Editorial
Bom dia
a todos vocês que nos honram com sua leitura e atenção,
Amigos,
aqui estamos com o número 42 da
nossa Eucalyptus
Newsletter.
Esperamos que essa edição esteja de seu agrado e interesse,
permitindo assim que nossos muitos leitores ganhem mais conhecimentos
e entendimentos sobre as florestas plantadas de eucaliptos e sobre
seus produtos e serviços, que são de enorme valor para
a nossa sociedade. Com mais essa edição, esperamos estar
colaborando para um maior entendimento das inúmeras vantagens
que essas magníficas árvores oferecem, porém alertamos
para que sejam plantadas em adequadas condições de sustentabilidade
e com muita responsabilidade por parte dos diferentes envolvidos nas
cadeias produtivas em que estiverem inseridas. Sempre estaremos atentos
a essas requeridas sustentabilidade, responsabilidade empresarial e
cidadania que venham sendo praticadas pelos atores do setor, além
de promovê-las e incentivá-las, até mesmo de exercer
uma interessada e cuidadosa vigilância, já que o sucesso
do plantio comercial de florestas depende muitíssimo do preenchimento
desses fatores chaves.
Temos
a lhes oferecer nessa edição mais um capítulo
do Eucalyptus Online Book. Nele discorremos sobre um novo conceito
de negócio para as fábricas de celulose Kraft – o
que vem inclusive sendo considerado como uma reinvenção
para a forma desse setor passar a atuar. Tratam-se das biorrefinarias
integradas que oportunizarão às fábricas de
celulose Kraft produzir, além da celulose e/ou papel, também
eletricidade, vapor, bioprodutos químicos e biocombustíveis.
Convido a todos que leiam o que escrevemos em: “As Biorrefinarias
Integradas no Setor Brasileiro de Fabricação de Celulose
e Papel de Eucalipto”. Trata-se de uma das mais cuidadosas
e detalhadas revisões sobre esse tema, isso eu garanto para
vocês que estiverem interessados no assunto.
Nessa edição, continuamos com nossos tradicionais “Relatos
de Vida”, onde compartilho com vocês algumas fases importantes
de minha vida profissional e das quais resultaram em interessantes
histórias sobre o setor florestal e o de celulose e papel, no
Brasil e fora dele. Dessa vez lhes conto uma experiência muito
enriquecedora para minha vida profissional e pessoal, quando estudei
nos Estados Unidos da América há cerca de 40 anos atrás.
Denominei essa seção de “Syracuse
- NY: College of Environmental Science and Forestry + Syracuse University”.
Espero que o que lhes conto na mesma possa servir de incentivo a todos
aqueles que desejem se aventurar em estudos e pesquisas em locais desafiadores
para crescimento profissional e humano.
Continuamos
nessa edição a compartilhar
com a sociedade eucalíptica os Artigos e Palestras apresentados
nos Colóquios Internacionais sobre Celulose de Eucalipto. Isso
tem sido possível graças à colaboração
do professor Dr. Jorge Luiz Colodette, que de forma muito aberta e
cooperativa nos tem permitido inserir nos nossos websites esse material
técnico, para que se perenize o acesso público a eles.
Nessa edição lhes trazemos os artigos apresentados como “Pôsteres
do Terceiro Colóquio Internacional sobre Celulose de Eucalipto – III
ICEP - Belo Horizonte – Brasil”.
Outro tema abordado nessa edição é a ênfase
que o setor brasileiro de fabricação de celulose e papel
vem dando às suas florestas plantadas de eucalipto e de Pinus,
apresentando-se em eventos globais com os seus compromissos e suas
conceituações silviculturais no que tem sido relatado
como “Plantações Florestais em Direção
a um Futuro Sustentável”, ou ainda
- “Florestas:
Coração da Economia Verde”.
Na seção "Referências
sobre Eventos e Cursos" e na seção "Contribuições
dos Leitores" lhes oferecemos algumas oportunidades de navegação
em materiais de muito valor técnico, e em outros casos, informações
interessantes e até inusitadas.
Nessa edição retorna mais uma vez a
seção “Curiosidades
e Singularidades acerca dos Eucaliptos” com escritos por Ester
Foelkel. Dessa vez ela nos
conta uma curiosidade desconhecida por muitos brasileiros que não
possuem maior intimidade com o Eucalyptus deglupta, o qual, exatamente
por ter cascas multicoloridas, é denominado de “Eucalipto
Arco-Íris”.
É muito importante que vocês naveguem
logo e façam o devido downloading dos materiais de seu interesse
nas nossas referências de euca-links. Muitas vezes, as instituições
disponibilizam esses valiosos materiais por curto espaço de
tempo; outras vezes, alteram o endereço de referência
em seu website. De qualquer maneira, toda vez que ao tentarem acessar
um link referenciado por nossa newsletter e ele não funcionar,
sugiro que copiem o título do artigo ou evento e o coloquem
entre aspas, para procurar o mesmo em um buscador de qualidade como
Google, Bing, Yahoo, etc. Às vezes, a entidade que abriga a
referência remodela seu website e os endereços de URL
são modificados. Outras vezes, o material é retirado
do website referenciado, mas pode eventualmente ser localizado em algum
outro endereço, desde que buscado de forma correta.
Esperamos
que essa edição possa lhes ser muito útil, já que
a seleção de temas foi feita com o objetivo de lhes
trazer novidades sobre os eucaliptos e que acreditamos possam ser
valiosas a vocês que nos honram com sua leitura.
Caso
ainda não estejam cadastrados para receber a newsletter e
os capítulos do nosso livro online sobre os eucaliptos, sugiro
fazê-lo através do link a seguir: Clique
para cadastro.
Estamos
com diversos parceiros apoiadores não
financeiros a esse nosso projeto: TAPPI, IPEF, SIF, CeluloseOnline,
RIADICYP, TECNICELPA, ATCP Chile, Appita, TAPPSA, SBS, ANAVE, AGEFLOR,
EMBRAPA FLORESTAS, EUCALYPTOLOGICS - GIT Forestry, ForestalWeb, Painel
Florestal, INTA Concórdia - Novedades Forestales, Papermakers'
Wiki, Åbo Akademi - Laboratory of Fibre and Cellulose Technology,
Blog do Papeleiro, Blog 1800 Flowers, Revista O Papel, Revista Nosso
Papel, ABTCP Blog e ABTCP Guia de Compras. Eles estão ajudando
a disseminar nossos esforços em favor dos eucaliptos no Brasil,
USA, Canadá, Chile, Portugal, Argentina, Espanha, Austrália,
Nova Zelândia, Uruguai, Finlândia, Bielo-Rússia
e África do Sul. Entretanto, pela rede que é a internet,
essa ajuda recebida de todos eles coopera para a disseminação
do Eucalyptus Online Book & Newsletter para o mundo todo. Nosso
muito obrigado a todos nossos parceiros por acreditarem na gente e
em nosso projeto.
Conheçam nossos parceiros apoiadores em:
http://www.eucalyptus.com.br/parceiros.html
Obrigado
a todos vocês leitores pelo apoio e constante presença
em nossos websites. Nossos informativos digitais estão atualmente
sendo enviados para uma extensa "mailing list" através
da nossa parceira ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel, o que hoje está correspondendo
a alguns milhares de endereços cadastrados. Isso sem contar
os acessos feitos diretamente aos websites www.abtcp.org.br; www.eucalyptus.com.br e www.celso-foelkel.com.br,
em links com websites de nossos parceiros ou ainda pelo fato desses
endereços serem facilmente encontrados pelas ferramentas de
busca na web.
Nossa
meta a partir de agora é muito clara: estar com o Eucalyptus Online Book & Newsletter sempre
na primeira página, quando qualquer pessoa no mundo, usando
um mecanismo de busca tipo Google, Yahoo ou Bing, pesquisar algo
usando a palavra Eucalyptus. Com isso, poderemos informar mais às
partes interessadas sobre os eucaliptos, com informações
relevantes e de muita qualidade e credibilidade. Por isso, peço
ainda a gentileza de divulgarem nosso trabalho àqueles que
acreditarem que ele possa ser útil. Nós, a Grau Celsius e a ABTCP,
juntamente com os parceiros apoiadores, ficaremos todos muito agradecidos
Um
abraço a todos e boa leitura. Esperamos que gostem do que
lhes preparamos dessa vez.
Celso Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br
http://www.eucalyptus.com.br
http://www.abtcp.org.br
Nessa
Edição da Eucalyptus Newsletter
Editorial
Capítulo
29 do Eucalyptus Online Book
Relatos
de Vida: Syracuse - NY: College of Environmental Science
and Forestry + Syracuse University
ICEP’s
- Colóquios Internacionais sobre Celulose de Eucalipto
- Apresentações
em Pôsteres do Terceiro Colóquio – III
ICEP - Belo Horizonte - Brasil
Referências
sobre Eventos e Cursos
Contribuições
dos Leitores
Plantações
Florestais em Direção a um Futuro Sustentável
-- Florestas: Coração da Economia Verde - “Forest
Plantations towards a Sustainable Future -- Forests: the
Heart of a Green Economy”
Curiosidades
e Singularidades acerca dos Eucaliptos – por Ester
Foelkel
Eucalyptus
deglupta - O Eucalipto Arco-Íris

Capítulo
29 do Eucalyptus Online Book
Nessa
edição lhes oferecemos mais um recente capítulo
do Eucalyptus Online Book para seu conhecimento e eventual downloading. Para
baixar o arquivo (em Adobe PDF), clique no nome do capítulo,
logo abaixo, ou utilize o artifício Salvar Destino Como...
através do botão direito de seu mouse.
Caso
você não tiver o Adobe Reader em seu computador, visite
o website http://www.celso-foelkel.com.br/artigos_home.html,
onde existem instruções de como instalá-lo.
Como se tratam de arquivos pesados, por favor, sejam pacientes, pois
poderá tomar um tempo maior para se completar o downloading.
Capítulo
29:
"As
Biorrefinarias Integradas no Setor Brasileiro de Fabricação
de Celulose e Papel de Eucalipto"-
(6.4 MB em PDF)
Caso
ocorram problemas com o redirecionamento automático ao endereço do capítulo, copiem o
endereço de URL a seguir e coloquem para que seu navegador
(Internet Explorer, Google Chrome, Mozilla Firefox, etc.) possa encontrar
o capítulo 29 correspondente em:
http://www.eucalyptus.com.br/eucaliptos/PT29_BiorrefinariasCelulosePapel.pdf
Relatos
de Vida:
Syracuse - NY: College of Environmental Science
and Forestry + Syracuse University
Syracuse foi talvez meu principal desafio profissional (e pessoal, também)
no início de minha carreira no setor de celulose e papel. Havia
a mandatória necessidade de se vencer no exterior, em um país
diferente, enfrentando as dificuldades naturais de adaptação,
diferença de idiomas e de formação profissional.
Era uma tarefa que me parecia muito difícil naquela época,
mas o carinho e apoio de minha esposa Lorena e a animação
com o nascimento de nossa filha Alessandra, tão logo chegamos
nos Estados Unidos da América, foram fatores alavancadores para
que os passos fossem sendo dados com segurança, confiança,
entusiasmo e sucesso.
Em Syracuse encontramos muito mais do que formação profissional:
conseguimos amizades dedicadas; professores excepcionais e humanos; uma
cidade e região cheias de atrativos e um povo norte-americano
receptivo e camarada. Temos exemplos notáveis de cada situação,
difícil relatar todos em tão curto espaço. Uma coisa é absolutamente
certa: Syracuse foi para nós, eu e Lorena, algo que mudou definitivamente
nossas vidas e nossa forma de viver e encarar as dificuldades e os prazeres
da vida – e com certeza para melhor.
Éramos muito jovens quando para lá fomos, Lorena com 20
anos e eu 23. Era uma época muito diferente da atual: não
havia internet, os computadores eram dinossáuricos e alimentados
a papel-cartão
de dados perfurados, uma calculadora eletrônica que fazia as 4
operações e raiz quadrada custava 100 dólares, era
muito difícil telefonar, já que custava uma fortuna – tudo
era singular, mais difícil, mas também prazeiroso. Para
acompanhar os jogos do meu São Paulo F.C. eu recebia recortes
de jornal pelo correio, que meu pai Edmundo mandava, e que chegavam com
mais de um mês de atraso. Enfim, era a década dos 70’s,
que muitos chamaram de “anos dourados”, no que deviam ter
razão, pelo tanto de coisas boas que aconteceram nela.
Embarcamos para lá em janeiro de 1972, usando empresas aéreas
que não mais existem: fomos pela ponte aérea com vôos
em aviões Electra de Congonhas ao Rio de Janeiro e de lá voamos
para Washington DC pela Braniff Airways. Também nossa volta em
1973 foi feita por uma empresa já desaparecida: a Pan American – PanAm.
As coisas mudaram, e bastante nesses 40 anos.
Chegamos em Syracuse, depois de uma breve estada em Washington, em pleno
inverno do hemisfério norte, em uma paisagem de duas cores: branco
da neve e cinza das árvores peladas e das ruas sujas e molhadas
pela neve encardida. Olhando do avião era assustador, especialmente
para Lorena que chegava grávida de 7 meses, com enormes expectativas
e ansiedades. Nossa vida em Syracuse teve um período de 20 meses.
Em agosto de 1973, retornamos para o Brasil, para Piracicaba, onde eu
iria exercer o grande sonho de minha vida – ser professor da ESALQ – Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” para lecionar uma
carreira nova e que praticamente inexistia no Brasil: tecnologia de celulose
e papel.
Em 1966, surgiram no Brasil os plantios florestais incentivados pelo
Governo Federal através de lei que permitia o abatimento de gastos
com essas atividades do imposto de renda a se pagar à Receita
Federal. Isso incentivou a nascimento de inúmeras escolas de engenharia
florestal e de instituições de pesquisas florestais como
o IPEF – Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, a SIF – Sociedade
de Investigações Florestais, dentre tantos outros.
A ESALQ tinha planos ambiciosos para a engenharia florestal e para o
desenvolvimento de produtos florestais. Em função de meu
desempenho acadêmico e do estágio que realizava no Departamento
de Silvicultura na seção de química, celulose e
papel, acabei sendo incluído nesses planos de crescimento. Com
isso, fui contemplado com uma bolsa de estudos para pós-graduação
no exterior. Escolhi, com liberdade e certeza, que deveria estudar em
Syracuse, nos Estados Unidos. Tiro certeiro: uma grande universidade
e uma cidade interessante e atrativa para quem ainda conhecia muito pouco
do Brasil e do mundo.
Tudo começou na verdade em fins de 1967, quando eu já havia
decidido especializar-me em florestas, no curso de engenharia agronômica
que estava cursando na ESALQ. Decidi conhecer um pouco mais sobre produtos
fabricados com base em madeira e candidatei-me a um estágio em
celulose e papel, tendo a segura orientação dos professores
Luiz Ernesto George Barrichelo e Ronaldo Algodoal Guedes Pereira. Professor
Barrichelo foi meu orientador direto, ensinou-me a ter dedicação à pesquisa
e à qualidade dos ensaios. Sempre nosso foco era a qualidade da
madeira para fins tecnológicos, tanto dos eucaliptos como dos Pinus. Entusiasmei-me com o estágio – dedicação
integral inclusive nas férias escolares, sem nunca ter recebido
bolsa de estudos ou qualquer ajuda financeira. Isso talvez tenha sido
um fator para que eu fosse escolhido, em 1971, como a aposta da ESALQ
para esse setor de celulose e papel, algo que precisava ser mais desbravado
no Brasil daquela época. Eram pouquíssimos e incompletos
os cursos no País sobre isso, havia que se buscar no exterior
a especialização que se necessitava criar em Piracicaba.
O desafio inicial era ser aceito por uma universidade norte-americana
de ponta e vencer os testes de proficiência em inglês: ALIGU,
TOEFL e Michigan. O outro desafio era conseguir recursos financeiros
na forma de bolsas de estudo que permitissem viver em Syracuse. Naquela época,
era muito forte a presença da U.S.A.I.D. - Agency for International
Development na ESALQ e no Brasil. Não foi difícil ser inserido
nesse programa tanto pelo interesse dessa carreira em celulose e papel
no Brasil, como pelo meu currículo acadêmico e apoio dos
mestres Ronaldo, Barrichelo e Helládio do Amaral Mello.
Aprender rapidamente o inglês para vencer as barreiras dos testes
não foi tão difícil, graças ao estudo concentrado
que fiz com aulas ministradas pela professora Kareen, juntamente com
o professor Antônio Fernando Ollita. Também devo muito à minha
cunhada Hosana David Redivo, que sendo professora de inglês, pacientemente
gravava inúmeros textos para que eu pudesse fazer uso dos recursos
como audio-textos para meus estudos.
Os planos eram para embarcar o mais cedo possível para Syracuse,
e isso dependia de sucesso nos exames de proficiência inglesa,
o que acabou se tornando viável para embarque em janeiro de 1972.
Em abril de 1971, eu e Lorena havíamos casado e no entusiasmo
de nossa imatura idade, logo decidimos ir juntos para a América,
inclusive com a Alessandra, que passou a ser parte da família,
ainda no estado de gestação, pouco tempo depois do nosso
casamento. Apesar da gravidez inesperada da Lorena, mantivemos os planos,
acreditando nos benefícios que a dupla cidadania traria para o
bebê e na confiança que tínhamos de que “as
coisas dariam sempre certo”.
A escolha da Universidade já havia sido feita, mas a tarefa não
fora tão simples: haviam inúmeras universidades com renome
como North Carolina State, Institute of Paper Chemistry, Washington State
University, University of Mayne, etc. Convenceu-me o corpo docente de
Syracuse, absolutamente incrível. Recebi todo o apoio do amigo
Antônio Paulo Mendes Galvão, que havia concluído
seu pós-doutorado em Syracuse, Com a orientação
de Paulo e de sua esposa, fomos selecionando as disciplinas, os locais
para morar e iniciamos um relacionamento por correio e telefone com alguns
brasileiros que lá viviam (Mário Sitnoveter e Stella, Paulo
Wilson e Eunice, etc.) e com o professor Christian Skaar, uma pessoa
notável e admirável que nos recepcionou e ofereceu amizade
logo após nossa chegada.
Syracuse está localizada no meio do estado de New York (Mid State
New York), nas proximidades dos grandes lagos, a cerca de 50 km do Lago
Ontário e um pouco mais do Canadá. Também está próxima
de algumas regiões turísticas como a região dos
Finger Lakes, Niagara Falls, Thousand Islands e da reserva florestal
dos Adirondacks (http://en.wikipedia.org/wiki/Adirondack_Mountains).
O clima é definitivamente miserável: o inverno é frio
e com neve de novembro a abril;o verão escaldante e úmido
de junho a agosto. Bom mesmo só os curtos períodos de primavera
e outono. Entretanto, os contrastes das 4 estações criavam
toda uma atmosfera que fazia a gente se apaixonar por essas diferenças.
A ida para Syracuse foi uma aventura, com escalas e conexões estranhas,
mas também com o direito a uma estada anterior de 2 semanas em
Washington DC para um curso de introdução aos Estados Unidos,
oferecido pela U.S.A.I.D. no Washington International Center. Pudemos
conhecer muito da capital americana, seus monumentos, bibliotecas, museus,
universidades e shopping malls. Um mundo muito diferente do que era o
Brasil naquela época. O nosso País começava seu
crescimento econômico e social e os Estados Unidos eram a grande
potência global que já havia inclusive “colocado os
pés na Lua”, em 1969.
De Washington articulamos com os brasileiros de Syracuse e com a estimada
Sarah Dollard (gestora dos imóveis da universidade) um apartamento
para vivermos em um conjunto da própria Syracuse University (Vincent
Apartments). Recebemos toda a colaboração da clã brasileira,
que na época era composta de Mário e Stella, Paulo e Eunice,
Jorge Guilherme Francisconi e Eleonora, Antônio Carlos Fraquelli
e Jane, Júlio Hochberg e Vera, Peter Vertes, dentre outros.
Chegamos juntos a Washington com outro brasileiro, que se destacou posteriormente
no setor brasileiro de celulose e papel – engenheiro florestal
Valentin Irineu Suchek. O Suchek iria estudar economia florestal na mesma
universidade em que eu estudaria celulose e papel. Quando falamos de
Syracuse, na verdade estamos falando de duas universidades: State University
of New York – College of Environmental Science and Forestry e SU – Syracuse
University. Ambas possuiam uma parceria acadêmica de validação
das disciplinas, de forma que se podia compor um currículo assistindo
as disciplinas em ambas. Ao término do programa, éramos
duplamente graduados, recebendo diplomas de ambas.
Pouco tempo depois chegou outro brasileiro, que se revelaria um grande
amigo até hoje, da mesma forma que o Suchek. Tratava-se de Ademar
Rui Bratz, com quem trabalhei alguns anos mais tarde compondo ambos na
diretoria da Riocell S.A. Valentim e Ademar passaram a ser nossos vizinhos
diretos nos Vincent Apartments, com frequentes visitas e muitas conversas – cada
um ajudando o outro no que fosse possível.
Além do grupo brasileiro, sempre recebemos amizade e carinho de
outros casais norte-americanos (John Goff e Susan; John e Rosa, etc.),
paquistaneses, afegãos, chineses, colombianos (Norberto e Gládis),
etc., etc. Era na verdade um grupo de pessoas com objetivos comuns, todos
sendo desafiados pelo idioma, clima, costumes, provas acadêmicas,
distância dos parentes, etc.
Um mês após o começo das aulas nasceu Alessandra,
no Crouse-Irving Memorial Hospital, em Syracuse-NY, em 03.03.1972. Alessandra
nasceu absolutamente linda, um bebê que encantava a todos onde
quer que estivéssemos com ela. Começara uma nova fase de
nossa vida - por demais prazeirosa e ainda mais desafiadora.
Tivemos todo apoio hospitalar do Dr. Spyros Kitromilis e sua equipe,
um médico grego que vivia nos EEUU, figura excepcionalmente humana,
atenciosa e competente. Lorena teve algumas complicações
com o parto e nossa conta hospitalar chegou a valores impossíveis
de serem pagos com os poucos recursos que tínhamos (a bolsa da
USAID era de 240 dólares mensais). Mais tarde receberíamos
outras complementações da FAPESP – Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e do Banco
Itaú - somando-se tudo algo como 550 dólares mensais. A
conta do hospital atingiu 1.500 dólares e dos médicos 350.
Lembrar que os dólares há 40 anos atrás eram outros
- também ocorreu uma desvalorização daquela moeda.
Bom, “o resultado do rapar o fundo do tacho” foi que conseguimos
adiantar 500 dólares ao hospital e 150 aos médicos. O restante,
só parcelando. Tínhamos seguro de saúde, mas não
cobria a gravidez, pois existia uma carência não atendida.
Mais uma vez fomos surpreendidos pela forma como os americanos tratam
essas coisas – difícil de acreditar para nós brasileiros.
Quando Lorena estava para sair do hospital, uma semana depois do parto, “fui
acertar as contas” e contei que não tínhamos condições
de pagar toda a quantia devida. A senhora que me atendeu, de forma atenciosa,
perguntou como eu poderia pagar o que faltava. Respondi que conseguiria
pagar 150 dólares por mês. Sua segunda pergunta foi também
intrigante: em qual dia do mês poderia ser isso? Fiz as contas
e propus um dia, em função da data de chegada do cheque
da bolsa de estudos. Ela anotou tudo no cadastro e nos desejou boa sorte.
Nada para assinar, nem fiador, só confiança em alguém
que via pela primeira vez. A mesma coisa aconteceu com o Dr. Kitromilis,
dando-nos o prazo que quiséssemos para resgatar os valores profissionais.
Em tempo, o hospital não era universitário e sim uma fundação.
Apertamos os cintos e em agosto de 1972 tínhamos pago todas as
contas. Estávamos livres até mesmo para economizar algum
dinheiro para emergências e para viajar um pouco.
Em função de nosso fluxo de caixa, conseguimos comprar
um veículo (não dá para viver sem um nos Estados
Unidos). Era um Dodge antigo do ano 1963, que foi apelidado de “furta-cor” em
função dos reparos que fazíamos com tinta spray
nas áreas onde aparecia a ferrugem causada pelo sal que se colocava
na neve para derreter a mesma. Era um veículo fantástico,
macio, suave e confortável, apesar da cor extravagante. Custou-nos
300 dólares, e ao voltar ao Brasil, vendemos ao Ademar Bratz por
95. Ele, por sua vez, vendeu o “furta-cor” por 50 dólares,
quando terminou seu programa – não tivémos mais notícias
do carro desde então. O “furta-cor” nos oportunizou
muitos passeios e aventuras nas vizinhanças de Syracuse – não
era entretanto confiável para viagens longas. Era um companheiro
inseparável e valente, mesmo nas condições de clima
adverso que tinha que enfrentar.
No College, as aulas haviam começado em fevereiro. O corpo docente
que encontrei lá era de renome mundial: Roger Strauss, Carl Dence,
Ted Stenuf, Tore Timmel, Carl de Zeeuw, Christian Skaar, Renata Marton,
Fred O”Neil, Richard Mark, Kenneth Britt, James Bambach, Wilfred
Cotê Jr., meu saudoso orientador Serge Gorbatsevich e muito mais
tarde Hannu Makkonen.
Quando Alessandra nasceu, já estávamos no período
de provas (é o que mais se faz no estudo universitário
norte-americano). Perdi algumas delas nesse período agitado. Tive
diversas situações distintas por parte dos professores
em relação a essas faltas em provas. Foram na realidade
3 situações típicas e diferentes.
No caso do professor Carl de Zeeuw (Anatomia e Identificação
da Madeira), ele me cumprimentou efusivamente e aplicou-me uma prova
oral para substituir a que eu havia perdido. No caso do professor Kasile
(Estatística), ele me sabatinou com questões dificílimas.
Acabou sendo um desafio para mim e disciplina dele, e consegui mesmo
com a prova difícil, fazer a melhor média da turma. No
final do curso, Kasile me enviou uma carta de cumprimentos, o que me
fez acreditar que ele tinha como objetivo desafiar os estudantes, mas
reconhecia os méritos dos que se destacavam.
Entretanto, a coisa mais interessante aconteceu com meu orientador Serge
Gorbatsevich. Serge era um professor duro – “o terror dos
alunos do curso de papel e celulose”. Suas disciplinas versavam
naquele semestre sobre operações unitárias, balanços
de energia e materiais para nossos processos. Ao perder uma prova com
o nascimento da Alessandra fui procurá-lo depois para ver se haveria
uma chance de ter uma nova oportunidade. Ele me recebeu sempre com sua
tradicional frieza e me perguntou: “is the baby OK?”, depois “is
the baby a boy or a girl?”. Finalmente “how well are the
baby and the mother?”. Finalmente, depois de conversarmos um pouco,
eu lhe questionei se poderia ter uma prova para compensar a que perdi.
Ele me respondeu com poucas palavras: “you missed the quizz - you
have a zero”. Foi algo que me surprendeu e me deixou até certo
ponto magoado com ele. Durante toda minha estada em Syracuse, Serge sempre
manteve distância e era seco na maneira de relacionar-se. Eu chegava
a ter pesadelos sobre ele, mas enfrentei a parada estudando muito suas
disciplinas. Na sua disciplina sobre “Pulping processes”,
tivemos que ler cerca de 1.200 páginas do livro do Sven Rydholm.
Minha dedicação foi total - meu objetivo agora não
era apenas passar nas suas disciplinas, mas ser o melhor em todas as
ministradas por ele. Consegui as melhores médias das turmas em
todas elas, mas mesmo assim, ele não esmoeceu...
Com relação à minha tese de mestrado, Serge deu-me
singelas orientações, mas colocou todo o laboratório à minha
disposição. Deixou-me com toda liberdade para criar e trabalhar
no meu ritmo. Ao lhe entregar o primeiro rascunho da tese, ele me disse
laconicamente após a leitura:”I liked it, I’ll be
with you – Congratulations”. Foi um grande momento para mim
aquele. Depois da defesa da tese, professor Gorbatsevich colocou abaixo
as muralhas e se revelou uma pessoa bondosa, amável e agradável.
Entendi então que ele procurava fazer uma divisão entre
sua vida pessoal e profissional. Enquanto fui seu aluno e orientado,
tivemos um relacionamento seco e difícil. Depois de concluído
meu programa de MS (mestrado), ele insistiu para que eu continuasse com
o PhD (doutorado). Queria continuar a me orientar, até mesmo ofereceu
algum tipo de bolsa de monitor. Fiquei até mesmo emocionado sobre
isso, mas eu queria voltar urgente – nossa situação
sem uma garantia de emprego e só vivendo com bolsas de estudo
era por demais arriscada para a família. Continuei a visitar Syracuse
por diversas vezes após os anos de 1972-1973. Sempre nos encontramos
e mantivemos a amizade até sua morte devido a um câncer,
em meados dos anos 80’s.
Assim a vida corria e fui aprendendo muitas coisas em Syracuse, e não
apenas sobre celulose e papel – foram experiências de vida
que me permitiram:
•
Confiar mais nas pessoas;
•
Confiar mais em mim e nas possibilidades de vencer desafios difíceis;
•
Conviver com as mudanças e me adaptar a elas;
•
Admirar minha família, em especial minha esposa Lorena, que sempre
me acompanhou e deu forças em todos os inúmeros desafios
que temos enfrentado juntos;
•
Aprender a criar filhas, espero que não as tenha decepcionado;
•
Competir mais e não me acomodar– a sociedade americana é muito
competitiva - notei isso nos alunos e mergulhei nisso ao buscar me destacar
nas turmas;
•
Valorizar a natureza em função das visitas a inúmeras áreas
de beleza ímpar daquela região (Niagara Falls, Chittenango
Falls, Oneida Lake, Adirondacks, Ontario Lake, Thousand Islands, Lake
Champlain, etc.)
•
Valorizar o conhecimento como pouca gente conheço que faça
isso com a mesma intensidade.
Aprendi ainda em Syracuse a minha forma de escrever atual, coisa que
mantenho há algumas décadas, mas cujo embrião foi
plantado em sala de aula com o professor James Bambach. O primeiro trabalho
escrito que a ele apresentei foi feito “à maneira da maioria
dos estudantes brasileiros”, ou seja, usava frases de autores que
lia, na melhor forma do que hoje se chama de “copiar/colar”.
Fazia assim, porque era esse o modelo que encontrava nas universidades
e nas escolas brasileiras. Professor Bambach me chamou à parte
e me disse: “Celso, sei que lá na América do Sul
vocês têm esse costume de copiar textos de autores e inserir
os mesmos em seus trabalhos. Entretanto, aqui é diferente – você deve
ler o que necessita sobre um tema, e depois escrever sua versão
dos fatos, com suas próprias palavras. Não vou me importar
com os seus erros de idioma já que o inglês não é sua
primeira lingua - o importante é sentir a sua opinião sobre
algo que eu lhe coloque como tema de casa”. Talvez para desafiar-me,
ele me pediu que eu escrevesse minha opinião sobre um artigo científico
que me entregou. Li o artigo e notei diversos plágios e erros
técnicos grosseiros, até mesmo na fórmula usada
para os cálculos. Escrevi sobre isso e ele me cumprimentou, mostrando
que a lição houvera sido aprendida. Devo portanto a Bambach
com sua orientação, a forma que eu comento e escrevo hoje,
procurando dar uma opinião própria, prática e útil
sobre os temas que escrevo.
Em 20 meses, consegui cumprir os créditos acadêmicos e concluir
uma tese que havia começado no Brasil sob orientação
do professor Barrichelo e que terminei com outras dados coletados nos
Estados Unidos, com apoio do professor Gorbatsevich. Recebi muita ajuda
no Brasil, tanto do Barrichelo como do amigo Gorguinha (técnico
de laboratório da ESALQ), que colaboraram com testes para esclarecer
as inquietudes que eu ainda pudesse ter sobre os experimentos realizados
na parte brasileira da tese. A tese está disponibilizada mais
adiante e tem o título “Unbleached
kraft pulp properties of some of the Brazilian and U.S. pines”.
Quando eu chegara ao College of Environmental Science and Forestry fui
recepcionado pelo professor Roger Strauss. Ao notar que eu era engenheiro
agrônomo, pediu para eu me concentrar no primeiro semestre em fazer
algumas disciplinas sobre o idioma inglês e apenas uma disciplina
básica de celulose e papel em nível de graduação.
Colocou-me que eu poderia fazer o programa de mestrado em três
anos. Não concordei e aceitei o risco, não me matriculei
em cursos de inglês e sim em cinco disciplinas de celulose, papel,
madeira e estatística. Afortunadamente, consegui me sair bem e
ganhar assim a confiança do grupo de professores.
O College of Forestry (como é chamado de forma simplificada) é a
faculdade de engenharia florestal da Universidade Estadual de Nova Iorque.
Consiste em um conjunto amplo de prédios e laboratórios,
mais uma excelente biblioteca (“Moon Library”). O Departamento
de Ciência e Engenharia do Papel (atualmente se chama “Paper
and Bioprocess Engineering Department”) está situado em
um amplo edifício (Walters Hall - http://www.panoramio.com/photo/2021178)
que abriga diversos laboratórios e máquinas-piloto para
fabricar papel nas aulas práticas. As máquinas de papel
são operadas pelos alunos principalmente para se calcular balanços
térmicos e mássicos, bem como se aventurar na arte de fabricar
papel. As lições aprendidas sobre química com o
amigo Barrichelo e as difíceis e valiosas aulas de operações
unitárias do professor Gorbatsevich abriram as portas para que
um engenheiro agrônomo silvicultor pudesse entender profundamente
a engenharia de fabricação de celulose e papel. Enfim,
a vida é assim mesmo – estudando a gente aprende – melhor
ainda quando se dispõe de bons professores, muitos livros e se
tem vontade e determinação.
No Walters Hall, cada estudante de pós-graduação
tinha uma sala e laboratório com capela, tudo com aproximadamente
30 m² para uso exclusivo. A gente aprendia muito em equipe, com
os outros alunos que interagiam no uso dos equipamentos e dos laboratórios
comuns. Enquanto as análises corriam, o pessoal trocava experiências
e conhecimentos. Criei assim uma grande amizade com os colegas John Goff,
James Snyder (http://www.paperboardpro.com/), Kim Robinson, dentre outros.
Junto ao antigo PSE - Departamento de Ciência e Engenharia do Papel
existe um instituto de pesquisas sobre celulose e papel em parceria com
diversas empresas produtoras e fornecedoras para esse setor. É o
ESPRI – Empire State Paper Research Institute (http://www.esf.edu/pbe/espri.htm),
algo muito similar aos nossos IPEF e SIF anteriormente mencionados. O
ESPRI possui grupo de pesquisadores próprios, mas conta com parceiras
com os professores do departamento papeleiro. Muitos desses pesquisadores
são professores aposentados, outros são visitantes internacionais,
outros são espécies de trainees de empresas do setor. Muitos
dos projetos do ESPRI acabam envolvendo alunos do curso de graduação
ou pós-graduação, além de estudantes internacionais
que vêm a Syracuse mais para treinamentos do que para obtenção
de graus acadêmicos.
Diversos brasileiros e latinoamericanos já passaram por ensino
acadêmico e treinamento em celulose e papel, seja nos cursos de
pós-graduação do PSE, seja no ESPRI. Tenho conhecimento
de diversos, sendo que citarei alguns, sob pena de não citar todos,
já que as coisas são rápidas e se não houver
contato frequente, perdemos a carruagem e os nomes: Antônio Waldomiro
Petrik, Ergílio Cláudio-da-Silva Júnior; Renato
Gamoeda, Rubens Chaves de Oliveira, Jorge Luiz Colodette, Ademilson Massoquete,
Ericka Figueiredo Alves, João Alfredo Araújo, José Oscival
dos Santos, José Mangolini Neves, Gladys Mogollón Briceño
(Venezuela), etc. De alguns deles, consegui resgatar as teses acadêmicas
e as devidas autorizações para postar as mesmas nessa seção
da Eucalyptus Newsletter. Foi um privilégio conseguir a tese de
meu ex-colega da Riocell e sócio fundador da ABTCP, o saudoso
engenheiro Antônio Waldomiro Petrik. Petrik deve ter sido um dos
primeiros brasileiros a estudar celulose e papel nos Estados Unidos e
isso aconteceu no College of Forestry de Syracuse em meados dos anos
60’s. De meu conhecimento, em épocas anteriores a Petrik,
só ouvi comentários que cursaram celulose e papel nos USA
os amigos Ney Monteiro da Silva, Alfredo Cláudio Lobl e Francisco
Almeida Neto, mas isso não posso agora lhes confirmar quando e
onde.
Além do grau acadêmico de mestre, conquistado em Syracuse,
a U.S.A.I.D. também me oportunizou uma longa viagem de estudos
pelos Estados Unidos. Fiz uma relação criteriosa de diversos
centros de pesquisa, universidades e empresas fabricantes de celulose
e papel e consegui o patrocínio pela agência norte-americana.
Gostaria de destacar o profissionalismo e a dedicação que
recebi de Mr. Robert Fulcher, que era para mim uma espécie de
guia na entidade para os temas associados ao meu desenvolvimento profissional.
Com essa viagem de três semanas, consegui visitar: Institute of
Paper Chemistry (Appleton), Forest Products Laboratory (Madison), North
Carolina State University (Raleigh), Champion Canton mill, Westvaco Covington
mill, Champion Hamilton headquarters, dentre outras instituições.
Impressionava-me muito a atenção que me era dada em todas
as visitas, já que a U.S.A.I.D. era um órgão do
Departamento de Estado, que solicitava diretamente as visitas para pessoas
como eu, consideradas hóspedes do governo norte-americano. Toda
essa atenção nunca me foi cobrada ao longo de minha vida – por
isso nunca consegui enxergar as maldades que muitos atribuem aos americanos
sem conhecê-los e sem nunca terem estado nesse maravilhoso país
que nos abrigou diversas vezes, e que hoje também abriga Alessandra,
que lá vive em Denver Colorado.
Uma passagem curiosa dessas visitas ocorreu quando da visita aos headquarters
da Champion International, que tinha operações no Brasil
em Mogi-Guaçu (hoje International Paper do Brasil). Fui convidado
pelo vice-presidente de desenvolvimento do grupo, Mr. Peter Donofrio,
para jantar em Hamilton, Ohio. Antes do jantar, ele me sondou sobre meu
eventual interesse em me juntar ao grupo, para fazer uma espécie
de ponte entre o Brasil e os Estados Unidos para a empresa. Fiquei muito
contente com a oferta, mas relatei com o entusiasmo da idade que eu estava
estudando nos Estados Unidos para concretizar meu sonho de vida que era
de ensinar os estudantes brasileiros sobre as tecnologias do setor para
com isso alavancar o crescimento dessa indústria no Brasil. Disso
eu tenho certeza que consegui, pois lecionei e leciono sobre o setor
até hoje. Evidentemente, consegui esvaziar o interesse do Peter
para o resto do jantar, porém, ele me manteve na lista de endereços
dele, enviando-me por uns tempos as notícias da Champion e de
seus planos no Brasil. Além dessa proposta da Champion, tive algumas
outras ofertas ainda nos Estados Unidos e mesmo ao retornar ao Brasil.
Entretanto o sonho de ser educador conseguiu me afastar das mesmas por
uns tempos. A ESALQ era a minha meta e o meu compromisso com o futuro – pena
que não deu certo – eu lhes contarei sobre isso em um próximo
Relatos de Vida.
Tudo crescia no setor, nos Estados Unidos e Canadá - já as
chaves do crescimento brasileiro foram entregues junto com o I PNPC – Programa
Nacional de Papel e Celulose, em 1974. Isso me permitiu participar dessa
história, praticamente desde o início até os dias
atuais.
Ainda lá nos Estados Unidos, em início de 1972 me associei à Tappi – Technical
Association of the Pulp and Paper Industry, pagando 5 dólares
anuais como sócio estudante – uma bagatela para receber
a melhor revista celulósica-papeleira da época. Em anos
subsequentes, cresci com a minha participação na Tappi
a ponto de me tornar Tappi Fellow em 2001 e membro do BOD - Board of
Directors daquela associação de 2003 a 2006.
Tinha o hábito de buscar o conhecimento onde ele pudesse estar – era
frequente visitante da Moon Library e do SU Bookstore – nesses
dois estabelecimentos comprei dezenas de livros e milhares de cópias
de artigos (cópias xerográficas). Adorava comprar nas liquidações
de livros do bookstore: eram do tipo “tudo que você puder
carregar por um dólar”. Imaginem o treinamento que eu fazia
antes de ir buscar minhas seleções. Ao voltar ao Brasil
despachei cerca de 60 caixas de livros/artigos pelo correio marítimo – todas
chegaram e ainda hoje faço uso de muitos deles.
Resumidamente, posso afirmar sem medo de errar que Syracuse foi uma das
coisas mais importantes em nossas vidas (em especial para mim e Lorena).
No caso da Lorena, ela descobriu sua vocação de professora
de inglês lá mesmo, além de ter-se destacado em resolver
muitos dos problemas que tivemos. A união da família, a
confiança e o entusiasmo afastam os temores e minimizam as ansiedades.
Crescemos como gente, amadurecemos com as dificuldades, nos alegramos
com os sucessos e aprendemos a lidar com as barreiras, mudanças
e até mesmo privações.
Em agosto de 1973, retornamos ao Brasil para que em janeiro de 1974 eu
fosse contratado como professor assistente da ESALQ-USP. Tive uma carreira
curta na escola de meus sonhos – aquela onde eu pretendia ensinar
os brasileiros sobre celulose e papel. Foram pouco mais de dois anos
e eu lhes contarei o porquê sobre isso em outra oportunidade.
Gostaria de lhes apresentar mais adiante uma série de links com
websites atuais desses entidades que lhes relatei. Em diversos deles,
vocês poderão encontrar materiais valiosos para descarregar,
como teses, palestras de eventos, programas acadêmicos, etc. Também
lhes trago algumas galerias de fotos que representam aquela época
dourada de nossas vidas, onde sempre procurei privilegiar conhecimentos
e pessoas. Como se tratam de digitalizações de slides e
de fotos, não são de muito boa qualidade, mas o que importa
para mim é compartilhar momentos e lembranças com aqueles
que estiverem pensando em estudar no exterior.
Obrigado pela leitura acerca dessa época de nossa vida. Espero
que esse meu entusiasmo característico possa ser útil para
motivar outros brasileiros a se aventurarem para aprender mais sobre
o setor – seja para qual lugar tiverem que ir, mas atenção – há que
haver qualificação para ser transferida no local eleito – senão
não vale a pena - acaba virando turismo de segunda categoria.
Galerias de fotos de Syracuse – NY -
Fotos variadas de Celso Foelkel, Ademilson Massoquete e Ericka Figueiredo
Alves:
01_Fotos_Introdução aos USA_Washington DC 1972
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse1/index.php
02_Fotos Syracuse_Família Foelkel em Syracuse (1972-1973)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse2/index.php
03_Fotos Syracuse_ SUNY-ESF - College of Environmental Science and Forestry
+ SU - Syracuse University
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse3/index.php
04_Fotos Syracuse_Walters Hall_Máquinas de papel
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse4/index.php
05_Fotos Syracuse Walters Hall_Ensaios celulósico-papeleiros em
1972/1973
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse5/index.php
06_Fotos Syracuse_Amigos em Syracuse
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse6/index.php
07_Fotos Syracuse_Memórias instantâneas de Syracuse
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse7/index.php
08_Fotos Syracuse_Família Foelkel (em visita em 1997)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse8/index.php
Outras
imagens por Imagens Google:
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&cp=8&gs_id=v&xhr=t&q=suny+esf&bav=
on.2,or.r_gc.r_pw.r_qf.&biw=1280&bih=521&wrapid=tljp1348841725619014&um=1&ie=
UTF-8&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=A7FlUOLXIIjW0gG5i4G4AQ (“SUNY-ESF”)
http://www.google.com.br/search?num=10&hl=pt-BR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=
1280&bih=521&q=%22college+of+environmental+science+and+forestry%22+suny&oq=
%22college+of+environmental+science+and+forestry%22+suny&gs_l=img.3...1506.547
2.0.5927.6.1.0.5.0.0.418.418.4-1.1.0...0.0...1ac.1.pbdT6Et4GrA (“College of Environmental Science and Forestry”)
http://www.google.com.br/search?num=10&hl=pt-BR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=
1280&bih=521&q=%22syracuse+university%22&oq=%22syracuse+university%22&gs_l=
img.4..0j0i24l2.1651.7681.0.7959.23.23.0.0.0.0.407.4034.3j11j3j3j1.21.0...0.0...1ac.1.Hlkqza9qy6M (“Syracuse University”)
http://www.google.com.br/search?num=10&hl=pt-BR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=
1280&bih=521&q=Syracuse%2Busa&oq=Syracuse%2Busa&gs_l=img.3...1191.4387.
0.4761.12.12.0.0.0.0.616.2582.1j3j2j3j0j1.10.0...0.0...1ac.1.sRt6q3_8ibo (“Syracuse”)
Links com organizações acadêmicas, técnicas
e sobre a cidade de Syracuse – NY
http://en.wikipedia.org/wiki/State_University_of_New_York_College_of_Environmental_Science_and_Forestry (Sobre o SUNY-ESF - por Wikipédia)
http://www.esf.edu/ (ESF – “College of Environmental Science
and Forestry”)
http://www.esf.edu/siteindex.htm (ESF - Mapa do website do “college”)
http://www.esf.edu/moonlib/ (ESF - Moon Library)
http://www.esf.edu/catalog/ (ESF - Catálogo cursos)
http://www.esf.edu/departments/ (ESF - Departamentos)
http://www.esf.edu/alumni/ (Comunidade de ex-alunos do ESF)
http://www.esf.edu/pbe/ (ESF – “Paper and Bioprocess Engineering
Department”)
http://www.esf.edu/pbe/sppf/ (“Syracuse Pulp and Paper Foundation”)
http://www.esf.edu/pbe/espri.htm (ESPRI - “Empire
State Paper Research Institute”)
http://www.esf.edu/pbe/espri/ESPRA-Handbook%202007.pdf (ESPRA – “Empire
State Paper Research Associates”)
http://www.esf.edu/research/ (ESF – Pesquisas)
http://www.esf.edu/insideesf/ (“Inside ESF”)
http://www.esf.edu/search/results.asp (ESF e Brasil)
http://www.youtube.com/results?search_query=suny+esf&oq=suny+esf&gs_l=
youtube.3..0i19l2.3072.4891.0.5379.8.8.0.0.0.0.385.1357.
1j6j0j1.8.0...0.0...1ac.1.wW-m9Vq592o (Vídeos do SUNY – ESF em www.youtube.com)
https://plus.google.com/photos/111019019686771742905/albums/
5306561158842333409?authkey=CPPgzOjG076XvwE#photos/111019019686771742905/
albums/5306561158842333409?authkey=CPPgzOjG076XvwE (Álbum de fotos de Ericka Figueiredo Alves sobre máquina
piloto de fabricar papel da SUNY-ESF)
http://www.youtube.com/results?search_query=%22syracuse+university%
22&oq=%22syracuse+university%22&gs_l=youtube.3..0.422.5190.0.5468
.21.21.0.0.0.0.607.2906.7j4j5j5-1.17.0...0.0...1ac.1.5e_Np-s102g (Vídeos de SU – “Syracuse University” em www.youtube.com)
http://www.syr.edu/ (Wesbsite da SU- Syracuse University)
http://library.syr.edu/find/ (SU – Biblioteca da “Syracuse
University”)
http://sumagazine.syr.edu/ (“Syracuse University Magazine”)
http://www.esf.edu/biorefineries/2008/documents/MayorDriscoll.pdf (“Syracuse
- The emerald city”)
http://www.syracuse.com/ (Notícias locais de Syracuse – NY)
http://www.alumniconnections.com/olc/pub/SYR/ (Comunidade da “Syracuse
University”)
http://en.wikipedia.org/wiki/Syracuse_University (Sobre a SU - “Syracuse
University”)
http://www.superpages.com/cities/Syracuse-NY/ (“Syracuse city guide”)
http://en.wikipedia.org/wiki/Syracuse,_New_York
(Sobre a cidade de Syracuse – NY)
Teses
de amigos (em especial de brasileiros) defendidas no College of Environmental
Science
and Forestry – Syracuse – NY sobre
o tema celulose e papel e afins
A seguir, trazemos algumas das muitas teses de brasileiros ou de cidadãos
americanos com os quais criamos laços de amizade e que foram defendidas
na SUNY/ESF na área de tecnologia de produtos florestais e de
seus mercados. Trata-se de uma coletânea reduzida, de alguns amigos
que estudaram nessa prestigiada universidade e que atenderam minha solicitação
para que eu pudesse disponibilizar os arquivos das mesmas para leitura
de vocês. Agradeço sinceramente a eles por terem me ajudado
nesse relatos sobre Syracuse.
As teses são trabalhos que datam de 1967 até 2011, ou seja,
cobrem uma ampla faixa de tempo, com variados temas que se relacionam
com o desenvolvimento do setor de celulose e papel do Brasil. Muitos
outros brasileiros estudaram em Syracuse, em outras áreas florestais
e de ciências da engenharia, mas infelizmente não conseguimos
resgatar as muitas outras teses de acadêmicos de nossa pátria
que lá pesquisaram, aprenderam e ensinaram. Fica para outra ocasião,
espero.
Comparison
of anatomical and pulping properties of some fast- and slow-grown trees. A.W. Petrik. Tese de Mestrado. New York State University College
of Forestry. 120 pp. (1967)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/1967_A.W.Petrik.pdf (em
Inglês)
Unbleached kraft pulp properties of some of the Brazilian and
U.S. pines.
C.E.B. Foelkel. Tese de Mestrado. SUNY – College of Environmental
Science and Forestry. 204 pp. (1973)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/1973_C.Foelkel.pdf (em Inglês)
Optimum degree of cooking for a bleachable sulfate pulp from
sweetgum. J.M. Snyder. Tese de Mestrado. SUNY – College of Environmental
Science and Forestry. 104 pp. (1973)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/1973_J.Snyder.pdf (em Inglês)
Man-made forests and pulp/paper industry in Brazil. V.I. Suchek. Tese
de Mestrado. SUNY – College of Environmental Science and Forestry.
157 pp. (1974)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/1974_V.Suchek.pdf (em Inglês)
Chemical pulp beating related to fiber structure. E. Cláudio-da-Silva,
Jr. Tese de Doutorado. SUNY – College of Environmental Science
and Forestry. 295 pp. (1981)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/1981_EC.SilvaJr.pdf (em Inglês)
The potential for mammalian detoxication of 2-chloropropenal,
a mutagenic component of spent bleaching liquor. A.H. Mounteer. Tese de Mestrado.
SUNY – College of Environmental Science and Forestry. 82 pp. (1986)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/1986_A.Mounteer.pdf (em Inglês)
Factors affecting hydrogen peroxide stability in the brightening
of mechanical and chemimechanical pulps. J.L. Colodette. Tese de Doutorado. SUNY – College
of Environmental Science and Forestry. 292 pp. (1986)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/1986_J.Colodette.pdf (em Inglês)
Stress-strain behavior of low grammage and or lightly bonded
papers by dot matrix technique. R.C. Oliveira. Tese de Doutorado. SUNY – College
of Environmental Science and Forestry. 292 pp. (1993)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/1993_RC.Oliveira.pdf (em Inglês)
Study of anisotropic moisture diffusion in paper material. A. Massoquete.
Tese de Doutorado. SUNY – College of Environmental Science and
Forestry. 227 pp. (2005)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/2005_A.Massoquete.pdf (em Inglês)
Simultaneous production of paper-making fibers and potential
bio-products from sugarcane bagasse. E.F. Alves. Tese de Doutorado. SUNY – College
of Environmental Science and Forestry. 192 pp. (2011)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/2011_EF.Alves.pdf (em Inglês)
A todos meus colegas de universidade, que sentaram em bancos próximos
aos meus, em épocas diferentes ou simultâneas, agradeço
a oportunidade de compartilhar com nossos leitores as sabedorias resultantes
das pesquisas que realizaram em Syracuse.
Outros artigos relacionados às teses acima ou de outros estudantes
do ESF:
Anatomical and pulping properties of fast-and slow-grown Norway spruce. G.R. Stairs; R. Marton; A.F. Brown; M. Rizzio; A. Petrik. Tappi Journal
49(7): 296 – 300. (1966)
http://www.eucalyptus.com.br/syracuse/000_Petrik_article.pdf (em Inglês)
Celulose kraft de Pinus spp. C.E.B. Foelkel. VIII Convenção
Anual. ABTCP – Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. p. 193 – 211. (1975)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/ABTCP/1975%20%20Celulose
%20kraft%20de%20Pinus%20spp%20.pdf (em Português)
Madeiras de coníferas e folhosas na fabricação de
celulose kraft no Brasil e nos Estados Unidos da América: um estudo
comparativo. C.E.B. Foelkel; L.E.G. Barrichelo. VIII Convenção
Anual. ABTCP – Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. p. 15 – 20. (1975)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/ABTCP/1975.%20madeira
%20con%EDferas%20e%20folhosas.pdf (em Português)
Finos
celulósicos catiônicos no gerenciamento
da química a úmido. J.A. Araújo; J.E. Unbehend.
XXV Congresso Anual. ABTCP – Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. p. 707 - 745. (1992)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/ABTCP/FinosCelulosicos.pdf (em
Português)

ICEP’s
- Colóquios Internacionais sobre Celulose de Eucalipto
Apresentações em Pôsteres
do Terceiro Colóquio – III ICEP - Belo Horizonte -
Brasil
O evento Colóquio Internacional sobre
Celulose de Eucalipto é um dos melhores e mais renomados
congressos a nível mundial sobre produção e tecnologia
de celulose. Foram cinco as edições que ocorreram até o
presente momento. Na edição de 2011 do ICEP tive todo o apoio
e a autorização do Dr. Jorge Luiz Colodette, que é considerado “o
pai dos colóquios”, para oferecer para a comunidade eucalíptica
através da nossa Eucalyptus Newsletter, as apresentações
e os artigos técnicos de todos os colóquios realizados até o
de 2011.
Os colóquios do eucalipto, como se refere sobre eles no Brasil, passaram,
desde 2003, a serem fóruns regulares de encontros e relacionamentos
tecnológicos sobre as madeiras, polpas e fibras papeleiras dos eucaliptos.
O
Terceiro Colóquio aconteceu em 2007 na cidade de Belo Horizonte,
Brasil, tendo como principal anfitriã a UFV – Universidade Federal
de Viçosa. As demais instituições apoiadoras e que regularmente
colaboram na organização dos colóquios também
estiveram cooperando para o sucesso do evento: SIF – Sociedade de Investigações
Florestais; ABTCP – Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel, ATCP – Chile – Asociación Técnica
de la Celulosa y el Papel e portal CeluloseOnline.
Nossos especiais cumprimentos à UFV que colocou sua colaboração
para que o colóquio seguisse um processo de rotatividade entre países,
fortalecendo assim os laços de amizade entre os diversos países
detentores de tecnologias e fabricantes de celuloses de eucalipto.
A
temática básica do evento de 2007 discorreu sobre produtividade
e o foco era “Maximizing Throughput
and Quality”. Cerca
de 50 excelentes palestras foram apresentadas sobre isso e algumas
se converteram em referência mundial sobre o assunto. Elas
estão disponibilizadas na Eucalyptus Newsletter de número
41 no endereço: http://www.eucalyptus.com.br/newspt_jul12.html#tres.
Além
das palestras apresentadas oralmente, tivemos cerca de 30 pôsteres
que foram disponibilizados, debatidos e inseridos nos anais do evento.
Esses pôsteres, bastante deles de alunos da UFV – Universidade
Federal de Viçosa, estão colocados logo a seguir, para
sua leitura.
Aguardem em próximas edições da Eucalyptus Newsletter
a continuidade desse serviço de difusão dos conhecimentos transmitidos
nesses magníficos eventos.
Boa leitura a todos.
Pôsteres
do Terceiro Colóquio Internacional sobre Celulose de Eucalipto
Thermal analyses studies on the interactions between Eucalyptus kraft pulp components and offset printing inks. E.F. Alves; R.C. Oliveira;
L.H.M. Silva; J.L. Colodette
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/01_Alves_Oliveira_Silva_Colodette.pdf (em Inglês - 08 pp.)
O
efeito da antraquinona no processo de polpação
soda e kraft de Eucalyptus grandis. J.C. Caraschi; R.R. Rosa; L.F.F.
Santiago;
G. Ventorim
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/02_Caraschi_Rosa_Santiago_Ventorim.pdf (em Português - 07 pp.)
Avaliação não destrutiva da madeira versus a
produção
de celulose kraft. F.J.B. Gomes; P.F. Trugilho; J.L. Colodette; A.F.
Gomes; P.H.D. Morais
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/03_Gomes_Trugilho_Colodette_Gomes_Morais.pdf (em Português - 08 pp.)
Absorption
potential of heavy metals and dioxins in Brassica juncea using
organic compost and biosludge from an Eucalyptus kraft bleached
pulp mill. M.A.S.L. Guerra; C.M. Silva; H.A.V. Rossoni; A.A. Rezende;
A.B. Landim; S.T. Carvalho
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/04_Guerra
_Silva_Rossoni_Rezende_Landim_Carvalho.pdf (em Português - 07 pp.)
Polpação quimiomecânica
de Eucalyptus grandis biotratado por Phanerochaete chrysosporium. F. Masarin; M.P.
Vicentim;
A. Ferraz
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/05_Masarin_Vincentim_Ferraz.pdf (em Português - 12 pp.)
Contribution
of oxidizable structures of different origin to kappa number and
brightness of Eucalyptus globulus kraft pulp. V. Nascimento;
D.V. Evtuguin
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/06_Nascimento_Evtuguin.pdf (em Inglês - 05 pp.)
Water
consumption minimization in a bleach plant. K.D. Oliveira; M.
Cardoso
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/07_Oliveira_Cardoso.pdf (em Inglês
- 11 pp.)
Extracto
tánico de dos cortezas de eucaliptos, de una plantación
experimental en Morelia, México. F.E. Pedraza-Bucio; H.G. Ochoa-Ruiz;
R. Sanjuán-Dueñas; N. Flores-Ramírez; J.G. Rutiaga-Quiñones
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/08_PedrazaBucio.et.all.pdf (em Espanhol - 03 pp.)
Método prático para determinação quantitativa
de grupos carboxílicos em polpa de celulose. C.M. Cazal; L.C.A.
Barbosa; C.R.A. Maltha; J.L. Colodette; E.L. Reis; V.R. Mendonça
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
09_Cazal_Barbosa_Maltha_Colodette_Reis_Mendonca.pdf (em Português - 04 pp.)
The
true importance of oxygen delignification for Eucalyptus kraft pulps.
J.L. Colodette; D. Langue Júnior;
C. Pedrazzi; L.C. Colodete; J.L. Gomide; C.M. Gomes
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
10_Colodette_Langue_Pedrazzi_Colodete_Gomide_Gomes.pdf (em Inglês - 11 pp.)
Análise comparativa entre vários métodos de quantificação
de hemiceluloses da madeira de eucalipto. L.P.S. Palmeiras; J.L. Colodette;
A.S. Magaton
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/11_Palmeiras_Colodette_Magaton.pdf (em Português - 03 pp.)
Comparação entre tratamento anaeróbio da água
branca da indústria de papel por bioreator de membrana e convencional. A.P.S. Loures; C.M. Silva; A.H. Mounteer; C.A.L. Chernicharo; R.S.
Rodrigues; M.R. Coura; I.L.H. Morais
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
12_Loures_Silva_Mounteer_Chernicharo_Rodrigues_Coura_Morais.pdf (em Português - 11 pp.)
Efeito
da adição de pasta APMP de eucalipto
nas propriedades da polpa kraft branqueada de Pinus radiata. M. Manfredi;
J.L. Colodette;
R.C. Oliveira; E.C. Xu
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/13_Manfredi_Colodette_Oliveira_Xu.pdf (em Português - 05 pp.)
Branqueamento
de polpa de eucalipto com sequências
curtas. F.R. Milagres; M.S. Rabelo; F.J.B. Gomes; J.L. Colodette
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/14_Milagres_Rabelo_Gomes_Colodette.pdf (em Português - 05 pp.)
Importância da amostragem no uso da espectroscopia NIR para
caracterização de madeiras. L.C. Sousa; J.L. Gomide;
R.B. Santos
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/15_Sousa_Gomide_Santos.pdf (em Português - 03 pp.)
Pulpeo
kraft en Eucalyptus robusta Sm, de una plantación experimental
en Morelia, México. U. Trujillo-Jiménez; J.J. Vargas-Radillo;
J.J. Rivera-Prado; R. Sanjuán-Dueñas; J.L. Colodette;
J.G. Rutiaga-Quiñones
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/16_TrujilloJimenez.et.all.pdf (em Espanhol - 03 pp.)
High yield biokraft pulping of Eucalyptus
grandis: evaluation of the
bioprocess using wood chips biotreated by Ceriporiopsis subvermispora in
different supplementing conditions. M.P. Vicentim; R.A. Faria; A.
Ferraz
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/17_Vincentim_Faria_Ferraz.pdf (em Inglês - 08 pp.)
Evaluación de parámetros
de calidad de E.
globulus y
E. maidenii de plantaciones uruguayas para pulpa de celulosa. J. Doldán
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/18_Doldan.pdf (em Espanhol - 06 pp.)
Uso
del ozono en secuencias ECF-light para el blanqueo de pulpas kraft
de eucalipto. J.C. Garcia; P. Mutjé; M.A. Pèlach;
L. Barbera; J.L. Colodette
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
19_Garcia_Mutje_Pelach_Barbera_Colodette.pdf (em Espanhol - 07 pp.)
Caracterização
dos ácidos urônicos
da madeira de Eucalyptus urograndis. O.R. Lopes; A.S. Magaton;
P.H.D. Morais; J.L. Colodette; D.P. Veloso
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
20_Lopes_Magaton_Morais_Colodette_Veloso.pdf (em Português - 04 pp.)
Efecto
de las xilanas en la refinabilidad y propriedades físico-mecánicas
de pulpa kraft de Eucalyptus spp. E.M. Albarrán; G. Mogollón;
J.L. Colodette
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/21_Albarran_Mogollon_Colodette.pdf (em Espanhol - 11 pp.)
Efeito
da lixiviação ácida de
cavacos de eucalipto no processo kraft. E. Moreira; J.L. Colodette;
J.L. Gomide; R.C. Oliveira;
A.J. Regazzi; V.M. Sacon
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
22_Moreira_Colodette_Gomide_Oliveira_Regazzi_Sacon.pdf (em Português - 08 pp.)
Effect
of recent bleaching technology development on organic matter balance
in eucalypt kraft pulp bleaching effluents. A.H. Mounteer;
R.O. Pereira; A.A. Morais; D.S.A. Silveira
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/23_Mounteer_Pereira_Morais_Silveira.pdf (em Inglês - 07 pp.)
A
influência dos ácidos hexenurônicos
no rendimento e na branqueabilidade da polpa kraft. G. Ventorim;
J.C. Caraschi; C.A.
Sansigolo
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
24_Ventorim_Caraschi_Sansigolo.pdf (em Português - 07 pp.)
Caracterização
das O-acetil-4-O metil-(glicurono) xilanas e das 4-O-metil-(glicurono)
xilanas isoladas da madeira de
Eucalyptus
urograndis. A.S. Magaton; J.L. Colodette; D. P. Veloso; L.P.S. Palmeiras;
O.R. Lopes
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
25_Magaton_Colodette_Veloso_Palmeiras_Lopes.pdf (em Português - 05 pp.)
Avaliação de surfactantes para controle de stickies
na produção de papel reciclado. V.C. Soares; R.C. Oliveira
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/26_Soares_Oliveira.pdf (em Português
- 07 pp.)
Alternativas de blanqueo de pulpas kraft de Eucalyptus spp.
incorporando quelantes fosfonados y enzimas. A.D. Venica; M.C. Area; F. Felissia
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/27_Venica_Area_Felissia.pdf (em Espanhol - 06 pp.)
Composición química de cuatro
eucaliptos, de una plantación
experimental en Morelia, México. N. S. Martínez-Ríos;
F.E. Pedraza-Bucio; P. López-Albarrán; J.L. Colodette;
J.G. Rutiaga-Quiñones
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/28_MartinezRios.et.all.pdf (em
Espanhol - 04 pp.)
Branqueamento
ECF – light de polpa kraft de eucalipto, com aplicação
do estágio de peróxido ácido catalisado por molibdênio.
M.S. Rabelo; J.L. Colodette; V.M. Sacon; M.R. Silva
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
29_Rabelo_Colodette_Sacon_Silva.pdf (em Português - 08 pp.)
Avaliação da branqueabilidade de biopolpa kraft de eucalipto
sequência O/O-DHT-(EOP)-D. J.L. Colodette; J. Gonzalez-Molina;
M.A.B. Azevedo; O. Paula
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/
30_Colodette_Gonzalez_Azevedo_Paula.pdf (em Português - 11 slides do PowerPoint)
Caracterização de ligninas de Eucalyptus spp. pela técnica
de pirólise associada à cromatografia gasosa e à espectrometria
de massas. V.L. Silva; L.C.A. Barbosa; C.R.A. Maltha; J.L. Colodette
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/31_Silva_Barbosa_Maltha_Colodette.pdf (em Português - 04 pp.)
Caracterização química de polpa quimiotermomecânica
de Eucalyptus grandis. R.P. Francisco; A.A.S. Curvelo
http://www.eucalyptus.com.br/icep03/32_Francisco_Curvelo.pdf (em Português
- 06 pp.)

Referências
sobre Eventos e Cursos
Essa seção tem como meta principal apresentar a vocês
a possibilidade de navegação em eventos que já aconteceram
em passado recente (ou não tão recente), e para os quais os organizadores
disponibilizaram o material do evento para abertura, leitura e downloading a partir de seus websites. Trata-se de uma maneira bastante amigável
e com alta responsabilidade social e científica dessas entidades, para
as quais direcionamos os nossos sinceros agradecimentos. Gostaria de enfatizar
a importância de se visitar o material desses eventos. A maioria deles
possui excepcionais palestras em PowerPoint, ricas em dados, fotos, imagens
e referências para que vocês possam aprender mais sobre os temas
abordados. Outras vezes, disponibilizam todo o livro de artigos técnicos,
verdadeiras fontes de conhecimento para nossos leitores. Estamos também
destacando nessa seção a crescente disponibilidade de materiais
acadêmicos colocados de forma pública por inúmeros professores
universitários, que oferecem as aulas e materiais didáticos de
seus cursos para uso pelas partes interessadas da sociedade através
da internet.
É muito importante que vocês naveguem logo e façam os devidos
downloading dos materiais de seu agrado. Muitas vezes as instituições
disponibilizam esses valiosos materiais por curto espaço de tempo ou
então alteram os endereços de URL devido a modernizações
em seus websites.
Espero que apreciem essa nossa presente seleção: são
diversos eventos, cursos e materiais acadêmicos interessantíssimos
e que aconteceram no Brasil e fora dele.
Workshop Internacional “As Biorrefinarias de Biomassa para Biocombustíveis:
Sustentabilidade & Importância Socioeconômica”. LNEG-
Laboratório Nacional de Energia e Geologia. Portugal. (em Português,
Espanhol e Inglês)
O evento, realizado em setembro de 2010, em Alfragide – Portugal, teve
como objetivo aprofundar a discussão sobre as oportunidades políticas,
técnicas e socioeconômicas sobre as tecnologias de produção
sustentáveis de biocombustíveis que poderão chegar ao
mercado nos próximos anos, além de avaliar o enquadramento dessas
mesmas tecnologias no conceito das Biorrefinarias de Biomassa, fábricas
multiprodutos a exemplo das refinarias de petróleo.
http://www.lneg.pt/divulgacao/eventos/153 (Palestras do evento)
http://www.lneg.pt/download/1048 (Programação)
VI
Semana de Atualização Florestal. SIF – Sociedade
de Investigações Florestais. Viçosa. Brasil. (em
Português)
Tradicional evento realizado em Viçosa, organizado pela SIF
e pela UFV – Universidade Federal de Viçosa, com a finalidade
de trazer o estado-da-arte tecnológico em temas florestais de
interesse para o Brasil. O sexto evento da série aconteceu entre
03 a 05 de setembro de 2012 e reuniu especialistas de universidades
e empresas, com temas variando desde as biorrefinarias de biomassa
até detalhes de tecnologias de plantações florestais.
http://www.sif.org.br/atualizacao/programa.php (Programação)
http://www.sif.org.br/palestras/atualizacao2012/palestras.html (Palestras)
International
Biorefinery Conferences. SUNY-ESF – College of
Environmental Science and Forestry. Syracuse-NY. (em Inglês)
Estão apresentadas e disponibilizadas no website da SUNY-ESF
diversos desses eventos de ampla magnitude e que versam sobre as biorrefinarias
de biomassa florestal para produção de bioprodutos e
biocombustíveis. O ESF é uma das mais prestigiadas universidades
norte-americanas que se vem dedicando a pesquisas nessa área
através de seu “Department of Paper and Bioprocess Engineering”.
Essas conferências internacionais têm sido organizadas
pela SUNY College of Environmental Science and Forestry (SUNY-ESF),
pela International Union of Biorefineries (IUB), e pelo Biorefinery
Institute.
http://www.esf.edu/biorefineries/past.htm (Conferências já realizadas)
http://www.esf.edu/biorefineries/2009/ (Palestras da
Conferência
de 2009)
http://www.esf.edu/biorefineries/2008/ (Palestras da Conferência
de 2008)
http://www.esf.edu/biorefineries/2007/speakers.htm (Palestras da Conferência
de 2007)
Workshops
AFORE – Biobased Solutions. Eupora. (em Inglês)
AFORE é um projeto cooperativo europeu envolvendo empresas e
institutos de pesquisa de diversos países com a finalidade de
desenvolver tecnologias e soluções técnicas para
as biorrefinarias de base florestal. AFORE tem realizado diversos workshops
internacionais em países europeus, onde diversas palestras foram
apresentadas e disponibilizadas para downloading. Conheça abaixo
alguns desses eventos:
http://www.eu-afore.fi/index (Sobre o projeto AFORE)
http://www.eu-afore.fi/publications-workshops-3 (Palestras do evento
de 2012 em Lisboa - Portugal)
http://www.eu-afore.fi/publications-workshops-1 (Palestras do evento
de 2011 em Estocolmo - Suécia)
http://www.eu-afore.fi/publications-workshops-2 (Palestras do evento
de Bucareste – Romênia)

Contribuições
dos Leitores
Em função do nível de penetração que têm
a Eucalyptus Newsletter e a sua irmã PinusLetter, temos recebido com frequência
mensagens de leitores que gostariam de compartilhar seus conhecimentos e desenvolvimentos
tecnológicos com os demais leitores. Eles nos enviam teses, palestras,
artigos, livros, revistas, eventos, reflexões, bem como nos colocam sugestões
valiosas acerca de conhecimentos técnicos para o setor. Muitas dessas
ofertas e contribuições podem muito bem enriquecer o acervo das
nossas publicações como também merecem ser compartilhadas
com todos os demais leitores. Essa nossa seção procura então
fazer links com materiais valiosos enviados pelos amigos leitores, ou mesmo incluir
esses materiais em nossos websites para favorecer o descarregamento dos mesmos.
Entretanto, faremos uma seleção, frente às muitas solicitações
que recebemos. Outras vezes, ao nos deparar com alguma excelente literatura que
não esteja ainda na web, vamos solicitar nós mesmos a possibilidade
de incluir esse material em nossos websites para dividi-lo com vocês. Toda
literatura a ser divulgada deverá assim estar em conformidade com nossa
linha editorial e de acordo com nossos padrões de qualidade técnica
e científica.
Sintam-se livres para nos enviar contribuições, mas
sejam pacientes,
pois nem sempre serão disponibilizadas de imediato.
Nessa edição vamos lhes apresentar alguns interessantes materiais,
fotos, vídeos, curiosidades, referências e literaturas que nos informaram,
disponibilizaram ou presentearam os amigos Rafael Hardt Araújo, José Luiz
Stape; Antônio Rioyei Higa; Fernando Almeida Santos, Glauber Pinheiro,
André Barros da Hora, Júlio Natalense, Guy Ladvocat, Vera Maria
Sacon, Gerson Luiz Lopes, Marco Antônio Fujihara e Sergio Lopez.
Agradeço a esses estudiosos e motivadores do setor florestal e celulósico-papeleiro
por contribuições e trabalhos tão significativos em favor
dos mesmos.
Conheçam o que nossos amigos e leitores escrevem, informam
e procuram
compartilhar com vocês todos:
Cartoom eucalíptico: Coala e Deus. UmSabadoQualquer.com. Acesso em 09.10.2012.
(em Português)
http://www.umsabadoqualquer.com/878-criacoes-nao-muito-satisfeitas/
Livro:
Pomar de sementes de espécies florestais nativas. Coordenação:
Antônio Rioyei Higa e Luciana Duque Silva. FUPEF – Fundação
de Pesquisas Florestais do Paraná. 264 pp. (2006). (em Português)
http://www.abrates.org.br/portal/noticias/44-livro-pomar-de-sementes-de-especies-florestais-nativas
e
http://www.abrates.org.br/portal/noticias/63-livro-orienta-para-a-
instalacao-de-areas-produtoras-de-sementes-de-especies-florestais
Livro: Sugarcane.
Bioenergy, sugar and ethanol. Editores: Fernando Santos; Aluízio Borém; Celso Caldas. MAPA – Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Universidade Federal
de Viçosa. 568 pp. (2012). (em Inglês)
http://www.editoraufv.com.br/produtos/sugarcane-bioenergy-sugar-and-ethanol
e
http://www.udop.com.br/index.php?item=noticias&cod=1061992#nc
Livro: Anuário Brasileiro de Silvicultura 2012. Editor: Romar
Rudolfo Beling; Editor assistente: Daniel Neves da Silveira; Textos:
Cleiton Santos; Colaboração: Benno Bernardo Kist, Cleonice
de Carvalho, Erna Regina Reetz e Heloísa Poll; Supervisão:
Romeu Inacio Neumann; Tradução: Guido Jungblut. MAPA – Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Editora Gazeta. 47
pp. (em Português e em Inglês)
http://www.gaz.com.br/tratadas/eo_edicao/9/2012/08/
20120830_3428bbce5/pdf/3516_2012_silvicultura_double_web.pdf
e
http://www.gaz.com.br/editora/anuarios/3516
Artigo: Perspectivas do setor de biomassa de madeira para a
geração
de energia. Autores: André Carvalho Foster Vidal, André Barros
da Hora. BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social. BNDES Setorial 33: p.261-314. (2011). (em Português)
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/
bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/bnset/set3308.pdf
Evento: III Congreso Latinoamericano sobre Biorrefinerías. Pucón – Chile.
Unidad de Desarrollo Tecnológico (UDT); Centro de Biotecnología;
Universidad de Concepción; Núcleo Científico Tecnológico
en Biorrecursos (BIOREN); Universidad de la Frontera. (2012). (em Espanhol
e em Inglês)
http://www.biorrefinerias.cl/
Evento: Seminário Internacional - A Rotulagem Ambiental e as
Compras Públicas Sustentáveis. ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas. (2012). (em Português)
http://www.abnt.org.br/mCalendario.asp?id=2001
e
http://www.abnt.org.br/m5.asp?cod_noticia=1088&cod_pagina=965
Evento: Simpósio de Gaseificação de Biomassa. FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo. Apresentações em PowerPoint.
Acesso em 09.10.2012. (em Português)
http://www.fapesp.br/7073
Livro: Atlas
de bioenergia do Brasil. Suani Teixeira Coelho; Maria Beatriz Monteiro; Mainara Rocha Karniol.
CENBIO - Centro Nacional de
Referência em Biomassa. 66 pp. (2012). (em Português)
http://cenbio.iee.usp.br/download/atlas_cenbio.pdf
e
http://cenbio.iee.usp.br/destaques/2012/atlasbioenergia2012.htm
Website: Herbário Online Gerson Luiz Lopes. Laboratório
de Manejo Florestal. UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste.
Paraná. Acesso em 09.10.2012. (em Português)
http://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/florersta-ombrofila-mista/
Website: Espécies Arbóreas Brasileiras. Paulo Ernani
Ramalho Carvalho. Embrapa Florestas. Acesso em 09.10.2012. (em Português)
http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/index_especies.htm
Website: Fundação SOS Mata Atlântica. Acesso em
09.10.2012. (em Português)
http://www.sosma.org.br/ (Wesbite)
http://www.sosma.org.br/blog/ (Blog)
http://www.sosma.org.br/projetos/ (Projetos)
http://www.sosma.org.br/galerias/ (Fotos e vídeos)
Movimento ambientalista a favor dos eucaliptos: Contra o corte de árvores
de eucaliptos nas ilhas Canárias. Acesso em 09.10.2012.
(em Espanhol)
http://www.change.org/es/peticiones/talada-en-gran-canaria
e
http://ecoboletin.blogia.com/2007/090802-hay-que-parar-la-tala-
de-eucaliptos-en-la-carretera-del-monte-gran-canaria-..php

Plantações
Florestais em Direção a um Futuro Sustentável
--- Florestas: Coração da Economia Verde
"Forest Plantations towards a Sustainable
Future –-- Forests: the Heart of a Green Economy"
O
setor florestal brasileiro obtém significativa
proporção de sua madeira industrial de florestas plantadas
com elevado nível de responsabilidade e sustentabilidade. Existem
hoje no Brasil cerca de 6,5 milhões de hectares de plantações
florestais, sendo que 4,87 milhões de espécies do gênero Eucalyptus e 1,64 de Pinus. Uma significativa percentagem dessas florestas
está sendo manejada de acordo com princípios e critérios
de sustentabilidade e estão certificadas conforme sistemas de
ampla credibilidade e confiabilidade.
Por essa razão, o setor brasileiro de produção
de celulose e papel está empenhado em divulgar para o mundo
seu esforço e seu compromisso com esse tipo de manejo florestal,
que prima pelo respeito ao meio ambiente na geração da
matéria-prima que as suas fábricas de celulose e papel
consomem. Além disso, há claras vantagens sociais, com
geração de empregos, de rendas e desenvolvimento regional.
A
BRACELPA – Associação Brasileira de Celulose
e Papel em parceria com a FAO – Food and Agriculture Organization
e outras entidades setoriais têm realizado eventos internacionais
privilegiando esse tipo de divulgação com palestras com
especialistas de renome global. O objetivo é a inclusão
das florestas plantadas como alavancadoras de sustentabilidade e da “Economia
Verde” ou “Economia de Baixo Carbono”. Dois recentes
eventos foram realizados dentro dessa temática: um no Rio de
Janeiro, como evento paralelo da programação do Rio+20:
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável; o outro na sede da FAO em Roma, para atender as
partes interessadas europeias. O movimento tem sido referido nos eventos
pelas denominações: “The Role of Forest Plantations
towards a Sustainable Future” ou então como “Forests:
the Heart of a Green Economy”.
Conheçam mais sobre esses eventos nos websites a seguir:
http://www.fao.org/forestry/trade/76571/en/ (Sobre
o evento “Forests:
the heart of a green economy” na Rio+20) (em Inglês)
http://www.fao.org/forestry/trade/76831/en/ (Apresentações
do evento “Forests: the heart of a green economy” na Rio+20)
(em Inglês)
http://www.fao.org/forestry/download/32189-
0e66353f0252834c0daa9a85172e9886a.pdf (Programação do evento na Rio+20)
http://www.youtube.com/watch?v=K-pOZou8vtQ&list=
UUm1JqEs592DqGwqR6alv-Pg&index=7&feature=plcp (Vídeo sobre “Forests: the heart of a green economy” na
Rio+20) (em Inglês)
http://www.bracelpa.org.br/bra2/?q=node/33 (Algumas apresentações
dos eventos no website da BRACELPA)
http://www.youtube.com/watch?v=CuciE-oZn1E (Vídeo sobre “Forest
plantations - towards a sustainable future” em Roma/Itália)
(em Inglês)
http://www.ipolitics360.com/videos/InterviewForestplantations
-towardsasustainablefuture-4qWY19k7sww.htm (Vídeo sobre “Forest plantations - towards a sustainable
future” de evento da FAO em Roma/Itália) (em Inglês)
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=%22forest%20plantations%20towards
%20a%20sustainable%20future%22&source=web&cd=1&ved=0CCIQFjAA&url=
http%3A%2F%2Fforis.fao.org%2Fmeetings%2Fdownload%2F_2012%2Fthe_role_of_
planted_forests_in_the_future_we_want%2Fmisc_documents%2Fforestplantationstowardsasustfut
_brochure_web.pdf&ei=HMtyUMfXNpTc8wTHjICwCg&usg=AFQjCNEcaFHjfDqH6vj2tQsSxOkaPlhZbw (Programação do evento de Roma – “Forest
Plantations towards a Sustainable Future”) (em Inglês)
http://www.bracelpa.org.br/bra2/?q=node/499 (Vídeo “Repense
as árvores”, elaborado pela TAPPI – Technical Association
of the Pulp and Paper Industry e divulgado em parceria pela BRACELPA – Associação
Brasileira de Celulose e Papel)

Curiosidades
e Singularidades acerca dos Eucaliptos
por Ester Foelkel
(http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html)
Eucalyptus deglupta – O
Eucalipto Arco-Íris
Introdução
O Eucalyptus deglupta é conhecido popularmente como eucalipto
arco-íris por apresentar naturalmente uma casca multicolorida
de aspecto destacado e muito ornamental. Essa característica
inspirou seu nome popular. Endêmico de ilhas das Filipinas,
da Indonésia e de Papua Guiné, ele é uma das
pouquíssimas espécies do gênero que possuem abrangência
geográfica no hemisfério norte (Agroforestry...2012;
Magalhães et al.,1987). O eucalipto arco-íris também é um
dos únicos que não é nativo da Austrália
(Francis, 1988). Entretanto, em função de sua beleza,
de suas características tropicais e da utilização
comercial de suas árvores já pode ser considerado como
uma espécie cosmopolita e com ampla disseminação,
o que vem acontecendo a partir dos anos 40’s. Hoje, a espécie
E. deglupta é encontrada em diversas regiões dos trópicos
e dos subtrópicos, incluindo Taiwan, Siri Lanka, Samoa, Malásia,
Costa do Marfim, China, Cuba, Porto Rico, Honduras, Costa Rica, entre
outros países de clima quente (Francis, 1988). Há plantios
comerciais em grandes extensões em diversos países.
Até mesmo no Brasil o Eucalyptus deglupta já foi plantado
intensivamente pela empresa florestal Jari, no Pará, com finalidade
de abastecimento de fábrica de celulose kraft branqueada.
(FAO, 2001). A FAO também relatou que o desenvolvimento médio
da espécie em locais apropriados varia entre 25-40 m3/ha.ano,
podendo se enquadrar em manejos para rotações rápidas.
Apesar de sua potencial utilização comercial em algumas
regiões do Brasil, há pouca literatura sobre a espécie
(Magalhães et al., 1987). Por essa razão, esse nosso
artigo procurou reunir alguma literatura disponível para difundir
conhecimentos ao público interessado em E. deglupta.
Fatores para o desenvolvimento
Apesar de índices expressivos de crescimento e que chegam
a cerca de 80 m3/ha.ano em condições excepcionais,
em algumas regiões tropicais onde é nativo, o eucalipto
arco-íris é bastante exigente em fatores climáticos
e edáficos (FAO, 2001). Desenvolve-se em altitudes que variam
do nível do mar a até 1.800 m. Ele definitivamente
não suporta geadas ou temperaturas muito frias, preferindo
temperaturas que variam entre 23 a 31°C. A espécie gosta
de umidade, desenvolvendo bem em regiões com índices
pluviométricos médios anuais entre 2.500 e 5.000 mm.
E. deglupta também é exigente em termos edáficos,
exigindo para atingir o seu melhor potencial de crescimento solos
vulcânicos ou aluviais com textura arenosa a moderada, fertilidade
alta e pH médio (Agroforestry...2012; Francis, 1988). Devido
a essas exigências, seu crescimento em plantações
comerciais como exótica pode ser prejudicado pela falta de
algum desses fatores abióticos, variando de 5 a 25 m3/ha.ano,
como tem sido relatado em artigos publicados. Além da redução
do crescimento e da falta de padronização dos talhões
dos plantios em zonas inadequadas, essa espécie é muito
suscetível a incêndios e não tolera inundações
por períodos prolongados (Agroforestry...2012; FAO, 2001).
Em 1987, Magalhães e colaboradores estudaram as condições
edáficas apropriadas ao melhor crescimento do eucalipto arco-íris
no Brasil. A planta apresentou melhores índices de desenvolvimento
em solos argilosos, obtendo melhor densidade radicular. A espécie
tem rápido crescimento em solos vulcânicos, mas desenvolve
igualmente bem em solos ligeiramente erodidos e/ou que sofreram deslizamentos.
Há também uma série de doenças e de pragas
que acometem o eucalipto arco-íris, as quais podem causar
diminuição considerável em sua produtividade
florestal e inclusive levar à morte de indivíduos.
Tombamentos e podridões são doenças comuns em
viveiros, as quais podem ser controladas com o controle da umidade.
Cupins e brocas também podem depreciar a madeira dessa espécie
tornando-a imprópria para uso (Agroforestry...2012).
Por outro lado, a beleza e ornamentação de sua casca
multicolorida destaca a espécie para finalidades paisagísticas.
E. deglupta é utilizado para fins ornamentais, embelezando
parques e jardins em zonas tropicais e subtropicais do mundo. O eucalipto
arco-íris também faz boa sombra, característica
requisitada para o paisagismo (Francis, 1988). Garner (2006) ressaltou
o aroma agradável que E. deglupta possui, considerado diferente
frente ao das outras espécies de eucalipto. Isso valoriza
ainda mais seu uso em paisagismo.
O óleo essencial dessa planta, apesar de possuir boa adequação
aromática, encontra-se em quantidades extremamente reduzidas
nas folhas, não sendo viável sua extração
para fins comerciais (Agroforestry...2012).
Usos da madeira
Até o momento, a maioria dos estudos indica que a madeira
de E.deglupta mostra baixa densidade básica (entre 0,35 a
0,45 g/cm³), teor médio de lignina (entre 23 a 25%) e
relativamente alto teor de pentosanas (16 a 19%). Não é uma
madeira rica em extrativos, sendo raras as ocorrências de tiloses
nos elementos de vaso, para idades jovens (Redko et al., 1983). Os
elementos de vaso são abundantes e com comprimentos em geral
acima dos valores encontrados para as espécies utilizadas
para produção de celulose. Busnardo et al. (1978) e
Foelkel et al. (1978) relatam que esses elementos de vaso podem atingir
até valores entre 0,35 a 0,5 mm de comprimento. Com essas
características, as madeiras de E.deglupta mostram alguns
agravantes tecnológicos para produção de celulose
kraft (altos consumos de madeira por tonelada de celulose) e papéis
de impressão com tendência ao defeito de arrepelamento
de vasos (Foelkel et al. (1978). Entretanto, Redko (1983) não
encontrou diferenças muito significativas para as dimensões
dos elementos de vaso de E.deglupta em relação a outros
eucaliptos comercialmente utilizados para produção
de celulose para papel.
Há diversos estudos dessa espécie para melhorias da
produtividade florestal e da qualidade das fibras para a produção
de celulose. É para essa finalidade que E. deglupta é muito
estudado e plantado nas Filipinas (Wikipédia, 2012). Agroforestry
(2012) comentou que os rendimentos de polpa dessa madeira podem chegar
a 50% em processos de polpação kraft, o que também
tem sido confirmado por outros autores (Foelkel et al., 1978). A
celulose obtida se mostra dessa forma mais adequada para papéis
de alta densidade e com exigências de colapsabilidade das fibras
e dos elementos de vaso.
Frazão (1988) comparou índices de produtividade da
madeira e de propriedades da polpa de E. deglupta aos de Eucalyptus
saligna. Os resultados indicaram menor densidade básica da
madeira do primeiro, o que aponta maior consumo de madeira para a
produção unitária de celulose. E. deglupta apresentou
adequados índices de resistência de polpa kraft comparativamente
aos da outra espécie.
Além da utilização das fibras da madeira e da
casca energética pela indústria de celulose e papel, E.
deglupta tem uso limitado para lenha e para carvão em função
da baixa densidade da madeira. Entretanto, árvores com mais
de 15 anos de idade já são requisitadas para a primeira
finalidade. Sua madeira também pode ser utilizada para a fabricação
de alguns tipos de compensados e de produtos de madeira reconstituída.
Ela é considerada leve, de coloração predominante
marrom-escura e contendo brilho moderado. Francis (1988) apontou
a facilidade de secagem da madeira dessa espécie que pouco
se altera dimensionalmente durante o processo. Ela também
se impregna facilmente com os tratamentos preservativos de aplicação
de químicos. Ela é uma das madeiras mais exportadas
pela Nova Guiné e pode ser utilizada para a confecção
de móveis, pisos, forros, na indústria civil e na indústria
naval; contudo, é pouco durável em contato direto com
solo úmido (Agroforestry...2012; Francis,1988).
Descrição botânica
Não se poderia iniciar a descrição morfológica
do eucalipto arco-íris sem falar das características
de sua casca. Ao contrário de muitas espécies do gênero,
E. deglupta apresenta uma casca pouco espessa e com pouca cortiça.
Isso faz com que seja fina e brilhante e, com o crescimento da planta,
há a liberação de finos pedaços, revelando
outra casca nova de coloração verde intensa. O desprendimento
da casca antiga ocorre de forma irregular na árvore e, conforme
envelhece, ela deixa de ser verde e brilhante passando ao verde-escuro,
em seguida adquire cor azul-púrpura, que depois se torna rosa
alaranjada e, enfim, torna-se marrom-acastanhada. A última é conhecida
como casca velha já pronta para haver nova desfolhação
e desprendimento (Agroforestry...2012; Garner, 2006). É por
toda essa vasta coloração em constante mudança
de tons e cores (o que ocorre sazonal e irregularmente em todo o
tronco e galhos) que esse eucalipto é considerado ornamental,
parecendo uma obra de arte feita pela natureza. Além disso,
a planta é um ser vivo e faz do seu crescimento um arranjo
de formas e cores, o qual nunca será o mesmo - cada árvore
mostra uma beleza única e singular (Garner, 2006).
A árvore adulta na região de origem pode atingir o
máximo de 75 m de altura, da qual o fuste, ereto e bem formado,
pode representar de 50 a 70 %. Quando adulto pode ter ramos alternados
em número de quatro, geralmente ovalados ou lanceolados. E.
deglupta é uma planta perenifólia. Suas folhas quando
maduras são mais espessas do que as juvenis, e apresentam
dimensões de 7,5 - 20 x 5 - 7,5 cm. A inflorescência é umbeliforme
com panículas terminais que medem de 5 a 20 cm por 5 a 18
cm, com em torno de três flores em cada terminação.
As flores têm coloração branca ou creme com tonalidade
amarelo-pálido nos estames, que são bastante flexíveis
(Agroforestry...2012; Francis, 1988). Elas são protegidas
por um opérculo que se desprende um pouco antes da abertura
floral. O fruto é hemisférico, de formato similar aos
das espécies do gênero, que parece uma cápsula
globular.
Quando maduro adquire cor marrom e apresenta de três
a 12 sementes no seu interior, as quais amadurecem dentro dessas
cápsulas. As sementes são diminutas, marrons, achatadas
e contém uma pequena asa terminal para facilitar sua dispersão
no vento (Agroforestry...2012).
Aspectos biológicos e manejo
O eucalipto arco-íris é uma árvore bastante
precoce e pode florescer já no seu primeiro ano após
o plantio. Porém, o mais comum é a primeira florada
se dar aos três ou quatro anos, e depois anualmente. A florada
pode ocorrer em diferentes épocas do ano, dependendo da região
onde o eucalipto se encontra. No seu local de origem, a floração
coincide com a estação de chuva (Francis, 1988).
A propagação geralmente é feita por sementes
e, para plantações comerciais, sugere-se a semeadura
em bandejas. Também a clonagem de estacas e mini-estacas pode
ser utilizada em propagação vegetativa. A germinação
das sementes ocorre em temperaturas elevadas de em torno de 35 °C.
As sementes germinam entre 4-20 dias após a semeadura e a
taxa de germinação varia de 50 a 70 %. Recomenda-se
a utilização de substrato esterilizado contendo areia
fina (Agroforestry...2012). Durante a fase de germinação,
deve-se proporcionar sombra; depois, aclimatar gradualmente as mudinhas
a maiores incidências solares até a época do
plantio, quando já devem estar habituadas ao sol pleno. As
mudas estão prontas para serem plantadas a campo quando atingirem
20 a 30 cm de altura. Isso, segundo Agroforestry (2012), leva entre
três a quatro meses da semeadura. O mesmo autor comentou que
o espaçamento para plantios comerciais visando à produção
de papel e celulose varia de 3 x 3 m a 4 X 4 m, dependendo da região
e também da rotação almejada, que pode chegar
a 10 ou 12 anos para o corte final na produção de celulose.
Recomenda-se a inoculação de micorrizas nos substratos
das mudas em caso do plantio ser em áreas de solo muito pobres,
erodidos e severamente perturbados (Garner, 2006). Cuidados com irrigação
e garantia de umidade no solo devem ser tomados no primeiro ano do
plantio, bem como o manejo das plantas daninhas nas linhas e entrelinhas
(Agroforestry..., 2012; Francis, 1988).
O desenvolvimento dessa espécie está altamente correlacionado
com a quantidade de água a ela proporcionada. Para fins paisagísticos,
quando se deseja crescimento rápido para sombra, o local ideal
de plantio de E.deglupta seria próximo de canais, rios ou
lagos (Garner, 2006).
Considerações finais
Apesar da vasta utilização que o eucalipto arco-íris
pode ter em regiões quentes do planeta, não são
muitas as referências bibliográficas disponíveis
na internet. Francis (1988) comentou que a densidade da madeira é uma
característica qualitativa altamente herdável. Assim,
grande parte do melhoramento genético para E. deglupta visa
ao aumento da densidade básica da madeira, além de
melhorias na sua uniformidade. Existe muita atividade nesse particular.
Garner (2006) também sugere maior uso dessa espécie
para fins paisagísticos e ornamentais nas regiões mais
quentes dos Estados Unidos. A grande beleza ornamental da casca e
de já haver plantios comerciais bem-sucedidos no Brasil também
poderiam colaborar para uma melhor utilização para
essa finalidade, ajudando a embelezar praças e jardins em
nosso País.
A seguir
há uma série de trabalhos técnico-científicos,
vídeos e fotos relacionados ao eucalipto arco-íris
plantados nas regiões quentes do mundo. Algumas das bibliografias
foram utilizadas para a elaboração desse artigo técnico.
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para leitura
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isch&source=hp&biw=1280&bih=521&q=%22eucalyptus+deglupta%22%2Bornamenta
%C3%A7%C3%A3o%2Bpaisagismo&oq=%22eucalyptus+deglupta%22%2Bornamenta%
C3%A7%C3%A3o%2Bpaisagismo&gs_l=img.12...1792.1792.0.3052.1.1.0.0.0.0.454.
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deglupta+ornamentação+paisagismo”)
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rainbow+eucalyptus&gbv=2&oq=rainbow+eucalyptus&aq=0L&aqi=g-L10&aql=&gs_sm=
1&gs_upl=1122l6360l0l9278l18l18l0l8l8l0l231l1818l2..0.8l10l0&gs_l=img.1.0.0i19l10.1122l63
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deglupta”)
http://www.hear.org/starr/images/image/?q=090618-1064&o=plants (Hear.org: “Plants of Hawaii”)
http://www.flickr.com/photos/marcgoohs/2609318796/ (Flickr: “Rainbow
Eucalyptus”)
http://www.flickr.com/photos/ucumari/119555788/ (Flickr: “Rainbow
Eucalyptus”)
http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/eucalipto.html (Banco
de imagens eucalipto. Foto search)
http://picasaweb.google.com/117765287497050349302/TroncosOrnamentais (Picasaweb: Troncos ornamentais)
http://mmatsumotophotography.wordpress.com/2012/03/07/rainbow-eucalyptus/ (Megan Matsumoto Photography: “Rainbow Eucalyptus”)

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