en madera de Eucalyptus globulus por método gravimétrico. L.K. Zaid Núñez. Trabalho de Titulação. Universidad de Chile. 70 pp. (2004) (em Espanhol)
http://www.cybertesis.cl/tesis/uchile/2004/zaid_l/sources/zaid_l.pdf

Análisis de flavonóides en plantas medicinales del sur de Chile con técnica HPLC.
(inclui-se o Eucalyptus globulus). D. Varas Pacheco. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile.Valdívia. sem numeração de páginas. (2004) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl:8080/sdx/uach/notice.xsp?id=uach.2004.fcv288a-principal&qid=pcd-q&base=documents&id_doc=uach.2004.fcv288a&num=&query=&isid=uach.2004.fcv288a&dn=1


Determinación de la importancia del consumo de leña por el sector industrial de la X Región y sus implicaciones ambientales. M.A. Ponce Osorio; R.N. Cardenas Gomez. Trabalho de Titulação. Universidad de Santiago de Chile. 66 pp. (2004) (em Espanhol)
http://www.digeo.cl/doc/Ponce%20Osorio,%20Mariana.pdf

Estudio del aprovechamiento en el proceso de astillado de Eucalyptus globulus. A.M. Iturra Leal. Trabalho de Titulação. Universidad Austral de Chile.Valdívia. sem numeração de páginas. (2003) (em Espanhol)
http://cybertesis.uach.cl:8080/sdx/uach/notice.xsp?id=uach.2003.fifi.9
1eprincipal&qid=pcdq&base=documents&id_doc=uach.2003.fifi.91e&num
=&query=&isid=uach.2003.fifi.91e&dn=1

Caracterización y estandarización de productos, procesos y equipos en la industria del aserrio. C.F. Aguilar Cayún; R.A. Sanheza Bravo. Trabalho de Titulação. Universidad del Bio Bio. 270 pp. (2003) (em Espanhol)
http://cybertesis.ubiobio.cl/tesis/2003/sanhueza_r/doc/sanhueza_r.pdf

Propuesta de diseño de un sistema de gestión ambiental para el Vivero Buin de la Corporación Nacional Forestal - Región Metropolitana
. N.B. Osorio; P. Villasen Garay. Trabalho de Titulação. Universidad de Santiago de Chile. 302 pp. (2002). (em Espanhol)

http://www.digeo.cl/doc/Bravo_Osorio_Natalia.pdf

Referências sobre Eventos e Cursos

Essa seção tem como meta principal apresentar a vocês todos a possibilidade de se navegar em eventos que já aconteceram em passado recente, e para os quais os organizadores disponibilizaram o material do evento para abertura, leitura e downloading em seus websites. Trata-se de uma maneira bastante amigável e com alta responsabilidade social e científica dessas entidades, para as quais direcionamos os nossos sinceros agradecimentos. Gostaria de enfatizar a importância de se visitar o material desses eventos. A maioria deles possui excepcionais palestras em PowerPoint, ricas em dados, fotos, imagens e referências para que você possa aprender mais sobre os temas abordados. Outras, disponibilizam todo o livro de artigos técnicos, verdadeiras fontes de conhecimento para nossos leitores.

Congressos MADEIRA da BESC Eventos. (em Português)
Os congressos conhecidos como MADEIRA são editados a cada dois anos e organizados e promovidos pela empresa BESC Eventos, de nossa estimada amiga Jussara Ribeiro. MADEIRA é o nome simplificado para o Congresso Internacional de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Indústria de Base Florestal e de Geração de Energia. As duas últimas edições aconteceram respectivamente nas cidades de Brasília (2006) e Porto Alegre (2008). As programações são ricas e diversificadas e podem ser acessadas pela web. As palestras do evento de 2006 estão disponibilizadas no website da ABRAF - Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. Já as palestras do evento que recentemente aconteceu no Rio Grande do Sul podem ser obtidas ou no website do próprio evento, ou do parceiro, o portal Painel Florestal.
Madeira 2006:

http://www.abraflor.org.br/eventos/madeira2006.asp (Programação e palestras para download)
Madeira 2008:
http://www.madeira2008.com.br/programacao.php (Programação)
http://www.madeira2008.com.br/palestras.php (Palestras)
http://painelflorestal.com.br/exibeNews.php?id=2538 (Palestras no portal Painel Florestal)


X Congresso Florestal do Rio Grande do Sul. (em Português)
Mais um evento tradicional que ocorre com uma periodicidade de aproximadamente 4 anos na simpática cidade de Nova Prata, no estado do Rio Grande do Sul. A última edição, a de número 10, ocorreu em agosto de 2008. Foram mais de 1.200 participantes, grande maioria de jovens estudantes de engenharia florestal, agronomia e de tecnologia de produtos florestais. O evento contou com a entusiasmada presidência do meu estimado e competente amigo professor Cláudio Dilda

(http://www.congressoflorestalrs.com.br/index.php?formulario=palavrapresidente&metodo=4)

e nele se fizeram presentes as principais autoridades do setor no estado, inclusive políticas. Embora não tendo conseguido colocar no website todas as palestras oferecidas no evento, é possível se ter acesso a diversas delas. Confiram e aproveitem os bons momentos tecnológicos florestais do evento:
http://www.congressoflorestalrs.com.br/?formulario=documentos&metodo=4&id=0 (Palestras)
http://www.congressoflorestalrs.com.br/?formulario=videos&metodo=4&id=0 (Vídeos)

8ª Reunião de Atualização em Eucaliptocultura - IPEF. (em Português)
Excelente evento sobre os eucaliptos organizado de forma periódica pelo nosso parceiro IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. O evento ocorreu na Estação Experimental Florestal de Itatinga, SP, da ESALQ/USP, no ano de 2008. Definitivamente, um curso sobre as modernas tecnologias florestais aplicadas aos eucaliptos.

http://www.ipef.br/eventos/2008/eucaliptocultura.asp (Programação e palestras)


Fórum e EcoFórum ANAVE 2008. (em Português)
Eventos dos mais tradicionais e significativos no Brasil, dedicados a estudos de mercados, comercialização e sustentabilidade no setor da celulose e papel. Visitem as excelentes palestras disponibilizadas sobre a reciclagem do papel (EcoFórum) e sobre os impactos da crise econômica mundial sobre diversos produtos celulósico-papeleiros (Fórum). Aos amigos Theo Borges, Maurício Porto e Jahir de Castro da diretoria da ANAVE nossas homenagens pelos excelentes eventos.Vejam algumas das palestras:

http://www.anave.org.br (Website de nosso parceiro ANAVE - Associação Nacional dos Profissionais de Venda em Celulose, Papel e Derivados )
http://www.anave.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=246&Itemid=107 (Palestras do Fórum 2008)
http://www.anave.org.br/ecoforum2008 (Palestras do EcoFórum 2008 sobre aspectos ambientais da reciclagem do papel)

I Seminário sobre Perspectivas Econômicas e Técnicas da Agropecuária no Brasil. (em Português)
Evento do CEPEA/ESALQ/USP - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, realizado em agosto de 2008. O evento discutiu os potenciais das culturas de cana-de-açúcar, citros, grãos, pecuária e plantações florestais. Vejam as palestras dos professores Carlos José Caetano Bacha e Fernando Seixas versando sobre as plantações florestais.

http://www.cepea.esalq.usp.br/florestal/?id_page=740 (Programação geral do evento)
http://www.cepea.esalq.usp.br/florestal/CarlosBacha.pdf (Palestra do prof. Carlos Bacha, uma orientação aos investidores em florestas plantadas)
http://www.cepea.esalq.usp.br/florestal/FernandoSeixas.pdf (Palestra do prof. Fernando Seixas, uma aula magnífica sobre os plantios comerciais de florestas)

CIADICYPs 2006 e 2008. (em Espanhol, Inglês ou Português)
As diferentes edições do CIADICYP (Congreso IberoAmericano de Investigación en Celulosa y Papel) vêm-se constituindo em excelentes alternativas de evento celulósico papeleiro para a sociedade tecnológica da América Latina e Ibéria. Suas duas últimas edições ocorreram no Chile (2006) e no México (2008). As comunidades acadêmicas e de institutos de pesquisa dos países localizados nessas regiões são os mais usuais apresentadores de suas descobertas nesses eventos. Os CIADICYPs acontecem com freqüência de 2 anos, de forma alternada entre os diversos países, tendo já ocorrido na Argentina, Brasil, Espanha, Chile e México. O próximo evento está programado para ocorrer em Portugal, em 2010.

http://www.riadicyp.org.ar//index.php?option=com_remository&Itemid=41&func=select&id=11 (Palestras do evento de 2006 realizado no Chile)
http://www.riadicyp.org.ar//index.php?option=com_content&task=view&id=54&Itemid=77 (Programação do evento de 2008 realizado no México)
http://www.riadicyp.org.ar//index.php?option=com_remository&Itemid=39&func=select&id=10 (Palestras do evento de 2008)
http://ciadicyp.cucei.udg.mx (Website do evento do México, 2008)

IUFRO International Conference - Processes Controlling Productivity in Tropical Plantations.
(em Inglês)
Magnífico evento da IUFRO - International Union of Forestry Research Organizations, com toda a logística de organização oferecida pelo co-patrocinador IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais) e pela ESALQ/USP. A conferência internacional reuniu experts mundiais que compartilharam informações tecnológicas em Porto Seguro, Brasil, durante o mês de novembro de 2008. As palestras do evento estão disponibilizadas para downloading no website do IPEF, algo imperdível. Nossos cumprimentos ao IPEF, aos técnicos e professores, aos ilustres palestrantes, pela qualidade oferecida e pela oportunidade de acessar esse rico material.

http://www.ipef.br/iufro2008 (Website evento)
http://www.ipef.br/iufro2008/program.asp (Palestras e programação)


IV Encontro Internacional Forestal, Maderero, Celulosa y Papel - EXPOCORMA 2008.
(em Espanhol ou Inglês)
Evento magno da CORMA - Corporación Chilena de la Madera. Nesse evento, são debatidos variados temas em diversos seminários. Recomendamos principalmente que acessem as palestras do Simpósio Indústria de Celulosa y Papel (tema central: biocombustíveis) e da XXIII Silvotecna (biomassas e bioenergias). Além disso, vocês poderão ainda encontrar palestras sobre a fauna, a flora e bosques nativos chilenos e sobre painéis de madeira e produção florestal. Essa enorme quantidade de excelente material técnico vai-lhes tomar algum tempo para navegação, mas vale a pena, acreditem-me. À CORMA, nossos cumprimentos pela sempre eficiente realização da EXPOCORMA e pela disponibilização desse vasto conhecimento para a sociedade tecnológica mundial.

http://www.cormabiobio.cl/expo2008/www/presentaciones.htm (Eventos e palestras - EXPOCORMA 2008)

Euca-Links

A seguir, estamos trazendo a vocês nossa indicação para visitarem diversos websites que mostram direta relação com os eucaliptos, quer seja nos aspectos econômicos, técnicos, científicos, ambientais, sociais e educacionais.

BRACELPA - Associação Brasileira de Celulose e Papel.
(em Português e Inglês)
Entidade dos fabricantes de celulose e papel, representando os interesses desses segmentos no Brasil. O website da Bracelpa é um dos mais visitados do setor no país, pois disponibiliza um respeitável banco de dados setorial, com estatísticas, respostas a perguntas mais freqüentes, relatórios de sustentabilidade sócio-ambiental, etc. A presidência executiva da BRACELPA é exercida por nossa estimada amiga Dra. Elizabeth de Carvalhaes e o conselho da associação tem como presidente nosso competente amigo Dr. Horácio Lafer Piva. Visitem e naveguem para encontrar informações de relevância sobre o Brasil e a produção de celulose e papel a partir de florestas plantadas.
http://www.bracelpa.org.br/bra/index.html
http://www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/index.html (Estatísticas do setor)
http://www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2007.pdf (Relatório estatístico anual - 2007)
http://www.bracelpa.org.br/bra/social/index.html (Relatórios sócio-ambientais das empresas do setor)

CENARGEN - EMBRAPA. (em Português)
O CENARGEN é o órgão da EMBRAPA para assuntos de Recursos Genéticos e Biotecnologia. Esse website e o website geral da EMBRAPA são alguns dos mais visitados no país pela sua avançada disponibilização de informações ao nível do estado-da-arte setorial. Com relação ao Eucalyptus, o CENARGEN tem tido papel de destaque no seqüenciamento do genoma do eucalipto, através do multi-projeto Genolyptus. Em seu quadro de pesquisadores está um de nossos mais reconhecidos técnicos em biotecnologia florestal - Dr. Dário Grattapaglia, que em breve lhes será apresentado como um dos Amigos dos Eucalyptus. Aguardem. Algo que merece ser feito por vocês nesse website é pesquisar o que existe disponível sobre Eucalyptus na forma digital dentre as publicações do CENARGEN. Vocês vão gostar da surpresa que lhes preparei.

http://www.cenargen.embrapa.br/ (Website geral do CENARGEN)
http://www.embrapa.br (Website geral da EMBRAPA - Portal da Pesquisa Agropecuária no Brasil)
http://www.google.com.br/custom?q=eucalyptus&domains=www.cenargen.embrapa.br
& sitesearch=www.cenargen.embrapa.br
(Pesquisa bibliográfica sobre Eucalyptus no website do CENARGEN)

CEPEF - Centro de Pesquisas Florestais da Universidade Federal de Santa Maria. (em Português)
O CEPEF vem atuando com destaque em pesquisas florestais no estado do Rio Grande do Sul, através da integração universidade/empresa. Sugiro uma navegação nas publicações virtuais e publicações online disponibilizadas, bem como na excelente revista Ciência Florestal, com todas as edições online .

http://www.ufsm.br/cepef (Website do CEPEF)
http://www.ufsm.br/dcfl/seriestecnicas.html (Séries técnicas virtuais)
http://www.ufsm.br/cepef/publicacoesonline.html (Publicações online)
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/index_2.html (Revista Ciência Florestal)
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/publicacoes.html (Ciência Florestal - Volumes publicados)

CIFlorestas - Centro de Inteligência em Florestas. (em Português)
O CIFlorestas consiste em uma ação estruturada do Governo do Estado de Minas Gerais para promover o crescimento do setor florestal no estado, reforçando o destaque que já possui MG em termos de plantações florestais. Seu objetivo é fornecer ferramentas para que esse crescimento possa ocorrer de forma mais qualificada. Dentre as ações propostas, está uma enorme disponibilização de informações para as partes interessadas, como por exemplo: cotações, estatísticas, questões ambientais, legislação, indicadores de produtividade, literaturas técnicas, promoção de negócios florestais, eventos, cursos, etc. Nota-se um grande esforço em oferecer conhecimentos aos interessados para plantios de espécies florestais como: eucaliptos, Pinus, paricá, cedro australiano, palmito, acácia negra, seringueira e até mesmo para a araucária, que se desenvolve muito bem na região serrana do sul de Minas Gerais.

http://www.ciflorestas.com.br (Website geral)
http://www.ciflorestas.com.br/texto.php?p=eucalipto (Sobre o eucalipto)
http://www.ciflorestas.com.br/texto.php?p=pinus (Sobre o Pinus)
http://www.ciflorestas.com.br/documentos.php?t=D (Documentos e artigos)

Rochester Institute of Technology - RIT Printing Industry Center. (em Inglês)
O RIT consiste em um excelente centro tecnológico para pesquisa e ensino na cidade de Rochester, estado de New York. Uma de suas áreas fortes é exatamente a impressão em papel. Essa região tem sido uma área forte da empresa Eastman Kodak, por anos atuando com uma fábrica de papel fotográfico que é um produto que demanda excelente qualidade de impressão. Verifiquem que há oferta de inúmeras publicações digitais sobre impressão em papel.

http://www.rit.edu (Rochester Institute of Technology)
http://print.rit.edu (Printing Industry Center)
http://print.rit.edu/research/index.php?page=monographs (Publicações digitais sobre impressão em papel)

RR Agroflorestal. (em Português)
A empresa RR Agroflorestal dedica-se à consultoria em assuntos ligados à nutrição e fisiologia florestal, propagação vegetativa e biotecnologia agroflorestal. Em seu interessante website disponibilizam muita informação técnica que pode ser acessada sem custos. Também editam um informativo técnico muito bom - Addubare, cujos números podem também ser encontrados no website geral onde se pode também fazer o cadastro para receber via e-mail.

http://www.rragroflorestal.com.br (Website geral)
http://www.rragroflorestal.com.br/divulgacao.asp (Publicações digitais)
http://www.rragroflorestal.com.br/addubare.asp (Informativo Addubare)

SI-Florestas / Universidade Federal de Viçosa. (em Português)
O SI-Florestas é um novo e potencialmente dinâmico sistema de captação e disponibilização de informações sobre florestas que está sendo criado pela Universidade Federal de Viçosa. Fico feliz em ver que nossa estimada amiga Dóris Magna Avelar de Oliveira está diretamente envolvida nesse desenvolvimento, sinônimo de qualidade garantida. O SI-Florestas ainda está embrionário, exige cadastramento e o acesso parece ser ainda muito restrito. Nosso voto de confiança para que esse sistema seja difundido a nível nacional e privilegie a sociedade florestal do Brasil e do mundo.

http://www.sifloresta.ufv.br/SBIDigital

TECLIM - Rede de Tecnologias Limpas. (em Português)
A TECLIM consiste em uma rede de tecnologias e produção limpa que atua principalmente no estado da Bahia, com forte apoio da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia através do professor Asher Kiperstok. Existe uma enormidade de publicações disponibilizadas, diversas com projetos realizados em produção mais limpa em fábricas de celulose da região (Bacell, Aracruz e Bahia Pulp) e de industrialização da madeira. Entrem na seção de buscas de literatura da Biblioteca Virtual e encontrem diversas e interessantes teses sobre Celulose, Madeira, Papel.

http://teclim.ufba.br (Website geral)
http://teclim.ufba.br/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por (Pesquisa de literaturas na biblioteca digital)


Webpage pessoal do Dr. João Vianei Soares em INPE/DSR. (em Português)
Dr. João Vianei Soares é um talentoso engenheiro agrícola formado na Universidade Federal de Viçosa e que se dedica a estudos de sensoriamento remoto no INPE - Instituto de Pesquisas Espaciais, Brasil. Dentre seus trabalhos destacam-se aqueles associados à hidrologia de florestas nativas e plantadas. Vale a pena navegar pelo muito que nos oferece o Dr. Vianei Soares em seu website:

http://www.dsr.inpe.br/dsr/vianei/homepage.html (Webpage pessoal do Dr. Vianei Soares)
http://www.dsr.inpe.br/dsr/vianei/hidrologia/DOCs_PDFs (Curso de hidrologia florestal - Apostilas em DOC)
http://www.dsr.inpe.br/dsr/vianei/hidrologia/PPTs_PDFs (Curso de hidrologia florestal - Palestras em PPT)
http://www.dsr.inpe.br/dsr/vianei/t_revistas (Artigos publicados pelo Dr. Vianei Soares em revistas)
http://www.dsr.inpe.br/dsr/vianei/p_simposios (Artigos publicados pelo Dr. Vianei Soares em seminários e congressos)

Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos
por Ester Foelkel
(http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html)

Nessa edição: Produção do cogumelo shiitake a partir de toras de eucaliptos

O cogumelo shiitake (Lentinula edodes), originário do oriente, é atualmente o segundo tipo de cogumelo mais consumido no mundo. Além disso, L. edodes é um importante degradador da lignina da madeira, podendo ocasionar a conhecida “podridão branca” em toras. Essa podridão vem sendo estudada por muitos autores como forma de se isolar a holocelulose da madeira em processos biolignolíticos. O cultivo do shiitake já é conhecido e praticado por mais de 1.000 anos pelos povos orientais, fazendo parte da cultura e culinária de muitas dessas regiões. Esse fungo atua na ciclagem de nutrientes através da degradação da madeira, retornando-os ao solo através da biodegradação da matéria orgânica (Silva e Santana, 2007). Devido ao seu sabor agradável e propriedades medicinais e nutricionais, o consumo de shiitake vem aumentando no mundo inteiro, inclusive no Brasil. O cogumelo pode ser vendido "in natura", em conservas ou desidratado. Essa última era a principal opção de consumo no Brasil no início dos anos 80; contudo, atualmente o mercado do shiitake se modificou, caracterizando-se basicamente pelo consumo "in natura", devido principalmente ao aumento da produção no nosso país e pelo gosto adquirido pela população. Outra razão para esse aumento de consumo de cogumelo fresco teria sido as melhorias no processo de conservação: os cogumelos podem-se manter frescos por até 10 dias quando refrigerados a 4°C (Neves e Graciolli, 2008). Segundo os mesmos autores, 64 % dos produtores de shiitake estudados em municípios do oeste do estado de São Paulo, Brasil, ainda não conseguem melhores preços pela venda de cogumelos de maior diâmetro e consequentemente melhor qualidade. O valor do shiitake "in natura" na região pesquisada variou de R$ 12,00 a 25,00; contudo, a grande maioria dos produtores comercializou a R$ 15,00 (Neves e Graciolli, 2008). Entretanto, esse mercado está evoluindo e rapidamente.

Por outro lado, o shiitake desidratado é importante fonte de fibras e de proteínas, possuindo basicamente 25,9 % da última e podendo substituir a carne em uma refeição. É um alimento que contém pouca gordura (0,45 - 0,72% de lipídios), baixas quantidades calóricas, apresentando ainda 67% de sua composição em carboidratos e o restante em vitaminas B2 e C, sais minerais e o ergosterol (componente da membrana celular de células fúngicas e precursor da vitamina D). O shiitake ainda possui importantes propriedades medicinais, sendo recomendado seu consumo para a fortificação do sistema imunológico. Não é a toa que esse cogumelo é considerado um tipo de "elixir da vida" pelos japoneses, sendo estudado para fins terapêuticos no mundo todo (Angelis e Pião, 2008, Neves e Graciolli, 2008; Silva e Santana, 2007). Os principais compostos derivados do shiitake pesquisados para uso farmacológico são a lentiniana e o LEM (extrato do micélio de L. edodes) (Angelis e Pião, 2008).

O shiitake pode ser produzido em toras de árvores em processo de apodrecimento conduzido e as de eucalipto vêm-se mostrando como substratos bastante favoráveis ao desenvolvimento desse fungo. Logo, esse cogumelo é considerado um relevante produto dos eucaliptos, agregando valor às toras de menor diâmetro e gerando renda extra ao produtor rural. Os cogumelos shiitake geralmente eram produzidos a partir da madeira do carvalho e castanheira ou em substratos a base de serragem no Japão e na China, respectivamente. Contudo, no Brasil, os imigrantes orientais tiveram que adaptar as técnicas de produção desse alimento. O uso do eucalipto em toras como substrato foi uma dessas adaptações, sendo hoje essencialmente a base da produção do shiitake brasileiro (Silva e Santana, 2007). Segundo Neves e Graciolli (2008), o principal gênero arbóreo utilizado para a produção do shiitake por produtores em pesquisa feita no estado de São Paulo foi o Eucalyptus (55,9 %), seguido pela mangueira com 32,3 %. No Brasil, vários estudos já foram realizados e continuam sendo feitos, buscando aperfeiçoar a produção do shiitake a partir do eucalipto. Além das características químicas, físicas, fitossanitárias e ambientais da madeira, a sua escolha para a produção de shiitake depende da demanda no mercado. Logo, o eucalipto leva vantagem frente a outras madeiras (mangueira, abacateiro, entre outros), principalmente devido ao seu preço mais acessível. As principais espécies de eucalipto utilizadas como substrato para esse cogumelo são: Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus globulus e Eucalyptus urophylla. Desses, E. grandis, E. urophylla, E. saligna são também intensamente utilizados para a produção de celulose e papel, sendo muito comuns no Brasil (Silva e Santana, 2007; UFLA, 1999).

Keiser (2004) comparou o desenvolvimento do cogumelo shiitake em toras de eucalipto e de bracatinga, observando que nessa última, a colonização foi bastante inferior, havendo também grande quantidade de contaminantes. Tal fato pode ser explicado pela não adaptação das linhagens de shiitake testadas à madeira da bracatinga.

A produção de shiitake depende da qualidade das toras (único substrato necessário ao fungo). Logo, no caso da produção com o eucalipto, árvores eretas de 4 a 5 anos devem ser colhidas na época adequada, quando a casca se encontra bastante aderida à madeira, evitando assim que essa seja danificada durante a colheita e o transporte para as estufas e galpões de armazenamento (máximo 1 semana armazenados em condições adequadas de limpeza e sombra). Escolhem-se eucaliptos mais jovens devido ao menor diâmetro do cerne e à rigidez da casca. O diâmetro ideal das toras encontra-se entre 12 a 15 cm e o comprimento deve ficar entre 80 a 130 cm no máximo. Galhos também podem ser utilizados para a produção, desde que atendam a essas dimensões. Árvores mais jovens ou com diâmetros inferiores produzem mais rápido, porém duram menos e seus cogumelos são de qualidade inferior devido à produção de basídeos menores. Já toras com diâmetro superiores à 15 cm são mais rijas e demoram mais tempo a produzir, podendo aumentar os riscos de contaminação com outros organismos fitopatogênicos, além de dificultar o manejo devido ao peso (Silva e Santana, 2007). Em estudo realizado por Montini em 1997 e relatado por Angelis e Pião (2008), observou-se que a produtividade do shiitake variava com relação ao diâmetro das toras de E. saligna. Como resultado, houve uma correlação negativa entre os dois parâmetros avaliados, ou seja, a produtividade do cogumelo diminuiu com o aumento do diâmetro das toras, dentro das condições do experimento e dos diâmetros testados.

Dois dos principais problemas relatados por produtores (70,6 %) de shiitake em São Paulo foram: a soltura da casca das toras do eucalipto e a rachadura de suas madeiras. Os autores abordaram que o impasse se resolveria caso a época e a maneira da colheita da madeira fossem controladas com maior rigidez (Neves e Graciolli, 2008).

Após passagem por higienização, as toras são devidamente inoculadas com micélios e esporos de variedades selecionadas de Lentinula edodes. O inóculo semente é produzido sobre serragem em laboratório em condições assépticas e adequadas e diferenciando-se em distintas linhagens de shiitake para maiores produtividades e qualidades (Angelis e Pião, 2008; Neves e Graciolli, 2008; Silva e Santana, 2007; Andrade et al. 2006). A escolha de linhagens adequadas às condições climáticas da região e ao substrato é de alta relevância para uma boa produtividade (Andrade et al. 2007). Para a inoculação, são realizados furos nas toras com brocas de meia polegada com 2 cm de profundidade e espaçamento de 15-20 cm entre furos. Após, acondicionam-se pequenas porções do inóculo nos furos, protegendo-os com parafina fundida a 100-120°C.

Após a inoculação, inicia-se a fase do viveiro ou estufa, onde as toras são empilhadas em forma de fogueira ou em pilha tipo "igueta" para o desenvolvimento do fungo e colonização da madeira. Cada pilha deve conter de 60 a 70 unidades de toras, estando estas fora do alcance do solo, sendo que cada camada de toras deve-se distanciar em cinco a sete centímetros uma das outra para permitir melhor ventilação e consequentemente menores contaminações. O ambiente deve ser úmido (70-90 % UR) e sombreado, sendo indicado o umedecimento diário das toras sob temperatura ideal entre 25 a 30 °C. Em alguns casos, recomenda-se a revirada mensal das toras para um desenvolvimento mais uniforme do fungo. Após 150 a 180 dias, a madeira já se encontra úmida e amolecida, aparecendo os primeiros indícios do fungo. Logo a seguir, as toras são induzidas à frutificação através do choque mecânico (toras batidas contra o chão) e térmico (toras emersas em água fria a 10°C por 12 a 24 horas). Shiom e colaboradores avaliaram o efeito do choque térmico e mecânico em toras de Eucalyptus saligna na produtividade do cogumelo shiitake, em estudo publicado em 2007. Foi observado que tanto o tempo de emersão das toras como a temperatura da água influenciaram significativamente a produção, aumentando-a de duas a quatro vezes, quando a água foi resfriada e o período ideal das toras emersas foi de seis e de 10 horas. Não se observou aumento da produção pelo choque mecânico nas toras.

Após a etapa desses choques, as toras são encaminhadas a câmaras de frutificação (estufas a 85% UR; 22 - 25oC), frutificando em três a cinco dias. A grande parte dos cogumelos já está pronta para a colheita do oitavo ao décimo dia. Depois do ciclo de frutificação ter cessado, as toras são reinoculadas e retornam ao viveiro, podendo-se realizar ainda outros ciclos de frutificação (geralmente de três a quatro) dependendo das condições da madeira. Se receberem o manejo adequado após o primeiro choque, as toras podem retornar às câmaras de frutificação a cada 90-120 dias; contudo, conforme o número de choques e frutificações forem aumentando, a quantidade de nutrientes das toras vai-se esgotando, diminuindo-se assim a produção. Dessa forma, também com o intuito de aumentar a produtividade por tora de eucalipto e a constância de produção, Queiroz et al. (2004) realizaram suplementação mineral em três linhagens do cogumelo. Todas responderam positivamente ao tratamento, apesar de haver melhores respostas de uma delas em relação às outras. Isso se explicou pela capacidade competitiva da própria linhagem, que apresentava melhor colonização das toras em relação às demais.

No estudo realizado por Neves e Graciolli (2008), 53,4 % dos produtores de shiitake pesquisados apresentavam uma produtividade média de 200g de cogumelo fresco/tora/ciclo. Paula et al. (2001) analisaram a viabilidade econômica da produção de shiitake por 14 meses na região de São Paulo. Os autores pesquisaram distintas quantidades de toras de eucalipto na produção e chegaram à conclusão (naquela época do estudo) de que as maiores escalas de produção (com 2.000 e 4.000 toras) foram as que apresentaram maior lucratividade, podendo esta chegar até a 34 %. Logo, os autores ressaltaram que a produção de shiitake é uma boa alternativa de renda ao agricultor, ajudando a diversificar as atividades da propriedade rural.

Segundo Silva e Santana (2007), por apresentar importantes propriedades biodegradadoras, o shiitake poderia ser utilizado para bioconverter resíduos de indústrias de madeira como a serragem e a cascas de eucalipto em alimento. Na China, mais de 70 % do cogumelo é produzido dessa forma e parece ser uma alternativa bastante interessante, pois além de ambientalmente correta, ainda pode gerar renda aos produtores associados a empresas do setor florestal. No Brasil, apesar do consumo "per capita" de cogumelos ser bastante inferior (0,5 g/ano) ao da Alemanha (3,5 g/ano) e ao de outros países ocidentais, ele vem aumentando, principalmente devido à diminuição do preço para o mercado consumidor. Isso se consegue com manejo adequado e tecnologia, a fim de se diminuírem os custos de produção. Logo, o eucalipto mostra potencialidade para continuar sendo cada vez mais utilizado como matéria-prima ou substrato para desenvolvimento do cogumelo shiitake. Contudo, pesquisas e estudos devem continuar a serem efetuados a fim de aperfeiçoar ainda mais essa relação eucalipto e shiitake gerando mais benefícios ao produtor, ao consumidor e ao meio ambiente.

Seguem abaixo nossas recomendações de alguns websites e artigos de pesquisa que já foram publicados relacionando o eucalipto e o shiitake, bem como a técnica de produção, propriedades nutricionais, medicinais e outras tantas vantagens que esses cogumelos possuem.

Shiitake. Enciclopédia virtual Wikipédia. Disponível em 23.12.2008
http://pt.wikipedia.org/wiki/Shiitake (em Português)
http://es.wikipedia.org/wiki/Lentinula_edodes (em Espanhol)
http://en.wikipedia.org/wiki/Shiitake (em Inglês)

Cogumelos imperiais. Disponível em 23.12.2008. (em Português)
http://www.cardoncello.com.br/index.php?pg=perguntas

Australian log-grown shiitake mushrooms. The Australian Master TreeGrower Program. Disponível em 23.12.2008. (em Inglês)
http://www.mtg.unimelb.edu.au/Shiitake.htm

Módulo de cogumelos. FCA/UNESP - Botucatu-SP. Disponível em 23.12.2008. (em Português)
http://www.fca.unesp.br/cogumelos/index.php (Home)
http://www.fca.unesp.br/cogumelos/pesquisa.php (Pesquisas)

Lentinus edodis (Berk.) Pegler. O cogumelo shiitake. D.F. Angelis; A. C. L. Goes; A. C. S. Pião. (em Português)
http://www.geocities.com/~esabio/cogumelo/lentinusedodis.htm


Artigos técnicos e científicos

Caracterização da produção em toros do cogumelo comestível Lentinula edodes (Berk.) Pegler na região oeste do Estado de São Paulo. C. F. Q. Neves; L. A. Graciolli. Acta Sci. Agron. 30(4):487-494. (2008)
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciAgron/article/viewFile/5302/5302

Biotecnologia e bioconversão de resíduos agro-industriais - Uma revisão. C.B. Lopes; A. Schamberger; J.C.F. Trindade. VI Semana de Tecnologia em Alimentos. UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 7 pp. (2008)
http://www.pg.cefetpr.br/setal/docs/artigos/2008/a2/005.pdf

Cultivo de cogumelos em toras de eucalipto. J. C. Silva; C. C. Santana. REMADE Edição 101. (2007)
http://www.remade.com.br/pt/revista_materia.php?edicao=101&id=1023

Avaliação do crescimento micelial de linhagens de shiitake, da produção em toras de eucalipto e de alterações físicas da madeira. M. C. N. Andrade; F. W. Calonego; M. T. A. Minhoni; E. T. D. Severo; J. Kopytowski Filho. Acta Sci. Agron. 29(1) 23-27. (2007)
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciAgron/article/viewFile/61/24

Thermal and mechanical shocks affecting the first flush of production of Lentinula edodes on Eucalyptus saligna log. H. F. Shiomi; M. T. A. Minhoni; J. O. Machado; A. Cargnelutti Filho. Brazilian Journal of Microbiology 38:200-203. (2007)
http://www.scielo.br/pdf/bjm/v38n2/v38n2a03.pdf

Entomofauna associada ao cultivo de shiitake [Lentinula edodes (Berk.) Pleger] no município de Arroio do Padre, RS. Brasil. E. L. G. Costa. Monografia UFPEL - Universidade Federal de Pelotas. 34 pp. (2007)
http://www.ufpel.tche.br/prg/sisbi/bibct/acervo/biologia/2007/elton_luiz_guimaraes_da_costa_2007.pdf

O cultivo de cogumelos em pequena escala. P. Oei. Agrodok 40. Fundação Agromisa e CTA. 90 pp. (2006)
http://www.anancy.net/documents/file_pt/40-p-2005-mushrom_screen.pdf

Avaliação da produção de sete linhagens de Lentinula edodes em toras de Eucalyptus grandis na região de São Carlos - SP. M. C. N. Andrade; M. T. A. Minhoni; J. Kopytowski Filho; D. C. Zied. (2006)
http://www.fca.unesp.br/cogumelos/publicacoes.php?id=16


RESUMO: Effect of cereal brans on Lentinula edodes growth and enzyme activities during cultivation on forestry waste. E. M. Silva; A. Machuca; A. M. F. Milagres. Letter in Applied Microbiology 40(4):283-288(6). (2005)
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15752219?dopt=Abstract

Controle de fungos contaminantes no cultivo do cogumelo comestível shiitake em toros de eucalipto. M. C. N. Andrade; L. A. Graciolli. Acta Sci. Agron. 27(2)293-299. (2005)
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciAgron/article/viewFile/1848/1142

Mineral supplementation and productivity of the shiitake mushroom on Eucalyptus logs. E. C. Queiroz; R. H. Marino; A. F. Eira. Sci. Agric. 61(3): 260-265. (2004)

http://www.scielo.br/pdf/sa/v61n3/a03v61n3.pdf

Avaliação de isolados de Lentinula edodes (Berk) Pegler (shiitake) em diferentes substratos. R. Tratch; G. S. Keiser. Revista Acadêmica: Ciências Agrárias e Ambientais 2(4):11-14. (2004)
http://www2.pucpr.br/reol/index.php/ACADEMICA?dd1=938&dd99=pdf

Viabilidade econômica do cultivo de shiitake em diferentes escalas de produção. D. P. Paula; M. A. A. Tarsitano; L. A. Graciolli. Scientia Agricola 58(2):431-436. (2001)
http://www.scielo.br/pdf/sa/v58n2/4439.pdf

Como cultivar o cogumelo shiitake. L. P. Almeida; R. P. Uzzo; W. R. Maluf. Boletim Técnico de Hortaliças. 1a edição. Número 008 UFLA. (1999).
http://www2.ufla.br/~wrmaluf/bth008/bth008.html

Producing shiitake mushrooms: a guide for small-scale outdoor cultivation on logs. J. M. Davis. North Carolina Cooperative Extension Service. (1995)
http://www.ces.ncsu.edu/nreos/forest/woodland/won-20.html


Growing shiitake mushrooms
. S. Anderson; D. Marcouiller. Oklahoma Cooperative Extension Fact Sheets. 7 pp. (s/d)

http://osuextra.okstate.edu/pdfs/F-5029web.pdf


Produtos e produtores no mercado (apenas para lhes referenciar alguns websites de produtores - não considerar como indicações comerciais):
http://www.cardoncello.com.br
http://www.sitecurupira.com.br/cogumelo/taperinha.htm
http://www.loja.jardicentro.pt/product_info.php?products_id=2955
http://maniquedointendente.olx.pt/cogumelo-shiitake-iid-3184223
http://www.drugs.com/npp/lentinan.html
http://www.shamanshop.net/store/proddetail.cfm/ItemID/673125.0/
CategoryID/15500.0/SubCatID/3755.0/file.htm


Imagens sobre os cogumelos shiitake:
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=shiitake+eucalyptus&gbv=2
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=shiitake%20mushroom&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wi
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=shiitake&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2
http://www.flickr.com/search/?s=int&q=shiitake+cultivation&m=text

Mini-Artigo Técnico por Celso Foelkel

Manejando as Florestas Plantadas de Eucalipto para Maior Sustentabilidade

Nas três últimas décadas, conseguimos desenvolver no Brasil uma fantástica tecnologia para plantar e fazer crescer florestas produtivas. Aprendemos a fazê-las desenvolver bem e produzindo madeiras especializadas para utilizações finais específicas. Os saltos de produtividade foram igualmente fantásticos: de crescimentos abaixo de 20 metros cúbicos por hectare.ano para plantações de eucaliptos na década dos 60’s para cerca de 50 m³/ha.ano, nesse final da primeira década dos 2000’s. Conseguimos muitas respostas para a pergunta "como fazer uma plantação florestal crescer e produzir bem?" Entretanto, esse salto tecnológico está agora a demandar novas rupturas, algumas de cunho tipicamente ambiental focado na sustentabilidade, outras tipicamente tecnológicas, em um novo ciclo de agregação de novas tecnologias para maiores produtividades. Para que isso aconteça temos que entender mais de fisiologia e de ecologia dessas florestas e suas inter-relações com o ambiente. Como a plantação florestal cresce? O que ela precisa para isso? Como a árvore cria suas células e órgãos? Como as árvores interagem entre si e com a ambiente? Quais seus reais efeitos nos ecossistemas? Quais os fatores críticos e restritivos? Como otimizá-los? Como melhorar a eficiência global e o balanço ambiental da floresta plantada, ou seja, a relação entre entradas e saídas do sistema florestal em questão? Por saídas no balanço ambiental devemos entender as quantidades de madeiras, de biomassas, de nutrientes, de água ou de biodiversidade, que são usadas, extraídas ou que simplesmente transitam e se acumulam no sistema. Por entradas no sistema, temos os fatores de produção que são adicionados por nós ou pela Natureza, como água, "comida nutricional", insumos, sol, microbiologia do solo, etc. A otimização implica em avaliação de impactos, de oportunidades e de eficiências parciais e totais, desde a biologia e fisiologia até a produtividade expressa para um ou mais bens econômicos e comercializáveis.

As implicações ambientais das florestas plantadas começaram a ser avaliadas muito tempo depois de começarmos as pesquisas para acelerar a produtividade. Até há uns 15 anos atrás, o solo era mais visto como um substrato para as árvores crescerem do que como um patrimônio, um legado da Natureza para ser gerenciado de forma sustentável. Faz pouco mais de uma década que o setor de florestas plantadas passou a entender e a admitir que a hidrologia das áreas plantadas é afetada, e por isso mesmo, a gestão dessas áreas precisa ser feita com base em monitoramentos das micro-bacias hidrográficas. No princípio, esses experimentos eram montados mais para provar que as florestas não afetavam o ecossistema. Agora, são montados para que forneçam subsídios para encontrar maneiras mais ecoeficientes e mais sustentáveis para o estabelecimento e manejo dessas plantações. Uma enorme evolução conceitual!

Muitas técnicas ambientalmente corretas (e outras nem tanto !!) têm sido introduzidas para fazer crescer as plantações de florestas, tais como:


• utilização de áreas já previamente desgastadas pela agricultura e pecuária (por razões de custos de aquisição e implantação, adaptabilidade das espécies florestais a essas condições, etc.);
• planejamento agro-ecológico do horto florestal , em todas as suas fases, do berço ao túmulo;
• planejamento adequado das operações de silvicultura e de colheita ;
• definição das estradas internas de forma a maximizar a proteção do solo e a conservação da água;
• corretas operações florestais para evitar que uma operação prejudique as subseqüentes devido à sua má qualidade;
• banimento do uso do fogo nas atividades florestais;
• combate efetivo aos incêndios florestais;
• conservação e proteção do solo: de seus constituintes, estrutura, micro-vida, umidade, porosidade, etc.;
• mínimo preparo do solo para plantio;
• diminuição da erosão do solo pela manutenção de resíduos florestais e da casca após colheita;
• fertilização com adubos químicos, orgânicos e resíduos da colheita;
• utilização de resíduos industriais e urbanos para fertilização química e orgânica do solo, combinando uma atividade produtiva (florestal) com uma atividade de saneamento (uso dos resíduos);
• retenção e conservação dos recursos hídricos (solo, aqüíferos, nascentes, cursos d’água, etc.);
• estabelecimento de sistemas de drenagem de água de escoamento superficial para evitar erosão do solo e para incorporação dessa água à área produtiva;
• intenso combate à vegetação concorrente (mato-competição);
• combate adequado de inimigos das plantações, como formigas e outras pragas e moléstias, preferencialmente por introdução de resistência nas plantas ou de métodos de controle biológico;
• adequação do espaço para a árvore crescer, suas raízes, sua copa, etc.;
• engenharia da forma e da arquitetura da árvore para maximização do crescimento aéreo;
• engenharia da área e arquitetura foliar, para otimizar a relação fotossíntese e consumo de água;
• monitoramento eco-fisiológico e nutricional;
• utilização cada vez mais intensa de operações mecanizadas desde o preparo do solo até a colheita;
• melhoria substancial na sobrevivência das mudas plantadas, no crescimento inicial das árvores, na uniformidade entre elas, no controle do mato e dos outros inimigos, etc., etc.
• melhoria na qualidade genética das árvores através melhoramento florestal por seleção na população ou por clonagem de indivíduos superiores;
• melhoria na efetividade de uso de nutrientes e água pelas florestas: aumento da produtividade pelo uso mais eficiente de água e "comida";
• melhoria da qualidade da madeira para usos específicos (celulose e papel, serraria, carvão, etc., etc.);
• diversificação do ambiente florestal por engenharia de eco-mosaicos florestais envolvendo áreas de florestas produtivas, agricultura, pecuária e de vegetação nativa protegida;
• uso de ferramentas da biotecnologia e da engenharia genética para acelerar a produtividade e melhorar algumas qualidades do processo ou dos produtos;
• recuperação de áreas degradadas, restaurando-lhes a produtividade ou reabilitando-as e incorporando-as como áreas de preservação permanente;
• formação de arranjos produtivos mais complexos, envolvendo outras atividades de interesse da sociedade (agricultores, usuários da madeira, desenvolvimento de outros usos e produtos florestais, etc.);
• etc.; etc.


Uma coisa é absolutamente verdadeira: precisamos plantar florestas e elas precisam ser produtivas. Quanto maior a produtividade, mais nós estamos suprindo as demandas da sociedade humana com menor necessidade de área plantada e maior oferta de produtos. Com isso, estaremos ajudando a preservar as fontes de madeira de florestas nativas, aquelas que por anos foram rapinadas por gerações e gerações no mundo todo.

É importante reforçar que esses ritmos elevados de crescimento florestal são fundamentais para o sucesso das plantações florestais. A razão é que o processo de reflorestamento tem maturação longa. O dinheiro colocado hoje no plantio, só retornará alguns anos à frente. Em países com escassez e alto custo do dinheiro, como o Brasil, quanto mais cedo retornar o dinheiro com resultados econômicos, mais alegre fica o investidor. Muitas vezes isso é bom para o investidor, mas não é tão legal para o meio ambiente. Em geral, a madeira é uma matéria-prima de baixo preço, principalmente se for para produtos tipo commodities como papel e celulose. Esses produtos possuem preço real de mercado decrescente com o passar do tempo, logo isso os força a serem produzidos de formas mais eficientes e a mais baixos custos, sempre e sempre.

Entretanto, esse aumento de produtividade tem também seus impactos que precisam ser avaliados, monitorados e minimizados. Áreas extremamente produtivas precisam de manejo florestal diferenciado, senão correm o risco de serem depauperadas no longo prazo.

Nos dias de hoje, todo engenheiro florestal que trabalha em plantar florestas produtivas sabe que o solo é uma das maiores fontes de riqueza e de vida. Ele foi construído pela Natureza em ações que demandaram milhões de anos. Cuidar bem do solo é então cuidar da sustentabilidade da vida no planeta. Entretanto, mais um entretanto em nosso texto, muitas vezes acreditamos nisso, mas não olhamos o longo prazo. Estamos tão fascinados em produzir e gerenciar nossas operações e nossos custos florestais que fazemos um planejamento de uso do solo com uma visão de curto prazo, talvez de uma ou duas rotações apenas das florestas que plantamos.

Se nosso papel atual é o de plantar florestas para gerar bens de consumo sustentáveis para nossa crescente e demandante sociedade, temos que fazer isso muito bem, da melhor forma possível. O que estamos fazendo hoje é bom, não tenho dúvidas. Falamos muito e praticamos o que chamamos de bom manejo florestal, ou manejo florestal sustentável. Temos florestas plantadas certificadas, com adequada proteção ao solo, à biodiversidade, aos recursos hídricos. Entretanto, na vida sempre é possível se fazer melhor algo que estamos fazendo hoje. Sempre existirão oportunidades para melhorar. E também, ameaças para piorar, evidentemente. Não basta apenas o foco nas tecnologias operacionais e nos custos. Não basta apenas crescer rendimentos florestais sem atentar sobre a qualidade futura das áreas onde plantamos nossas florestas. Sejam elas de eucalipto, Pinus, acácia, teca, corticeira, bracatinga, álamos, plátanos, araucária, lenga, etc.

Com os ritmos de crescimento atuais, o ciclo total das florestas plantadas de eucaliptos no Brasil pode representar algo entre 5 a 25 anos, dependendo do uso e do tipo de manejo florestal selecionado.

Quando escuto nossos entusiasmados técnicos florestais mencionarem que hoje no Brasil pode-se alimentar uma fábrica de 1 milhão de toneladas de celulose ao ano com apenas 100.000 hectares de florestas plantadas de eucaliptos com corte raso por talhadia simples aos 6-7 anos (período da rotação), não posso deixar de ficar orgulhoso de nossos feitos tecnológicos e científicos. Entretanto, começo a ficar assustado quando ouço os mesmos técnicos dizerem que em pouco tempo mais teremos necessidade de apenas 80.000 hectares de plantações de eucalipto para alimentar uma fábrica de celulose de mercado de 1,3 milhões de toneladas, com rotação em talhadia simples com corte raso aos 5 anos. Rotações muito curtas começam a trazer problemas para o solo, não há como evitar ou compensar com fertilizantes minerais. Além disso, os fertilizantes minerais estarão cada vez mais escassos e mais caros. Os problemas para o solo não são apenas de fertilidade, mas de umidade, estruturação, compactação, carbono orgânico, micro-vida, etc. Portanto, até quando poderemos usar tão intensamente essa terra sem exauri-la? O que estará reservado no futuro para essas terras, se esse tipo de manejo florestal intenso e localizado persistir?

Os ambientalistas de plantão acusam a agricultura do café, do arroz, da laranja, da soja e da cana-de-açúcar de terem ou estarem exaurindo os solos do país. Agora se perguntam também, o que será das terras plantadas com eucaliptos e com Pinus? Nós do setor não podemos esperar para ver o que vai acontecer, mesmo que tenhamos evidências de que os impactos são mínimos no curto prazo. Conhecemos muito bem as melhores formas de proteger os solos, os recursos hídricos, a biodiversidade. Sabemos como minimizar esses impactos, embora com uma atividade em larga escala seja impossível se eliminar completamente muitos deles. Entretanto, sempre há a opção de se compensá-los, com outras medidas conservacionistas, tais como a manutenção de extensas áreas de preservação natural permanente, que hoje representam quase 50% das áreas totais das empresas florestais brasileiras.

Em relação ao manejo florestal das plantações, tenho falado e escrito muito sobre isso, gostaria de ver algumas coisas acontecendo com maior velocidade nesse particular. Algumas delas são relativamente simples, fáceis de serem implementadas e representam enormes ganhos ambientais para os ecossistemas florestais. Entretanto, sua implementação representa mudanças conceituais na gestão florestal, o que acabará retardando um pouco o processo. Por outro lado, elas acontecerão necessariamente, até porque a história estará sendo traçada nesse caminho. Resta apenas esperar ou sair na frente, fazendo o que de mais adequado se conhece em termos ambientais.

Dentre essas medidas de maior sustentabilidade aos nossos eco-mosaicos florestais tenho enfatizado as seguintes:

• Minimizar as ações antrópicas sobre as áreas florestais: quanto menos o homem interferir sobre o sítio florestal; quanto menos vezes ele se apresentar por ali para afetar o ambiente, melhor para o eco-mosaico produtivo arquitetado.
• Aumentar o comprimento da rotação florestal: quanto mais tempo a floresta plantada de eucalipto permanecer crescendo, mais efetiva será a ciclagem de nutrientes, melhor será a estruturação do solo, a micro-vida, os regimes hidrológicos, etc. Isso pode ocorrer tanto para os modelos de manejo por talhadia simples (rotações mais longas pela abertura do espaçamento), como pelo uso de manejo florestal por alto fuste, com desbastes intermediários antes da colheita final. Dentre os modelos de manejo hoje adotados, os baseados em rotações longas, com desbastes intermediários são indubitavelmente os mais ecoeficientes. Eles permitem quase a mesma produtividade florestal volumétrica e melhoram a produtividade em peso de madeira (devido aumento da densidade da madeira com a idade). Em termos ambientais preservam muito mais o solo, que é desnudado completamente mais raramente e com menores intervenções drásticas.
• Promover a rotação de culturas, preferencialmente utilizando espécies alternativas de leguminosas arbóreas fixadoras de nitrogênio: uma fábrica de celulose de fibra curta pode perfeitamente ter seu suprimento de madeira baseado em eucalipto e acácia, por exemplo. Os plantios podem acontecer alternadamente em uma determinada área de terra. Essa mesma área pode ter um descanso após um certo período de uso produtivo, virando uma área de preservação permanente com ecossistemas protegidos. Tudo dentro de um ecoeficiente planejamento, visando à sustentabilidade.
• Manter os restos de colheita sobre o solo florestal: cascas, galhos finos, folhas, ponteiros colaboram para melhorar o solo e os recursos naturais da área. Fico definitivamente apavorado com as tecnologias de rapinagem desse material todo por máquinas, até mesmo raspadoras de serapilheira, para alimentar caldeiras de força ou biorefinarias de etanol celulose. Algo que lutarei contra, com todas minhas energias.
• Trabalhar sempre com tecnologias de mínimo impacto ambiental: preparo mínimo do solo, mínimo uso de agroquímicos, uso fertilizante de compostos orgânicos de resíduos industriais, uso fertilizante de cinzas de caldeiras de biomassa, etc., etc.
Eu definitivamente advogo rotações mais longas para a eucaliptocultura e não mais curtas como querem muitos técnicos, mais preocupados com a produtividade no curto prazo. Proponho no mínimo 7 anos; de preferência 8 a 10 anos para talhadia simples e corte raso. O manejo ideal seria para os regimes de alto fuste, com a floresta sendo desbastada umas duas vezes ao longo de uma rotação total de 20 anos ou mais. Com isso, poderemos desenvolver os sonhados arranjos produtivos de usos múltiplos, com desenvolvimento de produtos de maior valor agregado. Isso sem deixar de atender às necessidades de matéria-prima para os produtos comoditizados, para a geração de lenha biomassa, etc.
Existem três fatores básicos para essa minha defesa de conceito, que estarei reforçando mais uma vez a seguir:
• as rotações curtas desnudam o solo mais vezes: perdemos carbono orgânico, umidade, biodiversidade - isso rapidamente por oxidação, ressecamento, compactação, etc. Isso ocorre mesmo deixando os restos da colheita como folhas, galhos e casca. A situação é dramática quando esses que querem plantar em espaçamentos apertados e ciclos curtíssimos colhem toda a biomassa florestal para energia, inclusive a serapilheira ou manta orgânica. Estaremos condenando esse solo em algumas décadas, já que em geral plantamos florestas de eucaliptos em solos mais fracos.
• o eucalipto se vale muito para seu desenvolvimento da ciclagem de nutrientes: a partir dos 3 anos de idade ele passa a viver em grande parte dos nutrientes que deposita no solo na forma de manta orgânica: galhos, folhas, casca, etc. Essa ciclagem permite que o mesmo íon de cálcio, magnésio, nitrogênio, fósforo, etc., seja absorvido pela árvore e utilizado diversas vezes em seu metabolismo. Uma parte é imobilizada na madeira e outra retorna pela deposição de material orgânico à superfície do solo. Caso plantemos muitas árvores por hectare, em idade precoce a competição será enorme e a floresta parará de crescer, sendo colhida com 4 - 5 anos, como querem alguns que se preocupam apenas em colher mais matéria seca das árvores. Dai resultará que estaremos exportando muito nutriente do solo, sem dar a eles a chance de ciclar (voltar ao solo e depois de novo na árvore). Resultado, depauperação acentuada do solo e conseqüente imagem prejudicada para a eucaliptocultura.
• diversificação e aumento da complexidade eco-florestal, com maiores potencialidades de envolvimento sócio-econômico em diversos produtos de origem florestal e menor concentração do poder em poucas mãos
.

Muitas vezes, o foco do gestor florestal se concentra na produtividade florestal e nos seus custos operacionais, considerando que pelo fato de já cumprir os preceitos recomendados pela certificação florestal, já está com diploma de ambientalista garantido. Eu já considero que devemos olhar primeiro o nosso fantástico eco-mosaico florestal com uma visão de helicóptero e encontrar as maneiras corretas de fazê-lo produtivo, mantendo a sustentabilidade almejada. Só uma questão do que focar primeiro - os objetivos de produtividade e de resultados econômicos serão mantidos em ambos os casos. Para mostrar que é possível se produzir muito bem com esses sistemas de manejo alternativos, com produções volumétricas próximas às obtidas pela talhadia simples com corte raso, sugiro navegarem em recente trabalho de 2006 apresentado pela Klabin (R.L. Sella) em um evento florestal do TUME/ESALQ – Teste de Uso Múltiplo do Eucalipto
(http://www.tume.esalq.usp.br/simp/arquivos/sella.pdf)

Portanto amigos, independentemente se a economia mundial nos continuar pressionando nas próximas décadas a continuar crescendo a taxas elevadas em produção, podemos fazer isso com muito maior nível de sustentabilidade. Há maneiras e maneiras de se produzir florestas plantadas: a eleição será nossa, mas as conseqüências recairão não apenas sobre nós, mas sobre as gerações futuras também. Temos um nível de conhecimento disponível hoje que nos permite fazer bem - no futuro conheceremos mais e faremos ainda melhor. Temos que estar atentos e compromissados em praticar e não apenas falar em sustentabilidade. Queremos e precisamos de plantações florestais. Elas ajudam a proteger as matas naturais e a fornecer produtos e benefícios para a sociedade. Mas precisamos plantá-las e manejá-las com qualidade ambiental, com visão não só de presente, mas de futuro distante também. Afinal, a sustentabilidade é um conceito antropocêntrico de longo prazo. São as gerações futuras que estamos querendo ajudar a encontrar um mundo bom, habitável e igualmente sustentável.

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