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Grau Celsius ABTCP International Paper do Brasil


Editorial


Bom dia a todos vocês que nos honram com sua leitura e atenção,


Amigos,
aqui estamos com o número 30 da nossa Eucalyptus Newsletter. Esperamos que essa edição seja de seu agrado e interesse, possibilitando que todos nossos leitores possam ganhar mais conhecimentos e entendimentos sobre as florestas plantadas de eucaliptos e sobre seus produtos e serviços, que são de enorme valor para a nossa sociedade.


Nessa edição, a tradicional seção "Os Amigos dos Eucalyptus" traz um renomado conhecedor do setor de polpas de mercado de eucaliptos. Isso porque ela tem a missão de compartilhar com vocês uma parte da dedicada e produtiva vida profissional do nosso competente amigo Mr. Dave Hillman, um dos mais profundos especialistas e conhecedores acerca das propriedades e utilizações de celuloses para fabricação de papel em nosso setor celulósico-papeleiro. Tenho há longo tempo uma grande amizade e respeito profissional pelo Dave, por isso, fico muito feliz com a oportunidade de lhes apresentar algumas de suas conquistas com as polpas celulósicas de eucalipto. Em minhas conversas com o Dave para conhecer mais sobre sua vida e atividades, recebi dele o oferecimento para nos brindar com um artigo técnico, surgindo daí a idéia de se criar uma nova seção para nossa newsletter sobre os eucaliptos. Chamei-a de "Ensaios Tecnológicos Eucalíptícos pelos Amigos dos Eucaliptos". Nessa edição, o Dave nos escreverá e dará sua opinião acerca da fantástica opção papeleira que são as polpas kraft branqueadas de eucaliptos fabricadas no Brasil.

Nessa edição, continuamos com a prestigiada seção "O Mundo dos Eucaliptos" sendo que estamos com ela trazendo algumas atualizações sobre o estado do Mato Grosso do Sul. Apesar de já termos escrito sobre essa região do Brasil há pouco tempo, ela tem-se tornado rapidamente em um dos principais pólos eucalípticos mundiais, frente ao seu enorme e rápido crescimento. Por essa razão, estamos trazendo as mais recentes novidades que estão convertendo a cidade de Três Lagoas e outras localidades próximas a ela na região de maior concentração de produção de polpa de mercado de eucalipto no mundo. Como para isso se demandam florestas plantadas, a atividade florestal é também intensa no estado, não apenas para produção de celulose e papel, mas também para carvão vegetal para uso siderúrgico.

Já a seção "Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos" da engenheira agrônoma M.Sc. Ester Foelkel lhes conta, com muita certeza, algo muito útil e curioso para vocês: "Madeira de Demolição: Novos Usos e Vantagens para a Madeira dos Eucaliptos".

Um outro tema que procurei oferecer a vocês foi uma indicação de diversas xilotecas ou coleções de madeira virtuais, que estejam disponíveis na web. Elas colocam aos internautas a oportunidade de conhecerem mais sobre a morfologia, anatomia e dados técnicos de muitas madeiras, entre as quais as de eucaliptos. Espero que mantenham essas indicações como referência para sua navegação toda vez que precisarem conhecer algo mais sobre madeiras mundiais.

Nas duas tradicionais seções Euca-Links e Referências acerca de Cursos e Eventos, oferecemos tanto o acesso aos materiais de eventos recentes e de muita relevância, como também sugerimos a navegação em websites acadêmicos com muita literatura básica fundamental para estudantes e técnicos do setor de celulose e papel.

Nosso mini-artigo dá continuidade à série de artigos sobre indicadores de performance para nossas fábricas e florestas, uma iniciativa da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel em seu esforço para fortalecer e aumentar a competitividade das empresas brasileiras. Dessa vez estamos escrevendo sobre o tema "Indicadores de Desempenho e de Produtividade para Fábricas de Celulose e Papel de Eucalipto".

Esperamos que essa edição possa lhes ser muito útil, já que a seleção de temas foi feita com o objetivo de lhes trazer novidades sobre os eucaliptos que acredito possam ser muito úteis a vocês que nos honram com sua leitura.

Caso ainda não estejam cadastrados para receber a newsletter e os capítulos do nosso livro online sobre os eucaliptos, sugiro fazê-lo através do link a seguir: Clique para cadastro.

Estamos com diversos parceiros apoiadores não financeiros a esse nosso projeto: TAPPI, IPEF, SIF, CeluloseOnline, CETCEP/SENAI, RIADICYP, TECNICELPA, ATCP Chile, Appita, CENPAPEL, TAPPSA, SBS, ANAVE, AGEFLOR, EMBRAPA FLORESTAS, EUCALYPTOLOGICS - GIT Forestry, ForestalWeb, Painel Florestal, INTA Concórdia - Novedades Forestales, Papermakers' Wiki e Åbo Akademi - Laboratory of Fibre and Cellulose Technology. Eles estão ajudando a disseminar nossos esforços em favor dos eucaliptos no Brasil, USA, Canadá, Chile, Portugal, Colômbia, Argentina, Espanha, Austrália, Nova Zelândia, Uruguai, Finlândia e África do Sul. Entretanto, pela rede que é a internet, essa ajuda recebida de todos eles coopera para a disseminação do Eucalyptus Online Book & Newsletter para o mundo todo. Nosso muito obrigado a todos esses parceiros por acreditarem na gente e em nosso projeto. Conheçam nossos parceiros apoiadores em:
http://www.eucalyptus.com.br/parceiros.html


Obrigado a todos vocês leitores pelo apoio e constante presença em nossos websites. Nossos informativos digitais estão atualmente sendo enviados para uma extensa "mailing list" através da nossa parceira ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, o que hoje está correspondendo a alguns milhares de endereços cadastrados. Isso sem contar os acessos feitos diretamente aos websites www.abtcp.org.br; www.eucalyptus.com.br e www.celso-foelkel.com.br, ou ainda pelo fato dos mesmos serem facilmente encontrados pelas ferramentas de busca na web. Nossa meta a partir de agora é muito clara: estar com o Eucalyptus Online Book & Newsletter sempre na primeira página, quando qualquer pessoa no mundo, usando um mecanismo de busca tipo Google, Yahoo ou Bing, pesquisar algo usando a palavra Eucalyptus. Com isso, poderemos informar mais às partes interessadas sobre os eucaliptos, com informações relevantes e de muita credibilidade. Por isso, peço ainda a gentileza de divulgarem nosso trabalho àqueles que acreditarem que ele possa ser útil. Eu, a Grau Celsius, a ABTCP e a International Paper do Brasil, mais os parceiros apoiadores, ficaremos todos muito agradecidos.

Um abraço a todos e boa leitura. Esperamos que gostem do que lhes preparamos dessa vez.

Celso Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br
http://www.eucalyptus.com.br

http://www.abtcp.org.br

Nessa Edição da Eucalyptus Newsletter

Os Amigos dos Eucalyptus - Mr. Dave Hillman

Nova Seção: Ensaios Tecnológicos Eucalípticos pelos Amigos dos Eucaliptos - Nessa edição: Polpas Kraft Branqueadas de Fibras Curtas do Brasil - Os Eucaliptos Superiores Conquistam os Mercados Mundiais - por Dave Hillman

O Mundo dos Eucaliptos: Updates acerca do Estado do Mato Grosso do Sul - Brasil

Euca-Links - Websites Acadêmicos com Ênfase em Tecnologia de Celulose e Papel

Referências sobre Eventos e Cursos

Xilotecas ou Coleções de Madeiras Virtuais

Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos - Madeira de Demolição: Novos Usos e Vantagens para a Madeira dos Eucaliptos - por Ester Foelkel

Mini-Artigo Técnico por Celso Foelkel
Indicadores de Desempenho e de Produtividade para Fábricas de Celulose e Papel de Eucalipto

Os Amigos dos Eucalyptus

Mr. Dave Hillman

Nessa presente edição da Eucalyptus Newsletter, tenho a satisfação em lhes apresentar mais um grande amigo dos eucaliptos e de suas polpas celulósicas e também um caríssimo amigo meu, alguém dentre os que mais admiro no setor de celulose e papel mundial. É uma pessoa muito conhecida em todo o setor de celulose de mercado pelo seu conhecimento, carisma e idéias criativas para usos e aplicações das fibras celulósicas. Além disso, é um excelente e entusiasmado palestrante, sendo admirado pela forma dinâmica e convincente que tem para transferir seus conhecimentos. Conheço Dave Hillman há cerca de 20 anos, quando pela primeira vez assisti e me encantei com suas idéias sobre polpas e fibras, e em especial pelo seu entusiasmo e paixão pelas fibras dos eucaliptos brasileiros.

Dave Hillman tem sido um devotado estudioso das fibras e polpas celulósicas por mais de 40 anos. Tem excelente visão prática sobre usos e aplicações de cada tipo de fibra graças aos seus anos de trabalho em fábricas de papel, na comercialização de polpas e papéis e aos seus criteriosos estudos técnicos, que sempre caracterizaram sua vida profissional. Ao iniciar seus famosos "Market Pulp Seminars" há quase 30 anos, Dave foi ganhando cada vez mais expertise em polpas celulósicas e seus diferentes atributos para recomendar o uso correto das mesmas na fabricação de inúmeros tipos de papéis. Hoje, Dave Hillman é reconhecido mundialmente como um dos especialistas com maior nível de entendimento de praticamente todos os tipos de polpas de mercado, mas também do próprio mercado desses produtos em si. Isso ele tem sobejamente demonstrado através de seus estudos e análises de mercado, além de palestras e publicações que também estão disponibilizadas aos leitores mais adiante, nessa mesma seção dessa newsletter. Sua obra-prima "The World of Market Pulp" (http://www.worldofmarketpulp.com/) com os amigos Hiroki Nanko e Alan Button demonstra claramente sua enorme capacitação técnica, bem como sua habilidade estratégica em propor soluções técnicas aos papeleiros (nas suas máquinas) e aos investidores (nas suas novas fábricas). Por isso mesmo, a dificuldade que muitos têm em definir um perfil profissional para Dave, pois ele transita muito bem tanto nas estratégias mercadológicas como nos temas absolutamente técnicos de se fabricar o papel nas suas máquinas e especificidades de suas composições fibrosas.

Conheci Dave Hillman em 1989, quando ele foi convidado pelo nosso amigo comum Sérgio Nicolau Kilpp a oferecer um de seus "Market Pulp Seminars" na nossa antiga Riocell, em Guaíba/RS/Brasil. A partir dai, e por diversas vezes, tenho encontrado o Dave em nossas andanças celulósicas pelo mundo. Dave é muito freqüente em congressos internacionais sobre polpas de mercado, tais como os organizados pelo PPPC - Pulp and Paper Products Council, ou pelo PPI/RISI. Quem participa nas "International Pulp Weeks" ou nas "Market Pulp Conferences" sempre tem a chance de ouvir acerca dele ou de encontrar o Dave pessoalmente. Também com o Dave tive inclusive a oportunidade de trabalhar em um workshop sobre polpa de mercado que ministramos juntos para um importante fabricante desse produto no Brasil, cada qual apresentando seus pontos de vista sobre esse tema: sempre um enorme aprendizado estar presente e ouvir os ensinamentos do Dave.

Dave Hillman foi também considerado importante instrumento para comercialização da polpa kraft não-branqueada de eucalipto da ex-Riocell, em particular para o mercado norte-americano. Foi notável a sua dedicação em desenvolver novas aplicações para uma polpa de muito difícil colocação nos mercados. Sabe-se que polpas de fibras curtas branqueadas têm excepcional mercado, mas as não-branqueadas preferidas eram quase sempre as de fibras longas. Dave ofereceu a essa polpa de eucalipto não-branqueada inúmeras novas oportunidades, em especial para os produtos de papel para filtração. Isso ele conseguiu graças aos seus conceitos de atributos diferenciais e dos concretos benefícios que procurava encontrar aos papeleiros pelo seu uso.

Há alguns anos (desde 1987) Dave Hillman atua como consultor independente, oferecendo seus serviços em favor do mundo celulósico-papeleiro, tendo atividades profissionais em inúmeros países além dos USA, tais como Chile, Brasil, Canadá, México, China, África do Sul, e em outros países da Ásia e Europa. Sua expertise é enorme e o reconhecimento ao seu trabalho é inquestionável.

Dave Hillman (David C. Hillman) nasceu em junho de 1935 em um pequeno sítio de cerca de 5 hectares na área agrícola próxima à cidade de Erie, na Pennsylvania/USA. Sua família, que era de origem alemã, era pobre e tinha dificuldades econômicas. Entretanto, Dave afirma não ter reconhecido esse fato quando criança, o que indica que teve uma boa e feliz infância, pois não sentia a falta de bens materiais como televisão, telefone, automóvel, etc. Por essa razão de recursos escassos, logo após ter concluído os estudos secundários, Dave passou a trabalhar na Hammermill Paper Co., em seus laboratórios corporativos. Seu bom desempenho e motivação fez com que o corpo técnico da empresa entusiasmasse Dave a reiniciar seus estudos. Isso ele fez no Georgia Institute of Technology, tendo graduado como B.S. (Bacharel em Ciências) em Engenharia Industrial no ano de 1958. Infelizmente, segundo ele, a opção de carreira não foi a mais aplicável, pois teria sido melhor se tivesse estudado química ou engenharia química. O muito que aprendeu na universidade sobre resistência de materiais, hidráulica, projetos de máquinas, etc., teria sido melhor utilizado se tivesse tido fundamentos adicionais sobre química orgânica, polímeros, físico-química, etc. Sua esposa Jean foi um dos seus "drivers" para voltar a estudar e concluir os estudos acadêmicos. Dave conheceu Jean ainda na escola secundária em 1953, noivaram em 1954 e se casaram em 1956. O casal desfruta de muita felicidade há quase 55 anos, tendo 4 filhas e cinco netos. O que muito ajudou na educação e solidez do lar e da família foram as atividades religiosas cristãs de Dave, Jean e demais familiares.

A carreira profissional de Dave, como já vimos, começou por 2 anos iniciais na Hammermill e depois continuou na Westvaco até 1981. Trabalhou em desenvolvimento de produtos papeleiros, tanto em testes operacionais de performance como nas especificações de novos produtos. Em 1975, quando na Westvaco, foi promovido para atuar na área comercial para desenvolver mercados para produtos celulósicos da empresa. Seu sucesso foi rapidamente notado, inclusive fora da empresa. Tanto, que em 1981 deixou a Westvaco para se tornar vice-presidente de vendas técnicas de polpas especiais na empresa Woodpulp International Limited (entre 1981-1982).

Sua primeira missão na Woodpulp Intl. foi a de introduzir polpa branqueada de eucaliptos (no caso em questão, da empresa portuguesa Portucel) no mercado norte-americano. Como as fibras de eucalipto eram completamente desconhecidas naquela época nos USA - e em muitos outros países - decidiu elaborar e conduzir mini-seminários técnicos ("workshops") para ter a chance de apresentar as mesmas aos seus potenciais novos clientes (especialmente das áreas técnicas e de produção). Em seu primeiro ano nesse tipo de atividades Dave conta com orgulho que conseguiu nada menos que 36 pedidos de testes industriais para essa polpa de eucalipto. De imediato, ele reconheceu que a mais fácil maneira de se vender algo é educar e informar o pessoal que vai usar o produto. Isso deve ser feito exatamente na fábrica do potencial usuário, com "as mãos na massa", concluiu Dave. Os principais pontos que destacava nas polpas de eucalipto eram: o fato de ser uma "single species pulp" (polpa de um único tipo de árvore) - e sua alta população fibrosa, que favorecia formação, opacidade e lisura superficial nos papéis. Nos Estados Unidos da América é comum a fabricação de celulose com cavacos de madeira originados de muitas espécies de árvores (como cavacos de serrarias). Dave menciona que apenas uma polpa de fibra curta com a qual trabalhou continha pelo menos 12 espécies florestais em sua composição. Já uma de fibras longas possui 4 tipos de madeiras. Difícil se manter então a uniformidade do produto. Os atributos únicos e as vantagens que mais entusiasmavam os novos clientes das polpas dos eucaliptos eram: uniformidade, performance em máquina, confiabilidade e vantagens na porosidade, volume específico, lisura e opacidade.

Em fins de 1982 Dave retorna à sua empresa original Hammermill para ser gerente de vendas de produtos até 1987. A partir de 1987 passa a atuar como consultor independente, ministrando os tradicionais "Market Pulp Seminars", prestando consultoria em desenvolvimento de produtos e atuando como agente de vendas de produtos de origem florestal.

Uma coisa que impressionou Dave no início de sua vida profissional foi que praticamente todos os papeleiros acreditavam que os fabricantes de celulose só se preocupavam com seu processo de produção de polpa e nada entendiam de papel. Ou seja, era necessário se criar uma "ponte" entre as fábricas de papel e celulose e isso devia acontecer tanto na tecnologia como na área comercial. Ele decidiu então moldar o seu perfil profissional exatamente para criar essa requerida ponte entre essas importantes áreas. Para isso, procurou entender quais os atributos únicos e singulares de cada polpa, de forma a poder colaborar na preparação das receitas fibrosas que pudessem melhor preencher os requisitos de especificações técnicas e estéticas dos papéis. Aparentemente não havia, como não há ainda em muitas situações, um entendimento de que isso pode ser exatamente a chave das vendas técnicas. Dave conclui hoje que sua missão tem sido a de "abrir os olhos" de técnicos e vendedores/compradores de polpas para que eles enxerguem as virtudes das diferentes polpas de mercado.

A vida de Dave na área comercial (e também técnica) tem sido intensa e longa, de 1975 até os dias presentes. Com isso, tomou contato e aprendeu sobre praticamente todos os tipos de polpas e celuloses, desde pastas mecânicas até polpas químicas, secadas em folhas ou em fardos prensados "flash", de fibras longas a curtas e passando também por outros tipos de materiais fibrosos.

Com toda essa bagagem acumulada, a partir de 2005, optou por transferir mais intensamente esse tipo de informações e riqueza de conhecimentos ao setor, dando assim origem ao magnífico livro/CD "The World of Market Pulp", que escreveu com seus qualificados amigos Hiroki Nanko e Alan Button. Tive também o privilégio de ser um dos autores de um capítulo desse livro e de título "The magic of the Eucalyptus plantation forests" (páginas 114 a 118).

De acordo com Dave, essa nova fase profissional está-se complementando muito bem com seus propósitos de ensinar, educar e transferir conhecimentos ao setor de forma a se sentir muito útil ao pessoal que nele atua. Sua maior recompensa profissional tem sido os milhares de "muito obrigado" recebidos dos papeleiros que se sentem tecnicamente mais completos após receberem os ensinamentos de Dave.

Dave Hillman é reconhecido mundialmente como um dos pouquíssimos especialistas em polpas de mercado que é ao mesmo tempo um excelente papeleiro, um bom conhecedor de especificações de produtos do setor e uma pessoa com alta vocação comercial, sempre associando a técnica às vendas. Após cerca de 30 anos atuando nessa "ponte", a conclusão de Dave é simples: é um caminho que deseja ajudar a construir para as novas gerações de papeleiros. "Quem vende e supre polpas de mercado deveria fazer isso com base mais em vendas técnicas, convencendo e dialogando com as áreas técnicas que consomem essas polpas. Deve-se deixar um pouco de lado os tradicionais focos em preços e programação de entregas que sempre têm sido o motivo de diálogo entre os gerentes de vendas (das fábricas de celulose) e os gerentes de suprimentos (das fábricas de papel)". Isso é algo que Dave acredita intensamente e que procura colaborar em muito para acontecer.

Dave porém acredita que há muito a ser feito nesse sentido, especialmente agora com a entrada de novos e fortes países no setor celulósico-papeleiro em locais de baixo custo de produção na Ásia e América Latina. Também deve ser enfatizada a atual importante presença de China e Índia como grandes consumidores de polpa de mercado.

Além dessa rica e maravilhosa carreira profissional, Dave encontra tempo para muitas outras atividades paralelas. Isso ocorre tanto no Cristianismo, do qual é praticante e voluntário em muitas atividades, como na música. Surpreendeu-me conhecer que Dave foi por 3 anos presidente da Orquestra Filarmônica de Erie/PA.

Para finalizar essa curta biografia desse grande amigo dos eucaliptos, vou-lhes relatar um fato curioso que me contou Dave. Essa historieta está relacionada em como as fibras do eucalipto foram desenvolvidas para compor uma camada para conferir alta maciez ao tato na superfície do papel tissue da Procter & Gamble. Por volta dos anos 90's, quando Dave aplicava mais um de seus "Market Pulp Seminars" em East Brunswick, NJ/USA, teve entre seus alunos uma pessoa que relatou o fato. Disse esse aluno, que em meados dos anos 70's trabalhava no laboratório da P&G em Hamilton/Ohio. Nas proximidades estava uma importante fábrica da Champion International. Um de seus "vizinhos da porta do lado de sua residência" trabalhava na Champion e teve agendada uma ida à fábrica da Champion em Mogi-Guaçu/Brasil. O vizinho se ofereceu para trazer algum café brasileiro, mas o relatante disse preferir que lhe trouxesse 2 kg de polpa do eucalipto brasileiro. Com essa amostra, a P&G iniciou os testes para fazer um papel ultra facial com uma camada de fibras de eucalipto sobre uma base fibrosa de spruce preto canadense. Imaginem se ao invés da polpa de eucalipto o vizinho decidisse trazer 2 kg de café? A história de sucesso poderia não ter acontecido e o mundo papeleiro poderia ter perdido essa oportunidade. Dave relata que em 2009 as empresas Procter & Gamble e Kimberly Clark juntas importaram mais de um milhão de toneladas de celulose de mercado do Brasil para dar a excepcional maciez/suavidade ao tato em seus papéis higiênicos de alto valor agregado.

"Não há dúvidas que a nossa indústria deveria gastar mais dinheiro e usar mais o talento das pessoas para desenvolver novas aplicações e utilizações em produtos papeleiros, entendendo e ajudando a preencher as necessidades dos usuários das celuloses e dos papéis", conclui nosso amigo Dave.

Para conhecerem mais sobre a vida profissional e a obra de Dave Hillman, o "Amigo dos Eucalyptus" dessa edição da Eucalyptus Newsletter, naveguem em seu currículo, suas palestras, artigos, cursos, livros, etc., a seguir disponibilizados.

Curriculum vitae simplificado de Dave Hillman:

http://www.worldofmarketpulp.com/aboutus.html (Disponível em WOMP website)
http://www.glgroup.com/Council-Member/Dave-Hillman-125114.html (Disponível em Gerson Lehrman Group)
http://www.linkedin.com/pub/dave-hillman/15/371/494 (Disponível em Linkedin)

Conheça Dave Hillman através algumas de suas imagens:
http://www.glgroup.com/images/cm_photos/Dave-Hillman-125114.jpg
http://www.worldofmarketpulp.com/wompgrouppic.jpg

Livro, CD e obra-prima de Dave Hillman em parceria com seus amigos Hiroki Nanko e Alan Button:

The World of Market Pulp - WOMP. H. Nanko; A. Button; D. Hillman. WOMP. 283 pp. (2005)
http://www.worldofmarketpulp.com/publications.html
http://www.worldofmarketpulp.com/womp_cd_xcerpts.pdf (Resumo da versão em CD rom)
http://www.worldofmarketpulp.com/WOMP_Book_Excerpts.pdf (Resumo do livro)

Disponíveis mais informações sobre o livro em:
http://www.tappi.org/Bookstore/Books--CD-ROMs/Books/PulpWood-Products/The-World-of-Market-Pulp---Soft-Cover.aspx
http://www.worldofmarketpulp.com/WOMPAtlasSamplecopy.pdf (Amostra do Atlas de Fibras)
http://ipst.gatech.edu/news/archive/2006/060110_market_pulp.html (Georgia Tech Institute)

Seleção de quase 50 artigos, ensaios, revisões e análises de mercado por Dave Hillman:

Fibria moves ahead to reduce future BEK shortage. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Fibria-Moves-Ahead-To-Reduce-Future-BEK-Shortage-50152.html

Chilean pulp mill closures to be felt in many sectors
. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Chilean-Pulp-Mill-Closures-To-Be-Felt-In-Many-Sectors-47283.html

Falling euro may hinder further pulp price increases. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Falling-Euro-May-Hinder-Further-Pulp-Price-Increases-48413.html

Will China's closure of pulp mills buoy pulp prices?
D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Will-Chinas-Closure-of-Its-Pulp-Mills-Buoy-Pulp-Prices--48842.html

US$1,000 pulp stimulates new Brazilian pulp mill. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/$1000-Pulp-Stimulates-New-Brazilian-Pulp-Mill-47743.html

Gunns Tasmania's market pulp mill progresses toward becoming a reality. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Gunns-Tasmanias-
market-pulpmill-progresses-toward-becoming-a-reality-48202.html


Acetate dissolving pulp is booming. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Acetate-Dissolving-Market-Pulp-Is-Booming-51067.html

Fluff pulp: the US's jewel in the crown
. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Fluff-Pulp--the-USs-Jewel-In-The-Crown-50584.html

Fluff pulp producers have cause for rejoicing. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Fluff-Pulp-Producers-Have-Cause-For-Rejoicing-49998.html

Hardwood pulp prices projected to drop in the 4th quarter. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Hardwood-Pulp-Prices-Projected-To-Drop-In-4Q-50582.html

Major new market pulp mills announced in Brazil and Russia. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Major-New-Market-Pulp-
Mills-Announced-In-Brazil-And-Russia-48278.html


A possible pulp price decrease. The pros and cons. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/A-possible-pulp-
price-decrease--The-pros-and-cons.-49221.html


China's demand may outstrip supply of OCC, ONC and SOP.
D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Chinas-Demand-May-
Outstrip-Supply-Of-OCC-ONP--SOP-46612.html


China's pulp purchases reaches 13.68 million metric tons in 2009. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/CHINAS-PULP-PURCHASES-REACHE-
13.68-MILLION-MT-IN-2009.-46557.html


Newsprint capacity shrinks as demand declines. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Newsprint-Capacity-Shrinks-As-Demand-Declines-46208.html

Is Indonesia pulp industry about to explode? D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2010)
http://www.glgroup.com/News/Is-Indonesias-Pulp-
Industry-About-To-Explode--35352.html


Tax credits: a reward, subsidy or foolish give-away. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/TAX-CREDITS--A-REWARD-
SUBSIDY-OR-FOOLISH-GIVE-AWAY--36382.html


What is fueling the turnaround in pulp prices?
D. Hillman. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/What-is-fueling-the-
turnaround-in-pulp-prices--40508.html


CMPC to increase Brazilian BEK capacity
. D. Hillman. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/CMPC-To-Increase-Brazilian-BEK-Capacity-43859.html
http://www.iciforestal.com.uy/la-region/615--cmpc-to-increase-brazilian-bek-capacity


Containerboard - A comprehensive overview. D. Hillman. Paper Asia (Julho/Agosto): 24-27. (2009)
http://www.shpmedia.com/images/Special%20Report_Containerboard.pdf

After the global recovery: what will the market pulp business look like? D. Hillman. Paper Asia (Março/Abril): 16 - 20. (2009)
http://www.shpmedia.com/images/SpecialFeature_After%20Global.pdf

A new pulp mill for Uruguay coming soon. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/A-new-market-pulp-mill-for-
Uruguay-coming-soon--39732.html


India's paper industry must expand to meet growing demand. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/Indias-Paper-Industry-
Must-Expand-To-Meet-Growing-Demand-31587.html


VCP+Aracruz = a Brazilian superpower. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/VCP-+-AraCruz-=
-A-Brazilian-Superpower-31900.html


Number 1 + number 2 Eucalyptus producers = World's biggest. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/1-+-2-Eucalyptus-
Producers-=-Worlds-Biggest-42912.html


China's enormous appetite for recovered paper. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/Chinas-Enormous-Appetite-For-Recovered-Paper-42650.html

With demand shrinking what will future newsprint mills look like? D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/With-demand-shrinking-what-will-future-newsprint-mills-look-like--36323.html

China's Shandong Chenming seeks to become number 1. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/Chinas-Shandong-Chenming-Seeks-To-Become-1-41132.html

Even commodity printing and writing grades are not recession proof. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2009)
http://www.glgroup.com/News/EVEN-COMMODITY-PRINTING--WRITING-GRADES-ARE-NOT-RECESSION-PROOF-34082.html

China's forests cannot support these planned pulp mills. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2008)
http://www.glgroup.com/News/Chinas-Forests-CANNOT-Support-These-Planned-Pulp-Mills-27824.html

Are super-corrugators the wave of the future? D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2008)
http://www.glgroup.com/News/Are-Super-corrugators-The-Wave-Of-The-Future--28553.html

Recession is accelerating the closure of many pulp/paper mills. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2008)
http://www.glgroup.com/News/Recession-is-accelerating-the-closure-of-many-pulp-paper-mills-29165.html

The Chinese are buying North American pulp mills: is this good or bad? D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2008)
http://www.glgroup.com/News/The-Chinese-are-buying-North-American-pulp-mills--is-this-good-or-bad--22518.html

Can China alone keep the market tight? What about India? D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2008)
http://www.glgroup.com/News/Can-China-alone-keep-the-pulp-market-tight---What-about-India--21653.html

Will newsprints decline in demand ever end? D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2008)
http://www.glgroup.com/News/Will-newsprints-decline-in-demand-ever-end--29791.html

Pulp mills formerly dependent on sawmills chips. What do they do now?
D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2008)
http://www.glgroup.com/News/Pulp-mills-formerly-depended-on-sawmills-for-chips---what-do-they-do-now--25570.html

Why is softwood market pulp in such short supply? D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2007)
http://www.glgroup.com/News/Why-Is-Softwood-Market-Pulp-In-Such-Short-Supply--11945.html

Uncoated free sheet: can Domtar and IP control the market? D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2007)
http://www.glgroup.com/News/Uncoated-FreeSheet--Can-Domtar-and-IP-Control-The-Market--19321.html

In defense of Gunns proposed Eucalyptus pulp mill in Tasmania. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2007)
http://www.glgroup.com/News/In-defense-of--Gunns-proposed-Eucalyptus-pulp-mill-in-Tasmania-14939.html

IP, GP and Weyerhaeuser increase fluff pulp production. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2006)
http://www.glgroup.com/News/IP-GP-and-Weyerhaeuser-Increase-Fluff-Pulp-Production-7209.html

The cloning of Eucalyptus. A significant market benefit. D. Hillman. GLGroup Market Analysis. (2006)
http://www.glgroup.com/News/The-Cloning-of-Eucalyptus---A-significant-market-benefit-1613.html

An industry in transition. CPBIS - The Center for Paper Business and Industry Studies. V(11): 1-2. (2006)
http://www.cpbis.gatech.edu/files/file/2006-02-16.pdf

The myth of commodity pulps. A. Button; H. Nanko; D. C. Hillman. TAPPI Engineering, Pulping and Environmental Conference. 11 pp. (2005)
http://www.worldofmarketpulp.com/Myth_of_Commodity_Pulps.pdf

Single species pulping: the world's preferred market pulp. D. C. Hillman. Solutions (Novembro): 27-30. (2002)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Single%20species%20pulps_Hillman.pdf
http://www.allbusiness.com/specialty-businesses/423341-1.html


Pittfalls of trading market pulp on the internet. D. Hillman. TAPPI Journal 83(11): 43-45. (2000)
http://tappi.micronexx.com/JOURNALS/journal.html (Procurar pelo título do artigo)

Market pulp: a finished product. D. Hillman. TAPPI Pulping Conference. 14 pp. (1999)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Market%20Pulp_Dave_Hillman.pdf

Websites onde encontrar informações e análises de mercado de polpas celulósicas e papel por Dave Hillman:

Gerson Lehrman Group:
http://www.glgroup.com

Asia Paper Markets:
http://119.73.162.9:8080/apm/index.html

Servicio de Prensa Forestal:
http://www.iciforestal.com.uy/

The Center for Paper Business and Industry Studies:

http://www.paperstudies.org/connect/conferences/marketpulpseminar/index.htm

Dave Hillman não é apenas um excelente técnico e grande expert em polpas celulósicas e papel. Seu carisma é muito mais do tipo pessoal, pois ele tem o dom de deixar as pessoas entusiasmadas pelo que defende e acredita. Suas lições celulósicas já atingiram milhares de pessoas em diversas partes do mundo, seja através de seus seminários/workshops ou pelos textos que escreve na web e pelas suas palestras em eventos sobre polpas de mercado. Tenho, por isso mesmo, uma enorme admiração pela competência e pelas realizações desse grande amigo dos eucaliptos e das polpas de mercado do Brasil. Some-se ao reconhecido talento do Dave a amizade que temos por mais de 20 anos. Por tudo o que conheço e admiro sobre meu amigo Dave Hillman, senti-me honrado em lhes contar um pouco sobre a vida profissional desse grande "Amigo dos Eucalyptus" e em compartilhar alguns de seus trabalhos publicados ao longo de sua produtiva carreira profissional.

Meu estimado amigo Dave Hillman, muito obrigado por suas realizações e jornadas celulósicas pelo mundo, privilegiando os eucaliptos e também divulgando as vantagens de suas polpas celulósicas. Obrigado também por tudo mais que você tem realizado e continuará realizando pela arte de se fazer papel, sabendo tirar o máximo proveito das vantagens intrínsecas de cada tipo de fibra usada na receita do papel.

Nova Seção: Ensaios Tecnológicos Eucalípticos pelos Amigos dos Eucaliptos

Polpas Kraft Branqueadas de Fibras Curtas do Brasil - Os Superiores Eucaliptos Conquistam os Mercados Mundiais

por Dave Hillman (dhillman87@juno.com)
Versão e adaptação ao idioma Português por Celso Foelkel


Introdução

A capacidade nominal de produção total dos 26 países produtores de polpas de mercado (somente 20 deles são realmente grandes produtores) está estimada como sendo de 59 milhões de toneladas métricas por ano. Quando se contrasta com a demanda desse tipo de polpas nota-se que essa demanda é de praticamente 58 milhões de toneladas anuais. Essa diferença entre capacidade nominal e demanda está muitíssimo estreita! Por que essa diferença tão magra não seria muito saudável? Exatamente porque os preços de mercado são governados predominantemente pela relação oferta/demanda (assumindo que as principais nações consumidoras estejam tendo razoáveis níveis de crescimento em seus produtos internos brutos). Um ditado muito comum no setor é o seguinte: "se existirem 10 compradores e somente 9 vendedores, os preços subirão". E por qual razão isso ocorre? Simplesmente porque os altos executivos das principais fábricas mundiais de papel não permitirão que suas máquinas parem por falta de polpa - especialmente se eles tiverem investido mais de 100 milhões de dólares para comprar e instalar uma nova e moderna máquina de papel e por terem também uma enorme relação de contratos de suprimento com seus grandes e exigentes clientes. Parar máquinas por falta de polpa para fabricar papel não é uma opção desses gestores. Essa é uma forte razão que tem acelerado os planos de expansão de capacidade dos fabricantes brasileiros de polpa de mercado a partir dos eucaliptos.

Por quais razões o Brasil se tornou o número 1 em produção de polpa de eucalipto?


#1 - É um enorme país, com milhões de hectares disponíveis para agricultura e plantações florestais, dentre as quais as de eucaliptos. As terras necessárias para plantios podem ser tanto adquiridas em seus direitos, como também podem ser feitos contratos de parcerias e arrendamentos com produtores e proprietários rurais. Em geral, as relações entre terras próprias e em parceria estão entre as proporções de 80/20 a 50/50, dependendo do local e do tipo de negócio a que se destinam as plantações.
#2 - O país tem um excelente e favorável clima, variando do tropical na região norte para o temperado no sul, em todas com potencial de crescer rapidamente as florestas de eucaliptos, em especial no caso de clones de híbridos especialmente desenvolvidos em função das características de cada local.
#3 - Chuvas e condições hídricas favoráveis ao longo da rotação da floresta.
#4 - Condições de terrenos e declividades que favorecem fácil mecanização do plantio e da colheita.
#5 - Um bom número de portos para exportação dos produtos celulósicos e papeleiros.
#6 - Uma boa infra-estrutura doméstica - estradas de ferro, rodovias, aeroportos, etc.
#7 - Trabalhadores e gestores com bom nível técnico e em quantidade e qualidade adequadas, também com boa ética e motivação.
#8 - Cooperação e incentivo governamental em todos os diversos níveis: federal, estadual e municipal.
#9 - Um bom e sólido sistema bancário com boas conexões com as finanças globais.
#10 - Finalmente, mas muito importante, a tradição silvicultural que passou a florescer com mais intensidade a partir dos anos 50's e depois com forte apoio do governo federal nos anos dos incentivos fiscais ao reflorestamento entre 1966 a 1986.

Agora que conhecemos as fundações do sucesso brasileiro - o que podemos dizer das polpas de eucalipto?

Se uma pesquisa mundial for realizada entre os fabricantes de papel a partir de polpas de mercado vamos descobrir que as empresas que produzem papéis de imprimir e escrever, papéis sanitários de altíssima qualidade (papéis faciais e toalhas em especial) e que exigem 100% de fibras virgens em seus produtos, a maioria delas, sem sombra alguma de dúvidas, vai responder que suas polpas preferidas são as polpas kraft branqueadas de eucaliptos fabricadas no Brasil. Essa altíssima aceitação mercadológica não surgiu acidentalmente, mas pelo contrário, é o resultado de um bem orquestrado esforço desenvolvido por grupos de pesquisadores e estudiosos, tanto a nível técnico, acadêmico e corporativo empresarial, os quais desenvolveram e pavimentaram essa rota de sucesso.

A polpa brasileira kraft branqueada de eucalipto é a preferida de mercado - Porque isso acontece?

Hoje, a maioria das plantações florestais brasileiras de eucaliptos são clonais, de híbridos de Eucalyptus grandis e Eucalyptus urophylla. Isso oferece como resultado rápido crescimento volumétrico na floresta, boa densidade da madeira e fibras de dimensões e características muito uniformes. As polpas resultantes são as clássicas "single-species pulps", ou polpas de espécie única. Muitas medições realizadas em laboratórios do mundo todo, usando sofisticados equipamentos de medições, mostram fibras inteiras e na sua maturidade com comprimentos típicos de aproximadamente 0.95 mm, diâmetros de cerca de 16 microns, com uma espessura da parede celular de 3 microns. A população fibrosa típica está acima de 16 milhões de fibras por grama de polpa seca. Entretanto, esses números não podem ser considerados como universais, pois existem diversas variáveis que os afetam: clone, clima, solo, ponto de amostragem e idade da árvore. Há alguns anos atrás, as pesquisas técnicas feitas na Espanha por renomado instituto local mostraram que as fibras de eucaliptos adquirem uma maturidade em termos de comprimentos mais longos, paredes mais espessas e larguras maiores a partir dos 12 anos de idade. Por essa razão, ao se colher as florestas com cerca de 7 anos no Brasil está-se obtendo madeira ainda distante dessas condições de maturidade, resultando em populações fibrosas maiores nas polpas resultantes. Além disso, as madeiras mais velhas tendem a mostrar maior variabilidade em dimensões das fibras, já que as diferenças entre as madeiras mais próximas à medula e mais próximas ao câmbio serão mais acentuadas. As árvores de eucaliptos mais velhas que 12 anos tenderão a mostrar portanto maiores variabilidades nas dimensões de suas fibras que as árvores mais jovens, próximas aos 7 anos.

Existe alguma aplicação prioritária da polpa brasileira de eucalipto cuja performance excede nos quesitos chaves de competitividade mercadológica?

Na área de papéis sanitários, os melhores e mais valiosos produtos disponíveis nos mercados de grande aceitação e consumo popular são:

• Papel Tissue Ultra Facial
• Papel Tissue Premium Facial
• Papel Tissue Facial Básico

Como os leitores poderão facilmente imaginar, o papel Ultra Facial é o mais caro e mais apreciado por suas qualidades. No mundo todo, esses três tipos de papéis superiores são prioritariamente produzidos pelas empresas Procter & Gamble e Kimberly Clark em suas fábricas espalhadas em diversos países. Em cada fábrica, independentemente da localização, a receita da massa fibrosa é muito parecida para cada um desses produtos.

A seguir, um receituário aproximado para cada um desses papéis sanitários:

Papel "Tissue" Ultra Facial: idealmente a base suporte do papel (camada resistente) é produzida com polpa kraft de Spruce Preto Canadense ("Canadian Black Spruce"), a qual tem fibras relativamente longas (3.5 mm). Essas fibras delgadas de coníferas exibem excelente suavidade/maciez ao tato (o que se atribui à falta de rigidez). Sobre essa camada básica de fibras de spruce coloca-se uma camada de fibras de eucaliptos brasileiros. Curiosamente, essa combinação de fibras e camadas dá uma qualidade inimaginável de maciez ao tato e é difícil de dizer quem é que conduz a isso, a não ser a combinação de ambas as fibras. Dá-se a essa propriedade a denominação de flexibilidade das fibras individuais ("single fiber flex"), o que significa que as fibras aparentam ter baixíssima rigidez, cada uma delas. Elas acabam com isso "requebrando" ou "ajustando-se entre si", quando o consumidor tenta sentir a superfície do papel Ultra Facial ... a sensação que se tem é de estar tocando algodão. Tecnicamente, essa percepção sentida pelo usuário é denominada suavidade ou maciez ao tato ("tactile softness"). Esse tipo de papel é formado e secado em máquinas dispondo de "Thru-Air-Dryers" (TAD). Nesses casos, a folha de papel tende a flutuar e não a ser prensada como é o caso da secagem em secadores tipo Yankee com 5 a 6 metros em diâmetro. "Thru Air Drying" definitivamente melhora o volume específico e a absorção do papel sanitário.

Papel Tissue Premium Facial: é um papel feito com uma mistura fibrosa de 100% de fibras virgens, que pode ser tanto de eucaliptos ou de acácia (fibras curtas) mescladas ou com polpa chilena de Pinus radiata, ou com polpas de fibras longas do hemisfério norte, seja do Canadá, Rússia, Suécia ou Finlândia. As fibras virgens de eucaliptos ou acácia constituem entre 70-80% da massa fibrosa. Se o papel for processado através da tecnologia do TAD ele deverá possuir certa absorção e volume específico, até mesmo próximos ao do Papel Ultra Facial Tissue, mas sem aquela sensação notável de maciez ao tato em sua superfície. Esse tipo de papel é a principal fonte de suprimento de papel sanitário institucional da melhor qualidade "away from home", muito usado em hotéis, hospitais, aeroportos, navios de cruzeiros, enfermarias, escritórios comerciais, etc.

Papel Facial Básico: trata-se muito mais de um papel tipo "commodity" ou tipo genérico para venda em supermercados, lojas de departamento, lojas de varejo, etc. Em geral são vendidos como marcas próprias dessas redes de comércio. Esses papéis têm muito sucesso em economias deprimidas em que os clientes buscam melhores preços para economizar algum dinheiro. Como são marcas que não gastam em propaganda e são isso sim vendidas em redes padronizadas, elas sempre têm condições de terem os preços barateados e assim competir com as marcas mais famosas de melhor qualidade. Qual seria então a receita fibrosa desses papéis? Temos praticamente de tudo: fibras virgens, recicladas, polpas destintadas, polpas de alto rendimento (CTMP) e também aparas e refugos impressos ou não impressos adquiridos localmente das gráficas mais próximas. Embora não tenham a mesma alta qualidade como os papéis Ultra ou Premium, esses papéis tissue sempre encontram seu espaço entre os consumidores atentos ao preço e também entre os clientes classificados como "ambientalmente conscientes". Nessa última categoria estão os consumidores que se preocupam muito com o teor de fibras recicladas nos papéis que compram.

Seria a suavidade/maciez ao tato a única vantagem competitiva das polpas brasileiras de eucalipto?

A resposta, como o leitor pode imaginar, é "Não" ... caso contrário essa questão não teria sido formulada.

Na área de papéis de impressão com baixas gramaturas (papel bíblia, papel de alta opacidade, papéis opacos para a comunidade financeira, papéis para diretórios e catálogos brancos e com requerida opacidade, etc.) existe alta exigência para a chamada opacidade de impressão ("printing or printed opacity" - ou incapacidade de se ver imagens impressas do outro lado da folha). A opacidade de impressão é mais do que a simples medição de opacidade como medida em opacímetros do tipo Bausch & Lomb, que mede a passagem da luz através da folha de papel. A opacidade de impressão também está associada à penetração da tinta e o grau com que a imagem impressa é mostrada quando a folha de papel é virada do outro lado. O teste para a opacidade de impressão é muito simples e prático. Basta manchar com tinta K&N preta um pedaço de papel. Aproximadamente 15 x 20 cm de amostra já é suficiente. Esfregar com um pano seco e macio por alguns segundos e virar o papel para o lado oposto. Medir a refletância do papel (Alvura) exatamente debaixo da mancha negra e depois medir de novo, do mesmo lado, mas em local distante da mancha de tinta. Observar as diferenças de leitura. Quanto menor a diferença, mais opaco o papel.

Cerca de 20 anos atrás, o autor desse ensaio realizou um teste colocando lado-a-lado papéis tipo bíblia: um feito com 30% bétula e 70% NBSK (polpa kraft branqueada de conífera do hemisfério norte); o outro em que a polpa de bétula foi substituída por polpa de eucalipto. A surpresa para todos na fábrica foi o excelente resultado encontrado com o papel feito com as fibras de eucalipto na receita: a opacidade de impressão era 2.5 pontos maior que no papel feito contendo bétula. As razões para essa significativa diferença foram difíceis de serem encontradas de imediato...seria a população de fibras da polpa de eucalipto muito maior? Ou seria então a maior dificuldade da tinta penetrar para dentro da folha de papel contendo eucalipto? Ou seria uma combinação de diversos fatores, entre os quais esses mencionados. Os gestores operacionais e o pessoal técnico da fábrica de papel onde foi feito o teste não pareceram se preocupar muito com as razões técnicas para essa diferença ... eles decidiram de imediato que passariam a usar polpa kraft branqueada de eucalipto em todos os papéis de impressão de baixa gramatura e que seriam impressos dos dois lados da folha. Antes mesmo de terminar o dia, o gerente da máquina de papel instruiu o gerente de materiais para comprar 3 caminhões de polpa de eucalipto branqueada.

Em adição à muito melhor opacidade de impressão, muitos gráficos na Ásia e Europa também notaram que as polpas kraft branqueadas de eucalipto, especialmente as brasileiras, possuem a excepcional capacidade de produzir papéis com melhor formação de folha (falta de nuvens, machas e listas claras ao se olhar contra a luz). Isso resulta em melhor distribuição e pega da tinta, e ainda melhor brilho na impressão. Quando se está imprimindo rótulos, por exemplo, o brilho é muito importante, pois os consumidores associam o brilho da impressão ao frescor do produto. Um rótulo impresso e sem vida pode significar ao consumidor que o produto já está na prateleira por muito tempo, não o atraindo para compra.

Muitos papeleiros aprenderam por experiência própria que muitos problemas de qualidade do papel podem ser resolvidos pela substituição de quaisquer que sejam as fibras curtas que estejam utilizando (bétula, faia, boldo, álamo, etc.) por fibras brancas de eucaliptos brasileiros. Com isso, ganham formação, opacidade e lisura do papel, dentre outras propriedades. Isso é compreensível pela melhor disposição das fibras na formação do papel. Uma melhor lisura pode ser atingida com menos calandragem, visto que as fibras flexíveis dos eucaliptos respondem muito bem às pressões das prensas de calandragem. Isso é vital nos casos onde se exige volume específico no tipo de papel sendo fabricado. Muitas fibras curtas conduzem a boa lisura, mas demandam excessiva pressão no nip da calandra ... como resultado perdem a desejada espessura e ganham densidade na folha. As polpas brasileiras de eucalipto são capazes de oferecer a desejada lisura e ainda conseguem manter as especificações de volume específico e opacidade nos papéis onde usadas.

Os papéis cópia tipo A4 são alguns dos tipos onde esses atributos são realmente apreciados. Um papel de cópia de gramatura 75 g/m² precisa ter suficiente rigidez de forma a não falhar quando de sua alimentação na copiadora. Ainda, esse papel necessita de suficiente lisura superficial para aceitar o toner de uma maneira uniforme e sem falhas. As polpas kraft branqueadas de eucalipto brasileiras permitem que o papeleiro atinja 120-140 em lisura Sheffield (i.e. com um acabamento favorável à cópia) sem uma perda significativa na espessura da folha. A manutenção de uma boa rigidez no papel é algo proporcional à sua espessura. Esse fenômeno é conhecido nos círculos de engenharia como momento de inércia e é também o motivo pelo qual as vigas tipo "I" em construções de pontes são sempre longas e finas ao invés de curtas e grossas. Quanto maior a espessura da folha, maior sua rigidez. Por isso, para se atingir a desejada e necessária lisura para máxima cobertura do toner, é fundamental não se perder espessura (em resumo, volume específico aparente). As fibras de eucalipto permitem que isso aconteça sem dificuldades.

Resumo e conclusões

É uma feliz coincidência quando um país grande produtor de celulose de mercado está se movendo para aumentar significativamente a sua tonelagem de produção e concomitantemente os seus produtos (que estarão sendo produzidos nessa nova situação) possuam benefícios comerciais incomuns. Normalmente, o que costuma acontecer com os produtos do país produtor é ter a sorte de possuir um ou outro desses atributos, mas raramente ambos ao mesmo tempo. Entretanto, no caso brasileiro, o mundo das artes gráficas e os fabricantes de papel sanitário podem saudar então a boa notícia de que não só vão estar recebendo mais polpas brasileiras de eucaliptos (pelo aumento de produção que está ocorrendo), mas que estas polpas manterão sua excepcional qualidade para fabricação de produtos que possuam benefícios considerados altamente comerciais. Estes benefícios quase sempre se traduzem em maiores resultados aos papeleiros que terão os seus livros de pedidos sempre cheios.

O Mundo dos Eucaliptos

Updates acerca do Estado do Mato Grosso do Sul - Brasil

O estado brasileiro do Mato Grosso do Sul vem ganhando reconhecimento e admiração no mundo florestal por sua competência e capacidade em desenvolver uma silvicultura moderna e eficiente com excelentes resultados na conversão à base industrial e com adequados níveis de sustentabilidade. Isso tem acontecido de forma meteórica e com enorme efetividade.

Em abril de 2009, há exatos 18 meses atrás, eu escrevi uma resenha técnica nessa mesma seção "O Mundo dos Eucaliptos" sobre os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (http://www.eucalyptus.com.br/newspt_abril09.html#quatro). Naquela época, o estado do MS estava se rejubilando por ter atingido cerca de 250.000 hectares de florestas plantadas e pela inauguração de dois mega-empreendimentos no setor de celulose e papel: as unidades industriais da Fibria (celulose de mercado) e da International Paper do Brasil (papel de impressão gráfica e para cópias) no município de Três Lagoas. Havia muito entusiasmo, mas difícil mesmo era se prever que em poucos meses mais a situação mudaria tão fortemente, chegando a alavancar enormes áreas plantadas e novas perspectivas de expansão industrial. Hoje, estima-se que a área de florestas plantadas no estado já atinja 370.000 hectares e que em alguns anos mais possa atingir um milhão de hectares, desde que se confirmem as expansões das fábricas da Fibria e a entrada da empresa portuguesa Portucel no estado (comenta-se que nos municípios de Bataguassu e Santa Rita), com adicionais unidades produtivas de celulose, cada uma na faixa de 1,2 - 1,5 milhões de toneladas por ano e demandando cada unidade cerca de 150.000 hectares de efetivo plantio em florestas de eucalipto.


Entretanto, a grande surpresa ficou com o anúncio da Eldorado Brasil, uma entrante no setor celulósico-papeleiro que "emergiu do nada no setor" e partiu para a construção de uma nova fábrica de celulose, também na faixa dos 1,5 milhões de toneladas/ano para entrar em operações em 2012. Claro que uma unidade como essa também exigirá grandes áreas plantadas. Por isso, a expectativa de que em poucos anos mais o MS estará disputando com o estado de São Paulo a vice-liderança brasileira em área de florestas plantadas. Acredito que a surpresa ocorre principalmente no município de Três Lagoas, às margens do Rio Paraná e com excelentes acessos logísticos, principalmente por estar praticamente ao lado da fantástica rede viária do estado de São Paulo. O crescimento de Três Lagoas foi tão intenso que a cidade já se proclama a capital mundial da celulose de mercado, pois a atual fábrica da Fibria, a sua anunciada expansão para uma nova unidade em 2014 e a nova fábrica da Eldorado Brasil em 2012, todas juntas estarão fabricando cerca de 4,3 milhões de toneladas desse produto por ano. Isso sem contar a fábrica de papel da International Paper do Brasil, que usa parte dessa celulose, agregando valor na fabricação de papel de impressão e escrita. Também há estudos para expansão dessa unidade de fabricação de papel, embora ainda não se comenta muito sobre para quando e em quanto.

Tudo isso me faz voltar um pouco ao passado de umas 4 décadas atrás, quando - através do PIFR - Programa dos Incentivos Fiscais ao Reflorestamento - foram plantadas áreas de eucaliptos no antigo estado do Mato Grosso, e que em 1977 foi desmembrado em dois estados pela Lei Complementar 31 assinada pelo presidente da época General Ernesto Geisel. A imagem que se tinha das florestas de eucalipto dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul eram de florestas pouco produtivas, abandonadas e atacadas por formigas. As coisas começaram a mudar quando a antiga Champion Papel e Celulose decidiu criar uma subsidiária florestal no município de Três Lagoas. Isso ocorreu em 1988 com a fundação da Chamflora Três Lagoas Agroflorestal, servindo essa de plataforma para serem plantados cerca de 90.000 hectares de valiosas e produtivas florestas de eucalipto, com toda a tecnologia que meu querido amigo engenheiro florestal Manoel de Freitas muito bem conhece. Recordo-me que, quando ele era presidente do IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (eu era seu vice) e diretor florestal da Champion, ele me falava com orgulho das operações no Mato Grosso do Sul e eu imaginava algo distante e longínquo. Isso só foi mudado em minha imaginação quando fui pela primeira vez para Três Lagoas para auxiliar na preparação do Estudo de Impacto Ambiental da atual fábrica da Fibria, que na época era um projeto da empresa International Paper do Brasil. Isso aconteceu em inícios de 2006 e já me permitiu ver que ali estavam todos os ingredientes para as coisas darem certo (e rapidamente). Havia talento, vontade de criar e entusiasmo. Também havia apoio político e da comunidade. A rede logística englobando estradas de rodagem asfaltadas, hidrovia Paraná-Tietê e ferrovia nas vizinhanças encurtariam as distâncias para os portos marítimos para exportação dos produtos. Com isso, a celulose de mercado já é hoje um dos principais produtos geradores de receitas e de exportações no estado do MS. Por isso tudo, a fábrica que daria o arranque ao desenvolvimento da região saiu melhor do que a proposta inicial, pois a VCP - Votorantim Celulose e Papel e a International Paper do Brasil trocaram ativos e estrategiaram as unidades industriais que hoje operam com sucesso na cidade. Tudo isso aconteceu muito rapidamente, uma verdadeira revolução industrial em um município historicamente baseado na pecuária e no funcionalismo público da extinta Rede Ferroviária Federal.

O estado do Mato Grosso do Sul tem riquezas ambientais e econômicas singulares. O clima é propício aos Pinus e Eucalyptus, a topografia favorece a mecanização florestal, o preço das terras é atrativo e as parcerias com os agricultores locais está sendo um sucesso. Todos esperam crescer juntos e a madeira passou a ser, em menos de uma década, um importante fator de sucesso para o estado.

Nem só para celulose e papel estão focados os empreendedores: há muitas oportunidades na área de siderurgia com base no carvão vegetal de eucalipto, pois a indústria siderúrgica local se recuperou bem da crise causada pelo furacão econômico dos anos 2008/2009. Há ainda expectativas para a madeira energética e também para os biocombustíveis em base de etanol de cana-de-açúcar.

Associado ao potencial local, as pessoas do estado não atrapalharam, como aconteceu em outros estados brasileiros que tiveram igual oportunidade, como foi o caso do estado onde resido, o Rio Grande do Sul. Pelo contrário, em MS o estado se orquestrou com boas consultorias, elaborou um plano de desenvolvimento florestal viável, lubrificou a legislação e as fontes de financiamento para que as coisas pudessem acontecer sem atrasos e houve muita disposição política para que tudo corresse dentro do que se espera para um desenvolvimento com base em adequados níveis de sustentabilidade. A começar por empresas de ponta e estado-da-arte tecnológico, condição básica para competitividade e sustentabilidade. Por tudo isso, nosso retorno a lhes trazer mais dados sobre o que se considera o novo eldorado do setor de celulose e papel no Brasil. Nada mais justo do que mais uma vez homenagear o estado do Mato Grosso do Sul no "Mundo dos Eucaliptos", afinal os eucaliptos estão sendo muito privilegiados nesse estado em função de sua superior performance florestal.

Peço que naveguem então nas nossas indicações de leitura dessa seção para conhecimento adicional sobre as fantásticas oportunidades eucalípticas do estado do Mato Grosso do Sul, com ênfase nessa edição à indústria de celulose e papel:

Alguns websites recomendados:


Eldorado Brasil. Empresa de base florestal para futura produção de celulose de mercado. Acesso em 29.10.2010:
http://www.eldoradobrasil.com.br/ (Webpage geral)
http://www.eldoradobrasil.com.br/src/fabrica_projeto.html (Projeto da fábrica de celulose)
http://www.eldoradobrasil.com.br/src/ambiente.html (Aspectos ambientais do projeto Eldorado Brasil)

International Paper do Brasil. Empresa fabricante de papel gráfico em Três Lagoas. Acesso em 29.10.2010:
http://www.internationalpaper.com/BRAZIL/PT/Company/Facilities/Tr%C3%AAsLagoas.html (Sobre a fábrica de Três Lagoas)
https://www.internationalpaper.com/documents/PT/1_ano_de_TL.pdf (Um ano de operações da fábrica da IP em Três Lagoas)
http://www.internationalpaper.com.br/cavacos/cavacos.asp?revista=420&pagina=21 (Sobre a Chamflora)
http://www.finnvera.fi/fin/content/download/1162/21968/file/RIMA%2520completo%
2520sem%2520figuras.pdf+%22international+paper%22+%22tr%C3%AAs+lagoas%22+pdf&hl=pt-
BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESiNVc6cqCvZRAqX4CKijJSAkLbLSAT6TQEmj6sQ5nx3npV2yEVH9Csz
_MxkOgBavUk1UMRSVJZgPDqoFmMliktQzfNCInjXPVqS_WBssVypAKW7
AgSJAr11vgnYnAhbPdVv4Er&sig=AHIEtbSutglZBlvJeVa5s0nssthvEYVZ2A
(RIMA da fábrica originalmente prevista para Três Lagoas - 126 pp.)

Fibria. Fabricação de celulose de mercado para exportação. Acesso em 29.10.2010:
http://www.fibria.com.br/web/pt/negocios/celulose/tres.htm (Produção de celulose no MS)
http://www.fibria.com.br/web/pt/negocios/floresta/matogrosso.htm (Florestas no MS)
http://www.fibria.com.br/shared/midia/publicacoes/plano_de_manejo_fibria_ms_2010_07_30.pdf (Plano de manejo florestal para as plantações do MS)
http://www.fibria.com.br/shared/midia/publicacoes/manual_fibria_floresta_segura_31maio2010.pdf (Manual floresta segura)
http://www.fibria.com.br/web/pt/midia/videos.htm (Vídeos institucionais)

Florestal Brasil. Empresa de reflorestamento com eucaliptos. Acesso em 29.10.2010:
http://www.florestalbrasil.com.br/Home/Home.aspx (Webpage)
http://www.florestalbrasil.com.br/Setor/Eucalipto.aspx (Sobre o eucalipto)
http://www.florestalbrasil.com.br/Setor/ProducaoMudas.aspx (Sobre a produção de mudas com muitas fotos do viveiro florestal)
http://www.florestalbrasil.com.br/Setor/Silvicultura.aspx (Sobre a silvicultura do eucalipto com fotos das operações)
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=32492 (Acerca da Florestal Brasil no Portal do Agronegócio)
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=37655 (Mais notícias da Florestal Brasil no Portal do Agronegócio)
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/videos-institucionais/55/video-institucional-da-florestal-brasil (Vídeo institucional no Painel Florestal TV)

IMASUL - Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. Entidade de fiscalização e licenciamento ambiental. Acesso em 29.10.2010:
http://www.imasul.ms.gov.br/ (Webpage geral)

EIA/RIMA do empreendimento da Eldorado Florestal divulgado pelo IMASUL em 2009:

Capítulo 01-Introdução: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%201%20-%20Introdução.pdf
Capítulo 02 - Informações gerais: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%202%20-%20Informações%20Gerais.pdf
Capítulo 03 - Caracterização do empreendimento: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%203%20-%20Caracterização%20do%20Empreendimento.pdf
Capítulo 04 - Áreas de influência: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%204%20-%20Áreas%20de%20Influência.pdf
Capítulo 05.1- Meio físico: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%205.1%20-%20Meio%20Físico.pdf
Capítulo 05.2 - Meio biótico: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%205.2%20-%20Meio%20Biótico.pdf
Capítulo 05.3 - Meio antrópico: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%205.3%20-%20Meio%20Antrópico.pdf
Capítulo 06 - Análise dos impactos ambientais e medidas mitigadoras: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%206%20-%20Análise%20dos%20Impactos%20Ambientais%20e%20Medidas%20Mitigadoras.pdf
Capítulo 07 - Programas ambientais: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%207%20-%20Programas%20Ambientais.pdf
Capítulo 08 - Dispersão atmosférica: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%208%20-%20Dispersão%20Atmosférica.pdf
Capítulo 09 - Análise de risco: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%209%20-%20Análise%20de%20Risco.pdf
Capítulo 10 - Considerações finais: http://www.imasul.ms.gov.br/Audiencias/Florestal1/Capítulo%2010%20-%20Considerações%20Finais.pdf

Painel Florestal. Portal de notícias florestais na web. Acesso em 29.10.2010:
Excelente veículo de informações sobre as atividades florestais e da indústria de base florestal no estado do Mato Grosso do Sul, mas também com muita informação sobre Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais, Piauí, Goiás, Maranhão, etc. Nossos cumprimentos aos amigos Robson Trevisan e Paulo Cardoso pelo excelente trabalho técnico-jornalístico que prestam ao setor de florestas plantadas no Brasil.
Segue uma seleção de algumas notícias e de vídeos informativos sobre o estado do Mato Grosso do Sul nesse portal:
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/florestas-plantadas/9907/com-a-portucel-ms-tera-quase-1-milhao-de-hectares-de-florestas-plantadas (Sobre a possibilidade de crescimento da área plantada no estado do MS para cerca de 1 milhão de hectares de florestas)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/empresas/9866/fibria-e-a-empresa-que-mais-exporta-em-ms (Sobre as exportações recentes da fábrica da Fibria em Três Lagoas)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/celulose/9769/tres-lagoas-capital-mundial-da-celulose (Sobre o sucesso de Três Lagoas na fabricação de celulose de eucalipto)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/painel-de-negocios/9950/eldorado-celulose-e-florestal-brasil-avaliam-possivel-fusao (Sobre a possível fusão da Eldorado Brasil e Florestal Brasil)

Artigos e vídeos sobre a silvicultura e industrialização da madeira a celulose/papel no Mato Grosso do Sul:

Mato Grosso do Sul.
Enciclopédia digital Wikipedia. Acesso em 29.10.2010:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grosso_do_Sul (em Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Mato_Grosso_do_Sul (em Inglês)


História do Mato Grosso do Sul. Enciclopédia digital Wikipedia. Acesso em 29.10.2010:
http://pt.wikipedia.org/wiki/História_de_Mato_Grosso_do_Sul (em Português)

Três Lagoas. Enciclopédia digital Wikipedia. Acesso em 29.10.2010:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%AAs_Lagoas (em Português)

Ribas do Rio Pardo. Enciclopédia digital Wikipedia. Acesso em 29.10.2010:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ribas_do_Rio_Pardo (em Português)

Eucalipto em Mato Grosso do Sul. A. Salmeron. Vídeo Agrosoft. Acesso em 29.10.2010:
http://www.agrosoft.org.br/agropag/213866.htm

Mato Grosso do Sul: a bola da vez na silvicultura. A.Silva Jr.; P. Cardoso. Vídeo do Painel Florestal TV. Acesso em 29.10.2010:
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/geral/102/mato-grosso-do-sul-a-bola-da-vez-da-silvicultura

Como anda a silvicultura no Mato Grosso do Sul
. L.C. Ramires Jr. Vídeo do Painel Florestal TV. Acesso em 29.10.2010:
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/geral/97/como-anda-a-silvicultura-em-mato-grosso-do-sul

As perspectivas do setor florestal em Mato Grosso do Sul. M. Freitas; P. Cardoso. Vídeo do Painel Florestal TV. Acesso em 29.10.2010:
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/entrevista-especial/39/as-perspectivas-do-setor-florestal-em-ms

A silvicultura em Mato Grosso do Sul. T. Cristina; P. Cardoso. Vídeo do Painel Florestal TV. Acesso em 29.10.2010:
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/entrevista-especial/139/a-silvicultura-em-mato-grosso-do-sul

A importância do carvão vegetal no Mato Grosso do Sul - Carvão vegetal é essencial. M. Brito; P. Cardoso. Vídeo do Painel Florestal TV. Acesso em 29.10.2010:
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/programa-de-tv/128/a-importancia-do-carvao-vegetal-em-ms (Parte 01)
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/geral/172/carvao-vegetal-e-essencial (Parte 2)


Plano estadual de florestas de Mato Grosso do Sul. Vídeo do Painel Florestal TV. Acesso em 29.10.2010:
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/programa-de-tv/122/plano-estadual-de-florestas-de-mato-grosso-do-sul

Eldorado Brasil a caminho
. C. Martin. O Papel 71(8): 41 - 45. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Eldorado%20Brasil.pdf

Plano estadual de desenvolvimento florestal do Mato Grosso do Sul. L.C. Ramires Jr. Sistemas Agroflorestais EMBRAPA. 08 pp. (2009)
http://saf.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/09.pdf

Mato Grosso do Sul. Plano estadual para o desenvolvimento sustentável de florestas plantadas. STCP Engenharia de Projetos. (2009)
http://intranet.ms.sebrae.com.br/stored/1136248552.pdf (Relatório final - 50 pp.)
http://www.pantanalecoturismo.tur.br/fotos/arquivos/916.pdf (Resumo executivo - 48 pp.)


Fibria. Horizon(te) pulp mill. Andritz. (2009)
http://reports.andritz.com/2009/customer-procjects-horizonte

Zoneamento ecológico econômico do Mato Grosso do Sul. Governo do Estado do MS. (2008)
http://www.semac.ms.gov.br/controle/ShowFile.php?id=31288 (Volume 1 - 206 pp.)
http://www.semac.ms.gov.br/controle/ShowFile.php?id=31289 (Volume 2 - 311 pp.)


Imagens do Mato Grosso do Sul - Florestas de Eucaliptos - Celulose - Papel:
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-BR&tbs=isch%3A1&sa=1&q=
%22mato+grosso+do+sul%22+florestas+eucalipto&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=
(Mato Grosso do Sul e suas Florestas de Eucalipto)
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-BR&tbs=isch%3A1&sa=
1&q=%22mato+grosso+do+sul%22+celulose&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai
(Mato Grosso do Sul e Fabricação de Celulose)
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-BR&tbs=isch%3A1&sa=1&q=
%22mato+grosso+do+sul%22+fabrica%C3%A7%C3%A3o+papel&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai
(Mato Grosso do Sul e Fabricação de Papel)

Euca-Links

Websites Acadêmicos com Ênfase em Tecnologia de Celulose e Papel

Nessa seção especialmente preparada para técnicos e estudantes do setor de celulose e papel, estamos colocando Euca-Links com algumas entidades acadêmicas cujas páginas pessoais de alguns de seus professores disponibilizam material relevante para fins educacionais para esse setor que também se baseia no uso dos eucaliptos. Basta vocês clicarem sobre os endereços de URLs referenciados para abrirem os links e conhecerem o que selecionamos especialmente para vocês. Nosso mais sincero agradecimento a esses docentes que de uma forma de muita cooperação com a sociedade, oferecem e compartilham voluntariamente seus conhecimentos com todos os interessados.

UNaM - Universidad Nacional de Misiones - FCEQyN - Facultad de Ciencias Exactas, Químicas y Naturales - Argentina. Acesso em 27.10.2010. (em Espanhol)
A FCEQyN da UNaM, através de seu Departamento de Industria y Medio Ambiente, disponibiliza extenso e interessante material didático acerca dos processos de produção de celulose e papel e também sobre temas ambientais associados ao setor. As aulas virtuais são de autoria de professores da entidade e nossos conhecidos amigos: Maria Cristina Area, Carlos Eduardo Nuñez; Laura Lidia Villalba, Cláudio Ariel Pavlik, Fernando E. Felissia, Graciela B. Gavazzo, Eduardo Queirolo e Hector Russo. Para ter acesso às aulas há necessidade de se inscrever no website, e depois com uma senha registrada, pode-se descarregar as aulas para estudar. Observem ainda que há necessidade de se inscrever para cada um dos cursos disponibilizados. Façam seus registros e cadastrem suas senhas em: http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/claroline/auth/inscription.php (Para inscrição como usuário das aulas virtuais - não se acanhem, é muito simples)
Aulas virtuais em: http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/index.php?category=INMAN (Não deixem de visitar, imperdível)


UFPR - Universidade Federal do Paraná - Curso de Engenharia Industrial Madeireira. Acesso em 27.10.2010. (em Português)
O Curso de Engenharia Industrial Madeireira da Universidade Federal do Paraná foi criado em 1998, por iniciativa dos professores do Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal do Setor de Ciências Agrárias, sendo o primeiro curso de formação de Recursos Humanos de nível superior (bacharelado) para a Indústria Madeireira do Brasil. A webpage do curso é bastante rica em informações sobre essa carreira e diversas das aulas de seus docentes estão disponibilizadas para acesso público, também imperdíveis para quem quiser ler e aprender sobre o setor de celulose e papel. Há outros setores industriais contemplados, mas daremos nessa edição destaque apenas às disciplinas relacionadas ao setor celulósico-papeleiro.
http://www.madeira.ufpr.br (Website do CEIM - Curso de Engenharia Industrial Madeireira)
http://www.madeira.ufpr.br/ceim/index.php?option=com_
content&view=section&id=4&Itemid=81
(Disciplinas disponibilizadas)

A seguir, as disciplinas selecionadas e seus respectivos professores cada qual com valioso material didático para descarregamento e leitura. Nossos cumprimentos aos amigos e professores Dr. Umberto Klock, Dra. Ghislaine Bonduelle, Dr. João Carlos Moreschi e Dr. Alan Sulato de Andrade, pelos magníficos trabalhos em favor do ensino no setor.

• Disciplina: Introdução à Engenharia Industrial Madeireira - pelo professor Umberto Klock.
A disciplina contempla temas básicos sobre qualidade, química e propriedades das madeiras, bem como algo sobre as florestas como fonte de madeiras.

http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasklock/introduengmad/at062.htm

• Disciplina: Polpa e Papel - pelo professor Umberto Klock
A disciplina versa sobre temas fundamentais sobre a produção e processos de fabricação da celulose e do papel, bem como as operações industriais envolvidas.

http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasklock/polpaepapel/polpapapel.htm

• Disciplina: Propriedades Físicas da Madeira - pela professora Ghislaine Bonduelle
A disciplina versa sobre as propriedades físicas, térmicas e elétricas das madeiras.

http://www.madeira.ufpr.br/ceim/index.php?option=com_content&view=category&id=50&Itemid=81&layout=default

• Disciplina: Propriedades Tecnológicas da Madeira - pelo professor João Carlos Moreschi
A disciplina oferece conceitos fundamentais sobre a madeira para seu uso industrial e tecnológico.

http://www.madeira.ufpr.br/publicacoes/sumariopropriedadesdamadeira2010.pdf (Sumário)
http://www.madeira.ufpr.br/publicacoes/propriedadesdamadeira2010.pdf (Apostila completa)

• Disciplina: Química da Madeira - pelo professor Umberto Klock
A disciplina discute a formação, anatomia, estrutura e componentes químicos das madeiras.

http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasklock/quimicadamadeira/notasdeaula1.htm

• Disciplinas: Termodinâmica, Transferência de Calor e Massa, Elementos de Máquinas, Máquinas Hidráulicas e Máquinas Térmicas - pelo professor Alan Sulato de Andrade
A disciplina traz os requeridos fundamentos de termodinâmica e operações unitárias aos acadêmicos.

http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasalan/index.htm

Webpage da Professora Edna Scremin Dias. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Acesso em 27.10.2010. (em Português)
Dra. Edna Scremin Dias é professora da graduação e pós-graduação no Departamento de Biologia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem sob sua responsabilidade as disciplinas que versam sobre anatomia, morfologia, fisiologia e ecologia de plantas. Suas aulas são disponibilizadas no website da instituição e merecem ser conhecidas por nossos leitores. Além das aulas acadêmicas a professora Edna Dias possui alguns manuais florestais de muito interesse que também relacionamos a vocês:
Visitem em:

http://www.dbi.ufms.br/edna.php (Aulas sobre biologia e botânica de plantas)
http://sementesdopantanal.dbi.ufms.br/menuhorizontal/pdf/manual1.pdf (Manual de produção de sementes de espécies florestais nativas - em parceria com outros autores)
http://sementesdopantanal.dbi.ufms.br/menuhorizontal/pdf/manual2.pdf (Manual de produção de mudas de espécies florestais nativas - em parceria com outros autores)

Webpage do Professor Carlos Eduardo Núñez. UNaM/FCEQyN - Argentina. Acesso em 27.10.2010. (em Espanhol)
Nosso amigo Carlos Eduardo Núñez (http://www.cenunez.com.ar/Index_archivos/Identidad.htm) da UNaM/Argentina tem uma muito interessante página pessoal e acadêmica para divulgar conhecimentos sobre madeiras e polpas, tendo destaque os temas: laboratórios de análise; anatomia, estruturação e composição da madeira; dados sobre propriedades das madeiras, polpas e papéis. Vale a pena a visita e navegação - não deixem de acessar.

http://www.cenunez.com.ar/ (Página do professor Dr. Carlos Eduardo Núñez)
http://www.cenunez.com.ar/Index_archivos/Trabajos%20de%20Investigación.htm (Trabalhos de pesquisa publicados pelo autor com links em diversos deles para downloading)
http://www.cenunez.com.ar/Index_archivos/Textos%20laboratorio.htm (Práticas de laboratório)
http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/claroline/document/document.php (Inúmeros textos para acesso)
http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/claroline/document/document.php (Textos independentes sobre madeira, polpa e papel)
http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/claroline/document/
document.php?cmd=exChDir&file=%2FLaboratorio_Qu%EDmico
(Textos independentes sobre laboratórios químicos para o setor)
http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/claroline/document/
document.php?cmd=exChDir&file=%2FPco._Refino_abril_2009
(Fotos de fibras refinadas)
http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/claroline/document/document.php?
cmd=exChDir&file=%2FPr%E1ctico_Rec._Fibrosos_MAMCYP_2009
(Fotos de anatomia de diversas madeiras entre as quais algumas de Pinus e Eucalyptus)
http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/claroline/document/goto/?url=
%2FPco._An%E1l_Microsc._de_Papeles_08.doc
(Análise microscópica de papéis)

Webpage do Professor Dr. Martin A. Hubbe - NCSU - North Carolina State University. Acesso em 27.10.2010. (em Inglês)
Dr. Martin A. Hubbe é professor associado do Department of Wood and Paper Science da NCSU, onde trabalha com "Química da Parte Úmida do Papel", desde 1998. Tem sob sua responsabilidade a gestão de um grande e conhecido programa sobre essa importante área do setor papeleiro, em parceria com a empresa Buckman Laboratories. É também o coordenador do curso da TAPPI - Technical Association of the Pulp and Paper Industry sobre "Introduction on wet-end chemistry". Dr. Hubbe tem renome internacional nesse campo de pesquisas e suas aulas, tanto na graduação como na pós-graduação, são consideradas como algumas das mais avançadas que se pode objetivar nesse campo de conhecimentos.

http://www4.ncsu.edu/~hubbe/index.htm (Martin Hubbe's home page)
http://www4.ncsu.edu/~hubbe/edu.htm (Educação em química da parte úmida do papel)
http://www4.ncsu.edu/~hubbe/edu.htm#TAPPIcourse (Oportunidades em química da parte úmida do papel)
http://legacy.ncsu.edu/classes/wps595b002/ (Disciplina "Wet-End and Colloidal Chemistry")
http://legacy.ncsu.edu/classes/wps595b002/W595B_LR.htm (Literaturas para leitura)
http://www4.ncsu.edu/~hubbe/MiniEncy.htm (Mini-enciclopédia em química da parte úmida)
http://www4.ncsu.edu/~hubbe/Glossary.htm (Mini-glossário papeleiro)
http://www4.ncsu.edu/~hubbe/abstracts.htm (Abstracts de publicações)
http://www.lib.ncsu.edu/repository/scholpubs/search.php
?page=author&pos=1&aid=2959
(Trabalhos digitais via NCSU Publications Repository)
http://www4.ncsu.edu/~hubbe/lnk.htm (Links sugeridos)

Webpage do Professor Dr. Orlando Rojas - NCSU - North Carolina State University. Acesso em 27.10.2010. (em Inglês)
Nosso estimado amigo Dr. Orlando Rojas é um competente e reconhecido pesquisador venezuelano que está desde 2003 na NCSU trabalhando no Department of Forest Biomaterials, onde ocupa diversas posições de destaque acadêmico. Também tem atuação como professor visitante em outras instituições de ensino, como na Universidade Federal do Amazonas (Brasil) e Aalto University (Finlândia). Suas áreas de P&D envolvem química de materiais lignocelulósicos e de agentes/polímeros utilizados em processos de fabricação da celulose e do papel, inclusive na sua reciclagem. Também ministra cursos sobre propriedades do papel. Visitem as suas diversas publicações, pois são de muita valia no campo da química do papel, complementando-se muito bem com a página do Dr. Martin Hubbe, com o qual também possui trabalhos em parceria.
http://www4.ncsu.edu/~ojrojas/ (Home page de Orlando Rojas)
http://www4.ncsu.edu/~ojrojas/Bio_OJR.htm (CV Dr. Orlando Rojas)
http://www4.ncsu.edu/~ojrojas/Projects.htm (Principais projetos envolvidos)
http://www4.ncsu.edu/~ojrojas/publications.htm (Publicações para downloading)
http://www4.ncsu.edu/~ojrojas/current.htm (Cursos acadêmicos do professor Rojas)


Webpage do Professor Dr. Dimitris S. Argyropoulus - NCSU - North Carolina State University. Acesso em 27.10.2010. (em Inglês)
Dr. Dimitris S. Argyropoulus é um dos mais renomados pesquisadores na área de química da madeira e da celulose e papel. Desde 2002 é professor no Department of Forest Biomaterials (http://cnr.ncsu.edu/fb/) da NCSU, onde possui uma excelente página pessoal, na qual disponibiliza inúmeras das pesquisas realizadas pela equipe de pesquisadores que integra.
http://www4.ncsu.edu/~dsargyro/ (Home page de Dimitris Argyropoulus)
http://www4.ncsu.edu/~dsargyro/documents/ArgyropoulosCVfortheWeb.pdf (CV Dr. Argyropoulus)
http://www4.ncsu.edu/~dsargyro/Publications/pdf_files.htm (Publicações para downloading)

Grau Celsius - Webpage do Dr. Celso Foelkel . Acesso em 27.10.2010. (em Português)
Celso Foelkel, autor dessa Eucalyptus Newsletter, tem uma longa carreira como professor de cursos de celulose e papel em diversas universidades brasileiras. Algumas de suas apostilas oferecidas a seus alunos estão disponibilizadas para downloading em www.celso-foelkel.com.br. Embora elas sejam relativamente antigas, algumas são ainda muito válidas e bastante acessadas por alunos desse setor da América Latina.
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos_ufv.html (Apostilas e dissertações de mestrado do período em que Dr. Foelkel foi professor da UFV - Universidade Federal de Viçosa, Brasil)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos_ufsm2.html (Apostilas e dissertações de mestrado do período em que Dr. Foelkel foi professor da UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil)

Referências sobre Eventos e Cursos

Essa seção tem como meta principal apresentar a vocês todos a possibilidade de se navegar em eventos que já aconteceram em passado recente (ou não tão recente), e para os quais os organizadores disponibilizaram o material do evento para abertura, leitura e downloading em seus websites. Trata-se de uma maneira bastante amigável e com alta responsabilidade social e científica dessas entidades, para as quais direcionamos os nossos sinceros agradecimentos. Gostaria de enfatizar a importância de se visitar o material desses eventos. A maioria deles possui excepcionais palestras em PowerPoint, ricas em dados, fotos, imagens e referências para que você possa aprender mais sobre os temas abordados. Outras, disponibilizam todo o livro de artigos técnicos, verdadeiras fontes de conhecimento para nossos leitores.

Espero que apreciem nossa seleção:

43º Congresso e Exposição Internacional ABTCP/TAPPI e 1º Simpósio Latino-Americano de "Tissue". ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. (em Português e Inglês)
A ABTCP, nesse ano de 2010 e em parceria com a TAPPI - Technical Association of the Pulp and Paper Industry / USA, realizou em outubro passado a 43ª edição de seu tradicional Congresso Técnico, que ocorre anualmente desde 1968. Paralelamente a esse evento, a ABTCP também organizou o Simpósio e Exposição Latino Americano sobre Papel "Tissue", que teve também inúmeros destaques. Em ambos os casos, os eventos foram complementados por uma grande exposição tecnológica em São Paulo. As sessões e palestras técnicas do evento tissue atingiram 1.046 inscritos e a exposição teve 8.087 visitantes únicos, ambos os casos foram sucessos de público e de difusão de conhecimentos tecnológicos. Pela primeira vez na sua história, a ABTCP disponibiliza as apresentações de seu evento magno anual de forma pública e aberta para os interessados que queiram baixar suas preferências através do website http://www.abtcp.org.br. São dezenas de excelentes palestras em ppt/pdf que poderão ser acessadas até 31.12.2010, que é a data limite em que elas estarão no ar de forma gratuita. A seguir, deverão ser acessadas apenas pelos sócios da entidade (ou por solicitação à ABTCP). Veja que material rico e de valiosa utilidade que vocês leitores poderão acessar. Basta ter paciência para os downloads, são muitos e alguns mais demorados pelas dimensões das palestras.
http://www.abtcp.org.br/Pagina.aspx?IdSecao=8806 (Palestras)


International Workshop on Wood Biorefinery and Tree Biotechnology. FUNCFIBER/Biorefinery of the Future. (em Inglês)
Biorefinery 2010 foi um evento organizado e promovido pelo Centro Sueco de Excelência em Madeira - FUNCFIBER (http://www.funcfiber.se/) que reune grupos de distintas organizações de pesquisa (acadêmicas e privadas) sobre o tema biorefinarias na indústria de base florestal. Como parceira na organização do evento esteve o centro cooperativado de pesquisas Biorefinery of the Future (http://www.bioraffinaderi.se/projectweb/portalproject/Home_en.html). O evento ocorreu de 21 a 23 de junho de 2010 e contou com dezenas de renomados palestrantes e uma audiência de notáveis pesquisadores a nível mundial. As palestras e resumos dos artigos estão disponibilizados para downloading. No evento tivemos uma interessante palestra apresentada pelo amigo dos eucaliptos Dr. Dario Grattapaglia de título: "More and better wood faster: genomic selection in tropical Eucalyptus".

http://biorefinery2010.funcfiber.se/program-and-confirmed-speakers.html (Programa técnico e palestras)
http://biorefinery2010.funcfiber.se/images/stories/biorefinery/bookofabstracts_final.pdf (Livro de resumos - 107 pp)
http://biorefinery2010.funcfiber.se/images/stories/biorefinery/grattapaglia.pdf (Palestra do Dr. Dario Grattapaglia)

IV Annual Trade and Commodity Finance in Brazil Conference. EuroMoney Seminars. (em Inglês)
Evento organizado pela entidade Euromoney Seminars e que foi realizado na cidade de São Paulo em setembro de 2010. O seminário teve destaque para apresentações do Brasil como oportunidades de investimentos e em sua capacidade exportadora e de geração de divisas. Foram destaque as apresentações sobre os setores produtivos etanol, soja e papel e celulose (palestra da presidente da BRACELPA - Dra. Elizabeth de Carvalhaes).

http://www.euromoneyseminars.com/EventElement/0/3206/8/0/
4th-Annual-Trade-and-Commodity-Finance-in-Brazil-Conference.html
(Página do evento)

BRACELPA - Palestras em Eventos. Associação Brasileira de Celulose e Papel. (em Português e Inglês)
No recentemente renovado website da BRACELPA, é possível se encontrar algumas ótimas palestras apresentadas pela entidade em diversos fóruns nacionais e internacionais. Sugerimos que conheçam essas apresentações, ricas em imagens sobre sustentabilidade setorial e estatísticas.

http://www.bracelpa.org.br/bra2/?q=node/33 (Diversas palestras de eventos)
http://www.bracelpa.org.br/bra2/sites/default/files/apresenta/ABTCP-TAPPI-2010.pdf (Apresentação da Sra. Simone Nagai no evento ABTCP/TAPPI 2010 - Painel Setorial)

III Seminário Técnico-Científico de Viveiros Florestais. IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. (em Português)
O programa cooperativo de pesquisa PTSM - Programa Técnico de Silvicultura e Manejo (http://www.ipef.br/ptsm/) do IPEF organizou e realizou recentemente o seu terceiro seminário técnico-científico sobre viveiros florestais. O evento ocorreu na cidade de Campo Grande/MS entre 28 a 30 de setembro de 2010. A seleção do local esteve associada ao grande movimento por produção de mudas florestais para novas expansões das áreas a plantar e que está ocorrendo naquela região. O excelente evento teve como meta difundir novas tecnologias, informações sobre legislação e conhecimentos científicos sobre a produção de mudas florestais, seja de espécies exóticas como de nativas. Verifiquem e selecionem os materiais de seu interesse - são palestras de excepcional atualidade e valor técnico.

http://www.ipef.br/eventos/2010/viveiros/programacao.asp (Programação e palestras)
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/
geral/105/iii-seminario-tecnico-cientifico-de-viveiros-florestais
(Vídeo do portal Painel Florestal sobre o evento)

Xilotecas ou Coleções de Madeiras Virtuais


Até recentemente, as xilotecas eram locais especialmente desenhados e capazes de abrigar coleções de amostras de madeiras de quaisquer dimensões, formatos ou partes da espécie lenhosa. Para facilitar as coisas, as xilotecas físicas costumam armazenar essas amostras em peças de dimensões pré-estabelecidas, sendo elas tomadas como cortes longitudinais, transversais e radiais das madeiras. Já no caso das xilotecas virtuais, que surgiram com o advento da internet, procuram-se mostrar fotos de cortes e de peças de madeiras, bem como de seus aspectos morfológicos, anatômicos, físicos, mecânicos e até mesmo com imagens das árvores que representam esse tipo de madeira. Em geral, as madeiras (ou xilemas) são colecionadas seguindo uma classificação sistemática, a mesma que se usa para classificar taxonomicamente as plantas ou vegetais (http://www.cb.ufrn.br/atlasvirtual/sistematica.htm). Uma das mais usadas é a classificação sistemática de Engler ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Engler).

Da mesma maneira que qualquer coleção, as xilotecas existem para atender alguns fins, entre os quais ressaltam-se os científicos e os de aplicação prática. Com as amostras conhecidas e disponibilizadas, podem ser feitos trabalhos de pesquisa sobre anatomia, qualidade e identificação das madeiras e espécies vegetais. Também são oferecidas oportunidades de serem visitadas as fichas técnicas de cada madeira que existe na xiloteca. Um usuário de uma xiloteca pode com alguma facilidade identificar e conhecer uma madeira, descobrindo suas propriedades relevantes, utilizações mais adequadas e características de aspecto e performance da mesma. Também é possível pelo conhecimento das características de uma madeira se inferir sobre qual a espécie vegetal que a produziu, servindo assim a madeira para o reconhecimento inclusive de uma espécie de planta. No caso dos eucaliptos e dos Pinus, a separação por espécie a partir da madeira é muito dificultada, pois as madeiras são muito semelhantes entre as diversas espécies dentro de cada gênero. Entretanto, a nível de gênero é perfeitamente possível essa separação com muita segurança. Outra finalidade que as xilotecas permitem é sua utilização em estudos de arqueologia e de história das civilizações. Objetos históricos de madeira podem ser melhor conhecidos pelas características de sua constituição lenhosa. Em geral, a dendrocronologia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Dendrocronologia) é outra ciência que está muito associada às xilotecas. Com a utilização de aparelhos simples como lupas de 10 aumentos, binoculares e microscópios óticos qualquer tipo de madeira pode ser hoje identificado pelos especialistas que trabalham nas xilotecas.


Xilotecas são também associadas a outras coleções botânicas de elementos vegetais como herbários, laminários (lâminas de anatomia vegetal) e carpotecas (coleções de frutos e sementes). Dessa forma, têm papel relevante nos estudos de taxonomia e identificação de plantas. Através dessas coleções, as instituições de ensino e pesquisa oferecem importantes serviços, tanto na educação de seus alunos, como no esclarecimento e solução de problemas comuns na sociedade.

Existem centenas de xilotecas no mundo. No Brasil temos coleções maravilhosas de madeiras em função da rica biodiversidade de espécies lenhosas que possuímos. As coleções mais conhecidas são: xiloteca "Calvino Mainieri" do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo; xiloteca "Octávio Vecchi" do Instituto Florestal do Estado de São Paulo; xiloteca do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; xiloteca da Universidade Federal da Amazônia; xiloteca "Walter Egler" do Museu Paraense "Emílio Goeldi"; xiloteca do Laboratório de Produtos Florestais do IBAMA/DF; assim como as xilotecas de departamentos e institutos de Botânica de praticamente todas as principais universidades brasileiras que tenham a pesquisa em suas atribuições.

As xilotecas costumam compor redes de cooperação mútua, trocando amostras, informações, treinamento e serviços. Existe um muito conhecido texto escrito em 4 edições por William Louis Stern, que procura relacionar e descrever as principais e renomadas xilotecas do mundo, designando cada uma com uma sigla alfabética. O livreto "Index Xylariorum - Institutional wood collections of the world" foi publicado pela primeira vez em 1957 e depois teve edições em 1967, 1978 e 1988. Mais recentemente, foi atualizado por Lynch & Glasson e está abaixo disponibilizado. Os termos xylariorum, xylarium, xylaria ou xylotheque são reconhecidos para expressar em inglês as coleções de madeiras. A nível mundial algumas das mais famosas xilotecas estão localizadas na Yale University (USA), Forest Products Technology Research and Development Center (Indonésia), CSIRO - Forestry and Forest Products (Austrália), Forest Products Laboratory (USA), etc. Existe inclusive uma associação mundial de colecionadores de madeiras, a International Wood Collectors Society (http://www.woodcollectors.org/).


Colecionar madeiras é algo que estimula mesmo os colecionadores amadores, como o meu caso. Iniciei minha pequena coleção particular de peças de madeira ainda quando estudante e a continuei ao longo de minha carreira. Acredito que tenho hoje algumas centenas de peças, que me permitiu inclusive criar uma seção sobre madeiras em meu website http://wwww.celso-foelkel.com.br. Não é uma coleção grande, mas sinto muito orgulho dela, pois me permite interagir e ter empatia pelas madeiras que ela abriga. A Física Quântica costuma explicar essa empatia entre objetos e pessoas, pela interação de ondas físicas emitidas e trocadas entre ambos. Eu, que sou dos ramos de colecionadores de coisas e da tecnologia da madeira, não poderia ter deixado de ter uma coleção de madeiras. Tenho também uma celuloseteca de polpas de celulose, bem maior, talvez com mais de mil amostras e respectivas fichas técnicas, mas esse é um outro tema para mais tarde.

Só a xiloteca "Calvino Mainieri" do IPT/SP reporta ter quase 20.000 peças diferentes catalogadas. Com a vantagem de que suas fichas técnicas estão disponibilizadas online para navegação pelas partes interessadas. Praticamente todas as xilotecas possuem fichas técnicas das peças de suas coleções. Essas fichas acabam sendo transferidas ao domínio público e diversos websites e blogs madeireiros as divulgam, Tentaremos lhes dar algumas indicações de onde as encontrar mais adiante nessa seção.

Conheçam então algumas referências de xilotecas brasileiras e mundiais para que possam se maravilhar com a beleza de suas coleções de madeiras, ou então para se buscar o conhecimento que estejam demandando para o trabalho ou utilização das madeiras.

Xiloteca/Xylotheque. Enciclopédia Virtual Wikipédia. Acesso em 28.10.2010:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xiloteca (em Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Xylotheque (em Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Xiloteca (em Espanhol)

Xiloteca "Madeiras Brasileiras" do Laboratório de Produtos Florestais do IBAMA. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira/introducao.htm (Página de abertura)
http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira/pesquisa.php?idioma=portugues (Pesquisa online sobre madeiras brasileiras)


Xiloteca "Calvino Mainieri" - IPT/SP. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.ipt.br/institucional/campanhas/4voce_sabia_que_o_ipt
_foi_pioneiro_na_identificacao_e_aplicacao_das_madeiras_brasileiras.htm

http://www.ipt.br/consultas_online/informacoes_sobre_madeira/busca (Pesquisa online sobre madeiras e suas fichas técnicas)


Xiloteca REMADE - Revista da Madeira. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.remade.com.br/br/madeira_especies.php (Pesquisa online sobre muitas espécies lenhosas)

The Inside Wood Database. (USA). Acesso em 28.10.2010:
http://insidewood.lib.ncsu.edu/ (Webpage)
http://insidewood.lib.ncsu.edu/search.0;jsessionid=e558fed3918ba0be28246d159c77 (Pesquisa na base de dados)
http://insidewood.lib.ncsu.edu/results.12 (Pesquisando Eucalyptus na base de dados)

MADw - Madison Wood Collection - USDA/FS - Forest Products Laboratory. (USA). Acesso em 28.10.2010:
http://www.fpl.fs.fed.us/research/centers/woodanatomy/madw_collection.php
http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/pdf1999/mille99a.pdf (Xylaria at Forest Products Laboratory. R.B. Miller. 13 pp. 1999)
http://www.fpl.fs.fed.us/search/madw_request.php (Pesquisa em MADw)
http://www.fpl.fs.fed.us/search/madwsearch_action.php?sorting_rule=
1u&phrasesAndKeywords01=&phrasesAndKeywords02=eucalyptus&
phrasesAndKeywords03=&phrasesAndKeywords04=&phrases
AndKeywords05=&phrasesAndKeywords06=
(Pesquisa sobre Eucalyptus)

Timber. Species information. Timber Building in Australia. (Austrália). Acesso em 28.10.2010:
http://oak.arch.utas.edu.au/tbia/techinfo_search.asp?area=species (Para pesquisar espécies de árvores)

IAWA - International Association of Wood Anatomists.
(Bélgica). Acesso em 28.10.2010:
http://bio.kuleuven.be/sys/iawa/LINKS.HTM (Links com catálogos de madeiras e cursos básicos de estrutura e anatomia)
http://www.kew.org/collections/wood-index/Index_Xylariorum4.htm (Index Xylariorum 4 - Atualização por A.H. Lynch; P.E. Glasson)
http://www.kew.org/collections/wood-index/Index_Xylariorum4.htm#Brazil (Conheçam as 18 xilotecas referenciadas existentes no Brasil)


Xiloteca "Walter A. Egler" do Museu Paraense "Emílio Goeldi". (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.museu-goeldi.br/ (Website museu)
http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/bmpegscn/v1n1/v1n1a07.pdf (Sobre a xiloteca do museu por C.N. Fonseca e colaboradores. 76 pp. 2005)
http://scielo.iec.pa.gov.br/img/revistas/bmpegscn/v1n1/pdf/1a07a1.pdf (Anexo com espécies e dados gerais)
http://www.unama.br/Colunas/ServletVerArquivo?idColuna=336 (XiloMAM - Xiloteca virtual das madeiras amazônicas)


Xiloteca do Universidade Federal do Amazonas. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.conhecendoamadeira.com/xiloteca/xilo.php
http://www.conhecendoamadeira.com/xiloteca/ (Para pesquisar madeiras pelo nome)


Xiloteca do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.inpa.gov.br/colecoes/colecoes2.php
http://www.inpa.gov.br/downloads/madeiras.php (Espécies estudadas)


Xiloteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.jbrj.gov.br/colecoes/xiloteca/index.htm#xiloteca

Xiloteca "Octávio Vecchi" do Instituto Florestal do Estado de São Paulo. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.iflorestal.sp.gov.br/institucional/dasonomia/colecoes.asp

Xiloteca "Manuel Soler". (Espanha). Acesso em 28.10.2010:
http://www.xiloteca.com/default.asp (Home page)
http://www.xiloteca.com/publicaciones.asp (Publicações)
http://www.xiloteca.com/enlaces.asp (Links com outras xilotecas)


Sobre a madeira: algumas espécies de árvores brasileiras. SINDIMASP - Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Estado de São Paulo. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.sindimasp.org.br/conteudo/madeira/madeira.asp (Com fichas técnicas de cada espécie de madeira relacionada)

Conhecendo a Madeira. Blog de Álefe Viana
. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.conhecendoamadeira.com/blogs
http://www.conhecendoamadeira.com/categories/Esp%C3%A9cies-florestais/ (Espécies de madeiras originadas de espécies florestais)


Conhecendo as madeiras de eucalipto. Portal da Madeira.
(Portugal). Acesso em 28.10.2010:
http://portaldamadeira.blogspot.com/2010/03/especies-de-madeira-eucalipto.html

Amostras de madeiras. Laboratório de Pesquisas Florestais. UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. (Portugal). Acesso em 28.10.2010:
http://www.cifap.utad.pt/LPF_amostras_mad.htm (Excelentes lâminas de madeiras de diversas espécies florestais, inclusive de Eucalyptus e Pinus)

Espécies de madeiras de folhosas. AHEC - American Hardwood Export Council.
(USA). Acesso em 28.10.2010:
http://www.porthuseventos.com.br/ahec/especies.php

Projeto Xyloteca EcoData. (Itália). Acesso em 28.10.2010:
http://www.netsilva.org/silvasito/Arsia/Xyloteca.htm
http://www.netsilva.org/silvasito/File/xyloteca.zip (Apresentação em arquivo compactado)


Paisagens em anatomia de madeiras. Website de Celso Foelkel. (Brasil). Acesso em 28.10.2010:
http://www.celso-foelkel.com.br/fotos_madeira.html

IWCS - International Wood Collectors Society. (USA). Acesso em 28.10.2010:
http://www.woodcollectors.org/ (Website)
http://www.woodcollectors.org/collect.htm (Colecionando madeiras)
http://www.woodcollectors.org/publications.htm (Publicações)


Criação de uma xiloteca electrônica (e-xiloteca) tropical e sua utilização para identificação e caracterização de madeiras com fins científicos e econômicos. F.M.S. Bessa. Tese de Doutorado. Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior de Agronomia. 368 pp. (2009)
http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/bessa,fms-d.pdf

Diretrizes e estratégias para a modernização de coleções botânicas brasileiras: infra-estrutura, capacitação e gestão da informação. L.C. Maia; M. Menezes; A.L. Porto; M.R. Barbosa. Apresentação em PowerPoint:29 slides. (s/d)
http://www.cria.org.br/cgee/col/apresentacoes/ColecoesBotanicas.ppt

Xilotecas brasileiras: panorama atual e contextualização. (Sem referência de fonte, data e autor)
http://www.cria.org.br/cgee/documentos/xilotecas.doc

Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos
por Ester Foelkel

(http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html)

Madeira de Demolição: Novos Usos e Vantagens para a Madeira dos Eucaliptos *

A preocupação com a conservação do meio ambiente cresce a cada dia, em proporção similar ao aumento do número de consumidores conscientes. Dessa forma, a busca por produtos e serviços mais sustentáveis, que tenham sido produzidos de forma racional, ecologicamente correta e com menores impactos no ecossistema, estão em ascensão nos mercados (Spezia, 2008). A produção de itens denominados “amigos da natureza” pode ser encontrada já em escala cada vez mais significativa no setor de base florestal. A própria madeira que é um recurso natural renovável, deve ser utilizada da forma mais racional e correta possível, evitando assim o seu desperdício. Dessa forma, o uso de seus resíduos para a produção de novos produtos no mercado e agregação adicional de valor na economia das indústrias madeireiras é uma forte opção (ecologicamente correta); conduzindo-se a um descarte adequado das sobras madeireiras. A madeira reciclada é um exemplo de uso correto desse bem, pois, além de ter um mercado bastante amplo, sendo utilizada basicamente para os mesmos fins da madeira comum, também apresenta outros benefícios econômicos, sociais e principalmente ambientais (Wiltsee, 1996).

A madeira de demolição é um dos principais resíduos gerados em desmonte ou remodelação de prédios, casas, instalações e indústrias antigas que necessitam ser demolidos ou renovados para que a área urbana atenda outras finalidades. Ao contrário dos resíduos gerados nas serrarias; os de demolição, em especial a madeira, são considerados resíduos sujos, sendo comum haver partes apodrecidas, danificadas, pintadas com tintas variadas, atacadas por térmites e havendo quantidades indeterminadas de pregos e outros objetos perfurantes nelas inseridos (Falk e McKeever, 2004). Isso faz com que a separação da madeira no meio dos entulhos de concreto e outros materiais demolidos seja uma atividade cansativa e que muitos empreiteiros, infelizmente, ainda não realizam com freqüência. Porém, essa realidade está se modificando, principalmente pelas vantagens sócio-ambientais que a madeira de demolição pode trazer.

A reutilização da madeira de demolição diminui a necessidade de cortes de novas árvores, além de atenuar o volume de lixo nos aterros sanitários e industriais. Muitas vezes, a madeira pode ser descartada de forma imprópria, gerando poluição do solo, do lençol freático e da atmosfera, caso seja queimada inadequadamente. Assim, o reaproveitamento desse resíduo pode ajudar na fixação de carbono, gerando novos produtos que são cada vez mais procurados e apreciados no mercado por serem ambientalmente corretos e por terem apelo ecológico. A busca por madeiras de demolição também cria novos postos de trabalho, gerando novas indústrias, beneficiando comunidades, já havendo grande versatilidade para as aplicações desse tipo de resíduo na indústria (USDA, 2002).


Os principais resíduos da madeira encontrados em edificações antigas em demolição são: portas, vigas, peças estruturais de paredes e telhados, corrimãos, janelas, pisos, assoalhos, escadas, cercas, postes, moirões, estacas, dormentes, entre outros (Falk e McKeever, 2004). De acordo com Taylor e Warnken (2008), muitos dos resíduos de demolições estão estilhaçados, em pedaços e misturados com pedaços de concreto, plásticos, papel e até mesmo alguns resíduos tóxicos. Nesse último caso, a madeira se torna imprópria para ser reaproveitada. Páletes, dormentes de estradas de ferro, cruzetas de madeira retiradas de postes elétricos e restos de embalagens de madeira também são importantes resíduos gerados pelo ser humano e que também são considerados madeiras de demolição (USDA, 2002). A construção civil utiliza cada vez mais a madeira do eucalipto em substituição às madeiras de consistência dura das árvores nativas. Logo, os eucaliptos já estão sendo encontrados em muitos elementos conhecidos como madeiras de demolição, tais como páletes, dormentes, móveis, postes, moirões de cerca, etc. Dessa maneira, esse texto técnico objetiva agregar maiores informações sobre esse resíduo madeireiro que para muitos é uma importante matéria-prima e fonte de renda adicional em produtos mercadológicos, muitas vezes completamente novos e inusitados.

Segundo USDA (2002) as principais utilizações da madeira de demolição são:

- Para uso como madeira

A reutilização da madeira de demolição como elemento estrutural de novas construções, ou como peça de projetos arquitetônicos é o primeiro dos objetivos, tentando resgatar sua utilização original. Essa finalidade, inclusive é a que agrega maior valor ao resíduo. Se a destinação da madeira de demolição for relacionada com a estrutura de uma construção civil, recomenda-se inspeção e certificação, feita por um especialista em madeiras serradas para a garantia da sua qualidade mecânica e física (USDA, 2002).

Em grande parte do mundo, inclusive no Brasil, a madeira de demolição já é bastante empregada para a elaboração de móveis, especialmente os de padrão de maior rusticidade. Esses são cada vez mais procurados e apreciados, não apenas pelo apelo ambiental que possuem, mas também pela qualidade, rusticidade, beleza e conforto. Muitos arquitetos utilizam a madeira de demolição em suas criações e designs, acreditando que o aspecto envelhecido da madeira gera um ambiente mais aconchegante, principalmente para residências (Martins, 2009).

No Brasil, a madeira de demolição proveniente de casarões antigos é separada por empreiteiros que em alguns casos, conseguem bom valor pelas peças, pois muitas das espécies nativas comumente utilizadas no passado são raríssimas de serem encontradas na atualidade. Suas árvores remanescentes nas matas e florestas brasileiras são hoje protegidas por lei. Dessa forma, podem ser ainda encontradas madeiras de demolição de cedro, ipê, jacarandá, peroba do campo, peroba rosa, canela preta, pinho de riga, dentre outras. Logo, o que seria descartado junto aos entulhos nos aterros de lixo passa a ser reciclado, conseguindo valores bastante interessantes no mercado. Muitas das madeiras retiradas de demolições estão em bom estado, mesmo tendo mais de cem anos de idade (Martins, 2009). Da madeira de demolição podem ser fabricados móveis como: cadeiras, mesas, molduras de espelhos, armários, biombos, camas, sofás, bancadas, deques de piscinas e passarelas de jardins (Cruzetas..., 2010). Muitos artistas plásticos também têm a madeira de demolição como matéria-prima para quadros e esculturas. Arquitetos que trabalham com madeira de demolição acham que, desde que o ambiente esteja harmônico, os móveis desse tipo de matéria-prima podem ser complementados com outros elementos modernos contendo madeiras novas ou reconstituídas (Martins, 2009). Segundo um arquiteto entrevistado por esse autor, as pessoas estão buscando móveis diferenciados, duradouros e com aspecto de envelhecido; contudo, com qualidade. Essas características podem ser encontradas nos móveis de madeira de demolição.

O aumento da demanda, a raridade de algumas madeiras encontradas, assim como a dificuldade da separação dos entulhos, fazem com que os preços desses produtos sejam freqüentemente elevados no mercado (Santana, 2010; Baraúna, 2009). Porém, existem móveis de demolição feitos com madeiras menos raras, como é o caso do eucalipto, gerando produtos com valores mais acessíveis e possuindo todas as vantagens ambientais, sociais e econômicas encontradas na madeira de demolição. Muitos dormentes, postes e cruzetas feitas de eucalipto são utilizados na construção de móveis e em acessórios para piscinas, como pisos, bancadas e deques (Cruzetas..., 2010).

Taylor e Warnken (2008) relataram que na Austrália, já existem empreendedoras especializadas na separação de madeira e outros materiais de demolição, havendo também websites na internet que orientam sobre a aquisição e certificação de madeiras de demolição. A agregação de valor na madeira de demolição (que muitas vezes é desprezada) é significativa, principalmente quando essa madeira serve novamente como matéria-prima para os fins nobres da movelaria. Inclusive, há casos que a madeira de demolição vale mais do que a madeira nova (Turek, 2009).


Segundo Baraúna (2009), além dos móveis, pisos, esquadrias, forros e outros objetos de decoração que podem ser confeccionados com madeira de demolição, essa é também bastante versátil para a arquitetura, recebendo tratamentos diferenciados e possibilitando mudar o aspecto de ambientes com o passar dos anos.

- Para uso como matéria-prima de madeira engenheirada ou reconstituída

Pedaços pequenos de madeira provenientes das obras de demolição podem ser separados e reaproveitados para a fabricação de chapas e painéis de madeira reconstituída. Nesse processo, pedaços pequenos de madeira (serragem ou lascas) recebem tratamento térmico junto com a adição de colas, resinas e de outros produtos químicos formando um painel à base de madeira (USDA, 2002). Um dos principais painéis que podem ser formados a partir da madeira de demolição é o OSB ("Oriented Strand Board"), um dos menos exigentes em termos de sua matéria-prima.
De acordo com Taylor e Warnken (2008), as chapas MDF ("Medium Density Fiberboard") também podem ser fabricadas com madeira de demolição. Seus cavacos recebem tratamento que combina desagregação mecânica, calor e umidade, estando posteriormente prontos para serem agregados em um novo painel. Muitos páletes velhos e embalagens danificadas de madeira que não podem mais ser reaproveitados para a função, são considerados importantes resíduos madeireiros. Eles também podem ser reaproveitados para a fabricação de chapas e painéis. Já existem empresas que picam a madeira dos páletes em máquinas especializadas, retirando posteriormente os metais como pregos com ímãs. Depois, os cavacos e pedaços maiores de madeira já partem para o processo de formação dos painéis, indo para novos trituradores e peneiras separadoras de partículas (Biblioteca..., 2010).


Fábricas no Reino Unido já são capazes de processar 80% do resíduo de madeira recolhido no pós-consumo. O pó da madeira de demolição gerado na picagem também não é desperdiçado, sendo compostado para a geração de adubos na agricultura ou queimado como combustível (Biblioteca..., 2010).

- Como material básico para compostagem e adubação orgânica

Serragem e pó de madeira gerados de resíduos de demolição são excelentes fibras para a compostagem, sendo necessária a adição de nitrogênio (encontrado no esterco animal) para sua estabilização e decomposição mais eficiente e rápida. Após, o composto orgânico gerado pode ser empregado na adubação de plantas (USDA, 2002).

- Como biomassa combustível

De acordo com Biblioteca... (2010), muitas partes da madeira de demolição não podem ser reaproveitadas para uso nobre. Portas podres, laminados e revestimentos para pavimentos e sobras do processamento dessas madeiras não apresentam mais condições físicas e mecânicas para terem novamente a função de madeira. Assim, a melhor destinação para tais resíduos, em alguns casos, ainda é a queima para a geração de energia em caldeiras de fábricas (USDA, 2002).

Em todos os casos de reuso das madeiras de demolição, é importante ter atenção para o fato dessa madeira ter sido tratada com algum produto preservativo químico que possua níveis residuais (por exemplo: creosoto, pentaclorofenol, cromo, cobre, boro ou arsênio e que possam apresentar toxidez). Nesses casos, a destinação do resíduo precisa ser reavaliada, sendo que para algumas finalidades esse tipo de madeira pode não ser recomendada.

A madeira ecologicamente correta é cada vez mais procurada por consumidores conscientes, os quais exigem que os produtos que consomem sejam os mais sustentáveis e naturais possíveis. Dessa forma, a madeira de demolição está ”na moda”, principalmente pelo reaproveitamento de resíduos agregando valor a uma sobra que poderia ser descartada de forma inadequada. O uso da madeira de demolição para fins arquitetônicos é um dos mais nobres e valiosos, podendo atingir valores econômicos muito atrativos. Muitos móveis de madeira de demolição têm sua matéria-prima retirada de casarões antigos, possuindo toda uma história por trás de cada peça, as quais muitas vezes apresentam até mais de 200 anos de idade. Isso, também é muito apreciado pelos compradores, que querem conhecer detalhes da espécie, idade e qualidades intrínsecas das madeiras. De acordo com USDA (2002), a venda de madeira de demolição para a construção civil, fins artísticos, estruturais ou arquitetônicos, pode gerar receita 20 a 30 vezes superior do que a mesma quantidade vendida para combustão ou para compostagem. O mesmo autor comentou que a madeira de demolição utilizada para a produção de painéis possui resultados até quatro vezes maiores com relação à sua venda para a geração de energia e adubação.

Apesar das grandes vantagens que a madeira de demolição apresenta e do seu crescente uso em todo o mundo, inclusive no Brasil, ainda existem pessoas que desconhecem esse produto. Assim, a reutilização da madeira deveria ser incentivada por órgãos públicos e privados, através de propagandas e pesquisas. Tais medidas ajudariam a incentivar a separação correta dos restos de madeira de construções civis em processo de demolição. Esses resíduos teriam os melhores destinos ambientais possíveis, principalmente pelas novas oportunidades que seriam oferecidas às madeiras separadas. O que seria entulho passa a ser matéria-prima nobre e valiosa. Exatamente como prega a ecoeficiência.

Aos interessados no tema, segue abaixo uma série de artigos técnicos, científicos, notícias, vídeos e websites de empresas especializados em madeiras de demolição. Conheçam o incrível trabalho que é feito na transformação desses resíduos madeireiros em produtos de maior valor agregado.


IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica.
Acesso em 25.10.2010:
http://www.idhea.com.br/
http://www.idhea.com.br/ecoprodutos.asp (Ecoprodutos)

Contruir com resíduos. M.A. Urueña. IDHEA. 01 pp. Acesso em 25.10.2010:
http://www.idhea.com.br/pdf/marioh.pdf

Materiais ecológicos e tecnologias sustentáveis
. Práticas e aplicações. IDHEA. Disponível em Scribd. Acesso em 27.09.2010:
http://www.scribd.com/doc/15920165/Materiais-Ecologicos-e-
Tecnologias-Sustentaveis-Praticas-e-Aplicacoes

Cruzetas de madeira reciclada. Website Cruzetasdemadeira.com. Acesso em 27.09.2010:
http://www.cruzetasdemadeira.com/

Arte em madeira de demolição. Canal de Inariwei. Youtube. Acesso em 27.09.2010:
http://www.youtube.com/watch?v=m4Bw1zBARS4

Torneando coluna. Parte 3. Canal de JorgeIzidoro. Youtube. Acesso em 27.09.2010:
http://www.youtube.com/watch?v=5z92dY9qge0

Madeira de demolição. Canal de Hades2206. Youtube. Acesso em 22.09.2010:
http://www.youtube.com/watch?v=7onA7T5hXzU&feature=related

Madeira de demolição. Pesquisa em Youtube. Acesso em 22.09.2010:
http://www.youtube.com/results?search_query=%22
madeira+de+demoli%C3%A7%C3%A3o%22&aq=f

Madeira de demolição. Blog. Acesso em 22.09.2010:
http://madeiradedemolicao.wordpress.com/
http://madeiradedemolicao.wordpress.com/2009/11/12/
video-cruzetas-de-madeira-deck-de-cruzetas/
(Vídeo: Cruzetas de madeira)

Madeira de demolição. Website especializado. Acesso em 22.09.2010:
http://www.madeiradedemolicao.com/

Como transformar casa antiga em arte. Madeiradedemolicao.com. Acesso em 22.09.2010:
http://www.youtube.com/watch?v=ALgZqDu8Tjo

Processo para reciclagem e reutilização. Biblioteca FHM Zero-C. (2010)
http://www.zero-c.com.br/index.php/index.php?option=
com_content&view=article&id=16:processo-para-reciclagem-
e-reutilizacao-da-madeira-no-reino-unido&catid=34:eco-construcao

Madeira de demolição. R. Santana. Sustentáculos. (2010)
http://sustentaculos.com.br/2010/06/madeira-de-demolicao/

Madeira de demolição é tendência em Itaipava. M. Martins. Comunicação e Informação. (2009)
http://mrcomuninfo.blogspot.com/2009/02/
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http://www.portaldomeioambiente.org.br/index.php?option=
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de-demolicao-na-sua-casa&catid=3:ecoreleases&Itemid=692

Madeira para revestir paredes. C. Turek. Reciclagem. Vila do Artesão. (2009)
http://viladoartesao.com.br/blog/2009/02/madeira-para-revestir-paredes-reciclagem/

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Madeiras ecológicas. M. Spezia. Jornal da Comunidade. Decor. 01 pp. (2008)
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http://www.ingurumena.ejgv.euskadi.net/r49-4892/es/contenidos/
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Evaluation of the market development potential of the waste wood and wood products reclamation and reuse sector. BFM Ltd; BRE Ltd. The Waste and Resources Action Programme. 125 pp. (2004)
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http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/pdf2004/fpl_2004_falk001.pdf

Successful approaches to recycling urban wood waste. USDA - United States Department of Agriculture. Solid Waste Association of North America. General Technical Report 133. 22 pp. (2002)
http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/fplgtr/fplgtr133.pdf

Urban wood waste resource assessment. G. Wiltsee. 227 pp. (1998)
http://www.p2pays.org/ref/19/18947.pdf

Certificación LEED de edifícios sustentables. Materiales y recursos. Miranda y Nasi Consultores Ltda. Apresentação em PowerPoint: 113 slides. (s/d = Sem referência de data)
http://www.cchc.cl/DATA/Fotos_Link/3%20Charla%20LEED.pdf

Sustainable design and wood. A wood frame building performance fact sheet. Forest Products Association of Canada. 08 pp. (s/d)
http://www.cwc.ca/NR/rdonlyres/D00B2700-00D0-4559-8658-858F35610C76/0/SustainableDesign.pdf

Imagens sobre madeiras de demolição inclusive de eucalipto:

http://www.bichodamadeira.com.br/ (Móveis de madeira de demolição)
http://www.velhobrasil.com/?gclid=CI21tt_Fm6QCFcde7AodLUGxFg (Móveis de madeira de demolição)
http://viladoartesao.com.br/blog/2010/08/madeira-de-demolicao
-em-bancadas-e-banheiros/
(Madeira de demolição em banheiros)
http://www.assoalhodemadeira.com.br/index.php?
page=shop.product_details&category_id=33&flypage=shop.flypage&product_id=
151&option=com_virtuemart&Itemid=33
(Dormente de eucalipto)
http://www.google.com.br/images?q=%22madeira+de+demoli%C3%A7%C3%A3o%22&um=
1&hl=pt-BR&rlz=1I7RNTN_pt-BR&tbs=isch:1&ei=-dugTPr4OsH38AaqhdybDQ&sa=
N&start=0&ndsp=20
(Madeira de demolição - Imagens Google)
http://www.assoalhodemadeira.com.br/index.php?page=
shop.product_details&category_id=2&flypage=shop.flypage&product_id=61&option=
com_virtuemart&Itemid=33
(Deques de madeira de demolição)
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=demolition+wood&rlz=1I7RNTN_pt-
BR&um=1&ie=UTF-8&source=univ&ei=vISgTLimDsL78AaM3JSMDg&sa=X&oi=
image_result_group&ct=title&resnum=1&ved=0CCUQsAQwAA
("Demolition wood" - Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?num=100&hl=pt-BR&rlz=1I7RNTN_pt-BR&q=
%22madera%20de%20demolici%C3%B3n%22&um=1&ie=
UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi
("Madera de demolición" - Imagens Google)


*Agradecemos aos amigos das madeiras de demolição, senhores Anderson e Júnior, da empresa Bicho da Madeira, pela oportunidade que me deram para conhecer seu processo de manufatura de móveis a partir de madeira de demolição e pelas fotos de seus produtos, uma das quais de um móvel de eucalipto servindo para abertura dessa seção.

Mini-Artigo Técnico por Celso Foelkel

Indicadores de Desempenho e de Produtividade para Fábricas de Celulose e Papel de Eucalipto

O setor de celulose e papel vem gradualmente modificando sua distribuição geográfica frente às vantagens comparativas e competitivas que algumas regiões e empresas desfrutam. Uma indústria, que durante dezenas de anos esteve fortemente concentrada no Hemisfério Norte (Europa, América do Norte e Japão), tem aos poucos perdido importância para regiões em forte crescimento no Hemisfério Sul e para os países denominados pela sigla BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Essa mudança tem suas razões associadas às performances das empresas de celulose de mercado e de fabricação de papel nessas regiões de recente emergência papeleira, além de outras vantagens sistêmicas que essas regiões conseguiram resolver, tais como legislação, licenciamentos, imagem, política monetária, financiamentos, infra-estrutura e logística, burocracia, solidez política e financeira, etc.

Entretanto, a grande força motriz de crescimento desse setor e de suas empresas nessas países emergentes tem sido a competência em desempenhar bem no que são os fatores-chaves de competitividade setorial. Qualquer empresa do setor de papel e celulose para ser competitiva precisa estar performando pelo menos acima da média global de produção para o produto que fabrica. Em nosso caso, os fatores-chaves de competitividade são claramente conhecidos e disputados. Dentre eles, destacam-se: custos unitários de fabricação (fixos e variáveis), qualidade e performance do produto, produtividade e desempenho operacional, logística de distribuição, imagem empresarial, saúde ambiental e saúde financeira. Quando uma empresa vai bem nesses quesitos, ela rapidamente tende a crescer e aumentar capacidade, ganhando com isso maior participação nos mercados ("market share"). As instituições financeiras e os investidores acompanham atentamente essas performances, inclusive a operacional, pois isso tem reflexo imediato no valor de suas ações nos mercados de capitais e bolsas de valores.

Empresas vencedoras são aquelas que conseguem associar boas e adequadas estratégias (eficácia) com gestão de suas operações (eficiência). Elas conseguem com sucesso selecionar as estratégias (escolha das coisas a fazer), assim como ter eficiência nas operações (fazer muito bem as coisas eleitas). Alcançada essa integração estratégia/gestão, conseguem agregar mais valor que os competidores e passam a atuar no mundo do mais (crescimento, desenvolvimento, sucessos) e não no mundo do menos (batalha diária pela sobrevivência e sobressaltos constantes).

Entretanto, a verdadeira competitividade empresarial não depende somente da empresa, mas também do país e da região onde está localizado o negócio. Já se foi o tempo em que uma empresa conseguia ser vencedora explorando os recursos naturais locais e situada em região miserável, pobre e sem infra-estrutura para atender a felicidade de seus trabalhadores.

A globalização da economia tem forçado as empresas a serem cada vez mais competitivas. Isso porque elas precisam hoje competir não apenas no exterior, pela exportação de seus produtos, como também em seus próprios mercados regionais (que podem livremente importar produtos de fora se forem melhores e/ou de menores preços).

Os grandes gurus da administração afirmam que uma empresa para ser competitiva precisa atuar nas seguintes áreas estratégicas:

• gestão e estratégia;
• integração e otimização dos processos produtivos;
• fortalecimento e desenvolvimento de agregados industriais dentro de sua rede de valor;
• monitoramento do seu desempenho em relação aos concorrentes diretos ("benchmarking") e mesmo em relação aos produtos alternativos disponíveis no mercado;
• estímulo à capacidade de inovação e criatividade, especialmente nos aspectos tecnológicos e mercadológicos.

Empresas pouco competitivas são facilmente reconhecidas porque:
• não possuem estratégias e planejamentos consistentes;
• atuam de forma atabalhoada em diversos ramos e mercados, "atirando a esmo para ver se atingem algo, mesmo sem saber o que";
• têm cultura empresarial mista e variada entre seus gestores;
• não conseguem o envolvimento e a integração de sua equipe na busca das metas e desafios estratégicos, nem tampouco para atingimento das mínimas melhorias contínuas requeridas;
• não mostram crescimento (empresas com problemas não mostram sinais de obras e construções - ficam estáticas no tempo);
• possuem índices de produtividade inadequados;
• possuem desempenho tecnológico, empresarial e mercadológico inadequados;
• não têm credibilidade nos fóruns onde atuam.


Dessa forma, tanto a seleção de suas opções estratégicas bem como a competência em operar e gerenciar corretamente os seus processos são coisas vitais para o sucesso competitivo das empresas do setor de celulose e papel. Para que possam identificar seu nível de competitividade, elas precisam ter adequados e continuados mecanismos de monitoramento de seus indicadores chaves de performance ou desempenho. Esse desempenho acima da média, ou mesmo excepcional, deve ser buscado em todas as áreas da empresa: produção, materiais, comercialização, tecnologia, financeira, ambiental, florestal, etc. Evidentemente, sem uma eficiente integração das mesmas e sem um rumo em relação aos indicadores de desempenho, fica muito difícil nos dias de hoje para se fazer uma gestão vencedora.

Existem definitivamente muitas palavras importantes associadas a bons resultados empresariais. Para cada uma delas a empresa deve ter indicadores que permitam monitorar e avaliar em que situação ela performa. Vejam de uma forma simples onde isso deve estar focado pela simples menção de palavras e frases: produção, preço, custos, margens de contribuição por produto, estoques, mercados, capital de giro, lucro, resultados, clientes, qualidade, produtividade, melhorias contínuas, boas práticas, tecnologia, informação, conhecimento, experiência, capacitação, recursos e matérias-primas, processos vitais, logística, estratégias, visão, foco, planejamento, organização, agregação de valor, eficiência operacional, flexibilidade, "timing" (tempo de resposta), processo decisório, escala de produção, riscos, desperdícios, ameaças, oportunidades, marca, imagem, gente/pessoas, ecoeficiência, etc.

Como praticamente todas as empresas brasileiras desse setor estão certificadas pelas normas das séries ISO para sistemas de gestão da qualidade e do meio ambiente, todas desenvolveram seus indicadores vitais (ou não tão vitais) para monitoramento de seus sistemas produtivos. Com isso podem não apenas checar suas performances, mas também estabelecer comparações com seus pares e eventualmente, com seus competidores.

A competitividade do setor de papel e celulose de eucalipto do Brasil depende fundamentalmente dos seguintes itens:

• produtividade florestal;
• custo da madeira e das fibras celulósicas;
• custo unitário de produção;
• custo caixa do produto;
• custo e disponibilidade de capital;
• efetividade no uso do capital;
• necessidades de capital de giro;
• modernização das fábricas;
• expansão de capacidade e aumento de escala produtiva;
• tecnologia estado-da-arte;
• "market share" ou domínio de fatia do mercado;
• saúde e conformidade legal;
• saúde financeira (gestão do caixa e do capital a ser despendido);
• EBTIDA;
• saúde e conformidade ambiental;
• eficácia nas estratégias;
• eficiência nas operações;
• produtividade na linha de produção;
• qualidade dos produtos;
• competências vitais na empresa;
• logística de distribuição;
• relacionamento e cooperação com clientes;
• inovação e pesquisa e desenvolvimento;
• criação de valor para a empresa e para o consumidor;
• portfólio de produtos, etc.

Para todos esses fatores, as empresas necessitam ter desempenhos exemplares. Isso demanda a construção de indicadores para cada fator, não muitos em cada caso, apenas os mais importantes. Todas as empresas buscam fazer isso, algumas com maior ou menor grau de sofisticação. Algumas se apóiam fortemente nas tecnologias de informação, mas isso apenas não basta. Há que se dialogar com os dados e processos e saber interpretá-los, senão só teremos lindos e vistosos gráficos que a TI nos oportuniza construir. E nada mais.

Dentre os fatores de sucesso não se pode de maneira alguma deixar em segundo plano a qualidade tecnológica disponível e a competência que se tenha para operar e cuidar da boa manutenção dessas tecnologias.

Nesse nosso tipo de indústria existem algumas regras básicas que são muito conhecidas (e que às vezes são maldosas para a gestão executiva):

• as fábricas não podem parar pois o custo da hora parada é extremamente perverso;
• todo centavo economizado por tonelada de produto fabricado se converterá em um número expressivo no final do ano devido ao fator da escala de produção;
• o dinheiro não é um presente fornecido para se brincar com ele, mas ele exige um resultado e um retorno;
• o preço dos produtos é determinado pelas forças do mercado e pela relação de oferta/procura como para todas as demais "commodities";
• preços altos em um período não significam que não possam despencar em pouco tempo e vice-versa (ciclicidade em preços);
• os custos de fabricação dependem de nossas eficácias e eficiências;
• custos fixos unitários elevados indicam escala de produção inadequada ou ineficiências crônicas na gestão;
• custos variáveis unitários elevados indicam insumos caros ou ineficiência operacional;
• a performance operacional na manufatura dos produtos constitui-se no alicerce de todo o negócio celulósico-papeleiro. Empresas sem qualificação produtiva têm muitas dificuldades para operar nesse negócio, a não ser que privilegiadas por alguma mágica ou força oculta (se é que isso ainda possa existir em países democráticos).


Levando em conta que uma avaliação completa de todos esses fatores demandaria muito mais que um mini-artigo em nossa Eucalyptus Newsletter, vamos focar um pouco mais o desempenho operacional e a produtividade das nossas fábricas. Afinal, nossas empresas são tipicamente empresas de processo em linhas de produção simples e de poucos produtos, bem fáceis portanto de serem rastreadas e monitoradas. Além disso, nossa meta é resultar a partir de nossos produtos e não de aplicações financeiras ou de outros artifícios ou jogos financeiros.

Produtividade ou desempenho operacional estão associados a eficiências técnicas na produção e no uso de recursos escassos (insumos, energia, trabalho, etc.) na fabricação. Em geral, são relações numéricas que indicam a eficiência no uso de uma máquina, de um insumo, de uma matéria-prima, do trabalho de pessoas, etc. Indicadores de produtividade podem ser criados aos milhares, mas não se deve exagerar. Caso contrário, fica difícil a gestão e se acabam criando centrais de justificativas e explicações de números através do uso das ferramentas de informação.

A produtividade e o desempenho operacional das empresas estão por sua vez associados a alguns itens muito importantes, tais como:
• idade e nível tecnológico das máquinas;
• eficiência no uso das máquinas (conhecida como continuidade operacional);
• eficiência no uso dos insumos e da energia;
• capacitação técnica dos operadores;
• nível de automação e controles instrumentais em linha;
• práticas organizacionais (melhores práticas);
• adoção de programas de qualidade e produtividade com estímulo às melhorias contínuas;
• eficiência no processo de tomada de decisões;
• rastreabilidade dos processos; etc.

Em geral, os gestores sabem muito bem onde focar, mas sempre há algo escondido debaixo do tapete a ser descoberto. Por isso, um dos principais pontos que sempre se pode melhorar nas empresas é o fortalecimento da interpretação dos indicadores para alavancar melhorias e não para gerar justificativas. Outro ponto crucial é a necessidade de ser rápido nas decisões e ações, pois sabemos muito bem que as fábricas não podem parar e que todo centavo economizado por tonelada de produto tem enormes reflexos ao longo do tempo.
Apenas para dar um exemplo simples sobre isso, vamos entender o que significa uma hora parada em perda de receitas para uma fábrica de celulose de mercado que produza 2.400 toneladas por dia de celulose vendável. Isso significa 100 toneladas por hora. Se a fábrica ficar uma hora parada deixará no mínimo de produzir 100 toneladas, mas há outras perdas também que sequer vamos calcular aqui. Se o preço líquido de venda desse produto for de 700 US$/tonelada e o custo variável de produção for 250 US$/tonelada, teremos uma margem de contribuição unitária de 450 US$. Logo, a receita perdida por uma hora parada seria exatamente o que se deixou de receber como margem bruta horária, já que não gastamos os 250 dólares de custo variável unitário, mas também deixamos de resultar 450. Para 100 toneladas na hora o valor perdido na receita atingiria 100 x 450 = 45.000 dólares. Fácil entender então porque as fábricas não podem parar, não é mesmo?

Por essas razões enunciadas, muitas fábricas se estruturam para detalhadas avaliações da continuidade operacional, procurando entender as causas das perdas de produção e das paradas operacionais. Muitas vezes essas causas estão relacionadas às máquinas e suas manutenções, mas essas não são as únicas razões. Talvez seja mais fácil se reclamar das máquinas, materiais, matérias-primas e manutenção, mas não se enganem, há muitas outras razões. Perdas de produção e descontinuidade operacional ocorrem em todas as áreas fabris. Como nossas fábricas são na verdade redes de operações, uma área parada pode afetar outras ou até mesmo a fábrica toda. A correta identificação dos problemas operacionais, mecânicos, elétricos, instrumentais, etc. pode ajudar a melhorar a eficiência operacional e dessa forma os indicadores de produtividade.

Os programas de qualidade e produtividade possuem ferramentas simples e muito apropriadas para identificação de causas e efeitos das paradas e perdas de produção e de qualidade: gráficos de Pareto, espinhas de peixe, controles estatísticos, etc. Também os sistemas de avaliação e premiação da qualidade e produtividade, tipo critérios de excelência do PNQ - Prêmio Nacional da Qualidade (Brasil) e do Baldrige National Quality Program (USA) induzem, instruem e sugerem que se desenvolvam indicadores chaves e vitais para as operações da empresa em diversas de suas vertentes. Já o pessoal da área de controle da qualidade das fábricas são muito criativos em estabelecer indicadores de conformidade de processo e de produtos, procurando mostrar o desempenho de cada um deles em relação às especificações técnicas, refugos, perdas, desperdícios, rendimentos, etc.


Qualquer leigo em processos industriais pode facilmente enumerar algumas razões para perda de produtividade nas nossas fábricas, tais como:

• tempo excessivo de paradas das máquinas;
• diminuição das velocidades das máquinas;
• pouca confiabilidade dos equipamentos;
• excesso de manutenções;
• excessiva geração de refugos, retrabalhos, desperdícios, etc.

Também não há necessidade de ser um engenheiro de otimizações de produção para entender que a menor produtividade impactará fortemente os custos unitários de fabricação. Menor produtividade elevará tanto os custos fixos unitários (por redução da produção em mesmo espaço de tempo) como os custos variáveis (pelo aumento dos desperdícios de insumos, energia, reprocessamentos, etc.).

Hoje, existem muitas empresas de consultoria para otimizações de performance de fábricas. É um prato cheio para qualquer empresa com boa metodologia, bons profissionais e bons sistemas de avaliação e capacitação. Isso ocorre porque não há fábrica no mundo que não tenha suas ineficiências e oportunidades para melhoria. Muitas vezes, os trabalhadores e gestores estão tão acostumados com seus problemas de performance sofrível que sequer notam mais os problemas. Como nunca tiveram o cuidado de quantificar e avaliar econômica, social e ambientalmente essas ineficiências, acabam deixando isso tudo esquecido, achando que se as coisas se ajeitarão por si.


A grande e inquestionável verdade é que toda fábrica pode operar com muito menor uso de recursos/insumos, pois sempre ocorrem desperdícios que se traduzem em perdas de dinheiro e em poluição. Em qualquer local que se produza qualquer coisa sempre estaremos tendo desperdícios e rendimentos abaixo do estequiométrico. Isso é próprio do ser humano, espécie que teve seu desenvolvimento em um planeta rico de recursos que pareciam inesgotáveis. Só que agora as coisas estão mudando. A ecoeficiência é a ciência que busca encontrar e valorar essas ineficiências e propor soluções de ajustes e melhorias no uso desses recursos (que são todos recursos naturais).

Os gestores de nossas fábricas tendem muito sabiamente a associar eficiência operacional a seus custos de produção. Estabelecem então grandes e dramáticos esforços para minimização de custos, quando na verdade deveriam atuar sobre as ineficiências. Com a otimização das operações e eficiências, os custos naturalmente baixariam. Ao se trabalhar sobre os custos apenas, não estaremos atuando sobre as causas, mas sobre as conseqüências. Fácil de entender isso. O difícil é explicar por quais razões os focos gerenciais estão quase sempre sobre os custos e menos sobre as ineficiências. Seria mais charmoso? Ou de maior apelo para os altos executivos que gostam de falar a linguagem do dinheiro?

Qualquer tipo de otimização fabril vai exigir adequados sistemas de obtenção de dados e informações confiáveis, bem como lubrificados processos de tomada de decisão. O foco deve ser na produtividade, eficiência, redução de perdas, desperdícios, refugos, rendimentos, retrabalhos e também custos. Mas não apenas custos, custos e despesas, para variar um pouco as palavras. Sempre afirmei com convicção que ao se fazer uma gestão só de custos estamos na verdade fazendo uma gestão da miserabilidade e não do processo industrial em todos seus aspectos vitais.

Um bom sistema de avaliação do desempenho operacional precisa ainda buscar "separar o joio do trigo". Isso significa:

• entender e dialogar com as máquinas e operadores para conhecer as peculiaridades e gargalos/limitações do processo fabril;
• entender quais seriam as operações críticas e vitais;
• estabelecer indicadores de performance para essas operações vitais;
• entender as causas para as não-conformidades e níveis inadequados de performance;
• encontrar oportunidades de melhoria;
• valorar as mesmas em suas vantagens econômicas, ambientais e sociais;
• calcular o "pay-back" de cada oportunidade;
• decidir o que fazer;
• implementar e depois monitorar os ganhos para garantir a perpetuidade dos mesmos.

Os supervisores e os operadores de processo são pessoas chaves para ajudar a se conseguir: menores custos, altas produções, altas produtividades, qualidade compatível, meio ambiente limpo e sucesso nos negócios. Por essa razão, são as primeiras pessoas que devem ser envolvidas nos processos de indicadores de performance e otimização operacional. Os programas de capacitação, educação, treinamento e transferência de conhecimentos são peças chaves, bem como os programas motivacionais e comportamentais. Eles devem também ser os principais proponentes de novas práticas operacionais e de sugestões de melhorias.

Ainda dentro das propostas de melhores performances, o processo de benchmarking é muito valioso. Benchmarking é uma ferramenta de medição de performance que tem como meta buscar a equiparação da operação às melhores práticas e melhores performances setoriais. Entretanto, as comparações precisam ser feitas com base em uma mesma e adequada base metodológica de medições. Senão as comparações serão incorretas e levarão a conclusões falsas. Por exemplo, são comuns as medições inadequadas de produção das máquinas de papel, o que leva a erros na comparação das performances entre elas. Por essa razão, muita atenção ao se querer comparar performances entre fábricas.


Cada indicador de performance é criado com a finalidade de otimizar um processo, não é para gerar dados históricos, justificativas e nada mais. Esses indicadores precisam ser muito bem entendidos pelos que operam essas máquinas e processos. Isso só se consegue com educação, treinamento e conscientização. Também se faz necessário se dar mais tempo ao pessoal das fábricas para que possam pensar, refletir, dialogar e se integrar. A gestão sob pressão e "bafo na nuca" pode definitivamente cabrestar a mente e a inovatividade das pessoas.

Não há operador ou supervisor de fábrica que não conheça onde estão as ineficiências do processo, ou "onde se perdem recursos e insumos pelo ralo". Eles sabem muito bem sobre: insumos desperdiçados, energia jogada fora, estoques fora do normal, máquinas que param, máquinas sub ou super-dimensionadas, máquinas rodando abaixo da capacidade, refugos e desclassificações, rendimentos inadequados, medições erradas, manutenções imperfeitas, materiais inapropriados, tempos ociosos, serviços desnecessários, etc., etc. Há muita perversidade nisso tudo para o sucesso de nosso negócio. Muitas vezes as soluções são tão simples que temos até vergonha de as enunciar e dizer por que razão ainda não foram implementadas.

Antigamente, quando os mercados eram protegidos e oligopólicos, quem pagava pelas nossas ineficiências eram os clientes, a quem se destinavam preços maiores. Hoje, com a competição e globalização da economia, não temos controle algum sobre os preços. Logo, quem pagará pelas nossas ineficiências será nossa empresa, que terá maiores custos e menores lucros. Para piorar ainda mais as coisas, tudo que se desperdiça vira poluição e os custos serão ainda maiores pela necessidade de se tratar os resíduos da água, solo e emissões aéreas.

Os indicadores de performance operacional servem para abrir nossos olhos e devemos exigir isso deles. Eles são criados para dar suporte aos nossos processos de melhoria operacional. Em geral, estão ligados a consumos específicos de insumos, a eficiência de operações de máquinas e trabalhadores, a rendimentos em conversão de um material a um produto, em refugos por qualidade inadequada, etc.

No caso das máquinas de papel eles são em geral divididos em sub-índices que procuram medir:
• disponibilidade em tempo de máquina pronta para operar;
• eficiência no uso do tempo disponível;
• desempenho em relação à capacidade sustentável de fabricação para cada produto;
• rendimento em qualidade;
• perda devido ao refugo que retorna à máquina e vai ocupar espaço na capacidade dessa mesma máquina.


De uma maneira geral, os indicadores de desempenho têm a missão de escancarar oportunidades e nos permitir valorá-las para facilitar as decisões de implementação. Com base nisso, poderemos estabelecer os planos de melhorias de processo. Será a partir dai uma questão de cunho tipicamente gerencial. As decisões poderão ser a favor de se fazer algo. Mas é preciso saber o que se fazer, querer fazer e fazer bem. Mais uma vez estamos falando de eficácia e eficiência. Com isso praticado, nossas fábricas poderão ficar melhores, mais eficientes e produtivas. Resultado: nossa competitividade será ainda maior e o sucesso de nossa indústria mais duradouro.

Referências da literatura e sugestões para leitura:

Ao longo dessa longa lista de valiosas referências, vocês irão encontrar diversas publicações relacionadas ao projeto "Indicadores de Desempenho e Benchmarking" da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, muito bem estabelecido e gerenciado pelo nosso estimado amigo Dórian Bachmann. Não deixem de ler.

Benchmarking. ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Acesso em 01.11.2010:
http://www.abtcp.org.br/Pagina.aspx?IdSecao=100,101

Indicadores de desempenho. Referências ABTCP para celulose e papel. Bachmann & Associados. Acesso em 01.11.2010:
http://www.bachmann.com.br/website/ref.htm

Competitividade/gestão/estratégias/cadeias produtivas. C. Foelkel. Grau Celsius. Apresentação em PowerPoint: 51 slides. Acesso em 01.11.2010:
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/Palestras/01.%
20ABTCP.%20Resultados%20para%20operadores.%20REV02.pdf


Encontrando oportunidades de renovação nas nossas empresas de celulose e papel.
C. Foelkel. Grau Celsius. Apresentação em PowerPoint: 46 slides. Acesso em 01.11.2010:
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/Palestras/02.%20ABTCP
.%20Resultados%20para%20operadores.%20REV02.pdf


Desempenho operacional. C. Foelkel. Grau Celsius. Apresentação em PowerPoint: 34 slides. Acesso em 01.11.2010:
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/Palestras/14.%20ABTCP.%20
Resultados%20para%20operadores.Desempenho%20operacional.pdf


Gestão de custos não deve ser entendida como gestão da miserabilidade.
C. Foelkel. Grau Celsius. 04 pp. Acesso em 01.11.2010:
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/39%20final.doc

Resultados: muito além de remendos e justificativas. C. Foelkel. Grau Celsius. 06 pp. Acesso em 01.11.2010:
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/45%20final.doc

Indicadores de desempenho. Papel e celulose. Política de Desenvolvimento Produtivo. MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Acesso em 01.11.2010:
http://www.pdp.gov.br/Paginas/filtro_realatorios.aspx?palavrachave=
Celulose e Papel&path=Relat%C3%B3rios-Celulose%20e%20Papel
(Página do programa relativa ao setor de papel e celulose)
http://www.pdp.gov.br/Relatorios%20de%20Programas/Papel%20e%20Celulose.pdf (Relatório de acompanhamento - Setembro 2010)
http://www.pdp.gov.br/Relatorios%20de%20Programas/
Papel%20e%20Celulose_Desempenho.pdf
(Indicadores de desempenho setoriais)

Por qué se deteriora la productivad de una planta papelera? Jorge E. Torres C. ACOTEPAC Colômbia. Acesso em 01.11.2010:
http://www.acotepacolombia.com/wpages.php?cid=61

Sistema de gestão da produção. ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Apresentação em PowerPoint: 25 slides. Acesso em 01.11.2010:
http://www.abtcp.org.br/arquivos/File/Sistema%20de%20Gestão%20da%20Produção.pdf

Critérios de excelência 2010. Fundação Prêmio Nacional da Qualidade. 112 pp. (2010)
http://www.fnq.org.br/Portals/_FNQ/Documents/Criterios_Excelencia2010rev1.pdf

Indicadores de desempenho com o conceito do triple bottom line e a metodologia do balanced scorecard.
R.T.S. Lages; R.T.S. Lages; S.L.B. Franccedilha. VI Congresso Nacional de Excelência em Gestão. 19 pp. (2010)
http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg6/anais/T10_0258_1342.pdf

Criteria for performance excellence - 2009/2010. Baldrige National Quality Program. 88 pp. (2009)
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Prevenção de ocorrência de desvios eventuais nos processos de produção de papel e celulose - um enfoque operacional. E.S. Campos. 26º Congresso Anual de Celulose e Papel. ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. 18 pp. (1993)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/2_prevencao%20desvios%20operacionais.pdf

Produzir sem perdas: o caminho é planejar bem. (Producing without wastes: the way is well-planning). R.M. Savastano. O Papel. 02 pp.(s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/6_Producao%20sem%20perdas.pdf

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