Editorial
Amigos,
Estamos aqui com vocês novamente, com mais um número da
nossa Eucalyptus Newsletter. Nesse número estaremos lançando
mais uma novidade. Consiste em uma nova
seção onde traremos
a vocês o resultado de uma pequena conversa minha com meu estimado
amigo Alberto Mori. Nesse diálogo aproveitaremos toda a "expertise" do
Alberto para ouvir seus pontos e debater com ele sobre os papéis
feitos a partir das fibras dos eucaliptos. Começaremos com papéis
não usuais, como papéis filtros, papéis decorativos,
papéis para cigarro, etc, etc. Cada papel com sua vez. Chamamos
essa seção de "Conversando com Alberto Mori sobre
os Papéis dos Eucaliptos". Tenho certeza que gostarão
muito.
Em nossa seção sobre "Os
amigos dos Eucalyptus" estaremos
lhes contando um pouco da vida profissional e da produção
técnica e científica de uma das maiores autoridades mundiais
sobre fibras de celulose para fabricação de papéis,
o nosso amigo Dr. Robert Paul Kibblewhite. Paul é definitivamente
uma lenda e um patrimônio do setor mundial de papel e celulose.
Estou muito orgulhoso da oportunidade de apresentá-lo a vocês.
Um dos temas que estou lhes trazendo de novo, agora com
muito mais riqueza de dados e de euca-links é sobre "Custos e Rentabilidades
na Produção de Madeira de Eucalipto em Povoamentos Manejados
por Talhadia Simples e Corte Raso". Da mesma forma, em outra seção,
decidi ampliar o conceito sobre as BATs ("Best
Available Techniques")
para fabricação de celulose kraft branqueada de eucalipto,
algo muito necessário nos dias de hoje, com tantas fábricas
se instalando e outras mais se modernizando.
Nessa edição estamos também lhes apresentando o
quinto capítulo, ainda somente em português, do Eucalyptus
Online Book e de título:
"RESÍDUOS
SÓLIDOS INDUSTRIAIS DA PRODUÇÃO
DE CELULOSE KRAFT DE EUCALIPTO. Parte 01: Resíduos orgânicos
fibrosos"
As versões do capítulo 04 e 05 para o inglês estão
a caminho, aguardem um pouco mais, obrigado. O mini-artigo dessa vez
será uma apresentação sobre minha visão onde é possível
se fechar circuitos para reduzir o consumo de água nas fábricas
de celulose kraft branqueada de eucalipto. Frente aos muitos comentários
incentivadores que recebi do artigo anterior na newsletter número
09, melhor então deixar claro aos que estão investindo
em fabricar celulose, onde as oportunidades existem para se consumir
muito menos água na fabricação de celulose. E tudo
com muito realismo, sem nada de exageros. Sugestões que são
bastante válidas e pertinentes para os dias de hoje.
Como vocês podem notar, estou dando muita ênfase nesses
meses em temas sobre meio ambiente e fabricação de celulose.
Isso porque estou fortemente determinado a dar minha singela parcela
de contribuição para que o setor florestal e de celulose
e papel continue a crescer e a se desenvolver mais e mais rumo à desejada
sustentabilidade.
Caso ainda
não estejam cadastrados para receber a newsletter
e os capítulos do nosso livro online, sugiro fazê-lo através
do link a seguir: Clique
para cadastro.
Estamos com diversos parceiros apoiadores não financeiros a esse
nosso projeto: TAPPI, IPEF, SIF, CeluloseOnline, CETCEP/SENAI, RIADICYP,
TECNICELPA, ATCP Chile, Appita, CENPAPEL, TAPPSA. Eles estão ajudando
a disseminar nossos esforços em favor dos eucaliptos no Brasil,
USA, Chile, Portugal, Colômbia, Argentina, Austrália, Nova
Zelândia e África do Sul. Entretanto, pela rede que é a
internet, essa ajuda recebida deles coopera para a disseminação
do Eucalyptus Online Book & Newsletter para o mundo todo. Nosso muito
obrigado a todos esses parceiros por acreditarem na gente e em nosso
projeto. Conheçam nossos parceiros apoiadores em:
http://www.eucalyptus.com.br/parceiros.html
Obrigado a todos vocês leitores pelo apoio. Peço ainda
a gentileza de divulgarem nosso trabalho a aqueles que acreditarem que
ele possa ser útil. Eu, a Grau Celsius, a ABTCP, a Botnia, a Aracruz e os parceiros apoiadores, ficaremos todos muito agradecidos.
Um abraço a todos e boa leitura
Celso Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br
http://www.eucalyptus.com.br
http://www.abtcp.org.br
Nessa
Edição
Capítulo
5 em Português do Eucalyptus Online Book
Referências Técnicas
da Literatura Virtual
Referências
sobre Eventos e Cursos
Revistas
Técnicas
Especializadas
Melhores
Tecnologias Disponíveis para Produção
de Celulose de Eucalipto - (uma continuação
sobre esse tema)
Custos e Rentabilidades na Produção
de Madeira de Eucalipto em Povoamentos Manejados por Talhadia Simples
e Corte Raso
Os Amigos dos Eucalyptus -
Dr. Robert Paul Kibblewhite
Nova
seção: Conversando com Alberto
Mori sobre os Papéis dos Eucaliptos
Mini-Artigo
Técnico por Celso Foelkel
Fechando
os circuitos para se reduzir ainda mais o consumo de água
na fabricação de celulose kraft branqueada
de eucalipto

Capítulo
5 em Português do Eucalyptus Online Book
"RESÍDUOS
SÓLIDOS INDUSTRIAIS DA PRODUÇÃO DE CELULOSE KRAFT
DE EUCALIPTO. Parte 01: Resíduos orgânicos fibrosos"

Referências
Técnicas da Literatura Virtual
Nessa
seção, estamos colocando, como sempre, euca-links com
algumas publicações relevantes da literatura virtual.
Basta você clicar sobre os endereços de URLs para abrir
as mesmas ou salvá-las em seu computador. Como são
referências, não nos responsabilizamos pelas opiniões
dos autores, mas acreditem que são referências valiosas
e merecem ser olhadas pelo que podem agregar a seus conhecimentos.
Ou então, para serem guardadas em sua biblioteca virtual.
Nessa seção temos procurado balancear publicações
recentes e outras antigas, que ajudaram a construir a história
dos eucaliptos. Elas versam sobre florestas, ecologia, ambiente,
uso industrial das madeiras, celulose e papel; enfim, todas as áreas
que se relacionam aos eucaliptos: seu desenvolvimento em plantações
florestais e utilizações de seus produtos.
Dissertação de Mestrado sobre Genômica na UNICAMP
(Português)
Redes de pesquisa
em genômica no Brasil : políticas
públicas e estratégias privadas frente a programas de
seqüenciamento genético. (Research networks on genomic
in Brazil : public policies and private strategies toward genetic sequencing
programs). E. L. Dias. Tese de Mestrado. UNICAMP - Universidade
de Campinas. 225 pp. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000389496
Livro
Virtual sobre Doenças e Pragas de Campo dos Eucaliptos (Espanhol)
Manual de campo. Plagas y enfermedades
de eucaliptos y pinus en Uruguay. (Field handbook. Pests and diseases
of eucalyptus and pines in Uruguay). Ministério de Ganaderia, Agricultura y Pesca de Uruguay. 173
pp. (2006)
http://www.mgap.gub.uy/Forestal/FaoManualdeCampo.pdf
Proceedings
de Simpósio sobre Genômica e o Futuro das Florestas
(Inglês)
Genomics for future forests. (Genômica para as florestas do
futuro). Canadian Symposium. Natural Resources Canada. 83 pp. (2006)
http://www.gnobb.org/Forest_genomics[1].pdf
Estatísticas de 2006 da ABRAF - Associação
Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Português e
Inglês)
Anuário Estatístico ABRAF Ano Base 2006.
Publicação 2007 (Português)
http://www.abraflor.org.br/estatisticas/anuario-ABRAF-2007.pdf
Statistical Yearbook ABRAF Base year
2006. Publication 2007 (Inglês)
http://www.abraflor.org.br/estatisticas/yearbook-ABRAF-2007.pdf
Anais de Congresso sobre Parede Celular
de Madeiras (Inglês)
Proceedings of the Wood Fibre Cell Wall Structure Conference -
Building a cell wall. The Finnish Forest Research Institute, University
of Helsinki & Cost Action E20 Working Group. 85 pp. (2003)
http://www.woodwisdom.fi/content/Old_Pdf/proceedings.pdf?from=-18778937501141660
Tese de Doutorado na USP sobre Eco-Eficiência na Indústria
de Celulose e Papel (Português)
Eco-eficiência na indústria de celulose e papel -
Estudo de caso. (Eco-efficiency in the pulp and paper industry
- A case study). Z.C.Piotto. Universidade de São Paulo.
379 pp. (2003)
http://www.teclim.ufba.br/site/material_online/teses/tese_zeila_c_piotto.pdf
Livro Virtual sobre Mudanças no Uso da Terra (Inglês
e Espanhol)
Land use, land use change and forestry.(Uso
da terra, mudança
no uso da terra e silvicultura). R.T.Watson; I.R.Noble; B.Bolin;
N.H.Ravindranath; D.J.Verardo; D.J.Dokken. IPCC Report - Intergovernmental
Panel on Climate Change.
http://www.grida.no/climate/ipcc/spmpdf/srl-e.pdf (Inglês)
http://www.grida.no/climate/ipcc/spmpdf/srl-s.pdf (Espanhol)
Livro Virtual da FAO sobre Biotecnologia Florestal (Inglês)
Biotechnology in forest tree improvement. (Biotecnlogia no melhoramento florestal). R.Haines. FAO Forestry Paper 118. (1994)
http://www.fao.org/docrep/006/t2114e/T2114E00.htm#TOC
Relatórios Anuais da FAO sobre a Situação
Florestal Mundial (Inglês, Espanhol e Francês)
State of the World's Forests Reports (from
1994 till 2007 annual reports). FAO - Food and Agriculture Organization
http://www.fao.org/forestry/site/38935/en
http://www.fao.org/forestry/site/sofo/en
Artigo Virtual sobre Clonagem dos Eucaliptos (Português)
Clonagem de Eucalyptus sp. (Cloning of Eucalyptus
sp.). A.Araújo.
Universidade Federal de Viçosa.
http://www.ufv.br/dbg/bioano01/div17.htm

Referências
sobre Eventos e Cursos
Symposium
on System Analysis in Forest Resources (Inglês)
Evento organizado por Pacific Northwest Research Station, Rocky
Mountain Research Station, US Forest Service. Edição de M.Bevers;
T.M.Barrett. Temário sobre economia, planejamento e gestão
florestal. (2003)
http://www.fs.fed.us/pnw/publications/gtr656
II
Latin American Symposium on Forest Management and Economics (Inglês
e Espanhol)
Organizado pelo CTFC - Centro de Tecnologia Florestal da Catalunha,
também sobre economia florestal, planejamento e gestão
florestal. (2004)
http://www.gruponahise.com/simposio/eng/index.html
III
Simpósio Ibero Americano de Gestão e Economia Florestal
- III Iberian American Symposium on Forest Management and Economics
(Inglês e Português)
Organizado pelo IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais.
Vale a pena conferir as palestras. (2005)
http://www.ipef.br/eventos/siagef/programacao.asp
I Seminário de Hidrologia Florestal - Zonas Ripárias
(Português)
Realização da Universidade Federal de Santa Catarina.
157 pp. (2003)
http://www.labhidro.ufsc.br/Eventos/I%20SHF/ZONAS%20RIPARIAS-versao%20final-revisao2.pdf
Curso
Online em PowerPoint "From forests to fibers" (Das
florestas às fibras) por Dr. Hasan Jameel (Inglês)
Uma oferta da North Carolina State University, Pulp and Paper Science
Program. São dezenas de slides excelentes para os iniciantes
no assunto. (2002)
http://www.cfr.ncsu.edu/wps/k12activities/ppts/forest
Curso Online em PowerPoint "Major pulp
tests" (Principais testes da celulose) por Dr. Hasan Jameel (Inglês)
Curso da North Carolina State University sobre os principais testes sobre a
polpa celulósica. (2002)
http://www.cfr.ncsu.edu/wps/k12activities/ppts/major
Curso Online em PowerPoint "Papermaking: fibers
into paper" (Fabricação do papel: das fibras ao papel) por
Dr. Ethan K. Andrews (Inglês)
Curso da North Carolina State University sobre o processo de fabricação
do papel. (2002)
http://www.cfr.ncsu.edu/wps/k12activities/ppts/papermaking
Eventos
do COST E32 - "Characterization of Paper Surfaces for
Improved Printing Grades" (Inglês)
Nessa riquíssima página do COST E32, sediado no PFI -
Paper and Fiber Research Institute da Noruega, podemos encontrar muitíssimas
e valiosas apresentações dos eventos realizados desde
2003 em diversas cidades européias. Por COST entenda-se European
Cooperation in the Field of Science and Technical Research, com diversos
grupos de trabalho em diferentes campos da ciência e tecnologia.
Felizmente, à nossa disposição um fabuloso grupo
de trabalhos sobre papéis para impressão e suas qualidades
superficiais. Entrem nos diversos eventos e localizem as apresentações
em "Presentations".
http://www.pfi.no/gary/COSTE32.htm
Visitem também o website do PFI em:
http://www.pfi.no/index.htm
Curso
Modular para Formação e Certificação
de Competências Laborais nos Trabalhadores Florestais (Espanhol)
Excelente curso online para formação e certificação
de operadores florestais, um exemplo a ser seguido. Oferecido pela
CORMA - Corporación Chilena de la Madera, unidade de Bio Bio.
http://www.cormabiobio.cl/6accionar/departamentos/certi2004/index.htm
http://www.cormabiobio.cl/6accionar/departamentos/certi2004/doc.htm
Fórum Florestal Estadual do Rio Grande do Sul (Português)
Excelente evento de base florestal realizado pela União Nacional
dos Engenheirandos Florestais e pela Floresta Júnior da Universidade
Federal de Santa Maria. Parabéns a essa moçada empreededora,
competente e corajosa.
http://coralx.ufsm.br/unef
http://coralx.ufsm.br/unef/palestras.zip

Revistas
Técnicas Especializadas
A
seguir, estamos referenciando mais uma série
de revistas digitais que merecem ser pesquisadas por vocês. Nelas
vocês vão encontrar muitos assuntos de seu interesse e
em quase todas, temas variados sobre os eucaliptos. Em tempo, sempre
havendo oportunidade, entre na seção de Pesquisar da
revista e digite Eucalyptus ou Eucalipto. A seguir, divirta-se com
os resultados. É assim que muitas vezes encontramos verdadeiras
agulhas no palheiro. Obrigado mais uma vez a todas essas revistas que
nos dão oportunidade de navegar em seus conteúdos. Aguardamos
que muitas outras revistas se unam nessa corrente de promoção
do conhecimento técnico-científico.
Silva
Fennica
http://www.metla.fi/silvafennica
Revista científica que cobre aspectos da pesquisa florestal, editada
pela Finnish Society of Forest Science e pelo Finnish Forest Research Institute.
Sempre apresenta os artigos em inglês.
Paper 360º
http://www.paper360.org/paper360
http://www.paper360.org/paper360/issue/issueList.jsp?id=1824
Anteriormente era
uma revista conhecida como Solutions, editada pela TAPPI - Technical
Association of the Pulp and Paper Industry e pela
PIMA - Paper Industry Management Association. Foi terceirizada desde
final de 2006 para a Questex Media, mas continua vinculada com TAPPI
e PIMA. Contem muitas atualidades, entrevistas, colunas e pontos de
vista sobre o setor de celulose e papel. Editada em inglês, livre
acesso pela web.
Floresta e Ambiente
http://www.ufrrj.br/institutos/if/revista/index.htm
Revista
científica do Instituto de Florestas da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, editada em português, com artigos
com sumário em inglês.
Bioresources
http://www.ncsu.edu/bioresources
Revista
digital científica da North Carolina State University
dedicada aos estudos sobre biomassa, bioenergia, papel e celulose e
compostos lignocelulósicos. Excelente revista com diversos artigos
de pesquisadores brasileiros. Vale a pena dar uma visitada. Em idioma
inglês.
Bosques y Desarrollo
http://www.ici.edu.uy/perfil5.htm
http://www.ici.edu.uy/perfilBOSQUES.htm
http://www.ici.edu.uy
Revista sobre temas florestais e afins do ICI - Instituto
de Ciencia e Investigación do Uruguai. Os artigos estão preferencialmente
em espanhol, mas também existem artigos em português e
inglês, conforme as fontes inseridas.
Mi Papel
http://mipapel.cmpc.cl
Revista interna digital da empresa CMPC Chile, mostrando curiosidades
da sua atuação nos diferentes negócios da empresa.
Editada em espanhol.

Melhores Tecnologias Disponíveis para
Fabricação de Celulose de Eucalipto
(uma
continuação sobre esse tema)
Em
recente Eucalyptus Newsletter procurei colocar minha visão sobre o que de mais moderno e no estado-da-arte
existe em termos de tecnologias disponíveis e de melhores
práticas ambientais para a indústria de celulose kraft
branqueada de eucalipto (www.eucalyptus.com.br/newspt_mar07.html#quatorze).
Esse assunto é algo de muita atualidade, já que existem
diversas novas fábricas de celulose kraft em instalação
em diversos países como Brasil, Chile, Uruguai, China, Indonésia,
etc. Em todos os casos, o objetivo deve ser orientado para a construção
de fábricas modernas e que estejam com as melhores tecnologias
encontradas tanto para eficiência operacional como para proteção
ambiental. Mas afinal, o que seria o estado da arte tecnológico?
Onde buscar informações sobre isso? Quem pode fornecer
dados e sugestões confiáveis e fidedignas? Como saber
se os novos empreendimentos estão na atualidade tecnológica
e que sejam realmente de mínimo impacto ambiental? Por isso,
decidi continuar com esse assunto e trazer para vocês um conjunto
de referências da literatura virtual e que possa ser consultado
para entender mais sobre o que são hoje "BATs" (Best
Available Techniques or Technologies) ou "ESTs" (Environmentally
Sound Technologies) para nossa indústria de papel e celulose.
Com isso, mesmo fábricas já existentes e operando poderão
dispor de um bom número de referências para servir de
base para seus projetos de modernização e de busca
de melhores performances ambientais. Também, a sociedade poderá conhecer
um pouco mais sobre o setor, suas tecnologias e seus cuidados ambientais.
Considero também importante que esses documentos sirvam de
referência para os órgãos de controle de poluição
e dos impactos ambientais de empreendimentos industriais. Com isso,
podem estabelecer e outorgar suas licenças de operação
com base em dados bastante realísticos do setor.
Antes
de relacionar a série de documentos que se seguirão
para sua leitura, sugiro dar uma olhada em um questionário
que preparei especialmente para aqueles que forem realizar uma auditoria
ou fazer um "check-list" sobre as BATs em uma fábrica
de celulose kraft branqueada. Através desse questionário,
pode-se dar a atenção necessária a todos os
principais pontos da fábrica que exigem atenção
e comparações com "benchmarks" setoriais.
Através da análise de cada tópico, o técnico
poderá entender se a tecnologia em questão é estado-da-arte
ou não, se é BAT ou não. Para isso, deve entender
o tópico e buscar o apoio nas leituras abaixo recomendadas.
Veja
o questionário em:
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/BATs%20%20Environmentally%20Sound%20Technologies.doc
O
documento mais tradicional para definir as BATs no setor de celulose
e papel é o BREF do EIPPCB. Por BREF entenda-se o termo como
sendo "Reference Document on BAT - Best Available Techniques
in the Pulp and Paper Industry". O EIPPCB (European Integrated
Pollution Prevention and Control Bureau) é o comitê da
União Européia para assuntos de prevenção
e controle da poluição. Esse documento referência,
com suas 509 páginas, já tem cerca de 6 anos: sua edição
foi em dezembro de 2001. Além disso, ele foi construído
entre 2000 e 2001, relatando as tecnologias e os indicadores da época.
Já existe uma agenda para a atualização desse
documento até novembro de 2008, os trabalhos já começaram
para isso.
BREF do EIPPCB de dezembro de 2001
em Inglês (websites
alternativos para download):
ftp://ftp.jrc.es/pub/eippcb/doc/ppm_bref_1201.pdf
http://www.p2pays.org/ref/13/12193.pdf
http://www.ecologic-events.de/sevilla1/en/documents/Suhr_en.PDF
Para saber sobre o processo de atualização do BREF,
inclusive com possibilidades de adicionar comentários ao rascunho
a ser tornado público em algum momento da elaboração,
entre em:
http://eippcb.jrc.es/pages/twg/pp/documents/pp_mr_0107.pdf
Além das publicações oficiais do EIPPCB, temos
também alguns artigos comentando o BREF e as suas recomendações.
Um país que sempre dá muita atenção a
esse assunto é a Finlândia. Diversos trabalhos estão
disponibilizados na web por técnicos e instituições
finlandesas. Existem fortes razões para isso: estão
na Finlândia nos dias de hoje os grandes fornecedores de máquinas,
equipamentos, sistemas e tecnologias para o setor de celulose e papel.
Também na Finlândia estão grandes empresas produtoras
de celulose e papel, com fábricas localizadas não apenas
naquele país, mas globalmente. Estão colocados a seguir,
alguns desses artigos para vocês se inteirarem mais sobre as
BATs, tanto apresentados por finlandeses sobre o BREF como por outros
especialistas a nível mundial sobre as BATs:
The
Impact of Best Available Techniques (BAT) in the Competitiveness
of European Industry. D.Hitchens; F.Farrell; J.Lindblom; U.Triebswetter.
European Comission, Report EUR 20133 EN. 120 pp. (2001)
http://ec.europa.eu/enterprise/environment/reports_studies/studies/bat.pdf
Best
Available Techniques in European Environmental Legislation: the case
of Finland. A.R.Lindgren. Congresso ABTCP/PI (2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/BATin%20Finland%202005.pdf
Techniques to Consider in the Determination of BAT.
http://aida.ineris.fr/bref/brefpap/bref_pap/english/bref_gb_kraft_technique.htm
Emerging Techniques. 7 pp.
http://natura.minenv.gr/batelv/Docs/Paper_making_ET.PDF
Continuum - Rethinking BAT Emissions of the Pulp and Paper
Industry in the European Union. P.Nilsson; K.Puurunen; P.Vasara; T.Jouttijarvi.
Finnish Environment Report 12/2007. 41 pp. (2007)
http://www.environment.fi/download.asp?contentid=65130&lan=en
A
Strategic Concept for Best Available Techniques in the Forest Industry. P.Vasara; H.Jappinen; L.Lobbas. Finnish Environment Report 425. 75
pp. (2001)
http://www.ymparisto.fi/download.asp?contentid=10759&lan=en
Driving
Forces for Environmentally Sounder Innovations. The case of the Finnish
pulp and paper industry. P.Kivimaa; P.Mickwitz. Berlin
Conference on the Human Dimensions of Global Environmental Change.
25 pp. (2003)
http://www.environment.fi/download.asp?contentid=10823&lan=EN
Evaluation
of Environmenal Cross-Media and Economic Aspects in Industry - Finnish
BAT expert case study. P.Vasara; K.Silvo; P.Nilsson; L.Peuhkuri;
A.Perrels. Finnish Environment Report 528. 117 pp. (2002)
http://www.environment.fi/download.asp?contentid=10778&lan=EN
IPPC General Principles of Monitoring. EIPPCB
Report. 123 pp. (2003)
http://www.environment.fi/download.asp?contentid=9547&lan=FI
IPPC
Sector Guidance: pulp and paper. EIPPCB S6.01. 108 pp. (2000)
http://www.environment-agency.gov.uk/commondata/acrobat/ippcpulp.pdf
IPPC
Sector Guidance: pulp and paper - Applicant version. EIPPCB
S6.01e. 52 pp. (2000)
http://www.environment-agency.gov.uk/business/444304/444635/1778182/107293/?version=1&lang=_e
Environmental
Performance, Regulations and Technologies in the Pulp and Paper Industry.
Ekono strategic study. Brochure.
5 pp. (2005) - Estudo a ser obtido através de Ekono.
http://www.ekono.com/toc2005.PDF
Independent
Advice on the Development of Environmental Guidelines for Any New
Bleached Kraft Pulp Mill in Tasmania. BECA/AMEC & RPDC,
Tasmania, Austrália. 53 pp. (2004)
http://www.rpdc.tas.gov.au/__data/assets/pdf_file/0005/66344/Study_Report_Exec_summary.pdf
El
Futuro de la Producción de Celulosa y las Técnicas
de Producción más Favorables para el Medio Ambiente. Greenpeace Argentina. 48 pp. (2006)
http://www.greenpeace.org/raw/content/argentina/contaminaci-n/el-futuro-de-la-producci-n-de.pdf
Forest
Products Technologies: energy savings via R&D.
US Department of Energy.
24 pp.
http://www1.eere.energy.gov/industry/forest/pdfs/forestsuccesses.pdf
Pulp
and Paper Industry Energy Bandwidth Study Report. Jacobs & IPST.
116 pp. (2006)
http://www1.eere.energy.gov/industry/forest/pdfs/doe_bandwidth.pdf
Emission
Scenario Document on Non-Integrated Paper Mills. OECD
- Organization for Economic Cooperation and Development. Environmental,
health and safety publications. 36 pp. (2006)
http://appli1.oecd.org/olis/2006doc.nsf/43bb6130e5e86e5fc12569fa005d004c/
753632193d56d945c1257109004ce598/$FILE/JT00200408.PDF
Environmental
Impact Assessment and Environmental Auditing in the Pulp and Paper
Industry. FAO Forestry Paper 129. (1996)
http://www.fao.org/docrep/005/v9933e/V9933E00.HTM#TOC
Duas
outras importantes fontes sobre as definições
de BATs para o setor de papel e celulose são os documentos
da Convenção de Estocolmo em 2001 sobre os POPs (Poluentes
Orgânicos Persistentes) e a série sobre meio ambiente,
segurança e saúde ocupacional editada pelo IFC -
International Finance Corporation, entidade do Banco Mundial.
Sobre
a série do IFC, o antigo documento de 1998 que o IFC
e o Banco Mundial haviam editado sobre fábricas de papel e
celulose está sendo desativado e substituído por um
novo documento referencial. Esse documento recém foi lançado
para comentários via web, tendo isso acontecido em junho
de 2007.
O documento antigo do IFC/Banco Mundial está disponibilizado
em:
Pollution Prevention and Abatement
Handbook - Pulp and paper mills. IFC. 6 pp. (1998)
http://www.ifc.org/ifcext/enviro.nsf/AttachmentsByTitle/gui_pulp_WB/$FILE/pulp_PPAH.pdf
O novo documento sobre fábricas de papel e celulose, com valores
bem mais adequados à realidade atual está disponível
em:
Environmental, Health and Safety Guidelines - Pulp and paper
mills. IFC. 31 pp. (2007)
http://ifc.org/ifcext/policyreview.nsf/AttachmentsByTitle/EHS_Draft_PulpandPaper/$FILE/
IFC+Draft+-+Pulp+and+Paper+-+June+15++2007.pdf
Finalmente, a convenção de Estocolmo de 2001 procurou
avaliar as tecnologias de diversos setores industriais em relação às
emissões de poluentes orgânicos persistentes, entre
os quais as dioxinas e furanos. Foram editados muitos documentos
técnicos referenciais e que estão sendo adotados em
todos os países signatários dessa convenção.
Vocês podem navegar na documentação técnica
dessa convenção em muitos websites. A seguir temos
alguns para seu entretenimento:
http://www.pops.int
http://www.oztoxics.org/cmwg/introduction/stockholm%20convention.html
http://www.oztoxics.org/waigani/pops/conve_c4.html
A seguir
alguns documentos técnicos relevantes dos grupos
de trabalho da Stockholm Convention on POPs, da UNEP - United Nations
Environment Programme e algumas definições da Convenção
de Estocolmo:
Stockholm Convention on POPs - Article 5. Annex C - Measures to reduce
or eliminate releases from unintentional production
http://www.rpdc.tas.gov.au/__data/assets/pdf_file/0016/66301/Appendix_C_-_Article_5__and__Annex_C_of_SC.pdf
Guidelines
on Best Available Techniques and Provisional Guidance on Best Environmental
Practices. Stockholm Convention on POPs. Working
Group. Advanced Draft. 317 pp. (2004)
http://www.baselpretoria.org.za/Documents/Draft-BAT-BEP.pdf
http://www.pops.int/documents/batbep_advance/Draft-BAT-BEP-Dec-2004advancefinal.pdf
Standardized
Toolkit for Identification and Quantification of Dioxins and Furans
Releases. UNEP Draft Document. 194 pp. (2001)
http://www.chem.unep.ch/pops/pdf/toolkit/toolkit.pdf
Standardized
Toolkit for Identification and Quantification of Dioxins and Furans
Releases. UNEP Final Document. 253 pp. (2005)
http://www.chem.unep.ch/pops/pcdd_activities/toolkit/Toolkit%202-1%20version/Toolkit-2005_2-1_en.pdf
Custos
e Rentabilidades na Produção de Madeira de
Eucalipto em Povoamentos Manejados por Talhadia Simples
e Corte Raso
Existe
muito interesse hoje no Brasil para o plantio de florestas
de eucaliptos. Esse
interesse ocorre
por parte de empresários e de agricultores, interessados
nos possíveis ganhos que possam ter com a venda da madeira.
Existe também muito desconhecimento sobre como plantar,
como manejar, onde obter os melhores materiais genéticos,
como conseguir os licenciamentos ambientais, e quanto de rentabilidade
o negócio oferece? Tenho recebido muitos questionamentos
sobre isso, através de meu website www.celso-foelkel.com.br.
Há definitivamente carência de informações
sobre isso. Algumas fontes prometem rentabilidades muito altas,
difíceis de serem conseguidas, o que poderá acabar
frustando aqueles que plantarem e não alcançarem
esses sonhados lucros. Além disso, a atividade florestal é uma
atividade de risco, os resultados finais dependem muito do
clima, dos cuidados culturais, do material genético,
do ataque de pragas ou doenças, de incêndios,
do conhecimento das tecnologias, do tipo de manejo que se vier
a adotar (para corte raso aos 7 anos; para manejo de produtos
sólidos em ciclos mais longos com desbates intermediários;
para associação com agricultura pela utilização
de agrossilvicultura ou sistemas silvopastoris, etc.). Cada
uma dessas situações gera um resultado e um potencial
risco, além de se terem prazos distintos para entradas
de receitas (só da madeira ou de outras rendas associadas).
Por
todas essas razões, recomendo que cada novo agricultor
que vier a se interessar pelo negócio de plantar florestas
de eucaliptos no Brasil, que comece lendo muito sobre o assunto,
tanto sobre as tecnologias florestais, para verificar se tem
ou não competência para isso, como sobre os potenciais
ganhos econômicos e financeiros. Há muita coisa
publicada, coisas boas e outras não tão boas.
Há grande variedade de possibilidades, cada caso merece
uma análise singular, com muito critério e pé no
chão. Além disso, por mais que vocês leiam
sobre o assunto, é importante dialogar e saber encontrar
as melhores e mais confiáveis práticas para serem
tomadas as melhores e mais sábias decisões.
O plantador de florestas pode
querer ter renda rápida,
já aos 7 anos, por corte raso. Se ele plantar material
inadequado, usar mudas ruins, não fertilizar, não
preparar o solo, não combater o mato, não ficar
atento às pragas e doenças, ele terá produtividade
muito baixa em suas plantações. Dificilmente
serão alcançados os sonhados 40 a 45 m³/ha.ano.
Ainda assim, mesmo que ele faça tudo corretamente, sua
produtividade será boa, mas ele terá uma decisão
a tomar: como vender a madeira? Venda da floresta em pé?
Venda da floresta colhida e com toras descascadas no campo?
Venda da madeira direto na porta do comprador? Cada situação
lhe dará novos custos e novas possibilidades de ganhos,
ou de perdas. Por isso tudo, enfrentem os cálculos de
matemática financeira, leiam muito bem sobre tudo, façam
e usem as melhores práticas silviculturais, e valorizem
cada gasto que fizerem para que ele seja bem efetivo e lhes
dê a melhor relação benefício/custo.
No Brasil, qualquer agricultor
ao ter uma área de terra,
ele tem uma opção de arrendá-la para alguma
atividade de terceiro (plantação de cana, pastagem
para criação de gado, pomar, plantio de florestas,
etc.). Isso lhe garantiria uma receita, que ele ganharia sem
fazer ou arriscar nada, apenas deveria cuidar para que façam
um bom uso de sua terra. Vamos chamar a essa receita de "aluguel
da terra". Esse aluguel da terra corresponde à remuneração
ao capital investido pelo proprietário da terra para
adquirir a mesma, nada mais justo. Suponhamos que esse valor
seja o equivalente a 100 dólares por hectare e por ano.
Ao mesmo tempo, qualquer dinheiro que ele vier a gastar, ele
poderia estar ganhando um rendimento financeiro se esse dinheiro
ficasse em um fundo de investimentos ou na caderneta de poupança
no banco. No Brasil de 2007, um fundo de investimentos ou uma
caderneta de poupança estaria rendendo algo como 8%
ao ano. Resultado disso, a floresta plantada, ao ser colhida
e vendida sua produção, deve remunerar no mínimo
isso: a terra e o capital, concordam?
As empresas
reflorestadoras costumam plantar a floresta e colhê-la aos 7 anos, e imediatamente plantarem outra
floresta de melhor material genético em seu lugar, esperando
aumentar ainda mais a produtividade ou a qualidade da nova
floresta e de sua madeira. O agricultor talvez não esteja
interessado nisso, pois ele pode colher uma segunda rotação
sem gastar muito com mudas, irrigação, preparo
do solo, etc.
Vamos admitir
então que para nossos preliminares e
estimados cálculos financeiros em dólares equivalentes
por cada hectare plantado que:
-
o sistema
de manejo adotado foi o de talhadia simples, com corte raso
total da área plantada para venda da madeira
ao término de cada rotação
-
o
custo da implantação
por hectare seja equivalente a 1250 dólares
no plantio (mudas, adubos, herbicidas, preparo solo,
combate a formigas,
etc.). Caso o agricultor seja fomentado e receba as
mudas sem custo, esse valor pode ser reduzido para
1100 dólares.
-
o custo
incorrido no primeiro ano em fertilização,
tratos silviculturais, combate ao mato e formigas, etc., seja
de 500 dolares
-
o "aluguel anual da terra" seja de 100 dólares
-
o custo
anual de manutenção (combate à formiga,
limpeza de aceiros, vigilância, cercas, etc)
entre o segundo e sétimo ano seja de 50 dólares por hectare
-
a
produtividade florestal da floresta com casca seja de 40 m³/ha.ano
-
o
teor de casca estimado seja de 12% em volume
-
a taxa
de desconto seja de 8% ao ano (equivalente ao que o agricultor
ganharia deixando
o dinheiro no banco em conta poupança,
sem muito esforço e risco)
Ficam aqui apenas duas opções
para sua análise.
Poderiam ser muitas opções mais, por exemplo,
uma opção com desbastes e manejo para corte final
de madeira para usos sólidos como serraria, além
de mais rotações, etc.
Ficaremos nesse momento, como exercício, apenas
com duas opções de corte raso e venda da
madeira para celulose, carvão, lenha, chapas, ou
outros usos tipo "commodities":
Opção
1: o agricultor colhe a floresta aos 7 anos e planta outra
em seu lugar, com material mais produtivo.
Toda a remuneração ao seu investimento
e à sua
terra deverá vir em um único
ciclo.
Opção 2: o agricultor deixa mais uma rotação,
sabendo que a produtividade da floresta baixará um
pouco devido a algumas árvores que morrerão.
Admitir então que na segunda rotação
a produtividade será de 35 m³/ha.ano e ele
colherá a floresta
com 7 anos também. Nessa segunda rotação
o teor de casca será de 15%, já que piores
florestas possuem toras com maior proporção
de casca. No primeiro ano da segunda rotação
ele deve supostamente gastar o equivalente a 600 dólares
com atividades silviculturais e de manejo diversas. Além
disso, terá nesse
e nos demais anos as usuais despesas de manutenção
e de aluguel da terra.
Fazendo
os cálculos financeiros
dessas duas opções,
podemos estimar por quanto o agricultor deve vender sua
madeira para remunerar seu capital a 8% ao ano e a sua
terra nos 100
dólares anuais de aluguel. Basta trazer os valores
desse fluxo de caixa para se ter um VPL - Valor Presente
Líquido
nulo, usando uma taxa de desconto de 8%. Qualquer valor
por metro cúbico de madeira que ele venda acima
desse limite, ele estará ganhando mais que os
8 % da caderneta de poupança bancária e
remunerando mais a sua terra do que o aluguel estimado
para esses cálculos. Se vender
por menos, não estará remunerando adequadamente
nem seu capital, nem sua terra.
Os resultados são facilmente obtidos por qualquer calculadora,
fazendo os fluxos de caixa correspondentes (uma colheita aos
7 anos para a opção 1 ; duas colheitas uma aos
7 e outra aos 14 anos para a opção 2).
Resultados Opção 1: O preço de venda deve
ser o equivalente a 15,3 US$ por metro cúbico de madeira
com casca da floresta em pé, sem gasto algum com a colheita
das árvores. Se a opção for a venda sem
casca, o valor da madeira deve ser de 17,4 US$ / m³ da
floresta em pé. Isso porque a madeira representa nesse
caso 88% do volume das árvores na média.
Resultados Opção 2: Nessa caso, o preço
de venda deve ser de no mínimo 13,2 US$ por metro cúbico
com casca da floresta em pé. Se for de madeira sem casca,
esse valor deve subir para 15,5 US$ por metro cúbico
de "floresta em pé sem casca".
A metodologia é simples, basta encontrar qual o valor
de venda da madeira que anula o VPL - Valor Presente Líquido
para os fluxos de caixa em questão. Se o valor presente
líquido for positivo com o preço que ele encontrar
para a madeira, ele pode então variar a taxa de desconto
até anular de novo o VPL. O valor de taxa de desconto
que for encontrada corresponderá à remuneração
de seu capital (TIR - Taxa Interna de Retorno). Se conseguir
15% por exemplo, estará ganhando muito mais do que colocar
o dinheiro na poupança de seu banco favorito. Cabe a
ele decidir se vale a pena então enfrentar os
riscos para ganhar mais.
Para conhecerem um pouco mais sobre os preços de venda
de madeira de eucalipto nos mercados no estado de São
Paulo-Brasil, entrem no website do CEPEA- Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada da ESALQ/USP em:
http://www.cepea.esalq.usp.br/florestal/?id_page=481.
Outra possibilidade para verificar preços de madeira é através
do website do portal REMADE em: http://www.remade.com.br/pt/ind_preco_mad.php
Amigos, reflitam bastante e calculem muito bem os seus
possíveis
ganhos. Não façam porcaria em seus reflorestamentos;
se gastarem mal, podem perder muito, quase tudo ou até mais
do que gastaram. Invistam então com sabedoria e com
adequada tecnologia. Tenham também paciência,
nossas árvores crescem rápido, mas precisamos
saber esperar que elas façam isso e também, precisamos
dar as condições para que elas cresçam
bem.
A seguir, estou colocando uma longa relação
de artigos da literatura (em português e em espanhol)
que tratam de custos e de rentabilidades em plantações florestais
de eucaliptos. Já houvéramos feito isso em outra
edição da Eucalyptus Newsletter, a de número
03 (http://www.eucalyptus.com.br/newspt_jan06.html#oito),
mas decidimos ampliar aquela listagem, pelos inúmeros pedidos
que tenho recebido de interessados em saber mais sobre esse
assunto. Há muita diversidade e variação
entre os artigos relacionados. Portanto, leiam com atenção
os pressupostos básicos, caso a caso, e busquem entender
os que mais se aproximam de seu caso, entendido? Tempo é dinheiro,
logo usem mais tempo para análise para ganharem mais
dinheiro com suas "poupanças florestais".
Comprem também uma calculadora financeira para seus
cálculos de rentabilidade, caso ainda não tenham
uma: é o mínimo a fazer frente aos gastos que
terão.
Naveguem em:
http://www.sif.org.br/eventos/palestras/2005%2008%20-%20Reunião%20Técnica%20sobre%2
0Fomento%20Florestal/1%20dia%20-%20%20MÁRCIO%20LOPES%20-%20Economia%20do%20Fomento02.ppt
http://www.scielo.br/pdf/rarv/v27n5/a11v27n5.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rarv/v28n3/21602.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rarv/v29n3/a09v29n3.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622003000400008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622003000500011
http://sbrt.ibict.br/upload/sbrt1031.pdf
http://sbrt.ibict.br/upload/sbrt1452.html
http://www.cnpf.embrapa.br/arquivos/Planilha_Eucalipto.pdf
http://bosques.cnpf.embrapa.br/node_embrapa/uploads/mwuxrvcwls.pdf
http://www.apacampinas.cnpm.embrapa.br/reflora.html
http://revistacientifica.famec.com.br/ojs/include/getdoc.php?id=68&article=5&mode=pdf
http://revistacientifica.famec.com.br/ojs/viewarticle.php?id=5&layout=abstract
http://www.sebraeminas.com.br/Geral/arquivo_get.aspx?cod_areasuperior=2&cod_areaconteudo
=231&cod_pasta=234&cod_conteudo=1508&cod_documento=110
http://www.dcf.ufla.br/cerne/revistav3n1-1997/TAXDESC.PDF
http://www.dcf.ufla.br/cerne/revistav4n1-1998/art03.doc
http://www.dcf.ufla.br/cerne/Revistav12n3-2006/03%20artigo.pdf
http://www.dcf.ufla.br/cerne/Revistav13n1-2007/012%20Artigo.pdf
http://www.dcf.ufla.br/cerne/Revistav10n2-2004/%5B7%5D%2029-02%20-%20Rota%C3%A7%C3%
A3o%20econ%C3%B4mica%20de%20plantios%20-%20Thais%20C%20Ferreira.pdf
http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/dias,an-m.pdf
http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/dube,f.pdf
http://www.cepea.esalq.usp.br/florestal
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr141.pdf
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr60/cap03.pdf
http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/dias,an-m.pdf
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-15082003-150926/publico/vitor.pdf
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/artigos/v10n1/art1v10n1.pdf
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/artigos/v12n1/A13V12N1.pdf
ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/ASP5-0194.pdf
http://cepa.epagri.sc.gov.br/agroindicadores/opiniao/analise_rentabilidade.htm
http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/floresta/article/view/6451/4642
http://www.gruponahise.com/simposio/papers%20pdf/6%20Morais-Filho,A.D.pdf
http://www.cpgmne.ufpr.br/dissertacoes/D092_Mozart_Goncalves24062004.pdf
http://200.17.237.182/fupef2/master/includes/pages/artigos_download.php?art_id=1749
http://150.162.90.250/teses/PECV0320.pdf
http://www.mma.gov.br/estruturas/pnf/_arquivos/aracruz.pdf
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/488/48829612.pdf
http://forestbrazil.com/artigos/fanorpi1.pdf
http://www.scielo.br/pdf/eagri/v26n1/30093.pdf
http://www.cgu.unicamp.br/energia2020/papers/paper_Couto.pdf
http://www.feagri.unicamp.br/energia/biomassaenergia/cap4.pdf
http://www.chilenoticias.cl/revista_cifor/textos/e_nitens.pdf
http://www.inta.gov.ar/ediciones/idia/forest/economia02.pdf

Os
Amigos dos Eucalyptus
Dr.
Robert Paul Kibblewhite
Dr.
R. Paul Kibblewhite é um dos grandes
nomes da tecnologia de celulose e papel do cenário mundial.
Sua carreira e sua vida sempre esteve associada a desafios
e a superação dos mesmos. Apesar de suas dificuldades
com sua visão, que aos poucos foi-se perdendo, a sua
vontade de criar, inovar, progredir e vencer foi crescendo
proporcionalmente. Uma curiosa e singular situação:
maior a dificuldade, maior a determinação e maiores
as conquistas. Um exemplo a ser seguido.
Paul é antes de tudo uma pessoa cativante e carismática,
tanto pelos seus conhecimentos e competência, como pelo
ser humano notável que é. Por isso, é admirado
não apenas na Nova Zelândia e Austrália,
mas em todo o setor mundial de celulose e papel, em especial
na área de física do papel e morfologia das fibras
e das polpas celulósicas.
Paul, como
prefere ser chamado, nasceu em uma pequena cidade da Nova
Zelândia, em Christchurch. Sua infância
e adolescência foram muito ligadas à natureza
pela beleza da região onde vivia. Por isso, seu interesse
em botânica e ciências naturais foram cedo despertados.
Estava decidido a trabalhar no Serviço Florestal da
Nova Zelândia, o que conseguiu ainda bem jovem. Como
opção de carreira, decidiu estudar Ciência
e Química das Plantas, formando-se em 1965 pela Universidade
de Auckland. De imediato, foi para os Estados Unidos, para
Appleton, Wisconsin, ao Institute of Paper Chemistry, onde
obteve seu M.Sc. e seu Ph.D. Seus estudos nos USA foram orientados
para a estrutura da madeira e da fibra, tendo obtidos seus
graus acadêmicos com louvor. Com isso, procurou aliar
seus conhecimentos fundamentais de botânica e química
vegetal com a utilização prática das árvores,
uma feliz combinação. Antes disso tudo, já estava
a trabalhar com o Serviço Florestal da Nova Zelândia.
A entidade reconheceu seu potencial e o auxiliou a obter todos
esses graus acadêmicos. Ao voltar dos USA estava pronto
para ocupar uma posição de pesquisador no FRI
- Forest Research Institute do mesmo serviço florestal,
na Divisão de Produtos Florestais, em Rotorua. Passou
a se dedicar a estudar fibras, polpas e madeiras, um setor
da ciência que era muito importante para a Nova Zelândia.
Seu sucesso na carreira e nas pesquisas logo recompensou os
investimentos feitos pelo governo neo-zelandês com seus
estudos. Sua contribuição técnica e científica
em seus 40 anos de carreira profissional tem sido excepcional.
Não satisfeito apenas com a ciência da madeira
e das fibras, buscou a correlação entre os atributos
das fibras e suas utilizações. Sua atenção
foi direcionada para as espécies de reflorestamento,
que poderiam fornecer madeira para os produtos de base florestal
em seu país, preservando assim as florestas naturais.
Estudou muito a morfologia das fibras de Pinus radiata, Acacia
spp. e dos eucaliptos mais comumente plantados na Nova Zelândia: Eucalyptus
nitens, E.fastigata, E.regnans e E.globulus. Apesar
da proximidade da Austrália, os eucaliptos não
vegetam naturalmente na Nova Zelândia, mas sim em plantações
feitas pelo homem. Por isso, seu interesse em desenvolver as
espécies do reflorestamento para utilização
industrial. O potencial dos eucaliptos para o país foi
reconhecido como muito promissor. O resultado foi uma dedicação
muito grande de Paul e de sua equipe de pesquisas a estudar
essas espécies de eucaliptos.
Apesar
de seu senso prático, Paul nunca deixou de buscar
na ciência novos conhecimentos para desenvolver e aperfeiçoar
produtos. Foi um dos primeiros pesquisadores a trabalhar com
o conceito de deformações das fibras ("kinks" e "curl")
como forma de agregar novas características papeleiras às
fibras. Buscou incessantemente novas formas de avaliar as fibras
e com isso, diversificar os seus usos.
Ao longo
de seus anos de pesquisa, conseguiu reunir um notável
banco de dados sobre fibras, polpas e papéis. Esse conhecimento
desenvolvido lhe deu uma reputação não
apenas local, mas internacional. É um dos pesquisadores
mais renomados e condecorados da Nova Zelândia.
Um dos
pontos mais marcantes de sua carreira ocorreu durante o período em que o FRI se converteu no PAPRO - Pulp
and Paper Research Organization da Nova Zelândia. Praticamente
os nomes Kibblewhite e PAPRO se uniram como nome e sobrenome.
Mais recentemente, o PAPRO tornou-se parte do ENSIS, uma joint
venture de pesquisas entre a CSIRO da Austrália e o
SCION da Nova Zelândia. Apesar de todas essas mudanças
gerenciais, Paul continua em seu posto de trabalho onde sempre
esteve, compromissado com suas metas e desafios. Hojé é cientista
principal e consultor do ENSIS para assuntos ligados a fibras
de celulose e a seus usos para papéis e outros tipos
de produtos (como fibro-cimento, por exemplo).
Atualmente,
Paul dedica-se também a transferir sua
ampla bagagem de conhecimentos em cursos e seminários,
que tem apresentado em muitos países, inclusive no Brasil
e Chile. A sua carreira começou com as árvores
naturais, especializou-se depois nas árvores plantadas
para fins comerciais. Sua admiração e entusiasmo
pelas florestas continuam então os mesmos, independentemente
de como são plantadas.
Suas principais áreas de "expertise" são
as seguintes:
-
fibras
de folhosas e de coníferas e suas potecialidades
papeleiras;
-
inter-relações entre as propriedades
fundamentais das fibras e seus múltiplos usos;
-
desenvolvimento
de novos produtos com base nas fibras;
-
melhoramento
das propriedades das fibras através do
melhoramento das árvores e do seu processamento industrial;
-
comparações
e "benchmarking" de fibras
e polpas;
-
melhoramento
genético de árvores através
da melhor engenharia de suas fibras e madeiras;
-
consolidação
da folha de papel e desempenho da máquina de fabricar
papel;
-
refinação
da celulose e seus efeitos na qualidade das fibras;
-
misturas
de fibras para produção
de melhores papéis;
-
diagnósticos de problemas
de "furnish" papeleiro,
de processos industriais e da qualidade de produtos de celulose
e papel;
-
forte ênfase
em treinamento e desenvolvimento de pessoas.
Os resultados em sua carreira profissional
são
comprovados pelos seus 150 artigos publicados, uma patente
e mais de 250
relatórios de consultoria.
Algumas informações adicionais sobre R. Paul
Kibblewhite, seu currículo, seus seminários e
suas condecorações científicas estão
mostradas nos links abaixo:
Pulp
fibre – from forest to paper
end use. Course brochure. R.P.Kibblewhite
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2017.pdf
Pulp
fibres for the future. Symposium brochure. R.P.Kibblewhite.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2018.ppt
R.P.Kibblewhite’s publication
list 2006. 10 pp.
(2006)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2019.doc
Dr R. Paul Kibblewhite – Eucalypt
Research. 3 pp.
(2006)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2023.doc
Dr. R.P.Kibblewhite. The Royal Society of New Zealand.
http://www.rsnz.org/members/fellows/personal/8526.php
Dr. R.P.Kibblewhite. ScionResearch. New Zealand.
http://www.scionresearch.com/principal+scientists.aspx?PageContentID=230
Alguns
dos muitos trabalhos publicados pelo Paul Kibblewhite
e apenas os mais recentes
e relevantes relacionados com
os eucaliptos estão mostrados em euca-links a
seguir. Dr. Kibblewhite tem outras dezenas de trabalhos
técnicos também publicados acerca de Pinus
radiata, outra espécie muito comum na Nova Zelândia.
Paul, é uma honra ser seu amigo e ter tido a
chance de conhecer mais de sua carreira e de seu trabalho
em favor dos eucaliptos. Nosso reconhecimento e admiração
por tudo isso que você tem feito e continuará a
fazer.
Hardwood
market kraft fibre and pulp qualities. R.P.Kibblewhite;
A.D.Bawden; M.C.Hughes. Appita Journal 44(5): 325 – 332
(1991). A courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2001.pdf
Reinforcement
and optical properties of separate and co-refined softwood
and eucalypt market kraft pulps. R.P.Kibblewhite. Appita Journal 47(2): 149 – 153,
158 (1994). A courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2002.pdf
Refining
requirements of softwood and eucalypt kraft market
pulps and blends. R.P.Kibblewhite.
Appita Journal
47(5): 375 – 379, 401 (1994). A courtesy of Appita
/ Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2003.pdf
Comparison
of refining response of eucalypt and mixed hardwood
and their blends with softwood. C.L.Brindley;
R.P.Kibblewhite. Appita Journal 49(1): 37 – 42
(1996). A courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2004.pdf
Kraft
fibre and pulp quality of 29 trees of New Zealand
grown Eucalyptus nitens. R.P.Kibblewhite;
M.J.C.Riddell;
C.J.A.Shelbourne. Appita 51(2): 114 – 121 (1998).
A courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2005.pdf
Kraft
fibre property variation among 29 trees of 15-year-old
Eucalyptus fastigata and comparison
with Eucalyptus nitens. R.P.Kibblewhite; C.J.McKenzie. Appita Journal 52(3):
218 – 225 (1999). A courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2006.pdf
Designer
fibres for improved papers through exploiting genetic
variation in wood microstructure. R.P.Kibblewhite.
Appita Journal 52(6): 429 – 435, 440 (1999). A
courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2007.pdf
Wood
and kraft fibre property variation within and among
nine trees of Eucalyptus nitens. R.P.Kibblewhite;
M.J.C.Riddell.
Appita Journal 53(3): 237 – 244 (2000). A courtesy
of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2008.pdf
Reinforcing
potential of different eucalypt softwood blends during
separate and co-PFI mill refining. S.D.Mansfield;
R.P.Kibblewhite. Appita Journal 53(5): 385 – 392
(2000). A courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2009.pdf
Variation
of microfibril angle, density and fibre orientation
in twenty-nine Eucalyptus nitens trees. R.Evans; S.Stringer;
R.P.Kibblewhite. Appita Journal 53(5): 450 – 457
(2000). A courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2010.pdf
Within-tree
variation of some wood and kraft fibre properties
of Eucalyptus fastigata and
E.nitens. R.P.Kibblewhite;
M.J.C.Riddell. Appita Journal 54(2): 136 – 143
(2001). A courtesy of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2011.pdf
Changes
in density and wood fibre properties with height
position in 15/16-year-old Eucalyptus nitens and E.fastigata. R.P.Kibblewhite; R.Evans; M.J.C.Riddell; C.J.A.Shelbourne.
Appita Journal 57(3): 240 – 247 (2004). A courtesy
of Appita / Australia.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2012.pdf
Interrelationships
between kraft handsheet and wood fibre and chemical
properties for the trees
and logs
of 29 Eucalyptus fastigata and 29 E.nitens. R.P.Kibblewhite;
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New Zealand Journal of Forestry Science.
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B.Johnson; C.J.A.Shelbourne. New Zealand Journal of Forestry
Science 30(3): 447 – 457 (2000). A courtesy from
the New Zealand Journal of Forestry Science.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/File%2022.pdf
Wood-fibre
for future products from pulp. R.P.Kibblewhite.
Powerpoint Presentation: 26 slides.
http://www.iaws.uhp-nancy.fr/docs/2006-Melbourne-presentation-Paul_Kibblewhite.ppt
A
tool for the rapid assessment of wood and fiber quality. R. Evans; R.P.Kibblewhite; G.Downes; J.Ilic; M.Hughes;
S.O.Lundqvist. PowerPoint Presentation: 44 slides. Marcus
Wallenberg Prize Symposium. (2001)
http://www.mwp.org/proceedings/dokument/Id_130_dok1.pdf
Product-driven
eucalypt-fibre selection for papermaking. R.P.Kibblewhite.
2nd International Colloquium on Eucalyptus Pulp.
PowerPoint Presentation: 64 slides. (2005)
http://www.celuloseonline.com.br/imagembank/Docs/DocBank/Eventos/SI_6.pdf
Fibre
influences on tissue quality. R.P.Kibblewhite.
2nd International Colloquium on Eucalyptus Pulp. PowerPoint
Presentation: 59 slides. (2005)
http://www.celuloseonline.com.br/imagembank/Docs/DocBank/Eventos/SIII_5.pdf
Method
of treating lignocellulosic or cellulosic pulp to
promote the kinking of pulp fibers and/or to improve
paper tear strength. A.J.Kerr; R.P.Kibblewhite. US Patent
4227964. (1980)
http://www.freepatentsonline.com/4227964.html


Nova
seção:
Conversando
com Alberto Mori sobre os Papéis dos Eucaliptos
Acerca do Alberto Mori:
Alberto Mori é natural da cidade de S.Paulo, Brasil.
Formou-se em engenharia química em 1970 pela Escola
de Engenharia Mauá. Ocupou posições
na gestão técnica e industrial de algumas empresas,
entre as quais MD Papéis e EKA Chemicals. Atualmente é assessor/consultor
na área tecnológica, através de sua
empresa Mori Consult. É também presidente da
ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel.
Resultado de nossa primeira conversa:
"Existe uma ampla gama de utilizações
para as celuloses de fibra curta dos eucaliptos. Em menos
de 40 anos, os eucaliptos saíram de uma participação
marginal e acanhada nos mercados de celulose para serem hoje
uma das principais matérias primas fibrosas para fabricação
do papel. O sucesso dos eucaliptos ocorre muito mais entre
as celuloses branqueadas do que entre as não branqueadas.
Isso é perfeitamente compreensível: o papel
não branqueado é mais valorizado para embalagens
resistentes, o que não é o forte dentre as
propriedades dos papéis de eucaliptos. Entretanto,
mesmo entre as fibras para papéis de embalagem, os
eucaliptos estão participando em misturas. É comum
no Brasil a adição de cavacos de madeiras de
eucaliptos junto aos de Pinus para se ganhar algumas propriedades,
principalmente rendimento em produção de celulose
e custos de fabricação.
Há muitos motivos para o crescimento dos consumos
de celuloses de eucaliptos. Alguns são técnicos,
outros ambientais e muitos são tipicamente econômicos.
Como a madeira do eucalipto dá muito melhor rendimento
e menores consumos específicos de madeira, bem como
a celulose se branqueia com maior facilidade, os custos de
fabricação dessas celuloses são mais
baixos em relação às de fibras longas.
Com isso, o fabricante tem possibilidades maiores para oferecer
a celulose por um preço mais baixo que o da fibra
longa. Isso tem incentivado a busca, cada vez maior, da fibra
curta para substituir a fibra longa mais cara. Hoje, essa
diferença em preço atinge cerca de 100 dólares
por tonelada, o que incentiva plenamente o papeleiro a querer
utilizá-la. Outra vantagem é a maior homogeneidade
das celuloses de eucalipto, cada vez mais produzidas a partir
de árvores clonadas, mais homogêneas em forma,
dimensões, qualidade de madeira, etc. Com isso, os
controles de suas especificações são
mais eficientes em relação às celuloses
de fibras longas, principalmente no caso de celuloses do
hemisfério norte, quase sempre obtidas de mais de
uma espécie de árvore.
Pelas qualidades que oferecem, as celuloses
de eucalipto podem entrar em quase todos os "mix" de fibras
para fabricação dos mais diferentes tipos de
papéis. Podem também serem usadas integralmente,
em 100% do "furnish", na fabricação
de papéis como higiênicos, offset, couchê,
etc. Os fatores qualidade da pasta e custos atrativos da
matéria prima fibrosa são muito importantes
para o papeleiro não integrado. Como em sua fábrica
a polpa é a mais valiosa de suas matérias primas,
ele está sempre atento a seus preços. Também
para o papeleiro, a qualidade é essencial, para evitar
refugos e desclassificações, o que também
eleva os seus custos. A fibra curta do eucalipto, quando
bem caracterizada, bem especificada e bem controlada, pode
continuar tendo sua participação aumentada
no "mix" de fibras para a fabricação
do papel. Isso para qualquer papel e em qualquer lugar do
mundo papeleiro. Além disso, o "mix" diferenciado
permite ao papeleiro diferenciar a qualidade de seus produtos,
alcançando outros nichos de mercado. Com isso, agrega
valor, novas qualidades e performances em seus produtos.
Existe hoje uma forte tendência para diminuição
nas gramaturas para quase todos os tipos de papéis.
Isso visa economizar fibras, reduzir custos e diminuir o
consumo de papel, bem como sua geração como
resíduo da sociedade. As fibras numerosas e rígidas
dos eucaliptos conseguem dar ao papel um volume específico
adequado, além de uma porosidade e espessura exigidas
com a redução da gramatura. Uma vantagem a
mais para as fibras dos eucaliptos.
Os papéis fabricados com fibras de eucalipto variam
desde produtos tipo "commodities", como os "tissue",
couchê, offset, apergaminhados, até os papéis
muito especiais, como os filtrantes, decorativos, térmicos,
glassines, papel para cigarros, etc. Evidentemente, em muitos
deles, as fibras do eucalipto entram no "blend",
mas sempre agregando vantagens técnicas e econômicas.
As grandes fábricas de celulose de mercado de eucalipto
estão em sua maioria atuando em mercados de "commodities"".
Nesses mercados, é muito importante o baixo custo
de fabricação e a maior uniformidade possível
em qualidade. Isso é bom para alguns tipos de fábricas
de papel, que produzem papéis comoditizados e também
querem baixos preços e uniforme qualidade. Já os
papeleiros que fabricam papéis altamente especializados,
suas demandas por qualidade vão muito além
de alvura, viscosidade e nível de sujeira. Existem
outras propriedades desejadas, como a espessura da parede
das fibras, a população fibrosa, a "coarseness" das
fibras, a resistência à compactação
a úmido ou a seco das folhas de papel, a velocidade
de impregnação, o tamanho dos poros da folha,
etc., etc. Por essas razões, os fabricantes de celulose
poderiam estar mais próximos dos fabricantes de papéis
especiais. Isso para potencializar ainda mais o consumo dessas
fibras. Conhecendo mais as exigências dos papéis
especiais, pode-se inclusive engenheirar melhor as árvores
nos programas de melhoramento genético dos eucaliptos.
Nos processos de fabricação de papéis
especiais, as especificações da celulose do
eucalipto fogem muito daquelas normalmente oferecidas pelos
fabricantes de grandes volumes de celulose. Enquanto esses últimos
se preocupam com alguns poucos testes da celulose, no máximo
uma curva de refino e testes físico-mecânicos
das folhas secas, o papeleiro que fabrica especialidades
precisa de muito mais. Por exemplo, não apenas a porosidade
medida como velocidade da passagem do ar pela folha é importante,
mas também a uniformidade e os tamanhos dos poros
na folha, em todas as suas direções, inclusive
na direção Z do papel. Há necessidades
quanto à resistência ao colapsamento da folha
submetida a pressões intensas durante a operação
de supercalandragem. Há em outros casos, exigências
para a velocidade de absorção de resinas e
a capacidade de reter as mesmas na folha. Enfim, as exigências
e as especificações são bastante particulares.
O fabricante de celulose pode afetar o desempenho da massa
tanto pela qualidade dos cavacos de madeira, como pela forma
que cozinha os mesmos e branqueia depois a massa. Também
a secagem da folha de celulose afeta a performance da massa
depois no papeleiro. Exemplificando no caso do cozimento:
para o papeleiro que fabrica papéis especiais, é muito
importante a uniformidade e a amplitude do número
kappa da polpa ainda em seu processo de fabricação.
Uma massa pode sair do digestor com número kappa 16,
mas ter uma amplitude de fibras com números kappa
de 14 a 18, ou então de 12 a 23, por exemplo. Certamente,
a primeira é muito melhor para a produção
do papel especial, pois suas fibras são mais uniformes
em suas características."
Conhecidos esses fundamentos todos através de nosso
papo com o Alberto, vamos aguardar nossa próxima conversa,
quando falaremos com ele sobre outros tipos de papéis
e a importância das fibras dos eucaliptos para esses
papéis.
Mini-Artigo
Técnico por Celso Foelkel
Fechando
os circuitos para se reduzir ainda mais o consumo
de água na fabricação de celulose
kraft branqueada de eucalipto
Fechamento de circuitos de água é um
termo genérico que está orientado a ações
para reduzir o consumo de água e a geração
de efluentes nas fábricas de celulose e papel. Há inúmeras
formas de se fechar circuitos, depende muito da criatividade
e das metodologias utilizadas pelos técnicos. Entretanto,
fechar circuitos não pode ser confundido com transferir águas
que sobram em uma área para outra área da fábrica.
Isso até pode ser adequado em alguns casos, mas se
não houver análise, disciplina e controle,
há sempre o perigo dessa água transferida começar
a sobrar em algum outro ponto da fábrica. Fechar circuitos
talvez possa ser correlacionado com fechar torneiras, o que
significa que em primeiro lugar devemos tentar reduzir o
consumo nos pontos onde a água está sendo utilizada.
Esse é o procedimento: identificar quanto de água
usamos, qual a qualidade dessa água que é requerida,
quais as quantidades de águas desperdiçadas,
quais as quantidades e qualidades dos efluentes gerados.
Isso pode ser traduzido como um balanço de material
de entradas e saídas de águas, DQOs (demanda
química de oxigênio) e sólidos suspensos.
Ficaríamos então com um conhecimento preciso
do que está entrando e saindo de água e de
seus principais contaminantes em cada setor da fábrica.
O segundo e muito importante questionamento seria: qual é realmente
a qualidade da água que precisamos no setor em questão?
Para lavar toras, precisamos de água limpa e tratada,
ou poderia ser uma água recuperada, ou até mesmo
um efluente? Qual a temperatura dessa água para lavar
toras: fria, ambiente, quente? Existe alguma limitação
a esse respeito? E assim para todas as situações.
Balanços de materiais e levantamentos de demanda
de água podem ser facilmente realizados por qualquer
técnico ou engenheiro químico em nossas fábricas,
basta querer fazer. Existem inclusive softwares preciosos
disponibilizados na web para isso. Vejam por exemplo o "WaterPlanner" (http://www.gemi.org/waterplanner)
cedido pela GEMI (Global Environmental Management Initiative),
que oferece esse software para uso no próprio website
deles (http://www.gemi.org/waterplanner/calc-waterbalance.asp.).
Ele é muito útil para otimizar os consumos
de águas industriais. Confiram isso.
O terceiro ponto em nossa metodologia é identificar
e caracterizar os desperdícios. Onde estamos usando
mais água do que o necessário? Onde perdemos água
que não deveria estar sendo perdida? Como evitar isso?
O balanço mássico nos ajuda muito a identificar
essas perdas que podem ser evitadas.
Tendo em mãos todos os balanços mássicos
das diversas áreas da fábrica, agora sim temos
um diagnóstico apropriado para continuar com nosso
propósito de fechar circuitos. Por quê digo
isso? Porque tenho visto muitas experiências em nosso
setor, de áreas tentando fechar seus circuitos sem
muito conhecimento, sem sequer conhecer seus balanços
de águas, seus fluxos e as qualidades dessas águas.
O resultado é na maioria das vezes desanimador: pouco
tempo depois a situação se reverte e as perdas
até aumentam pela inadequada metodologia empregada.
Logo, tentativa e erro não é a maneira correta
de se fazer esse serviço de otimização.
Devidamente munidos das informações básicas
necessárias, o próximo passo agora é usar
de criatividade e de poder de negociação. Inovar é bom,
mas convencer a quem será parte do problema e da solução é fundamental.
Em qualquer processo industrial há muitas oportunidades
para se fechar circuitos ou torneiras. Os operadores sabem
muito bem disso, por isso, precisam ser envolvidos na busca
das soluções. Com o apoio daqueles que mais
conhecem a área será muito mais fácil
se alcançar o sucesso. Sabemos que existem inúmeras
possibilidades a avaliar e resultados a conquistar. Na nossa
publicação passada da Eucalyptus Newsletter
de número 09 (http://www.eucalyptus.com.br/newspt_maio07.html#quatorze)
dei forte ênfase nesse tema de reduzir o consumo de água
nas fábricas de celulose e de papel. Recebi muitos
comentários positivos sobre aquele artigo, recebi
também solicitações de técnicos
para mais sugestões, pois eles queriam fazer algo
mais em suas fábricas. Resolvi então dar mais
essa contribuição para as partes interessadas.
Como fechar ainda mais os circuitos em uma fábrica
de celulose kraft branqueada de eucalipto? Quais pontos poderiam
ser trabalhados para se chegar a consumos de água
de cerca de 25 m³/adt e geração de efluentes
de não mais que 15 m³/adt? Para oferecer uma
contribuição adicional para reflexão
de vocês, decidi segmentar a fábrica de celulose
kraft em setores. A seguir, procurarei discorrer sobre as águas
consumidas e os efluentes gerados. Coloquei também
meus pontos de vista de como poderíamos mudar alguma
coisa para ganhar maior fechamento de circuitos. Para esse
exercício, imaginei uma fábrica de celulose
com um consumo de água bruta captada de 40 m³/adt
(adt = "air dry ton") e geração de
30 m³/adt de efluentes tratados. Um exemplo de caso
dos mais comuns nos dias atuais. Até mesmo um exemplo
considerado estado-da-arte pelos fabricantes e engenheiros
das atuais e modernas fábricas de celulose de eucalipto.
Vamos
então ver onde podemos atuar?
1.
Cavacos de madeira do eucalipto
Quanto
mais úmida vier a madeira para a fábrica,
mais água traremos para o processo por essa fonte.
Essas quantidades não são pequenas. Se nossa
madeira tiver 45% de umidade, ela traz ao processo cerca
de 1,7 m³ de água/adt de celulose. Se a umidade
passar para 55%, então a água trazida para
a fábrica será de 2,5 m³/adt. Isso significa
que usar madeira mais verde é uma vantagem para
o consumo de água e para o próprio cozimento
da madeira, que é facilitado. Todos os técnicos
sabem bem disso. Outra possibilidade é se molhar
os cavacos com uma água residuária, por exemplo,
um condensado alcalino da evaporação. Ao
invés
de mandá-lo como efluente, irrigamos a pilha de
cavacos com ele. A madeira sempre tem uma acidez que consome álcali
ativo para ser neutralizada. O uso de um condensado alcalino
para molhar a pilha de cavacos tem quatro finalidades:
agrega água
ao processo, reduz a geração de efluentes,
facilita o cozimento e consome parte de acidez natural
da madeira. É possível que consigamos aproveitar
algo como 0,5 m³/adt desses condensados para essa
finalidade.
2. ETA - Estação de Tratamento de Água
Por incrível que possa parecer, há muito desperdício de água
em estações que tratam água. Falo das águas de
contra-lavagem dos filtros de areia e das águas com os lodos diluídos
que em muitas fábricas são enviados ao tratamento de efluentes.
Essas águas representam cerca de 1 m³/adt, mas poderiam ser quase
que totalmente recuperadas. Com um processo de filtração e prensagem
dos lodos, recolhemos grande parte da água dos mesmos. Essa água
e as águas de retro-lavagem dos filtros de areia podem de novo serem
enviadas para nova passagem pela ETA, misturada com a água captada.
Ganharemos certamente algo como 0,8 m³/adt, tanto em economia de água
captada, como em menor geração de efluentes. Fácil de
fazer e com grandes ganhos ambientais e econômicos.
3. Preparação da Madeira
Há sempre muitas perdas de água nessa área, tanto por
evaporação como pela água suja desperdiçada. Essa área
chega a utilizar entre 1,5 a 2,5 m³/adt de água e gera cerca de
1 a 2 m³/adt de efluente. Poderíamos reduzir isso a perdas mínimas,
só da água evaporada e da água que acompanha as toras
aos picadores. Para essa área, podemos facilmente fechar o circuito,
reusar a água desse processo após sua limpeza (filtração
ou decantação). Bastaria se completar o "make-up" com
as perdas aceitáveis de cerca de 0,5 m³/adt. Tampouco seria necessário
o uso de água industrial para esse "make-up". Pode ser água
recuperada de outro setor da fábrica, como um condensado da evaporação
ou um filtrado do branqueamento. Pode até mesmo ser efluente tratado
a nível secundário, por exemplo. Se nossos efluentes são
tão bons, porque não usar os mesmos para lavar nossas matérias
primas fibrosas?
4. Área de Polpa Não Branqueada
Nesse caso, as perdas não são altas: perdas de filtrados, vazamentos,
drenagens, águas de selagem. Atingem cerca de 0,5 m³/adt. Entretanto,
essas águas podem ser carregadas de DQO. O ideal é fechar definitivamente
a saída desse efluente, recirculando o mesmo ou para o digestor para
acertos de diluição, ou enviar para a evaporação.
Na pior hipótese, ele virará condensado.
5. Branqueamento
Área ainda grande geradora de efluentes nas fábricas de celulose
kraft. Um branqueamento ECF atual nos dá cerca de 10 m³/adt de efluente ácido
e 3 m³/adt de efluente alcalino. Esse efluente alcalino pode ser parcialmente
recirculado para lavagem de polpa. O branqueamento também fornece água
para a máquina de celulose (acompanhando a polpa), mas cumpre seu
papel em receber de volta essa água (água branca) para lavagem
da polpa após etapas do branqueamento. O efluente do branqueamento
pode ser otimizado nos dias de hoje para ser de no máximo 10 m³/adt.
Esse fluxo representa cerca de 40 a 60% do efluente total da fábrica.
Por isso, é muito
importante que todo esse fluxo seja filtrado para recolher as perdas de fibras.
Com isso, ganhamos de volta as fibras e se gera um efluente de baixos sólidos,
que não necessita de decantação primária. Ganhamos
então nesse menor investimento também.
6. Máquina de Secar Celulose
Essa área é grande consumidora de água, especialmente água
limpa (quente e fria) e de vapor. Até hoje, não consigo entender
porque se joga tanta água para efluente desse setor da fábrica.
A água é clara, pouco contaminada, cada vez menos ácida
pelas novas demandas de pHs mais altos nas polpas. É incrível
que essa área desperdice algo entre 1,5 a 2,5 m³/adt para o efluente.
Para mim, esse efluente é passível de recuperação
quase total. Bastaria se separar o dreno da depuração hidrociclônica,
que é mais contaminado. O restante é muito boa água. As
eventuais contaminações com fibras de feltros poderiam ser facilmente
recolhidas pelos filtros de areia, se essa água voltasse de novo para
a ETA.
7. Evaporação
É
uma das maiores geradoras de efluentes sujos e quentes. A geração
total de condensados da evaporação é de 6 a 8 m³/adt,
mas parte desse condensado é recuperado (fabricação de
licor branco, lavagem da polpa, lavagem de toras, etc). Existe um grande potencial
para se recuperar mais desses condensados, já que ainda se perde cerca
de 4 a 5 m³/adt para a ETE - Estação de Tratamento de Efluentes.
Já mencionei a possibilidade de se usar dele para molhar a pilha de
cavacos.
8. ETE - Estação de Tratamento de Efluentes
O próprio tratamento de efluentes gera um efluente (cerca de 1 m³/adt)
da área de prensagem de lodos, lavagem de pisos, etc. Essa água
deve ser bem cuidada para não ser perdida para o solo ou evaporada.
Temos que manter esse "loop" bem fechado e sem perdas.
9. Resíduos Sólidos
Lodos, dregs, grits, cascas, terra úmida, etc. são resíduos
muito úmidos que levam cerca de 0,05 a 0,15 m³/adt de água
para longe da fábrica. Temos que ter muita competência para prensar
bem e remover o máximo de água dos resíduos. Colocar foco
nisso, o resíduo precisa sair da fábrica o mais seco possível,
com a água retirada dele ficando no processo.
10. Águas de Selagem
É
muito grande o volume de águas de selagem perdidas. No somatório
de todas as áreas atinge cerca de 2 a 2,5 m³/adt. É sempre
uma água limpa que vai para um efluente sujo. Águas de selagem
podem e devem ser minimizadas e recuperadas na fábrica. Podem até mesmo
serem enviadas para nova passagem pela ETA.
11. Compressores de Ar
Esse volume pode ser maior ou menor, dependendo da idade tecnológica
dos compressores. Ele definitivamente não é desprezível
(entre 0,4 a 0,7 m³/adt). Merece o mesmo destino da água de selagem.
12. Caldeiras de Recuperação e de Força
São áreas relativamente fechadas, com geração somada
de cerca de 0,5 a 1 m³/adt de efluentes. O maior dos desperdícios
nas caldeiras é o envio para efluentes das águas de purga das
mesmas.
13. Torres de Refrigeração de Águas Quentes
São das maiores desperdiçadoras de águas boas da fábrica,
pois jogam como neblina cerca de 4 a 6 m³/adt. Uma enormidade, vista
por todos e sem que se faça muito para resolver a perda. Parece até normal
que isso aconteça! O uso de trocadores de calor indiretos ou o uso
de "demisters" para recolher as gotículas de neblina das
torres são formas de minimizar essas enormes perdas de água.
Veja-se que só nesse ítem, cerca de 10 a 15% da água
captada se perde como neblina para a atmosfera.
É muito comum ainda a sobra de água quente
em fábricas de celulose e papel. Essas sobras de águas
de muito boa qualidade acabam indo para o efluente: água
de excelente qualidade sendo desperdiçada apenas porque
está quente e em excesso. Um desperdício. Sem
dúvidas, merecem outras oportunidades de uso.
14. Torres de Refrigeração da ETE - Estação
de Tratamento de Efluentes
A tendência é cada vez mais se chegar na ETE com efluente mais
frio de forma que o rebaixamento de temperatura nesse setor seja mínimo.
Com isso, pode-se utilizar trocadores de calor indiretos e não torres
de refrigeração. As torres talvez tenham que ser utilizadas para
reduzir a temperatura da água que troca calor com os efluentes nos trocadores
de calor. As perdas de água nessas torres representa cerca de 0,5 a
1,5 m³/adt. Aqui também se torna interessante o uso de "demisters" para
recolher as gotículas de água.
15. Desmineralização
O sistema baseado em resinas de troca iônica gradualmente perde espaço
para o de osmose reversa. Isso porque as resinas possuem impacto ambiental
grande. Geram dois efluentes carregados, um muito ácido e outro muito
alcalino. São resultantes das regenerações das resinas.
Os fluxos específicos também são altos: cerca de 1 m³/adt.
Recomenda-se hoje mais a tecnologia de osmose reversa para se desmineralizar águas
para as caldeiras. O concentrado desse processo pode ser encaminhado para nova
passagem pela estação de tratamento de água, substituindo água
captada e não virando efluente.
16. Áreas Menores a Consumir e Perder Águas
Existem ainda outras fontes menores de geração de efluentes
e de consumos de águas, tais como:
-
Forno
de cal e caustificação:
0,15 m³/adt
-
Evaporação
das lagoas, pátios, etc:
0,6 a 1,2 m³/adt
-
Planta
química: 0,2 m³/adt
-
Vapores
desperdiçados:
0,3 a 0,5 m³/adt
17. Fontes Novas de Águas
São entradas de águas que podem e
devem ser consideradas e aproveitadas:
• Águas
de chuvas: podem ser acumuladas a partir dos efluentes pluviais
e utilizadas depois: cerca de 0,4 a 0,8 m³/adt
• Água
de diluição dos químicos comprados (soda
cáustica,
peróxidos, anti-espumantes): cerca de
0,1 m³/adt
Com relação ao fechamento de circuitos, existe um
ponto muito importante a ser lembrado. Para muitas das soluções
encontradas, ao mesmo tempo que deixamos de enviar uma água
para efluente, deixamos também de captar mesmo volume de água
em nosso curso de água.
Ou seja, é um daqueles jogos de futebol, onde
se ganham 6 pontos ao invés de 3, dá para
entender? Por isso, essas situações
devem ser buscadas com determinação.
Sou ainda de opinião que devamos ter em nossas fábricas
de celulose uma lagoa pulmão para as águas a serem
reaproveitadas. Essa lagoa deve ser revestida com geo-membrana
para não se perder água
para o solo. Deve ser muito igual a essas lagoas
que construímos para emergências
com os efluentes. Sequer precisaria ser tão
grande, bastaria algo equivalente a 15 m³/adt/dia,
correspondente à tonelagem de um dia de
produção. Ou seja, uma fábrica
de 2.000 adt/dia precisaria de uma lagoa de 30.000
m³. Ali, as águas recuperáveis
poderiam se resfriar, se homogeneizar, ou mesmo
ter parte de seus sólidos decantados.
Essas águas poderiam depois serem reaproveitadas
como tal em algum ponto da fábrica ou
passarem de novo pelo tratamento de água,
substituindo parte da água a captar. Para
essa lagoa de águas recuperadas poderiam
ser enviadas: águas de chuva, águas
de purgas de caldeiras, águas dos compressores, águas
de refrigeração, águas de
unidades hidraúlicas, águas de
selagem, efluentes filtrados da máquina
de secar celulose, águas de bombas de
vácuo, concentrado da osmose reversa,
neblinas condensadas das torres de refrigeração, águas
de retro-lavagem dos filtros de areia, vapores
condensados, sobras de águas quentes,
etc. É algo tão simples de ser
feito. Se gastamos muito fazendo uma lagoa de
emergência para os efluentes, porque não
gastarmos com uma lagoa até menor para
recuperar águas? Já é tempo
de se começar a pensar sobre as entradas
e não só com as saídas.
Amigos, creio que coloquei, nesse não tão mini-artigo, uma grande
série de oportunidades para suas reflexões.
São relatos de quem está no setor
observando minuciosamente nossas operações
para melhorá-las há quase 40 anos. Espero
que algumas delas já tenham sido ou venham a ser implementadas por alguns de vocês
em suas fábricas. Ficarei muito feliz se isso
vier a acontecer.
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