Um
Encontro com Alguns dos Amigos dos Eucaliptos de Portugal
Portugal tem tido um papel de destaque
no desenvolvimento tecnológico dos eucaliptos, tanto para utilizações
de suas fibras para produção de celulose e papel, como
de suas madeiras para construção de móveis, habitações,
etc. Com muito orgulho, os portugueses têm-se destacado com a
espécie de eucaliptos que é plantada com predominância
no país, o Eucalyptus globulus. Essa espécie tem sido
melhorada nos seus aspectos florestais e na qualidade de suas madeiras
e também no que diz respeito a seus óleos essenciais.
Existem inúmeros pesquisadores em Portugal colaborando para
esse desenvolvimento. Na área florestal, as empresas líderes
da base florestal têm colocado esforços na melhoria da
produtividade e rendimentos, através de instituições
sérias de pesquisa, tanto acadêmicas como empresariais.
Já na área técnica de produção de
celulose e papel, os esforços se concentram nos rendimentos
e qualidades na polpação e no excepcional desempenho
dos papéis de impressão produzidos com as celuloses kraft
obtidas. Portugal já foi grande produtor de celulose de mercado
de eucaliptos. Entretanto, nas últimas duas décadas,
a opção foi pela verticalização, pela agregação
de mais valor nessa cadeia produtiva e pela produção
de papéis de impressão do tipo “offset”,
em resmas, bobinas e em formatos do tipo “cut-size”. Por
isso mesmo, Portugal têm posição relevante no fornecimento
desses tipos de papéis para o mercado europeu e mundial. Além
disso, ainda persistem as produções e exportações
de celuloses de mercado dos tipos kraft branqueada e para dissolução,
embora em muito menores quantidades em relação ao passado.
O
sucesso florestal e industrial dos eucaliptos em Portugal se apoia
não apenas na adaptação dos eucaliptos às
terras e climas portugueses, mas também nas conquistas de diversos
de seus pesquisadores. Nessa newsletter atual e em algumas de nossas
próximas Eucalyptus Newsletters, daremos destaque à produção
científica e tecnológica de alguns dos principais nomes
da pesquisa portuguesa com os eucaliptos. Estamos começando
com dois renomados professores da Universidade de Coimbra, uma das
principais universidades europeias. Nossos amigos, Dra. Maria da Graça
Videira Sousa Carvalho e Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira são
os Amigos dos Eucaliptos homenageados nessa edição. Eles
dois são definitivamente grandes alimentadores de conhecimentos
tecnológicos sobre as madeiras, celuloses e papéis a
partir dos eucaliptos. Entretanto, existem muitos outros amigos em
Portugal e que serão entrevistados por nós para também
terem seu acervo produtivo e biografia disponibilizados a nossos leitores
globais. Entre eles, gostaria de destacar alguns pesquisadores e educadores
portugueses, tais como: na Universidade de Coimbra, a Dra. Maria Margarida
Lopes Figueiredo; na Universidade de Aveiro, pesquisadores e educadores
como o Dr. Carlos Pascoal Neto e o Dr. Dmitry Evtuguin; nosso amigo
e pesquisador florestal Dr. Nuno Borralho; nosso querido amigo e pesquisador
industrial Carlos A. Valente, que infelizmente já deixou nosso
convívio há alguns anos; dentre outros tantos mais. Encontraremos
ainda espaço
para outros pesquisadores que definitivamente são amigos dos
eucaliptos em outras importantes instituições de pesquisa
em Portugal, como na Universidade Beira Interior, na Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro, no Instituto Superior de Agronomia
da Universidade Técnica de Lisboa, na Escola Superior Agrária
de Coimbra e no Instituto de Investigação da Floresta
e Papel - RAIZ. Além disso, estamos em negociação
com a TECNICELPA, através de nosso estimado amigo Augusto Góis,
para encontrar formas de digitalizar algumas das obras-primas da literatura
florestal escritas pelo grande autor português Ernesto Góes.
Aguardem, tudo virá a seu tempo para enriquecer o mundo virtual
de informações eucalípticas.
Os
Amigos dos Eucalyptus
Dra.
Maria da Graça Videira Sousa Carvalho
Dra. Maria da Graça Videira Sousa
Carvalho tem sido uma
competente e dedicada estudiosa, educadora e pesquisadora acerca das
celuloses obtidas a partir das madeiras dos eucaliptos. Sua área
predominante de pesquisas vem sendo os aspectos de polpação,
branqueamento da celulose e inter-relações entre qualidade
da madeira e dos produtos celulósicos e papeleiros dos eucaliptos.
Mais recentemente, também incorporou em seus estudos a produção
integrada de celulose para papel e outros produtos da madeira, como
dos biocombustíveis, etc. em empreendimentos industriais que
se denominam hoje de biorefinarias. Sua produção científica é enorme,
a começar pela sua magnífica tese de doutorado, onde
estudou a otimização das condições de polpação
kraft para produção de celulose de Eucalyptus globulus,
tendo a segura orientação da Dra. Maria Margarida Figueiredo.
Uma obra-prima que merece ser lida por todos do setor de celulose e
papel a partir dos eucaliptos. Felizmente, um trabalho como esse pode
ser acessado livremente por qualquer cidadão do mundo que queira
aprender mais sobre a produção de celulose kraft de eucalipto.
Temos mais adiante, nessa newsletter, endereços na web onde
essa obra pode ser obtida sem custos pelos interessados.
Nossa estimada amiga Dra. Maria da Graça Carvalho nasceu em Coimbra,
em 1959. Passou grande parte de sua vida na própria cidade de
Coimbra, onde estudou e vem trabalhando em sua profissão de educadora
e pesquisadora. Foi portanto em Coimbra que frequentou a famosa Universidade
de Coimbra (de 1977 a 1982), onde se licenciou em Engenharia Química.
Continuou seus estudos de pós-graduação na mesma
universidade, onde se doutourou em 1999. Atualmente é Professora
Auxiliar com nomeação definitiva no Departamento de Engenharia
Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
de Coimbra (DEQ/FCTUC).
Quando frequentou o ensino secundário, Maria da Graça
sempre teve gosto pelas áreas de Matemática e Química,
o que a levou a escolher o curso de Engenharia Química na expectativa
de vir no futuro a ter um trabalho na indústria química.
Entretanto, acabou sendo professora e pesquisadora para esse mesmo tipo
de atividade industrial, após uma breve passagem pela indústria
química. Seu interesse pela área de celulose e papel apareceu
quando da definição do seu programa de doutoramento. Resultou
da conjugação de vários fatores na época:
1) ela tinha interesse em fazer uma ampla e útil pesquisa aplicada;
2) também mostrava um interesse pessoal pela química da
celulose; 3) existia uma ligação de parceria para pesquisas
entre o DEQ/FCTUC, a indústria da celulose e papel e o Instituto
de Investigação da Floresta e Papel RAIZ; 4) havia muito
interesse em se desenvolver no DEQ/FCTUC essa linha de investigação;
5) a indústria de celulose e papel apresentava-se (isso acontece
até hoje) de grande importância no contexto português,
e particularmente na região central de Portugal, onde se situa
a Universidade de Coimbra.
Dra. Maria da Graça Carvalho sempre teve apreço pela transmissão
de conhecimentos, fossem eles acadêmicos ou científicos,
daí ter-se identificado com os trabalhos universitários.
Também, enquanto estudante universitária, nos últimos
anos do seu curso, foi escolhida e convidada para lecionar aulas práticas
em disciplinas de Química aos alunos do primeiro ano do curso,
fazendo ainda pesquisas na área de determinação
de propriedades termofísicas. Isso lhe deu oportunidades para
desenvolver sua capacidade de comunição oral e de apresentar
os resultados das pesquisas em congressos da especialidade. Após
a formatura, foi professora no ensino secundário de uma escola
localizada na cidade de Caldas da Rainha, onde lecionou a disciplina
de Matemática durante um ano. Depois desta gratificante experiência
de ensino, ingressou numa empresa da indústria química
localizada em Lisboa – empresa de produção de detergentes
e outras especialidades químicas para manutenção
industrial. Ali, foi responsável durante 2 anos pela gestão
de produção, pela gestão da qualidade de matérias-primas
e produto acabado e pelo desenvolvimento de novos produtos. Essa experiência
deu-lhe uma visão sobre a realidade do ambiente industrial, das
suas necessidades, dificuldades e desafios e da importância de
uma ligação mais estreita entre a pesquisa e a sua aplicação
industrial. Também lhe permitiu adquirir uma experiência
enriquecedora ao nível das relações interpessoais.
Nesta fase, os seus principais desafios eram obter uma boa integração
no ambiente industrial e, no âmbito das suas funções,
conseguir desenvolver produtos que contribuissem para a satisfação
dos clientes e o sucesso da empresa onde trabalhava.
Entretanto, o mundo dá suas voltas, surgindo a oportunidade para
concorrer (e conquistar) a um lugar de professora no DEQ/FCTUC o que,
aliado aos interesses pessoais e familiares, resultaram em sua saída
da indústria, rumando novamente a Coimbra e abraçando um
novo desafio. Desde então, tem lecionado disciplinas nas áreas
de Dinâmica de Fluidos, Fenômenos de Transferência
de Calor e de Massa, Operações Unitárias, Engenharia
Bioquímica, Laboratórios de Engenharia Química e
Tecnologia da Celulose e Papel a alunos de diferentes cursos (Engenharia
Química, Química Industrial, Engenharia de Materiais e
Engenharia do Ambiente). Define-se, por isso mesmo, como uma professora
empenhada em contribuir para a aprendizagem dos seus alunos nas várias
vertentes do conhecimento tecnológico da engenharia.
Também é professora e orientadora no programa do Mestrado
em Processos de Produção de Pasta de Celulose para Papel
e no programa de Doutoramento em Engenharia Química. Em função
dessas atividades, supervisiona estágios profissionais de recém-licenciados
e orientação de alunos em conclusão do curso de
Licenciatura, do Mestrado Integrado e do Doutoramento em Engenharia Química,
envolvendo estudos principalmente na área de Celulose e Papel.
Em Portugal, o Eucalyptus
globulus é a principal matéria-prima
da indústria de celulose e papel, o que significa que grande parte
do esforço de pesquisa e desenvolvimento recaia sobre esta espécie. É neste
contexto que os eucaliptos passaram a fazer parte da vida profissional
da Dra. Maria da Graça Carvalho. Sua principal área de
investigação se concentrou no estudo e desenvolvimento
para a utilização industrial desse eucalipto, em especial
na otimização dos processos de cozimento e branqueamento.
Embora tenha alguma curiosidade sobre os pinheiros, e aborde sempre nas
suas aulas a comparação entre madeiras de fibras longas
e curtas, de momento esta madeira não está no centro de
suas pesquisas. Entretanto, às vezes, surgem oportunidades de
estudos com algum tipo de processo envolvendo as fibras longas de pinheiros.
No início da sua carreira acadêmica no DEQ/FCTUC, ela desenvolveu
atividades de investigação nas áreas de Engenharia
Bioquímica (Separação de Proteínas por Precipitação)
e de Transferência de Massa. Entretanto, desde que iniciou os trabalhos
de doutoramento em 1996, tem-se dedicado essencialmente à investigação
ligada às seguintes áreas:
1) polpação kraft de eucalipto (influência das condições
operacionais nas caraterísticas das pastas e cinéticas
de transferência de massa e de reação de alguns componentes
da madeira);
2) otimização e modelagem das cinéticas de branqueamento
de pastas químicas de celulose de eucalipto;
3) estudos sobre o impacto do branqueamento na reversão da alvura
de celuloses branqueadas de eucalipto;
4) caracterização da superfície do papel por determinação
de ângulos de contato e por cromatografia gasosa de fase inversa;
5) biorefinarias, com ênfase no aproveitamento de hidrolisados
de madeira (como pré-tratamento antes do cozimento) e das lamas
primárias para a produção de biocombustíveis
ou biomateriais.
A maioria destes estudos têm surgido como uma consequência
de demandas provenientes da indústria portuguesa desse importante
setor industrial.
Paralelamente, no âmbito de um projeto na área da educação
em Engenharia Química, elaborou textos de apoio nos temas de Transferência
de Calor e de Massa e Absorção e orientou o desenvolvimento
de ferramentas de informática para o projeto de colunas de Absorção/Dessorção
(Laboratórios Virtuais - http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla).
Com isso, criou e desenvolveu uma rede de apoio às aulas de Fenômenos
de Transferência de Calor e de Massa (http://aulaft.ning.com) e às
aulas de Processos de Transferência e Separação (http://aulasptsii.ning.com).
Considera que isso foi uma experiência muito interessante, pois
os alunos começaram a criar o hábito de colocar questões
(via plataforma), contribuindo para o seu processo de aprendizagem, sem
a necessidade de buscarem as respostas através da relação
direta e pessoal com os professores, o que às vezes os inibiam.
Dra. Maria da Graça Carvalho considera que sua principal conquista é a
realização profissional, que se traduz e materializa
no reconhecimento dos pares (através dos artigos publicados
e respectivas citações e dos projetos aprovados avaliados
por júris internacionais) e no reconhecimento dos seus alunos
(através dos resultados das pesquisas de avaliação
pedagógica e pelas manifestações de apreço
durante a sua atividade profissional). Com isso, tem contribuido para
a formação de centenas de jovens que estão integrados
no mercado de trabalho com sucesso e que continuam a manter uma ligação
estreita com a Universidade de Coimbra e com os seus ex-professores.
Outra atividade muito enriquecedora tem sido a de contribuir para a
atualização de conhecimentos de funcionários de
empresas do setor, através de cursos de formação
onde participa e onde tem recebido inúmeras manifestações
da importância setorial e profissional desses treinamentos.
As suas contribuições mais relevantes para o setor de
celulose e papel até o momento foram as seguintes, segundo sua
própria percepção:
1) ter sistematizado o conhecimento do efeito das variáveis do
cozimento kraft de E. globulus no rendimento e na qualidade da celulose;
2) ter contribuído para a otimização de condições
de branqueamento através dos estudos solicitados pela indústria
do setor;
3) Para os eucaliptos, em particular, acredita ter contribuído
para consolidar a idéia de que a espécie Eucalyptus
globulus cultivada em Portugal tem madeira de fácil deslignificação,
suas celuloses são de fácil branqueamento e que as suas
fibras curtas são classificadas como as que apresentam uma das
melhores aptidões para fabricação de papel, em especial
aos papéis de impressão e escrita.
Dra. Maria da Graça também tem outras atividades profissionais: é associada
da Ordem dos Engenheiros desde 1983, da TECNICELPA (Associação
Portuguesa dos Técnicos das Indústrias de Celulose e Papel)
desde 1996 e da RIADICYP (Rede Iberoamericana de Docencia e Investigación
en Celulosa y Papel) desde 2001.
Dra. Maria da Graça está casada há 25 anos com um
ex-colega de curso, com quem tem grande cumplicidade e partilha de vida
(“nos bons e maus momentos”, como ela mencionou). Também
ele é engenheiro químico ligado à indústria
de celulose e papel, o que acaba significando trabalhar e conversar sobre
o setor em casa também. Possuem dois maravilhosos filhos (17 e
22 anos) e o mais velho está terminando o Mestrado Integrado em
Engenharia Química. Exatamente por isso, Dra. Maria da Graça
costuma dizer que em seu lar se respira Engenharia Química ao
cubo. “A família acaba funcionando como um clã em
que a solidariedade, a engenharia química e os afetos andam de
braços dados”. Considera um privilégio ter tido a
sorte de ser presenteada com dois filhos e um marido compreensivos e
solidários e uma mãe carinhosa que a substituiu, quantas
vezes, nos deveres maternais nos momentos críticos do seu projeto
e trabalho de doutoramento. Isso tudo serve para lhe encher de orgulho
e satisfação profissional, pessoal e familiar.
Quando lhe perguntamos sobre o que falta fazer acerca do seu futuro,
nos respondeu sem pestanejar: “Quase tudo. O tempo passado é história
e o dia só tem 24 horas. Falta conhecer e descobrir tanta coisa… Há anos
que prometo aos meus alunos escrever um livro de apoio às aulas… Continuarei
a viver intensamente, por ser também esta a minha forma de estar
perante a vida. Com trabalho perserverante, dedicação e
a contribuição de muitos, será possível ultrapassar
as dificuldades que forem surgindo e no fim atingir a satisfação
do dever cumprido”.
Acredite, Dra. Maria da Graça Videira
Sousa Carvalho, também
nós temos orgulho e gratidão por conhecer e aproveitar
todo o valor de seu trabalho educacional e tecnológico em favor
dos eucaliptos e por desfrutar da amizade cativante que a senhora dedica às
pessoas com quem interage no setor. É com muita alegria e reconhecimento
que a Eucalyptus Newsletter lhe homenageia como uma grande “Amiga
dos Eucalyptus”.
Para conhecerem mais sobre a Dra. Maria da Graça Carvalho, sua
vida acadêmica e sobre o Departamento de Engenharia Química
da Universidade de Coimbra, sugerimos que naveguem nas webpages a seguir:
http://www.uc.pt/fctuc/deq (Departamento de Engenharia
Química
da Universidade de Coimbra)
http://www.eq.uc.pt/centro/index.html (Centro de Investigação
em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta
da Universidade de Coimbra)
http://www.uc.pt/fctuc/deq/pessoas/docentes (Docentes do DEQ/FCTUC)
http://www.ectep.com/ects/html/fctuc/e_quimica/cadeirasalpha.html (Disciplinas da Engenharia Química na Universidade de Coimbra)
http://www.ectep.com/ects/html/fctuc/e_quimica/cad56.html (Disciplina
Tecnologia da Celulose)
http://ww2.eq.uc.pt/Members/mgc (Página pessoal da professora
Maria da Graça Carvalho)
http://ww2.eq.uc.pt/Members/mgc/mariagc/ (Dados pessoais e profissionais atualizados da Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho, em
Inglês)
http://ww2.eq.uc.pt/Members/mgc/cv_mgc_2007%20Jan.pdf (Curriculum
vitae da Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/57_Graca%20Carvalho_CV.pdf (Curriculum
vitae da Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho)


Os
Amigos dos Eucalyptus
Dr.
Paulo Jorge Tavares Ferreira
Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira é outro grande, talentoso,
competente e dedicado amigo do papel e dos eucaliptos. Sua atuação
profissional ao longo de sua vida tem sido muito rica em realizações,
e por certo, uma das mais relevantes foi exatamente a enorme bagagem
de conhecimentos que viabilizou com suas pesquisas e estudos acerca
dos papéis de impressão e escrita obtidos a partir
das fibras dos eucaliptos. Acredito que na atualidade, poucos técnicos
e profissionais no mundo dispõem de um nível de conhecimentos
acerca das fibras e papéis dos eucaliptos, como o Dr. Paulo
Ferreira. Apesar disso tudo, Dr. Paulo mostra uma enorme simplicidade
e modéstia e se apresenta como uma pessoa absolutamente cooperativa,
desprendida, humana e sempre pronta a colaborar com estudantes, técnicos
e, acredito, com qualquer pessoa que lhe solicitar auxílio.
Dr.
Paulo Ferreira nasceu em 1963, na cidade da Beira, em Moçambique,
então uma colônia de Portugal na África. Ali, frequentou
a escola primária em um colégio privado. Cerca de pouco
mais de um ano depois da “Revolução dos Cravos” (25.04.1974),
e de um mês depois da independência de Moçambique
(25.06.1975), decidiu se mudar para a casa de familiares na cidade da
Figueira da Foz, em Portugal. É nesta cidade portuguesa que frequenta,
em escola pública, todo o ciclo de preparação para
a entrada na Universidade, tendo escolhido a área dos estudos
científicos com Matemática, Química, Física
e Biologia como disciplinas básicas e fundamentais para sua carreira.
O fato de gostar bastante de Matemática e Química, e de
se sentir atraído pela Engenharia, foram razões para escolher
o curso de Engenharia Química na universidade mais próxima
da cidade onde vivia, a Universidade de Coimbra. Na escolha da universidade
pesou também bastante o prestígio da mesma, quer nacional
e internacional. Também, a escolha do curso teve ainda influência
do fato de que em Figueira da Foz se situavam, na época, as duas
maiores fábricas portuguesas de celulose e de papel. A Engenharia
Química era o único curso que permitia uma formação
mais próxima das necessidades dessas empresas, onde sonhava um
dia poder vir a trabalhar. Naquela época, no início da
década de 80, não existia em Portugal (tal como agora)
nenhuma universidade a fornecer uma graduação específica
na área de celulose e papel. Em 1987, concluiu o curso de Engenharia
Química no Departamento de Engenharia Química da Faculdade
de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DEQ/FCTUC),
universidade onde em 2000 é aprovado por unanimidade nas suas
provas de doutoramento. É professor desta conceituada universidade
desde 1988.
Dr.
Paulo Ferreira teve a oportunidade de iniciar a sua carreira profissional
logo após concluir a universidade, apenas com 1 mês de férias
pelo meio, e de iniciar a mesma exatamente onde pretendia: na fábrica
de celulose da Soporcel, em Figueira da Foz, uma unidade produtora de
polpa kraft de eucalipto. Ali, estagiou como engenheiro de processo durante
6 meses, tomou o primeiro contato com a indústria de celulose,
aprendeu bastante e teve a sorte de acompanhar o projeto de otimização
da fábrica. Todavia, no final desse período, não
foi possível continuar nas mesmas condições, o que
coincidiu com um convite para trabalhar na Universidade de Coimbra. Portanto,
regressou à “academia” onde continuou seus estudos
superiores e logo, por concurso, ingressou na carreira acadêmica,
como Assistente, dando aulas aos alunos da licenciatura em Engenharia
Química.
Em
1992, apresentou, de acordo com as exigências da carreira universitária,
provas públicas de Aptidão Pedagógica e Capacitação
Científica. As disciplinas que então lecionava centravam-se
nos domínios das Operações Unitárias em Engenharia
Química e da Tecnologia de Partículas. Simultaneamente,
iniciou a colaboração com o Laboratório de Materiais
Granulares de um instituto de transferência de tecnologia entre
a Universidade e a Indústria, tendo sido o responsável
pela concepção e manutenção do seu sistema
de gestão da qualidade. Isso foi um alavancador para que, em 1994,
fundasse, juntamente com um colega, uma empresa de formação
e serviços em gestão da qualidade, o que lhe permitiu,
como consultor, aprofundar o conhecimento da rede empresarial, principalmente
nas regiões centro e norte de Portugal.
No final de 1995, Paulo iniciou formalmente
os seus trabalhos de doutoramento, sob a orientação da Dra. Maria
Margarida Figueiredo, em adição às suas atividades
de ensino, tendo em 2000 defendido a tese intitulada “Estudos de
pastas kraft de Eucalyptus globulus: características estruturais
e aptidão papeleira”. Recomendamos que leiam esse trabalho,
uma das melhores pesquisas e revisões técnicas/científicas
sobre as fibras celulósico-papeleiras dos eucaliptos. O link para
downloading da tese encontra-se mais abaixo, em outra seção
dessa edição da Eucalyptus Newsletter.
A
partir desse momento, quando se doutourou, Dr. Paulo foi promovido
de Assistente a Professor do Departamento de Engenharia
Química
da Universidade de Coimbra, tendo orientado a sua atividade letiva e
de pesquisa mais específica e profundamente para a área
da Ciência e Tecnologia da Celulose e do Papel. Neste contexto,
tem colaborado ativamente, lecionando as disciplinas optativas de Tecnologia
da Celulose, Tecnologia do Papel, e ainda, Ciência e Tecnologia
da Pasta e do Papel no curso de Engenharia Química.
No
campo da pesquisa e desenvolvimento tecnológico (P&D),
vem-se dedicando à caracterização de fibras e de
partículas (finos, cargas, pigmentos) usadas nos processos de
produção de celulose e papel e ao estudo da sua influência
nas propriedades do produto final (principalmente, mas não apenas,
em papéis de impressão e escrita). Tem dado especial atenção
a papéis finos de impressão e escrita (P&W) e à avaliação
das suas propriedades de superfície, quer físicas quer
químicas, e na interação com agentes de colagem
superficial, formulações de revestimento e tintas. Tem
igualmente focado no estudo e desenvolvimento de novas receitas para
a colagem superficial, para o revestimento e para o enchimento (novos
pigmentos minerais, nanopartículas, etc.) de papéis de
impressão e escrita. Dedica ainda algum do seu tempo ao estudo
da floculação em processos de fabricação
do papel e ao escoamento de suspensões de fibras. Outros temas
que têm atraído sua atenção são as
relações entre papel e água, estudando a higroexpansibilidade
do papel, as suas variações dimensionais e as resistências
a úmido das folhas de papel.
Vários fatores explicam o porquê desses principais temas
de P&D a que se dedica:
• muitos dos estudos desenvolvidos e acima referidos envolvem
partículas, em sentido geral, e esta é uma área
que tem dedicado esforços desde no início da sua carreira
acadêmica;
•
já ocorre em Portugal um significativo potencial humano dedicado à celulose,
mas não é tão numeroso o grupo de cientistas que
se dedica ao estudo do papel e cartão (nas suas diferentes aplicações),
apesar de o país ter-se firmado como um importante player mundial
na produção de papéis finos (desde o início
da década de 90);
•
muito do trabalho que desenvolve resulta do interesse e da necessidade
manifestada pelas empresas portuguesas do setor de celulose e papel,
com as quais tem colaborado em múltiplos projetos de P&D,
cujos escopos são definidos em conjunto com elas.
Nos cursos de pós-graduação, vem orientando dissertações
de mestrado e teses de doutorado, além das dezenas de monografias
de conclusão de curso. Ao longo dos anos tem sempre colaborado
com as empresas portuguesas do setor de celulose e papel, de diversas
formas: projetos comuns de pesquisa e desenvolvimento; ações
de formação profissional; partilha cooperativa de equipamentos
de laboratório e utilização de facilidades das diferentes
instalações industriais; ou ainda, cooperação
para as disciplinas ministradas na Universidade. Tem uma forte ligação
ao Instituto de Investigação da Floresta e Papel - RAIZ,
do grupo PortucelSoporcel (gPS).
Destaca
ainda, na sua carreira profissional, os intercâmbios que
tem estabelecido a nivel internacional, o que muito tem contribuído
para a sua atividade científica, mas também para a projeção
do DEQ/FCTUC.
Assim sendo:
•
participou num projeto europeu de investigação de grande
dimensão (“NODESZELOSS – Novel device to study pulp
suspensions behaviour in order to move towards zero energy losses in
papermaking”);
•
foi o Delegado Nacional do Comitê de Gestão da Ação
de Cooperação Multinacional COST E32 – “Characterization
of paper surfaces for improved printing paper grades”;
•
participa presentemente nas Ações COST E54 – “Characterization
of the fine structure and properties of papermaking fibers using new
technologies” e COST FP 1005 – “Fiber suspension flow
modelling - a key for innovation and competitiveness in the pulp & paper
industry”;
•
é membro do “Special Interest Group on Fiber Flow” da
Rede Europeia ERCOFTAC;
•
integra e é o representante em Portugal da RIADICYP – Red
Iberoamericana de Docencia e Investigación en Celulosa y Papel
e também da RIARREC – Red Iberoamericana para la Revalorización
del Reciclado Celulósico;
•
é membro do Comitê Editorial para artigos técnicos
da revista “O Papel” (revista da ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel).
Da
sua atividade científica destaca ser autor de 4 monografias,
3 capítulos de livro, dezenas de artigos em revistas científicas
da especialidade e também dezenas de trabalhos apresentados em
congressos, e editor de 1 livro de atas.
No âmbito do ensino, tem também sido responsável
ou colaborado em outras disciplinas dos Mestrados Integrados em Engenharia
Química e em Engenharia do Ambiente, e ainda do programa de Doutoramento
em Engenharia Química, quais sejam: Processos de Transferência
e Separação, Fenômenos de Transferência, Nanotecnologia
e Tratamentos Físico-Químicos.
No
que diz respeito à gestão universitária, Dr.
Paulo exerceu diversas funções no DEQ/FCTUC: de 2001 a
2004 foi membro da Comissão Executiva; em 2003 e 2004 vice-presidente
do Departamento; em 2008 e 2009 foi vice-presidente da Comissão
Científica; com a nova estrutura orgânica da Universidade
de Coimbra, é desde 2009 vice-diretor do DEQ/FCTUC. É também
membro do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos
Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) da Universidade
de Coimbra.
A
dedicação do Dr. Paulo Ferreira aos eucaliptos remonta
ao início da sua carreira profissional, na fábrica de celulose
da Soporcel, onde a matéria-prima por excelência sempre
foi o eucalipto. Mais tarde, quando decidiu fazer seu doutoramento na área
da celulose e do papel, é desafiado pela indústria a estudar
em detalhes a influência do processo kraft no potencial papeleiro
das polpas e fibras do Eucalyptus globulus, uma área do conhecimento
que não se considerava ainda suficientemente conhecida naquela época.
Por isso, foi também natural, que após o doutoramento ter-se
concluído, tenha dedicado mais às celuloses e papéis
produzidos a partir do eucalipto, principalmente do E. globulus. Não
obstante, tem também trabalhado com outras espécies do
mesmo gênero, como o E. grandis e o E. urograndis; e em alguns
projetos tem estudado outros gêneros, como por exemplo a acácia
e os pinheiros. Destaca por exemplo, trabalhos que orientou sobre a influência
da fibra longa na resistência a úmido de misturas de polpas
a base de E. globulus ou, mais recentemente, um estudo sobre o eventual
potencial da madeira de Ailanthus para produzir pastas kraft com algum
interesse econômico.
Como
principais conquistas profissionais, Dr. Paulo destaca com orgulho
o fato de ter concluído o doutoramento na área de celulose
e papel (o segundo a ser obtido numa universidade portuguesa) e ser professor
na mais prestigiada universidade do país, a Universidade de Coimbra.
Considera ainda relevante ter merecido a confiança dos seus pares
acadêmicos, que por isso continuadamente lhe têm chamado
a exercer cargos de gestão universitária. Também
reconhece o fato de ter seu trabalho valorizado pela indústria
portuguesa, que sempre solicita ajuda para projetos cooperativos e também
formação de profissionais. Também lhe gratifica
participar de associações profissionais do setor; e ter
conseguido estabelecer uma importantre rede de contatos internacionais,
principalmente na Europa e na América Latina, com resultados evidentes
em parcerias em projetos e redes comuns, em publicações
conjuntas, em organização de congressos e em outras atividades
como ensino e participação em bancas de mestrado e doutorado.
Já as suas mais relevantes contribuições
ao setor de celulose e papel poderiam ser definidas como:
•
contribuição para o incremento da investigação
que o DEQ/FCTUC tem desenvolvido nesta área, motivando um número
significativo de estudantes que têm especializado e que têm
entrado para empresas do setor;
•
ter tido um papel decisivo para uma maior integração do
DEQ/FCTUC com a indústria portuguesa de celulose e papel;
•
ter mantido uma contínua busca do aprofundamento da relação
entre a universidade e a indústria do setor de celulose e papel;
•
ter colaborado para a decisão de aumentar a pesquisa acadêmica
envolvendo o papel como o produto de maior valor agregado dessa cadeia
produtiva da madeira do eucalipto em Portugal;
•
ter sido um dos impulsionadores dos estudos envolvendo a superfície
dos papéis de impressão e escrita, em termos de energia
de superfície e porosidade, e a sua importância na qualidade
do produto final.
No
que diz respeito aos eucaliptos, Dr. Paulo considera ter promovido
um melhor conhecimento do potencial da fibra do Eucalyptus
globulus e
da sua resposta ao cozimento, refinação, produção
de papel e propriedades do produto final. Com a sua tese de doutoramento
acredita também ter realizado uma das mais completas revisões
sobre as características e propriedades do gênero Eucalyptus e de algumas das suas espécies para a produção papeleira.
A
rede de contatos internacionais do Dr. Paulo Ferreira é alavancada
em função de diversas de suas atividades extra-acadêmicas,
tais como:
• membro da Ordem dos Engenheiros;
•
sócio e vice-presidente da TECNICELPA – Associação
Portuguesa dos Técnicos das Indústrias de Celulose e Papel;
•
sócio da ABTCP – Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel;
•
foi sócio da Associação dos Antigos Orfeonistas
da Universidade de Coimbra, integrando o respectivo coro de vocais, de
Janeiro de 2001 a Julho de 2006;
•
é sócio da Associação “Alma de Coimbra”,
integrando o respectivo coro, desde setembro de 2006.
Dr.
Paulo Ferreira ainda afirma que nada do que fez nos últimos
20 anos teria sido possível sem o apoio e a compreensão
incondicional de Ana, sua esposa, que como ninguém tem aceitado
as dificuldades que alguém tem com a família quando abraça
a tão exigente carreira acadêmica e, ao mesmo tempo, tem
uma atividade que não se limita aos muros da universidade, mas
envolve a colaboração com a indústria e a intervenção
ativa em associações internacionais e grupos extra-profissionais.
Por outro lado, também às suas duas filhas, Inês
e Madalena, que são os seus mais preciosos legados à sociedade,
deve a força, a energia, a alegria e o entusiasmo com que procura
viver o dia-a-dia e realizar-se como pessoa e como profissional.
Quando lhe perguntamos sobre o futuro, nos respondeu:
“
Num período tão conturbado da sociedade a nível
mundial, espero apenas ter sempre o discernimento necessário para,
distinguindo o fundamental do acessório, contribuir, mesmo numa ínfima
escala, para um mundo melhor, sempre respeitando seu próximo.
Em termos profissionais, gostaria de pelo menos manter o nível
atual de interesse dos alunos do DEQ/FCTUC pela opção em
estudos na área de celulose e papel (o que não tem sido
fácil, tendo em conta que os níveis de empregabilidade
do setor têm decrescido e por isso ele se torna menos atrativo)”.
Estimado
amigo Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira, como técnicos
que somos, temos uma grande gratidão pelo enorme banco de conhecimentos
que o senhor ajudou a desenvolver acerca dos eucaliptos para seu sucesso
na indústria celulósico-papeleira e por desfrutar da sua
amizade, que nos enriquece e ajuda a acreditar mais nas pessoas. É com
muita alegria e reconhecimento que a Eucalyptus Newsletter lhe homenageia
como um grande “Amigo dos Eucalyptus”.
Para conhecerem mais sobre o Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira, sua vida
acadêmica e sobre o Departamento de Engenharia Química da
Universidade de Coimbra, sugerimos que naveguem nas webpages a seguir:
http://www.uc.pt/fctuc/deq (Departamento de Engenharia Química
da Universidade de Coimbra)
http://www.uc.pt/fctuc/deq/pessoas/docentes (Docentes do DEQ)
http://www.ectep.com/ects/html/fctuc/e_quimica/cadeirasalpha.html (Disciplinas da Engenharia Química na Universidade de Coimbra)
http://www.ectep.com/ects/html/fctuc/e_quimica/cad56.html (Disciplina
Tecnologia da Celulose)
http://www.eq.uc.pt/centro/index.html (Centro de Investigação
em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta
da Universidade de Coimbra)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/58_Paulo%20Ferreira_CV2011.pdf (Curriculum
vitae do Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira)


Referências
Técnicas da Literatura Virtual
Artigos
Técnicos e Científicos dos Amigos dos Eucalyptus dessa
Edição da Eucalyptus Newsletter
Dra.
Maria da Graça Videira Sousa Carvalho e Dr. Paulo Jorge Tavares
Ferreira
Nessa seção, estamos colocando, como sempre, euca-links
com algumas publicações relevantes da literatura virtual.
Basta você clicar sobre os endereços de URLs para abrir
as mesmas e/ou salvá-las em seu computador. Nessa seção,
temos procurado balancear publicações recentes e outras
antigas, que ajudaram a construir a história de sucesso dos
eucaliptos. Elas versam sobre florestas, ecologia, ambiente, uso
industrial das madeiras, celulose e papel; enfim, todas as áreas
que se relacionam aos eucaliptos: seu desenvolvimento em plantações
florestais e utilizações de seus produtos.
As Referências Técnicas da Literatura Virtual a vocês
apresentadas nessa edição têm por objetivo lhes
oferecer uma seleção de inúmeros artigos, textos
e palestras escritos pelos nossos professores homenageados nessa
edição como Amigos dos Eucalyptus. Nossos queridos
e estimados amigos Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho
e Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira são pesquisadores de grande
produtividade e talento. A produção científica
dos mesmos é enorme; entretanto, muitos dos seus artigos infelizmente
não estão disponíveis na web. Por outro lado,
graças à colaboração de algumas entidades
técnicas, conseguimos a autorização das mesmas
para postar algumas dezenas desses artigos em nosso outro website
www.celso-foelkel.com.br. Com isso, esses artigos passaram ao domínio
público e podem assim colaborar para o aperfeiçoamento
tecnológico e o nível de conhecimento dos inúmeros
interessados a nível global. A maioria tem fundamental importância
para os leitores do setor de celulose e papel, pois nossos homenageados
são pesquisadores e docentes nessa área dos conhecimentos.
Fica nosso sincero agradecimento então às seguintes
associações técnicas que colaboraram para enriquecimento
dessa edição em que homenageamos nossos amigos pesquisadores
de Portugal:
ABTCP – Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel (http://www.abtcp.org.br/Home.aspx);
TECNICELPA – Associação Portuguesa dos Técnicos
das Indústrias de Celulose e Papel (http://www.tecnicelpa.com);
TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
/ USA (http://www.tappi.org).
A
seguir, uma seleção
de quase uma centena de referências
da literatura escritas pelos nossos amigos Maria da Graça
Carvalho e Paulo Ferreira, muitos em co-parceria e em colaboração
com outros renomados pesquisadores portugueses do setor celulósico-papeleiro.
Diversos artigos estão no idioma Português, mas muitos
outros, publicados em revistas internacionais, estão disponíveis
em Inglês ou Espanhol.
RESUMO:
The final bleaching of eucalypt kraft pulps with hydrogen peroxide:
relationship with industrial ECF bleaching history and cellulose degradation. P.E.G. Loureiro; D.V. Evtuguin; M. G.V.S. Carvalho. Journal of Chemical
Technology and Biotechnology 86(3): 381-390. (2011)
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jctb.2527/abstract
Características do papel reprográfico produzido com fibras
de eucalipto e suas relações com a estabilidade dimensional. A.H.T. Mendes; S.W. Park; F.S. Almeida; P.J.T. Ferreira. O Papel 71(8):
63-73. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/01_
CARACTERISTICAS%20PAPEL%20REPROGRAFICO.pdf
Perspectivas
para a valorização de lamas primárias
na indústria de pasta. M.G.V.S. Carvalho; J.M.S. Rocha. 21º Encontro
Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/02_Valorizacao%20lamas.pdf
Sizing
evaluation of uncoated fine papers. P. Lopes; C. Preciso; A.M. Sousa; P. Ferreira. 21º Encontro Nacional
TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/03_Sizing%20evaluation.pdf
Printing
quality of papers coated with a modified pigment obtained by in situ
synthesis of silica film on
PCC. A.F. Lourenço; J.A.F.
Gamelas; P. Faustino; P.J. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA
/ VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/04_printing%20quality.pdf
Paper
surface chemistry as a tool to improve inkjet printing quality. I.M.T. Moutinho; M.L. Figueiredo;
P.J.T. Ferreira. 21º Encontro
Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/05_Paper%20surface%20chemistry.pdf
http://www.tecnicelpa.com/files/encontros/O33.pdf
Influencia
de la composición fibrosa y las propiedades estructurales
del papel prensa en la densidad de la impresión y la capacidad
de secado. N. Gómez; C. Molleda; J.C. Villar; R. Quiles; P. Ferreira.
21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/06_papel%20prensa.pdf
A
new approach for the modification of paper surface properties by
polyoxometalates. M.S. Saraiva; J.A.F. Gamelas; P.J.
Ferreira. 21º Encontro Nacional
TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/07_Modifications%20of%20paper%20surface.pdf
A
new approach for the modification of paper surface properties using
polyoxometalates. M.S. Saraiva; J.A.F. Gamelas; A.P.M. Sousa; B.M. Reis;
J.L. Amaral; P.J. Ferreira. Materials 3: 201-215.(2010)
http://www.mdpi.com/1996-1944/3/1/201/pdf
Higroexpansibilidade
e estabilidade dimensional em uma máquina
de papel reprográfico. A.H.T. Mendes; S.W. Park; P.J.T. Ferreira;
F.S. Almeida. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08
pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/08_Higroexpansibilidade.pdf
Performance
of a final hydrogen peroxide stage in different ECF bleaching sequences. P.E.G. Loureiro; A.S.M. Santos; D.V. Evtuguin;
M.G.V.S. Carvalho.
21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/09_Final%20H2O2.pdf
Extraction
of hemicelluloses prior to kraft cooking: a step for an integrated
biorefinery in the pulp mill. C.V.T. Mendes;
J.M.S. Rocha; G.D.A. Sousa;
M.G.V.S. Carvalho. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP.
08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/10_Extraction%20of%20hemicelluloses.pdf
Energía superficial y su relación con la capacidad de
enlace de las fibras recicladas no blanqueadas. M.A. Citroni; M.A. Zanuttini;
P. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08
pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/11_Energia%20superficial.pdf
Properties
of Eucalyptus globulus fibers after hot water extraction. G.V. Duarte; B.V. Ramarao; T.E. Amidon;
P.J.T. Ferreira. 21º Encontro
Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/12_E.globulus%20fibers.pdf
New
insights into chromophore chemistry of eucalypt pulps assessed by
UV-resonance Raman micro-spectroscopy. P.E.G. Loureiro; A.J.S. Fernandes;
F.P. Furtado; M.G.V.S. Carvalho. 21º Encontro Nacional TECNICELPA
/ VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/13_Chromophore%20chemistry.pdf
Performance
of cationic polyacrylamides in papermaking – flocculation,
drainage and retention. I. Pinheiro; P. Ferreira; F.P. Garcia; C. Wandrey;
L. Amaral; D. Hunkeler; M.G. Rasteiro. 21º Encontro Nacional TECNICELPA
/ VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/14_Cationic%20polyacrylamides.pdf
RESUMO:
The influence of paper surface sizing on inkjet pigment penetration. T.G. Costa; J.A. Gamelas; I.M. Moutinho; M.M. Figueiredo; P.J. Ferreira.
Appita Journal 63(5): 392-398. (2010)
http://search.informit.com.au/documentSummary;dn=439105582284762;res=IELENG
RESUMO:
The assessment of chromophores in bleached cellulosic pulps employing
UV-Raman spectroscopy. P.E.G. Loureiro; A.J.S. Fernandes; M.G.V.S.
Carvalho; D.V. Evtuguin. Carbohydrate Research 345(10):1442-1451. (2010)
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6TFF-4YFTM4M-
2&_user=10&_coverDate=07%2F02%2F2010&_rdoc=1&_fmt=high&_orig=
gateway&_origin=gateway&_sort=d&_docanchor=&view=c&_acct=C000050221&_version=
1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=35e1fd05ac9f3f52559afa9b8cc1da42&searchtype=a
RESUMO: The influence of pulping and washing conditions on the properties
of Eucalyptus grandis unbleached kraft pulps treated with chelants. M.C.
Area; M.G.V.S. Carvalho; P.J. Ferreira; F.E. Felissia; O.M. Barboza;
D.I. Bengoechea. Bioresource Technology 101(6):1877-1884. (2010)
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19880316
RESUMO:
Inverse gas chromatography analysis of spruce fibers with different
lignin content. S. Peterlin; O. Planinsek; I. Moutinho; P. Ferreira;
D. Dolenc. Cellulose 28. 08 pp. (2010)
http://www.citeulike.org/journal/klu-cell (Localizar na listagem de artigos
o resumo)
RESUMO: Evaluation of the topography
of surface sized Eucalyptus based papers. I. Moutinho; P. Ihalainen;
M. Figueiredo; J. Peltonen; P. Ferreira.
Industrial & Engineering Chemistry Research 49(1). 05 pp. (2010)
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie900677y
RESUMO:
Application of FT-IR-ATR spectroscopy to evaluate the penetration
of surface sizing agents into paper structure. P.J. Ferreira; J.A. Gamelas;
I.M. Moutinho; A.G. Ferreira; N. Gomez; C. Molleda; M. M. Figueiredo.
Industrial & Engineering Chemistry Research 48(8): 3867–3872.
(2009)
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie801765c
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=22327583
Effect of surface sizing on the surface chemistry of paper containing
Eucalyptus pulp. I.M.T. Moutinho; A.M. Kleen; M.M.L. Figueiredo; P.J.T.
Ferreira. Holzforschung 63(3): 282-289. (2009)
https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/13404/1/Effect%20of%20surface
%20sizing%20on%20the%20surface%20chemistry.pdf (Trabalho completo)
http://www.reference-global.com/doi/abs/10.1515/HF.2009.046 (Resumo)
RESUMO: Effect of the final ECF bleaching stage on Eucalyptus kraft
pulp properties - A comparison between hydrogen peroxide and chlorine
dioxide. P.E.G. Loureiro; P.J. Ferreira; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho.
Pulp and Paper Canada 110(9). 05 pp. (2009)
http://www.pulpandpapercanada.com/issues/story.aspx?aid=1000361631
Portugal
busca tecnologia em papel e mercados alternativos. Entrevista
com Dr. Paulo Ferreira. M. Faleiros. O Papel (Novembro): 07-11. (2009)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/15_Portugal_busca_tecnologia.pdf
RESUMO:
Valorisation of hardwood hemicelluloses in the kraft pulping process
by using an integrated biorefinery concept. C.V.T. Mendes; M.G.V.S.
Carvalho; C.M.S.G. Baptista; J.M.S. Rocha; B.I.G. Soares; G.D.A. Sousa.
Food and Bioproducts Processing 87(3):197-207. (2009)
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B8JGD-4WW7P0G-
2&_user=10&_coverDate=09%2F30%2F2009&_rdoc=1&_fmt=high&_orig=gateway
& _origin=gateway&_sort=d&_docanchor=&view=c&_acct=C000050221&_version=
1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=632e829eb3c8e3532e21cb1d787475d4&searchtype=a
RESUMO: Prehydrolysis of Eucalyptus
globulus Labill. hemicelluloses
prior to pulping and fermentation of the hydrolysates with the yeast
Pichia stipitis. C.V.T. Mendes; C.M.S. G. Baptista; J.M. S.Rocha; M.G.V.S.
Carvalho. Holzforschung 63(6): 737-743. (2009)
http://www.reference-global.com/doi/abs/10.1515/HF.2009.106
Comparação das cinéticas de branqueamento no estágio
final de peróxido de hidrogênio das sequências de
branqueamento DEopDP e OQ(PO)DP. P.E.G. Loureiro; J.M.C. Antunes; L.M.
Gando-Ferreira; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho. O Papel 70(5): 56-68.
(2009)
http://www.revistaopapel.org.br/noticia-anexos/
1271337913_3361319f43e3d5b1967122085611cce3_1755794848.pdf
Utilização de peróxido de hidrogênio no estágio
final do branqueamento ECF de pastas kraft de Eucalyptus globulus -
Estudos de optimização. M.G.V.S. Carvalho; D.V. Evtuguin,; P.E.G.
Loureiro. V CIADICYP. 10 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=389%3Autilizacao-de-peroxido-de-hidrogenio-no-
estagio-final-do-branqueamento-ecf-de-pastas-kraft-de-eucalyptus-globulus-
estudos-de-optimizacao&id=29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es
Valorização energética
das hemiceluloses de Eucalyptus
globulus extraídas antes do cozimento. M.G.V.S. Carvalho; C.V.T.
Mendes; C.M.S.G. Baptista; J.M.S. Rocha. V CIADICYP. 10 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=468%3Avalorizacao-energetica-das-hemiceluloses-
de-eucalyptus-globulus-extraidas-antes-do-cozimento&id=
29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es
Caracterización
de pulpas kraft de Eucalyptus grandis tratadas con fosfonatos
en diferentes etapas de blanqueo TCF. M.C. Area; F.E.
Felissia; P.J. Ferreira; M.G. Carvalho; O. Barboza; D. Bengoechea. V
CIADICYP. 10 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=388%3Acaracterizacion-de-pulpas-kraft-de-eucalyptus-
grandis-tratadas-con-fosfonatos-en-diferentes-etapas-de-blanqueo-
tcf&id=29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es
Características do papel reprográfico produzido com fibras
de eucalipto e suas relações com a estabilidade dimensional. A.H.T. Mendes; S.W. Park; F.S. Almeida; P.J.T. Ferreira. V CIADICYP.
12 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=369%3Acaracteristicas-do-papel-reprografico-produzido-
com-fibras-de-eucalipto-e-suas-relacoes-com-a-estabilidade-
dimensional&id=28%3Atalleres&Itemid=100036&lang=es
Uso
de novas poliacrilamidas ramificadas para melhorar a retenção
e a drenagem na indústria do papel. P.J. Ferreira; E. Antunes;
F.A.P. Garcia; M.G. Rasteiro. V CIADICYP. 09 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=481%3Auso-de-novas-poliacrilamidas-ramificadas-
para-melhorar-a-retencao-e-a-drenagem-na-industria-do-
papel&id=29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es
Influência da topografia do papel nos valores dos ângulos
de contacto. P.J.T. Ferreira; I.M.T. Moutinho; M.M.L. Figueiredo. V CIADICYP.
09 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload
& view=category&download=383%3Ainfluencia-da-topografia-do-
papel-nos-valores-dos-angulos-de-contacto&id=
29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es
Comparison
of brightening kinetics in the final hydrogen peroxide stage of DEopDP
and OQ(PO)DP bleaching
stages. P.E.G. Loureiro; J.M.C. Antunes;
L.M. Gando-Ferreira; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho. 41º Congresso
Anual ABTCP – Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. 09 pp. (2008)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/16_brightening%20kinetics.pdf
Comparison
of brightening kinetics in the final hydrogen peroxide stage of DEopDP
and OQ(PO)DP bleaching
stages. P.E.G. Loureiro; J.M.C. Antunes;
L.M. Gando-Ferreira; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho. 41º Congresso
Anual ABTCP – Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. Apresentação em PowerPoint: 25 slides.
(2008)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/17_Comparison%20of%20brightening%20kinetics.pdf
Propriedades
do papel. P. Ferreira. Curso Ciência e Tecnologia
da Pasta e do Papel. Apresentação em PowerPoint: 25
slides. (2008)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/18_Propriedades%20do%20Papel.pdf
Performance
of a final hydrogen peroxide stage in the ECF bleaching of eucalypt
DoEopD1 kraft pulps. M.G.V.S.
Carvalho; N.M.V. Carvalho;
P.E.G. Loureiro. Tappi Journal (Agosto): 08-13. (2008). Uma cortesia
TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/19_ECF%20bleaching.pdf
Flow
dynamics of pulp fiber suspensions. C. Ventura;
F. Garcia; P. Ferreira; M. Rasteiro. Tappi Journal (Agosto): 20-26.
(2008). Uma cortesia TAPPI – Technical
Association of the Pulp and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/20_Flow%20dynamics.pdf
Evaluating
the surface energy of surface sized printing and writing papers. I. Moutinho; P. Oliveira; M. Figueiredo; P.J. Ferreira.
20º Encontro
Nacional TECNICELPA. 08 pp. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/21_Surface%20of%20paper.pdf
Xylose from Eucalyptus
globulus wood as a raw material for bioethanol
production. J.M.S. Rocha; L.F.F. Gomes; C.V.T. Mendes; C.M.S.G. Baptista;
M.G.V.S. Carvalho. Current Research Topics in Applied Microbiology and
Microbial Biotechnology. p. 475-479. (2007)
http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=
iJ57EyzyweQC&oi=fnd&pg=PA475&dq=m.g.v.s.carvalho&ots=
95Dbcb-D4Q&sig=A7MT6q3NrbWM5pIhRza5_2F85NY#v=
onepage&q=m.g.v.s.carvalho&f=false
Hemicelluloses:
from wood to the fermenter. M.G.V.S. Carvalho; C.F.A.
Baptista; C.V.T. Mendes; J.M.S. Rocha. Current Research Topics in Applied
Microbiology and Microbial Biotechnology. p. 46-50. (2007)
http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=
iJ57EyzyweQC&oi=fnd&pg=PA46&dq=m.g.v.s.carvalho&ots=
95Dbcb-D4Q&sig=mDl14SRNGrZFd8ggG8EwRvQIFM4#v=
onepage&q=m.g.v.s.carvalho&f=false
Influência da formulação da calda de revestimento
na qualidade da impressão de papéis finos. J. Velho; N.F.
Santos; P. Ferreira; P. Oliveira. 20º Encontro Nacional TECNICELPA.
07 pp. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/22_Revestimento%20papel.pdf
Polymeric
coatings of PCC fillers for printing and writing papers. P. Loureiro; A.R. Oliveira; V. Lourenço; S. Pinto; M.H. Gil; M.M.
Figueiredo; P. Ferreira. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp.
(2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos
/outros/23_polymeric%20coating.pdf
RESUMO:
Impact of surface sizing on inkjet printing quality. I.M.T. Moutinho; P.J.T. Ferreira; M.L. Figueiredo. Industrial & Engineering
Chemistry Research 46(19): 6183-6188. (2007)
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie070356k
Variability
of kraft pulps opacity – a case study. S. Castanheira;
C.T. Abreu; M.J. Heitor; J. Ataíde; P. Ferreira. 20º Encontro
Nacional TECNICELPA. 04 pp. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/24_Opacity.pdf
Estudo
da interacção tinta-papel em impressão inkjet.
A.P.M. Sousa; J.L. Amaral; N.J. Oliveira; C. Torre; D. Evtuguin; P. Ferreira;
I. Moutinho; M. Campos; P. Oliveira; A.M. Ramos; S. Sousa; R. Simões;
J.L. Velho; N. Santos. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp.
(2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/25_Interacao%20tinta%20papel.pdf
Final
bleaching of eucalypt kraft pulp using hydrogen peroxide. M.G.V.S. Carvalho; N.M.V. Carvalho; M.A.R. Campos; L.M.G.A.
Ferreira; J.L. Amaral.
20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos
/outros/26_Final%20Bleaching.pdf
Study
of complementary treatments in the bleaching process of eucalypt
kraft pulp – handsheet surface characterization using non conventional
techniques. P.J.T. Ferreira; M.G.V.S. Carvalho; N. Barbeitos; F. Felissia;
M.C. Area. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 04 pp. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/27_Complementary%20Bleaching.pdf
Cinética de branqueamento e de degradação da celulose
num estágio de peróxido de hidrogênio pressurizado
aplicado a pastas kraft de eucalipto. S.M.F. Mota; L.M.G.A. Ferreira;
M.G.V.S. Carvalho. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/28_Cinetica%20branqueamento.pdf
Modeling
pulp fiber suspension rheology. C. Ventura; A. Blanco; C. Negro; P. Ferreira; F. Garcia; M. Rasteiro.
Tappi Journal 6(7): 17-23. (2007).
Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper
Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/29_Fiber%20suspension%20rheology.pdf
Evaluating
the surface energy of laboratory-made paper sheets by contact angle
measurements. I. Moutinho; M. Figueiredo;
P. Ferreira. Tappi Journal
(Junho): 26-32. (2007). Uma cortesia TAPPI – Technical Association
of the Pulp and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/30_Surface%20energy.pdf
Higroexpansibilidade
de papel reprográfico produzido com fibras
de eucalipto. Parte 1 – Princípios de medição
da higroexpansibilidade. A.H.T. Mendes; S.W. Park; P.J. Ferreira; B.J.
Amaro; F.S. Almeida. 40º Congresso Anual ABTCP – Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Apresentação
em PowerPoint: 27 slides. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
31_Higroexpansibilidade%20papel%20reprografico-1.pdf
Higroexpansibilidade
de papel reprográfico produzido com fibras
de eucalipto. Parte 2 – Variação na direção
longitudinal da máquina. A.H.T. Mendes; S.W. Park; P.J. Ferreira;
B.J. Amaro; F.S. Almeida. 40º Congresso Anual ABTCP – Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Apresentação
em PowerPoint: 10 slides. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
32_Higroexpansibiidade%20papel%20reprografico-2.pdf
Relaciones entre las condiciones de procesamento y las propiedades de
pulpas kraft de Eucalyptus grandis. M.C. Area; M.G. Carvalho; P.J. Ferreira;
F.E. Felissia; C.S. Jorge; L. Vilalba. IV CIADICYP. 109 pp. (2006)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=category
& download=318%3Arelaciones-entre-las-condiciones-de-procesamiento-y
-las-propiedades-de-pulpas-kraft-de-eucalyptus-grandis&id=
21%3Adeslignificacion-y-blanqueo&Itemid=100035&lang=es
Ângulo de contato: uma ferramenta para a avaliação
da eficiência de revestimento de papéis finos. J. Velho;
P. Ferreira; N. Santos. IV CIADICYP. 08 pp. (2006)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=327%3Aangulo-de-contacto-uma-ferramenta-para-a-
avaliacao-da-eficiencia-de-revestimento-de-papeis-finos&id=
22%3Afabricacion-de-papel&Itemid=100035&lang=es
Avaliação da degradabilidade de papéis
tissue. S.C. Neves; M.G. Rasteiro; P.J. Ferreira. IV CIADICYP. 07 pp.
(2006)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=328%3Aavaliacao-da-degradabilidade-de-papeis-
tissue&id=22%3Afabricacion-de-papel&Itemid=100035&lang=es
Efeito
do tratamento de superfície do pa pel na qualidade de
impressão. I. Moutinho, M. Figueiredo, P. J. Ferreira. IV CIADICYP. 08 pp. (2006)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=329%3Aefeito-do-tratamento-de-superficie-do-papel-
na-qualidade-de-impressao&id=22%3Afabricacion-de-papel&Itemid=100035&lang=es
Effect
of thermal treatment on the structure of PCC particles. P. Ferreira; J. Velho;
M. Figueiredo; A. Mendes. Tappi Journal (Novembro): 18-22.
(2005). Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp
and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/33_PCC%20particles.pdf
Efeito
da secagem no potencial papeleiro de pastas kraft de eucalipto – uma
experiência industrial. M.G. Carvalho; J.R. Fernandes; L.A. Ferreira;
C.A. Van Zeller; J.P. Ferreira; P.J.T. Ferreira. O Papel (Outubro): 84-92.
(2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/34_Efeito%20da%20secagem%20potencial%20papeleiro.pdf
RESUMO:
Heterogeneous kinetic model for the methylglucuronic and hexenuronic
acids reactions
during kraft pulping of Eucalyptus globulus. J.P.F. Simão;
A.P.V. Egas; C.M.S.G. Baptista; M.G. Carvalho. Industrial & Engineering
Chemistry Research 44(9): 2997–3002. (2005)
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie049061m
RESUMO:
Evolution of methylglucuronic and hexenuronic acid contents of Eucalyptus
globulus pulp during kraft
delignification. J.P.F. Simão;
A.P.V. Egas; C.M.S.G. Baptista; M.G. Carvalho; J.A.A. M. Castro. Industrial & Engineering
Chemistry Research 44(9): 2990–2996. (2005)
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie049062e
Estudos
de selectividade da deslenhificação com oxigénio
de pastas kraft de Eucalyptus globulus. T.M. Póvoas; C.V. Van
Zeller; L.M.A. Ferreira; M.G.V.S. Carvalho. 19º Encontro Nacional
TECNICELPA. 10 pp. (2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/35_seletividade%20oxigenio.pdf
Determinação do índice de mão: das limitações à comparação
dos métodos disponíveis. A. Mendes; J.M. Ataíde;
P. Ferreira. 19º Encontro Nacional TECNICELPA. 03 pp. (2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/36_indice%20de%20mao.pdf
RESUMO: Effect of extended cooking and oxygen prebleaching on the surface
energy of Eucalyptus globulus kraft pulps. M.G. Carvalho; P.J. Ferreira;
J.M.R.C.A. Santos; J.L.M. Amaral; M.M. Figueiredo. Journal of Pulp and
Paper Science 31(2): 90-94. (2005)
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=16880466
Cinética das reacções dos ácidos metilglucurônicos
e hexenurônicos no cozimento kraft de Eucalyptus globulus. J.P.F.
Simão; A.P.V. Egas; C.M.S.G. Baptista; M.G. Carvalho. III CIADICYP.
08 pp. (2004)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=276%3Acinetica-das-reaccoes-dos-acidos-metilglucuronicos-
e-hexenuronicos-no-cozimento-kraft-de-eucalyptus-globulus&id=
18%3Aquimica-de-la-celulosa-de-la-lignina-y-de-sus-
derivados&Itemid=100034&lang=es
Optimização de um duplo estágio de oxigénio
na deslenhificação de pastas kraft de Eucalyptus globulus. T.M. Póvoas; L.G. Ferreira; C.A. Van Zeller; M.G. Carvalho. III
CIADICYP. 08 pp. (2004)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=173%3Aoptimizacao-de-um-duplo-estagio-
de-oxigenio-na-deslenhificacao-de-pastas-kraft-de-eucalyptus-
globulus&id=10%3Ablanqueo&Itemid=100034&lang=es
The
influence of rheological modifiers on coated papers: a comparison
between CMC and MHPC. P. Oliveira; S.
Conceição; N.F. Santos;
J. Velho; P. Ferreira. III CIADICYP. 08 pp. (2004)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=209%3Athe-influence-of-rheological-modifiers-on
-coated-papers-a-comparison-between-cmc-and-mhpc&id=13%3Afabricacion
-de-papel&Itemid=100034&lang=es
Influência dos agentes de colagem
superficial na estrutura do papel. I. Moutinho; M. Figueiredo; P.J.
Ferreira. III CIADICYP. 10 pp.
(2004)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload
& view=category&download=214%3Ainfluencia-dos-agentes-de-
colagem-superficial-na-estrutura-do-papel&id=
13%3Afabricacion-de-papel&Itemid=100034&lang=es
Effect of softwoods on the wet web strength
of Eucalyptus globulus bleached kraft based furnishes. N.M. Guimarães;
M.M. Figueiredo; P.J. Ferreira. Congresso EUCEPA/TECNICELPA 2003. Portugal.
p. 108-112. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/37_Wet%20web%20strength.pdf
Acid treatment applied to Portuguese Eucalyptus
globulus kraft pulp
before bleaching: effect on quality and on hexenuronic acids and metal
ions contents. C.A.P. Primo; M.G.V.S. Carvalho. Congresso EUCEPA/TECNICELPA
2003. Portugal. p. 281-283. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/38_Acid%20treatment.pdf
Effect of beating and sizing on the surface properties of Eucalyptus
globulus fibres. A.I. Aquino; A.A. Martins; M.M. Figueiredo; M.G. Carvalho.
Congresso EUCEPA/TECNICELPA 2003. Portugal. p. 147-151. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/39_Beating%20euca%20fibers.pdf
Influence
of hexenuronic acids on consumption of chlorine dioxide and on kappa
number in Do bleaching stage. M.J.M.C. Barroca; M.G.V.S. Carvalho.
Congresso EUCEPA/TECNICELPA 2003. Portugal. p. 316-317. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/40_HexAcs.pdf
Optimization
of operating parameters in a Q-bleaching stage. P.A. Cerqueira; D.A.G. Angélico; A.P.V. Egas; M.G.V.S.
Carvalho. Congresso EUCEPA/TECNICELPA 2003. Portugal. p. 321-322. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/41_Q%20bleaching%20stage.pdf
Alkaline pulping of Portuguese Eucalyptus
globulus: Effect
on hexenuronic acid content. A.I. Pedroso; M.G. Carvalho. JPPS – Journal of Pulp
and Paper Science 29(5): 150-154. (2003). Uma cortesia TAPPI – Technical
Association of the Pulp and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/42_Alkaline%20pulping%20of%20eucalyptus.pdf
Separação de cargas minerais em papéis de impressão
e escrita. P.J.T. Ferreira; A.J.P. Mendes; M.M.L. Figueiredo. 35º Congresso
Anual ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose
e Papel. 07 pp. (2002)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
43_Separacao%20cargas%20minerais.pdf
Influência do teor de finos nas propriedades papeleiras de pasta
kraft de E.globulus. I. Luís; M.M. Figueiredo; A. Martins; M.G.
Carvalho. O Papel (Abril): 83-89. (2002)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/44_Influencia%20Teor%20Finos.pdf
Influence of cooking and bleaching conditions on the surface and paper
properties of Eucalyptus globulus kraft pulps. A.I. Aquino; P.J. Ferreira;
M.G. Carvalho; J.L. Amaral; M.M. Figueiredo; II CIADICYP. 09 pp. (2002)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=129%3Ainfluence-of-cooking-and-bleaching-conditions-
on-the-surface-and-paper-properties-of-eucalyptus-globulus-
kraft-pulps&id=8%3Apulpeo&Itemid=100033&lang=es
The
use of mercury intrusion porosimeter to the characterization of Eucalyptus wood, pulp and paper. M.J. Moura; P.J. Ferreira; M.M. Figueiredo.
II CIADICYP. 07 pp. (2002)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=98%3Athe-use-of-mercury-intrusion-porosimetry-
to-the-characterization-of-eucalyptus-wood-pulp-and-paper&id=
6%3Amateria-prima&Itemid=100033&lang=es
Efeito
do cozimento e da refinação nas dimensões
transversais de fibras de E. globulus. P.J. Ferreira; M.M. Figueiredo.
O Papel 62(1): 74-80. (2001)
https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/13403/1/
Efeito%20do%20cozimento%20e%20da%20refina
%c3%a7%c3%a3o%20nas%20dimens%c3%b5es%20transversais.pdf
Influência
do teor de finos nas propriedades papeleiras de pasta kraft de Eucalyptus globulus. I. Luís; M. Figueiredo; A. Martins;
M.G. Carvalho. 18º Encontro Nacional TECNICELPA. 10 pp. (2001)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/46_finos.pdf
Influência dos finos da refinação
nas propriedades de pastas kraft de Eucalyptus globulus. P.J. Ferreira; R.A. Henriques;
M.M. Figueiredo. 18º Encontro Nacional TECNICELPA. 09 pp. (2001)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/47_finos%20refinacao.pdf
Primary
and secondary fines from Eucalyptus globulus kraft pulps. Characterization
and influence. P.J. Ferreira; A.A. Martins; M.M. Figueiredo. Paperi ja
Puu 82(6): 403-408. (2000)
https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/
13417/1/Primary%20and%20secondary%20fines%
20from%20Eucalyptus%20globulus%20kraft%20pulps.pdf
Influência das condições de cozimento nas características
de pastas cruas de Eucalyptus globulus português. M.G. Carvalho;
M.M. Figueiredo. I CIADICYP. 13 pp. (2000)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=36%3Ainfluencia-das-condicoes-de-cozimento-nas-
caracteristicas-de-pastas-kraft-cruas-de-e.-globulus-
portugues&id=3%3Apulpa-y-pulpados&Itemid=100008&lang=es
Aplicação
da microscopia confocal ao estudo de fibras de E.globulus.
Medição das dimensões transversais.
P.J. Ferreira; M.N. Sousa; M.H. Vaz; M.M. Figueiredo. O Papel (Abril):
84-89. (2000)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/45_Estudo%20fibras%20Eglobulus.pdf
Estudos
de pastas kraft de Eucalyptus globulus: Características
estruturais e aptidão papeleira. P.J.T. Ferreira. Tese de Doutorado.
Universidade de Coimbra. 366 pp. (2000)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/48_Paulo%20Ferreira_tese%20doutorado.pdf
http://www.blogdopapeleiro.com.br/biblioteca/Cientificos/Papel/Tese_PJTF.pdf
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/2025/2/Tese_PJTF.pdf
Size
characterization of fibres and fines in hardwood kraft pulps. P.J.
Ferreira; S. Matos; M.M. Figueiredo. Particle and Particle Systems Characterization
16(1): 20-24. (1999)
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/8194/1/
Size%20Characterization%20of%20Fibres%20and%20Fines.pdf
Estudo
das variáveis de cozimento nas características
químicas de pastas kraft de Eucalyptus globulus. M.G.V.S. Carvalho.
Tese de Doutorado. Universidade de Coimbra. 282 pp. (1999)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
49_Maria_Graca_Carvalho_Tese%20Doutorado.pdf
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/
10316/2024/2/Tese_doutoramento_MariaGracaCarvalho.pdf
Estudo
de algumas variáveis de cozimento nas características
de pastas kraft de E.globulus. M.G.V.S. Carvalho; A.A. Martins; M.M.L.
Figueiredo. 16º Encontro Nacional TECNICELPA. 08 pp. (1998)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/50_variaveis%20cozimento.pdf
Estudo de variabilidade num clone de E.globulus. M.G.V.S. Carvalho; M.M.M. Bastos; C.M.M. Pires; M.M.L.
Figueiredo. 16º Encontro Nacional
TECNICELPA. 08 pp. (1998)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/51_variabilidade%20clone.pdf
Dimensões
transversais de fibras de pasta kraft de E.globulus determinadas
por microscopia confocal. P.J. Ferreira; M.H. Vaz; M.N.
Sousa; M.M. Figueiredo. 16º Encontro Nacional TECNICELPA. 10 pp.
(1998)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/52_microscoscopia.pdf
Branqueabilidade de pastas kraft de E.globulus. M.G.V. Carvalho; S.I.C. Saleiro; A.A. Martins; M.M.L. Figueiredo. 16º Encontro
Nacional TECNICELPA. 08pp. (1998)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
53_branqueabilidade%20globulus.pdf
Fracionamento
de pasta kraft de eucalipto: caracterização
físico-química e desempenho papeleiro. M.G. Carvalho; A.A.
Martins; M.M. Figueiredo. O Papel (Julho): 83-86. (1997)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
54_Fracionamento%20pasta%20kraft%20eucalipto.pdf
A
comparative study of two automated techniques for measuring fiber
length. M.G. Carvalho; P.J. Ferreira;
A.A. Martins; M.M. Figueiredo.
Tappi Journal 80(2): 137-142. (1997). Uma cortesia TAPPI – Technical
Association of the Pulp and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/55_Measuring%20fiber%20length.pdf
Caracterização dimensional das fibras de eucalipto. P.J.
Ferreira; M.G. Carvalho; A.A. Martins; M.M. Figueiredo. 15º Encontro
Nacional TECNICELPA. 12pp. (1996)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/56_caracterizacao%20fibras.pdf


Curiosidades
e Singularidades acerca dos Eucaliptos
por Ester Foelkel
(http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html)
A Madeira
dos Eucaliptos para Uso em Cercas e Moirões
Introdução
As cercas têm elevada importância na divisão dos limites
em propriedades urbanas e rurais, atuando também como barreiras
físicas e impedindo a passagem de animais de portes variados (Bistrol,
2006). Existem diversos tipos de cercas e materiais para a sua fabricação,
como o concreto, pedras, alumínio, plástico e metais. Porém,
uma das matérias-primas mais antigas e até hoje uma das
mais empregadas é a madeira. No meio rural atual, o moirão
ou mourão de madeira de eucalipto é um componente das cercas
que realizam divisórias de propriedades, de lavouras permanentes
ou temporárias e de piquetes de animais, ajudando a garantir a
segurança dos últimos. Muitas cercas apresentam a madeira
não apenas nos moirões, mas também em ripas e sarrafos
colocados em substituição aos arames ou telas.
Até passado recente, a maioria das cercas eram feitas com madeiras
de espécies nativas, o que resultou em uma dizimação
de inúmeras florestas e bosques, pois essas madeiras eram colhidas
sem nenhum escrúpulo e cuidados. Felizmente e graças às
florestas plantadas de eucaliptos, essa situação vem-se
revertendo: a madeira de reflorestamento já é hoje a principal
madeira usada em cercas rurais no Brasil.
De acordo com o tradicional Dicionário Aulete, as palavras mourão
e moirão são grafias corretas e possuem mesmo significado
no sentido dado a utensílios de madeira. Portanto, quando relacionadas à madeira,
essas palavras podem significar: “estaca cravada na terra onde
se prendem as varas ou os fios de uma cerca; escora à qual se
se amarram animais; vara fincada à margem dos rios, à qual
se amarram canoas”.
Moirão ou mourão é parte do tronco roliço
da árvore, geralmente sem a presença da casca, que apresenta
diâmetros que vão de 8 até 25 cm, com um comprimento
variável, dependendo da finalidade da cerca. A parte basal dos
moirões é enterrada
no solo, havendo espaçamentos constantes entre cada um. Três
a quatro fios de arame farpado ou liso espaçados entre si realizam
a união entre os moirões para garantir a formação
da cerca (Bistrol, 2006).
No passado, a maioria dos moirões era obtida de madeiras bastante
resistentes de árvores nativas; todavia, a escassez, aliada à proteção
governamental, de algumas dessas árvores, fez com que a madeira
de florestas plantadas de eucalipto fosse orientada para tal finalidade.
A crescente conscientização ecológica da população
tem feito com que árvores de eucalipto também sejam utilizadas
como moirões vivos. A árvore não precisa ser derrubada
para a demarcação e construção de cercas
na propriedade rural. Basta colocar os fios de arame amarrados ou pregados
em seus troncos vivos. Isso inclusive barateia as demarcações
na propriedade rural e são mais duradouras.
Dessa forma, os objetivos desse texto técnico são os de
apresentar as vantagens e as desvantagens dos moirões e cercas
de eucalipto, além de abordar técnicas usuais de preservação
de madeira e formas de uso desses produtos.
Vantagens e desvantagens dos moirões
de madeira
O uso do eucalipto como moirões proporcionou economia aos produtores
devido à maior disponibilidade dessa matéria-prima no mercado,
sem haver prejuízos ambientais ou de segurança, caso medidas
de preservação da madeira sejam tomadas de forma adequada
(Reflorasa, 2011). De acordo com Madeiras Mata Verde (2009), o custo
da madeira tratada do eucalipto na construção civil é bastante
inferior aos custos de grande parte das madeiras nativas. Isso pode acarretar
em economias de até 50%. Outro diferencial frente à madeira
de algumas nativas é a longevidade. Caso devidamente preservadas
quimicamente, os moirões de eucalipto podem durar muito mais e
apresentar melhor desempenho. Estima-se que um moirão não
tratado possa durar entre 3 a 6 anos (dependendo da espécie de
eucalipto), enquanto um tratado pode ter uma vida útil de mais
de 20 anos.
A produção de moirões tratados vem crescendo de
forma bastante significativa. Atualmente, eles representam mais de 60%
do total do volume de madeira tratada anualmente no Brasil. O eucalipto é uma árvore
de ciclo curto que consegue ser produzido com facilidade e de forma sustentável,
onde sua madeira é um recurso natural renovável. Grande
parte das madeiras de eucalipto apresenta selos verdes e certificações
de manejo florestal que garantem processos ambientalmente corretos ao
longo da cadeia produtiva. Dessa forma, o eucalipto está conseguindo
substituir com facilidade a madeira das espécies nativas para
a confecção de cercas. Outro ponto favorável do
eucalipto é a realização do sequestro de carbono,
ajudando na diminuição do aquecimento global (Geraldo,
2011; Francischinelli, s/d), enquanto o uso de madeira de matas nativas
provocaria emissões de carbono, pois elas não seriam repostas
por replantio (matas não renováveis).
De acordo com Magalhães e Pereira (2003), inicialmente, a madeira
tratada do eucalipto pode apresentar até mesmo maiores custos
na produção de cercas. Porém, no longo prazo, eles
se tornam mais viáveis, principalmente quando comparados aos não
tratados, que necessitam de reposições mais frequentes.
Os agricultores podem utilizar a madeira de suas próprias florestas
de eucalipto como matéria-prima das cercas da propriedade, conseguindo
economizar dinheiro e obtendo inclusive renda extra com a venda de moirões
tratados nas proximidades (Governo de Minas, 2009; Magalhães e
Pereira, 2003). Os tratamentos por imersão ou por substituição
de seiva podem ser feitos na própria propriedade rural, pois são
simples, apesar de requererem cuidados com a segurança dos operadores.
Além das cercas, a madeira tratada dos moirões também
apresenta outros usos. Elas podem ser utilizadas na agricultura para
a confecção de suportes para culturas trepadeiras, tais
como o chuchuzeiro, o tomateiro, o maracujazeiro e a videira. Também
são muito empregados até mesmo como matéria-prima
para estufas de madeira, portões e outras construções
rurais rústicas (Icotema, s/d).
A principal desvantagem do moirão do eucalipto é a obrigatoriedade
de tratamento da sua madeira. Parte do moirão fica em contato
com o solo, exposto a frequentes alterações de umidade
e ao ataque de microrganismos. Dessa forma, caso medidas preservativas
não ocorram, a longevidade para a cerca é de aproximadamente
três anos. A madeira do eucalipto necessita de tratamentos químicos
contra agentes depreciadores, tais como fungos que causam podridões
e insetos xilófagos, como os cupins e as brocas. Grande parte
dos tratamentos não apresenta riscos à saúde humana
e ambiental caso sejam realizados da forma correta. Existem duas formas
de tratamentos dessa madeira. A industrial, que utiliza autoclaves e
em que os processos são mais controlados; contudo, é mais
cara pela exigência de melhores equipamentos e registros em órgãos
governamentais. Já a caseira pode ser feita diretamente nas propriedades
rurais. Porém, há o risco ao operador devido ao uso de
produtos químicos, possibilidades de ocorrerem contaminações
ambientais, além de poder prejudicar a qualidade do produto final,
caso os devidos cuidados não sejam empregados (Geraldo, 2011).
Outro ponto considerado pelos ambientalistas como negativo para os moirões é a
necessidade da derrubada das árvores para a confecção
dos mesmos. Mesmo com o uso de preservantes e cuidados para aumentar
a vida útil das cercas de eucaliptos, essa ainda é inferior
ao de cercas de árvores vivas. Dessa maneira, é possível
realizar cercas a partir de “moirões vivos”, diminuindo
os custos de implantação de cercas permanentes e ainda
podendo, no longo prazo, utilizar sua madeira inclusive para a serraria
(Embrapa Agrobiologia, 2006). O problema na área rural para esse
tipo de cercas vivas é que elas fazem sombra e podem afetar algum
tipo de agricultura próxima. Já para a pecuária,
isso é uma vantagem, pois o gado necessita de árvores para
lhe oferecer sombra, abrigo e proteção.
Espécies de eucalipto indicadas para moirões
e cercas
A densidade da madeira, a forma estrutural e a presença de substâncias
de autodefesa aos agentes depreciadores, fazem com que algumas espécies
sejam naturalmente mais resistentes ao apodrecimento do que outras. Dessa
forma, elas são mais indicadas para a produção de
moirões e de cercas, devido principalmente à maior longevidade
e resistência (Guiotoku e Magalhães, 2005).
As madeiras mais recomendadas para a confecção de cercas
são aquelas que possuam maiores resistências mecânicas
e à deterioração biológica e que se comportem
normalmente ao fator anisotrópico. Dessa maneira, Eucalyptus
citriodora (Corymbia citriodora), Eucalyptus maculata (Corymbia maculata),
Eucalyptus
paniculata, Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus
microcorys e Eucalyptus cloeziana são alguns dos mais indicados
para a função (Zenid et al., 2009; Angeli et al., 2005;
Revista Madeira, 2001; Foelkel, s/d).
A escolha da espécie ideal para a confecção de moirões
também deve levar em conta a permeabilidade da madeira aos produtos
químicos. Francischinelli (s/d) comentou que as espécies
passíveis de tratamento devem conter alburno resistente e cerne
duro; porém, que as soluções preservantes devem
penetrar em seus tecidos lenhosos com certa facilidade.
Tratamentos químicos em moirões
de eucalipto
A escolha tanto do método de preservação como do
produto químico preservante deve levar em conta questões
de higiene e segurança, atendendo às especificações
das legislações locais. Os produtos químicos também
devem estar devidamente registrados pelos Ministérios do Meio
Ambiente ou da Agricultura a ponto de não haver prejuízos à natureza
e ao aspecto estético do produto final (Francischinelli, s/d).
Os principais tratamentos caseiros de moirões de eucalipto são
o de substituição de seiva e o de imersão prolongada.
Ambos são muito utilizados em locais distantes de usinas de beneficiamento
de moirões (outra forma de tratamento dessas madeiras).
O método de substituição de seiva é considerado
prático, usado quando há necessidade de tratamento de poucas
peças ainda verdes. Consiste na substituição da
seiva existente nos tecidos da madeira pelos produtos (sais) preservativos,
os quais ficarão depois aprisionados nas células do vegetal.
Para garantir a eficiência do método, a tora deve ser cortada
há menos de 24 horas do início do tratamento. A solução
preservante não penetra profundamente na madeira, assim, todos
os cortes e preparos na madeira devem ser realizados anteriormente ao
tratamento preservante. Como etapas iniciais, os moirões devem
ser descascados e lixados, tendo uma de suas extremidades (a que permanecerá ao
ar livre nas cercas) cortada em bisel ou chanfro para facilitar o escorrimento
da umidade (Jankowsky, 1990). Os produtos preservantes mais utilizados
são geralmente a base de cobre tais como o CCB (borato de cobre
cromatado), seguindo as proporções da solução
estabelecidos na norma NBR 6232 (Guiotoku e Magalhães, 2005).
O volume de madeira e a quantidade de solução a ser adicionada
para a devida impregnação são fatores a serem calculados
para o sucesso do tratamento. Os moirões são acondicionados
na vertical em tambores contendo o produto químico por mais de
7 dias, dependendo das condições ambientais e da absorção
da madeira. A parte mais grossa dos moirões deve ficar na base
do tambor, deixando suas extremidades devidamente separadas para promover
melhor ventilação. Após, a posição
da imersão é invertida e posteriormente eles seguem para
secagem à sombra (por 30-40 dias). Nessa etapa, ocorre a fixação
dos sais preservantes que se tornam aderidos à estrutura da madeira.
O tempo de secagem também é influenciado pelo comprimento
e volume da peça, bem como pelo tipo de madeira. A seguir, os
moirões já estão prontos para serem usados e inclusive
molhados (Mayor Química, 2011; Silva, 2005; Jankowsky, 1990).
O método de imersão prolongada pode ser realizado quando
a madeira dos moirões já não está mais verde.
Há a necessidade de controle do tempo em que os moirões
são mantidos submersos na solução preservante.
Outro produto que pode ser usado como preservante é o CCA (arseniato
de cobre cromatado), derivado do cobre, cromo e arsênio. O uso
de produtos químicos requer cuidados especiais com a segurança
do aplicador e do meio ambiente, havendo a necessidade do uso de EPI
(equipamentos de proteção individual) durante todo o processo
de tratamento e manipulação das madeiras tratadas até estarem
completamente secas. Depois da secagem, os sais dos conservantes já estão
devidamente impregnados na madeira, lixiviando o mínimo possível
para o ambiente e, então, não são mais considerados
tóxicos.
Há situações de tratamentos caseiros mais simples,
onde se impregnam as peças de madeira com óleos queimados,
como os de cárter (Jankowski, 1990). Não são tão
eficientes, mas têm validade ao proprietário rural que tenha
dificuldades para tratar com os sais CCA ou CCB.
Os métodos industriais de conservação da madeira
do eucalipto ocorrem em usinas de preservação de madeira
(UPM) devidamente credenciadas e licenciadas pelos órgãos
ambientais, dispondo as mesmas de rigor técnico e condições
laboratoriais adequadas. Nelas, são utilizadas autoclaves que
trabalham em condições de pressão e vácuo
para a impregnação da madeira com os produtos preservativos
(Geraldo, 2011). Durante esse processo, a madeira seca e devidamente
preparada é acondicionada na autoclave, retirando-se ar dos seus
tecidos no início do processo. Após, a substância
preservante, como o arseniato de cobre cromatado (CCA), entra em contato
com a madeira, onde, sob alta pressão, é injetada até a
saturação dos tecidos. Com o alívio da pressão,
a quantidade de preservante excedente volta para o tanque de produtos
químicos, havendo rápido vácuo final para retirada
de preservante ainda existente na superfície (Santa Clara, 2011).
Vários estudos já foram desenvolvidos em busca da durabilidade
e da eficiência de moirões de distintas espécies
de eucaliptos submetidos a diferentes técnicas de preservação
da madeira.
Coelho e colaboradores (2008) avaliaram a velocidade do processo de substituição
de seiva em Eucalyptus sp. Foi utilizado o preservante CCB. Os moirões
foram acondicionados na vertical em tambores com a substância,
sendo medida a absorção da madeira a cada dois dias. Os
autores apontaram a necessidade de 29 dias para a retenção
de produto requerida conforme as normas da ABNT. A temperatura fria e
umidade relativa do ar elevada durante o estudo podem ter influenciado
a demora na absorção.
Costa et al. (2004) observaram a durabilidade de moirões de Eucalyptus
saligna, Eucalyptus grandis, Pinus elliottii, e Sclerolobium
paniculatum submetidos há 10 anos em condições de campo. Anteriormente,
os moirões foram tratados quimicamente com diversas substâncias
tais como creosoto, CCA e creosoto misturado com óleo queimado
e FCAP (sais de flúor, cromo, arsênio e fenol). Tanto nas
amostras tratadas manualmente (método caseiro) quanto nas tratadas
sob pressão, E. grandis foi a que demonstrou maior resistência
ao apodrecimento; porém, P. elliottii foi a que apresentou maiores
quantidades de preservante retido em sua madeira. As madeiras de menor
densidade como as de Pinus e de Eucalyptus grandis mostram facilidade
para a penetração das substâncias preservantes.
Paes et al. (2001) compararam a durabilidade de moirões de madeira
de bracatinga e de Eucalyptus viminalis preservados com CCB pelo processo
de inversão prolongada. O aumento do tempo de penetração
e da concentração da solução acarretou em
melhores respostas de retenção do produto químico
nas madeiras. E. viminalis foi a espécie que obteve melhores respostas
para o tratamento aplicado nesse ensaio.
Eucaliptos
para moirões vivos
A preocupação ambiental, aliada ao preço elevado
da madeira, mesmo as de florestas plantadas, faz do moirão vivo
uma escolha cada vez mais empregada em propriedades rurais. Isso também é incentivado
pela possibilidade de uso alternativo posterior da árvore, além
da mera divisão de áreas. Existem espécies de eucalipto
que são indicadas para a finalidade tanto nas regiões frias
quanto quentes de todo o Brasil (Baggio et al., 2000). As árvores
também podem atuar como quebra-vento, ajudando na proteção
de plantações, de construções, além
de servirem de sombra para o gado, auxiliarem na produção
de mel de abelhas por fornecer pólen e néctar durante suas
floradas e de embelezarem a paisagem local por sua aparência ornamental.
Ademais, a madeira do eucalipto também poderá ser usada
para a serraria e para a geração de lenha na propriedade.
Quando a árvore se torna adulta, pode ser colhida e substituída
por outra mais jovem ou pela condução de suas brotações.
O plantio de novas árvores entre os moirões vivos deve
ser realizado em antecipação ao corte (alguns anos antes).
Isso permitiria que a cerca continuasse com sua finalidade.
Franco et al. (2004) apontaram a economia de 2 a 6 vezes na implantação
de cercas vivas quando comparada às de madeira tratada. Outros
benéficos que os moirões vivos de eucalipto trazem é a
possibilidade de rebrote após o corte, podendo ainda promover
o aumento da biodiversidade na área e melhorias das propriedades
do solo.
Baggio e colaboradores (2000) comentaram que para a produção
de madeira serrada devem ser realizadas podas dos galhos laterais dessas “árvores
moirões” para o aumento na qualidade da madeira.
Considerações finais
As cercas apresentam papel importante tanto nas zonas rurais quanto urbanas.
A madeira do eucalipto é atualmente a mais empregada para a construção
desse tipo de construção, principalmente através
dos moirões e ripas/sarrafos, mas isso ocorre mais na zona rural.
Novas pesquisas devem continuar sendo realizadas a fim de aumentar a
vida útil de sua madeira para essas finalidades. A maior vida útil
dos moirões, o uso de moirões vivos em cercas permanentes
e o uso racional e consciente da madeira garantem maior sustentabilidade
aos processos, com preservação ambiental e economia.
Medidas complementares como difusão de conhecimento e conscientização
da sociedade também deveriam ser realizadas a fim de promover
o maior uso da madeira de florestas plantadas com selos de sustentabilidade
para a construção de cercas. Há enorme espaço
para crescimento desse tipo de cercas de madeira, inclusive nas cidades,
já que os cidadãos mostram cada vez mais interesse em cercar
suas propriedades na busca de autodefesa e proteção.

Observem a seguir algumas bibliografias disponíveis na internet
que apontam a relevância das cercas, as vantagens e desvantagens
dos moirões de eucalipto, técnicas de preservação
da madeira para essa finalidade e artigos técnicos e científicos
relacionados ao tema. Há também à disposição
dos interessados alguns websites que mostram fotos de cercas e de moirões
de eucaliptos.
Mourão e/ou Moirão. Dicionário Aulete. Acesso em
21.03.2011:
http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=
loadVerbete&pesquisa=1&palavra=moir%E3o (Moirão)
http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=
loadVerbete&pesquisa=1&palavra=mour%E3o (Mourão)
Como tratar madeira de eucalipto para cerca. Processo orientativo
somente para o tratamento de eucalipto. Mayor Química. Acesso em 21.03.2011:
http://www.mayorquimica.com.br/dicas6.html
Produtos Icotema. Icotema. Acesso em 21.03.2011:
http://www.icotema.com.br/site/madeira/produtos_construcao_rural.php
O eucalipto tratado. Madeiras Mata Verde. Acesso em 21.03.2011:
http://www.madeirasmataverde.com.br/
Eucalipto tratado. Cercas. Santa Clara Madeiras. Acesso em 21.03.2011:
http://www.santaclaramadeiras.com.br/cercas.htm
Setor rural aponta maior procura por madeira tratada. F. C. Geraldo.
Adjorisc. (2011)
http://www.adjorisc.com.br/artigos/setor-rural-aponta-
maior-procura-por-madeira-tratada-por-flavio-c-geraldo-1.415219?print=true
Madeira: uso sustentável na construção civil. G.
J. Zenid et al. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado
de São Paulo (IPT/SP). 2ª Edição. 100 pp. (2009)
http://www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/manual_madeira.pdf
Norma ABNT NBR 9480:2009 - Peças roliças preservadas de
eucalipto para construções rurais – Requisitos. ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas. 12 pp. (2009)
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=40209
Agricultores encontram nova fonte de renda no eucalipto. Governo de Minas
Gerais. Website JusBrasil. (2009)
http://www.jusbrasil.com.br/politica/1571380/agricultores-
encontram-nova-fonte-de-renda-no-eucalipto
Resumo: Absorção de preservativo hidrossolúvel pelo
método de substituição de seiva para madeira de Eucalyptus
sp. B. S. Coelho; G. C. Tavares; L. S. Oliveira; D. A. Gatto;
E. S. Ferreira. XVII ENPOS – UFPEL – Universidade Federal
de Pelotas. (2008)
http://www.ufpel.edu.br/cic/2008/cd/pages/pdf/EN/EN_00971.pdf
Eucalyptus - Techniques of plantation alter results. M. M. Bentes-Gama.
Revista da Madeira nº 97. (2006)
http://www.remade.com.br/en/revistadamadeira_materia.php?num=
427&subject=Eucalyptus&title=Techniques%20of%20plantation%20alter%20results
Faça você mesmo. Como construir uma cerca. Bristol. (2006)
http://www.bristol.ind.br/faca_voce_mostra.php?id_faca_voce=3
Utilização da castanheira da praia [Bombacopsis
glabra (Pasq.) A. Rob.] como mourão vivo pelas comunidades açorianas
da Ilha de Santa Catarina. V. B. Carmo. Dissertação de
Mestrado. Universidade Federal Santa Catarina. 61 pp. (2006)
http://www.pos.ufsc.br/arquivos/41000382/imagens/carmo_victor.pdf
Uso de moirão vivo para construção de cercas ecológicas.
Portal do Agronegócio. Embrapa Agrobiologia. (2006)
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=23291
Processos de tratamento da madeira. P. H. M. Silva. Website IPEF. (2005)
http://www.ipef.br/tecprodutos/tratamento_secagem_madeira.asp
Avaliação do tratamento preservativo de moirões
de Eucalyptus viminalis Lab. e de bracatinga (Mimosa scabrella Benth.)
pelo método de substituição da seiva. J. B. Paes;
J. C. Moreschi; J. G. Lelles. Ciência Florestal 15(1): 75-86. (2005)
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/artigos/v15n1/A7V15N1.pdf
http://redalyc.uaemex.mx/pdf/534/53415107.pdf
Advantages of treating posts. Website Joel Dobbins Designs. 05 pp. (2005)
http://www.joeldobbinsdesigns.com/liftfiji/downloads/Timber_Post_Treatment.pdf
Indicações para escolha de espécies de Eucalyptus. A. Angeli; L. E. G. Barrichelo; P. H. Müller. Website IPEF. (2005)
http://www.ipef.br/identificacao/eucalyptus/indicacoes.asp
Método de imersão prolongada para tratamento preservativo
de mourões de Eucalyptus benthamii e E. dunnii. M. Guiotoku; W.
L. E. Magalhães. Comunicado Técnico Embrapa nº 146.
04 pp. (2005)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/comuntec/edicoes/com_tec146.pdf
Cercas ecológicas. A. A. Franco; E. F. C. Campelo; J. A. R. Pereira.
Embrapa Florestas. (2004)
http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/
2000/artigo.2004-12-07.2469985364/
Método de substituição de seiva para preservação
de mourões. W. L. E. Magalhães; J. C. D. Pereira. Comunicado
Técnico nº 97. Embrapa. 05 pp. (2003)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/comuntec/edicoes/com_tec97.pdf
Madeira de eucalipto na construção civil. Revista da Madeira
nº 59. (2001)
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=
7&subject=Constru%E7%E3o%20Civil&title=Madeira%20de%20
Eucalipto%20na%20Constru%E7%E3o%20Civil
Tratamento preservativo de moirões de bracatinga (Mimosa scabrella Benth.) e de Eucalyptus
viminalis Lab. pelo método de imersão
prolongada. J. B. Paes; J. C. Moreschi; J. G. Lelles. Cerne 7(2): 65-80.
(2001)
http://redalyc.uaemex.mx/pdf/744/74470207.pdf
Manual prático sobre moirões vivos. A. J. Baggio; L. J.
M. Vilcahuaman. Embrapa Florestas. Documentos nº 48. 15 pp. (2000)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/seriedoc/edicoes/doc48.pdf
Fundamentos de preservação de madeiras. I. P. Jankowsky.
Documentos Florestais IPEF 11: 01 –12. (1990)
http://www.ipef.br/publicacoes/docflorestais/cap11.pdf
Durabilidade da madeira de Eucalyptus urophylla S. T.
Blake preservada por processos sem pressão - avaliação de ensaios
de campo. A. P. M. Galvão; I. P. Jankowsky. IPEF 33: 59-64. (1986)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr33/cap07.pdf
Norma NBR 6232:1973 - Penetração e retenção
de preservativo em postes de madeira. ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas. 12 pp. (1973)
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=9916
Variedades em solos arenosos. C. Foelkel. Pergunte ao Euca Expert. Pergunta
nº 103. (s/d = sem referência de data)
http://www.eucalyptus.com.br/eucaexpert/Pergunta%20103.doc
Eucalyptus paniculata em Goiás. Madeira e potencial. C. Foelkel.
Pergunte ao Euca Expert. Pergunta nº 744. (s/d = sem referência
de data)
http://www.eucalyptus.com.br/eucaexpert/Pergunta%20744.doc
How to install fence poles and the fence. K. Fitzgerald. Website eHow.com.
(s/d)
http://www.ehow.com/how_4817437_install-fence-poles-fence.html#ixzz1HFedlltn
Eucalipto tratado em autoclave - madeira para a vida toda. A.
Francischinelli. (s/d)
http://www.chapasdemadeirite.com/eucalipto%20tratado.html
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=
918&subject=Emais&title=Postes_de_eucalipto_tratado (Publicado originalmente em 2006 sob o título “Postes de
eucalipto tratado”)
Manual para construção de cercas. Morlan Arames e Telas. 11 pp.
(s/d)
http://www.morlan.com.br/download_prod_det.php?file=
imgs/manuais/1202730403_1194949116manual_cercas.pdf
A história das cercas. Gerdau. Clube Amigos do Campo. (s/d)
http://www.amigosdocampo.com.br/publicacao.asp?id=1018 (Requer cadastro gratuito
para o downloading)
Manual prático para montagem de cercas. Gerdau. Website Scribd. 64 pp.
(s/d)
http://pt.scribd.com/doc/16747751/Manual-de-Cerca
How
to install fence posts in concrete. Website eHow. (s/d)
http://www.ehow.com/how_14380_install-fence-posts.html
Preservação da madeira. R. M. Barreiros. Notas de Aula.
UNESP Campus Itapeva. 05 pp. (s/d)
http://www.itapeva.unesp.br/docentes/ricardo_barreiros/
%5B100810091045%5D7b-Substituicao%20de%20seiva.pdf
Algumas
imagens sobre moirões e cercas de eucaliptos (apenas
para referenciar imagens e informações técnicas – não
devem ser entendidas como indicações comerciais):
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&biw=1276&bih=519&wrapid=
tlif130072564835911&q=%22fence+posts%22&um=1&ie=UTF-8&source=
univ&sa=X&ei=mH-HTYTUCczOgAfArZDFCA&ved=0CHAQsAQ (“Fence posts”. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?q=moir%C3%A3o&hl=pt-BR&biw=
1259&bih=519&prmd=ivns&wrapid=tlif130132256767111&um=1&ie=
UTF-8&source=univ&sa=X&ei=SpuQTdz3EpOD0QGB_Oi5Cw&ved=0CD4QsAQ4Cg (Moirão. Imagens Google)
http://www.pomera.com.ar/version_inglish/productos_postesimpregnados_boyeros.html (Pomera Madeiras)
http://tubarao.nexolocal.com.br/p693530-madeira-eucalipto-tratado-mourao-tubarao-outros-produtos (Mourão de eucalipto. Classificados NexoLocal)
http://www.celanmadeiras.com/produtos.php (Mourões de eucalipto.
Celan Madeiras.)
http://www.madeiras.cc/eucalipto%20tratado.html (Eucalipto tratado em
autoclave)
http://www.amazuluinc.com/eucalyptus-posts-eucalyptus-posts.htm (“Eucalyptus posts”. Amazulu Inc.)
http://www.cobrire.com.br/cerca-de-madeira-eucalipto.htm (Cercas de eucalipto.
Cobrire Construções Rústicas)
http://www.somouroes.com.br/produtos.php (Produtos Sómourões)
http://www.reflorasa.com/produtos.htm (Produtos Reflorasa)
http://www.concerca.com.br/produtos.php (Produtos Concerca)
http://www.flickr.com/photos/artesvaf/3489474949/ (Mourão de Eucalyptus – Fotos
FlickR)

Artigo
Técnico por Celso Foelkel
Aspectos da Evolução
Tecnológica dos Processos de Produção
de Celulose e Papel
As
tecnologias para fabricar celulose e papel são relativamente antigas em sua base conceitual.
Da mesma forma que para os casos do avião e do automóvel,
a base tecnológica do papel tem sido mantida absolutamente
viva e imutável. Consiste na individualização
das fibras vegetais, obtendo-se a polpa celulósica;
e depois com ela, produzir uma folha sobre uma peneira com
intensa utilização de água. A seguir,
essa folha é secada e temos o papel. O que acontece é que
as inovações em tecnologias vão sendo
criadas para tornar o processo melhor e mais eficiente.
Ao longo dessa história vitoriosa do papel, certamente
as forças de inovação são influenciadas
também por inovações em outras cadeias
produtivas. Muitas vezes, estiveram associadas às inovações
na cadeia produtiva da máquina a vapor, ou do aço,
ou da energia elétrica, ou da indústria química
e petroquímica, e nos dias atuais, das tecnologias de
automação e da informação. Entretanto,
há algumas forças motrizes paralelas, que não
são necessariamente suportadas por outras tecnologias,
mas por pressões que induzem inovações
tecnológicas. Mais recentemente, com a globalização
das economias alargando os mercados e forçando as reduções
de custos de produção; com os avanços
nas demandas qualitativas e de desempenho dos clientes; nos
requisitos ambientais e sociais pela sociedade; também
as inovações vêm privilegiando essas temáticas
e causando alterações substanciais nas formas
de se fazer, usar e reciclar o papel.
Sempre existiram questionamentos sobre o ciclo da vida do papel
como produto, se ele estaria atingindo um clímax de
consumo pela sociedade humana. Entretanto, o consumo do papel é algo
muito dinâmico e que tem mantido continuadas taxas de
crescimento, acima do crescimento vegetativo da população
mundial. Existem alguns bilhões de pessoas com baixíssimo
acesso a itens indispensáveis ao conforto e qualidade
de vida, como é o caso de papéis higiênicos
ou fraldas descartáveis (feitas com fibras de celulose)
ou mesmo de cadernos, livros e revistas. Essas populações
carentes representam grande potencial de consumo adicional,
caso tenham seu padrão de vida melhorado. Há ainda
uma enorme criatividade em outros setores fora mesmo do setor
de papel, desenvolvendo novos e muitas vezes inusitados usos
para o papel. Também a indústria química
se vale das fibras de celulose para produzir muitos produtos
químicos como nitrocelulose, acetato de celulose, viscose,
fibras têxteis, espessantes, ligantes, etc. Enfim, há uma
grande sobreposição de cadeias produtivas que
transformam o papel em uma rede de valor imensa, intrincada
e global.
Algumas ameaças com certeza surgiram ao longo da história
do papel, especialmente como veículo de transmissão
de informações e na embalagem de produtos. O
plástico e o isopor certamente exerceram pressões
sobre o papel, mas serviram para tornar o papelão ondulado
e os sacos de papel em embalagens mais amigáveis ao
usuário, mais recicláveis e mais limpas. O rádio,
a televisão e agora a internet introduziram significativas
pressões sobre os papéis de imprensa e de impressão.
Em muitos casos, ao invés de se baixarem os consumos
de papel devido a esses novos veículos de armazenamento
e difusão de informações, surgiram outras
oportunidades que ajudaram o surgimento de novas utilizações
ou de outros produtos de papel.
Não há dúvidas que alguns dos papéis
sofreram impactos negativos e acabaram perdendo espaço
nos mercados, como é o caso do papel de imprensa para
jornais, papéis rótulos, papéis carbono,
etc. Mas sempre acabam surgindo outros usos inovativos, como
papéis auto-copiativos, papéis filtro, papéis
decorativos para móveis e pisos, etc. Em resumo, as
inovações tecnológicas para novas dinamizações
do setor papeleiro estão quase sempre associadas a essas
pressões, quer elas venham da escassez de algum insumo
importante (energia, fibras, etc.), ou de alterações
mercadológicas, ou ainda da pressão exercida
por produtos alternativos.
Talvez, a razão dessa contínua revitalização
do setor de celulose e papel se deva a três causas básicas:
1. As maravilhosas qualidades que a madeira, como recurso reciclável
e natural, oferece fisicamente (como fibras) ou quimicamente
(como celulose, lignina, etc.);
2. As exigências do mercado, que induzem competição
em busca de competitividade pelos atores envolvidos desse setor;
3. A constante evolução das tecnologias graças às
pesquisas realizadas em centenas de universidades, institutos
de pesquisa, fornecedores de máquinas e insumos e nos
laboratórios das próprias fábricas do
setor.
Considerando que a história do papel é algo que
se iniciou logo nos primeiros anos do século II DC.,
temos uma longa cadeia de eventos que colaboraram para trazer
o papel aos dias atuais como um produto tão diversificado.
Quando o grande mestre chinês Ts’ai Lun produziu
suas primeiras folhas de papel, usando fibras vegetais, até certo
ponto "tecnologicamente primitivas" e uma peneira,
formando uma folha e depois a secando ao ar, ele estava longe
de imaginar que toda uma indústria se desenvolveria
tão intensamente a partir dessa ideia tão simples.
Mais surpreso ele ficaria se desse, naquela época, uma
espiadela no futuro e notasse que o papel é feito hoje
quase da mesma maneira, somente que em máquinas contínuas,
com alta agregação tecnológica e velocidades
de produção muito altas. Para que isso acontecesse,
o papel precisou ganhar escala de consumo para permitir então
aumentos na escala de produção e nas eficiências
operacionais. Isso só foi conseguido através
do equacionamento de algumas dificuldades e muita superação,
via criatividade, das barreiras iniciais que impediam a expansão
dessa industrialização.
Para fins de entendimento histórico desses desafios
e em como eles foram superados, apresenta-se a seguir um breve
relato de algumas etapas históricas do papel, mencionando
algumas das forças motrizes que permitiram ao papel
adquirir esse estágio de produto e bem industrial que é consumido
em quantidades absolutamente fantásticas pela humanidade.
Os povos com maior qualidade de vida e vivendo em países
com economias saudáveis consomem ao ano algo como cerca
de 250 a 300 kg de papel por cada um de seus habitantes. Em
alguns desses países as taxas de reciclagem atingem
entre 65 a 80%.
Já os países mais pobres do planeta
têm populações que não desfrutam
de boa higiene, consomem poucos bens industrializados embalados,
não leem e não imprimem muito, enfim, possuem
habitantes que consomem individualmente menos de 30 kg de papel
por ano. Por essa razão, o consumo de papel está intimamente
associado à qualidade de vida de um povo e com o crescimento
do produto interno bruto de uma economia. É muito fácil
se entender então: sociedades em crescimento econômico
e boa qualidade de vida são grandes consumidoras de
papel por cada um de seus habitantes; seja papel de fibras
virgens ou papel reciclado.
Independentemente de qual o tipo de fibra papeleira estivermos
falando nos dias de hoje, se fibras recicladas ou fibras de
celulose virgem, todas elas são fibras vegetais e na
sua grande e quase total maioria são originadas das
madeiras. Portanto, ao se falar de produzir papel, estaremos
necessariamente falando em ter que plantar e consumir árvores,
mesmo que estejamos privilegiando o processo de reciclagem
do papel. Por essa razão, a importância de se
produzir florestas com muita qualidade ambiental e sustentabilidade.
A outra grande floresta que abastece a indústria do
papel é a chamada "floresta urbana". O papel
após seu uso, se coletado de forma adequada, limpa e
com boa qualidade, vai realimentar a indústria para
novas fabricações de papel. Isso ajuda a diminuir
os volumes do lixo gerado pelos cidadãos e pelas empresas.
Também reduz as necessidades de aterros sanitários
e as demandas de árvores, mesmo as que são plantadas
para se fabricar papel. Cabe então aos próprios
cidadãos cumprirem seu papel na coleta seletiva de seus
lixos, permitindo com isso uma maior oferta de fibras a reciclar.
Também é muito importante que as fibras virgens
sejam produzidas por florestas com certificados e rótulos
ambientais, o que garante que seu impacto ambiental esteja
minimizado e que as empresas que plantam árvores para
fabricar papel o façam com adequação legal
e sustentabilidade. Afinal, há muita necessidade de
um equilíbrio na reposição de fibras virgens
para a cadeia do papel reciclado, pois se isso não acontecesse,
em pouco tempo não haveria papel para ser reciclado.
Isso porque nem todo papel é reciclável; tampouco
nem todo papel reciclável é coletado e ofertado
para ser reciclado. Sempre existem perdas nesse processo todo.
Também as fibras do papel sofrem danos físicos
com sucessivas reciclagens e novas fibras virgens são
necessárias a entrar nesse processo para reequilibrar
o sistema. Por isso tudo, a complementaridade entre papéis
reciclados e papéis de fibras virgens é muito
importante.
Quando se fala em fibras de madeira abastecendo fábricas
de papel (quer para o papel de fibras virgens, ou para o papel
reciclado) deve-se ressaltar que se tomaram alguns séculos
até que essas fibras passassem a ser a principal matéria-prima
para o papel. Antes da descoberta da madeira, o papel tinha
sua expansão impedida pela escassez de uma base fibrosa
abundante, barata e capaz de conferir qualidade nas folhas,
compatíveis com as diversas exigências do mercado.
No início, foram usadas fibras de vegetais fáceis
de serem macerados, tais como taquarinhas, palhas de cereais,
algodão, etc. Durante alguns séculos, as principais
matérias-primas fibrosas para os papéis foram
fibras do linho e do algodão. Essas fibras eram extraídas
de trapos de roupas ou de panos usados. Imaginem que a escassez
dessas fibras chegou a um ponto tal, que em alguns países
europeus passaram a existir leis que impediam que as pessoas
mortas fossem enterradas vestindo algum tipo de tecido contendo
essas fibras. Os trapos eram moídos através batimentos
continuados em moinhos, o que levou as primeiras fábricas
a serem chamadas de "moinhos de papel". Essa denominação
se mantém até hoje em alguns idiomas ("pulp
mill" em inglês; "moulin de papier", em
francês). Ainda na época das viagens a caravelas,
por iniciativa de alguns pesquisadores acadêmicos e industriais,
desenvolveu-se o uso de fibras de palhas de cereais agrícolas,
como palha de arroz, de trigo, de milho, etc. Ainda assim,
mesmo essas fibras sendo mais abundantes, a qualidade do papel
não era totalmente compatível com alguns dos
seus usos. Além do mais, essas fibras agrícolas
tinham outros usos importantes na agricultura, como na alimentação
do gado, compostagem, etc.
Finalmente, só a partir de meados do século XIX é que
a madeira surgiu em cena. Muitos pesquisadores já haviam
notado que a madeira consistia em uma fonte potencial de fibras,
mas não sabiam como extrai-las. As primeiras fábricas
usando a madeira surgiram na Alemanha usando uma extração
mecânica dessas fibras por atrito. A invenção
do cozimento alcalino soda na mesma época permitiu que
materiais fibrosos fossem amolecidos em uma solução
cáustica fervente até que as fibras pudessem
ser individualizadas. Estava assim aberto o caminho para a
indústria papeleira atual. Atribui-se ao alemão
Friedrich Keller a primeira operação semi-industrial
usando madeira para produção de pasta mecânica
para papel, por volta do ano 1845. Já o processo soda
teve sua origem na Inglaterra, descoberto em 1851 por Burgess & Watt,
sendo útil tanto para palhas de cereais, como para cavacos
de madeira. Logo a seguir, Carl Dahl, entre 1879 e 1884, “inventou” acidentalmente
o processo kraft e esse tem sido imbatível em termos
de promover a separação das fibras de inúmeras
matérias-primas para a produção de celulose.
Toda essa busca frenética de matérias-primas
para se fabricar o papel se devia ao enorme potencial que passou
a existir com a invenção da imprensa tipográfica
de tipos móveis por Johannes Gutenberg, em 1439. A impressão
de livros passou a exigir cada vez mais fibras, que nem os
trapos, nem as palhas de cereais conseguiam suprir.
Três invenções importantíssimas
para o setor papeleiro foram:
1. A máquina continua de formar e secar folhas, atribuída
ao francês Louis-Nicolas Roubert em 1799, com aperfeiçoamentos
tecnológicos pelos irmãos Sealy e Henry Fourdrinier
(1801);
2. A já mencionada descoberta acidental por Carl Dahl
das bases químicas do processo sulfato ou kraft, que
introduziu um processo de individualização das
fibras da madeira, com alta taxa de recuperação
do licor de cozimento;
3. O branqueamento das fibras através utilização
de hipocloritos e cloro, descobertas que surgiram de estudos
do sueco Carl Scheele e do francês Claude-Louis Berthollet.
Imaginem que depois dessas importantes descobertas criativas
em meados dos anos 1800’s, a fabricação
do papel se manteve absolutamente sob essas bases conceituais,
apenas buscando crescer em escala produtiva e em qualidade
e diversificação de produtos. Os esforços
foram colocados em manter as fábricas operando bem e
produzindo papéis capazes de atender às exigências
dos mercados. As máquinas eram engenheiradas para produzirem
mais papel e com maior qualidade, com menos paradas, maiores
eficiências e menores perdas.
Os cuidados ambientais muitas vezes eram deixados em nível
secundário, sendo que algumas vezes se dizia que o cheiro
das fábricas era sinônimo de progresso. Também
muitas florestas naturais e patrimônios da Natureza acabaram
sendo consumidos para esse tipo de fabricação
em passado não tão longínquo. Eram outros
tempos, outras cabeças pensantes, outras realidades
ambientais. O progresso era buscado através da produtividade
da terra através extração e consumo dos
recursos naturais, não importando que para isso se consumissem
esses bens naturais de forma hoje consideradas irresponsáveis.
Isso em praticamente todos os setores da industrialização.
Tudo acontecia sem maiores consequências até o
momento em que surgiu uma das maiores forças motrizes
para alterações significativas na indústria
celulósico-papeleira a nível global. Antes mesmo
da época acirrada da globalização, antes
da internet e antes da Eco 92, o setor se viu ameaçado
pela histeria que tomou conta do mundo em relação
aos potenciais impactos perigosos para a saúde dos ecossistemas
e do homem em função dos organoclorados gerados
em processos de branqueamento da celulose com cloro elementar.
Essa crise ambiental, que assolou o setor, começou em
1988 e perdurou por mais de uma década. Nunca se estudou
tanto ou se pesquisou tanto em um setor industrial como nesse
período.
Ao mesmo tempo, as pressões ambientais passaram a surgir
no mundo todo sobre o uso das florestas para se fabricar papel,
carvão, uso energético como lenha e outras utilizações
vistas como não muito amigas do meio ambiente. Havia
que se fazer algo urgentemente para resolução
desses problemas. Afortunadamente, as pessoas quando exigidas
e pressionadas reagem inovativamente. Em pouco tempo surgiram
processos industriais de produção de celulose
e papel mais limpos e ecoeficientes, surgiram processos de
certificação ambiental das fábricas e
das florestas, programas de diálogos públicos,
etc. A conscientização por ambientes produtivos
mais saudáveis e mais amigos do ambiente se desenvolveu
em nível de empresários, legisladores, acadêmicos,
pesquisadores, etc. A velocidade disso tudo adquiriu uma aceleração
enorme pelas novas formas de comunicação e pela
globalização dos mercados.
A indústria brasileira de celulose e papel foi uma das
mais beneficiadas por essa nova etapa de ajustes globais e
pelas demandas ambientais crescentes. Isso porque ela tinha-se
destacado como uma das mais competitivas do mundo em função
da capacidade desenvolvida no País para se produzirem
florestas com altíssimas produtividade e qualidade de
madeiras. Com isso, houve uma migração da produção
de celulose dos países tradicionais europeus e norte-americanos
para países mais competitivos do hemisfério sul,
como Brasil, Chile, Uruguai, África do Sul, etc. Novas
e modernas fábricas, em seu estado-da-arte tecnológico,
passaram a fazer parte dos programas de desenvolvimento desses
países. As fábricas mais modernas, de última
geração tecnológica, são muito
mais ecoeficientes, consumindo menores quantidades de recursos
naturais por unidade de produto fabricado. Dentre esses recursos
naturais que são mais eficientemente utilizados estão: água,
madeira, energia elétrica, combustíveis, vapor,
reagentes químicos, etc.
Em pouco mais de duas décadas, a indústria brasileira
de celulose e papel se modernizou e atraiu investidores. Atraiu
também a atenção de entidades de apoio
ao desenvolvimento de países emergentes. Em 2002, quando
da ocorrência do "World Summit" em Johannesburg,
o chamado Rio+10, houve um forte interesse da UNIDO/ONUDI (Organização
das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial)
para entender as razões pelas quais o Brasil tinha,
em tão pouco tempo, estabelecido uma indústria
de base florestal para produção de celulose e
papel com tanta qualidade ambiental. A ideia era se usar esse
exemplo brasileiro para estimular outros países para
o desenvolvimento industrial sustentável. Coube-me a
tarefa de buscar as razões para essa grande competitividade
da indústria brasileira de celulose e papel, com excelente
nível e adequação em termos de sustentabilidade.
Não foi difícil se detectar as forças
motrizes que estimularam o setor papeleiro no Brasil a atingir
esse nível de sustentabilidade.
Em primeiro lugar, a globalização colocava junto
a nós um mercado maior, mas muito mais exigente. Os
grandes consumidores europeus, por exemplo, representavam o
mercado mais atrativo e almejado. Esses consumidores esforçavam-se
para mostrar uma imagem verde na Europa e, por essa razão,
exigiam qualidade ambiental e social dos seus fornecedores.
As demandas ambientais passaram a ser relevantes por parte
dos mercados. Exigem-se hoje certificações ambientais
e florestais, bem como certificados de conformidade em termos
de reagentes químicos, matérias-primas, emissões
de gases de efeito estufa, uso de água, origem das fibras,
etc.
A competição entre os fabricantes de celulose
e papel para atender mais e melhor com seus produtos esses
mercados é outra força ambiental relevante. Todos
querem mostrar aos mercados que possuem qualidade ambiental,
mas para se mostrar bem nisso, há que se terem realizações
e conquistas relevantes. Os planos de melhorias ambientais,
a criação de RPPNs - Reservas Privadas do Patrimônio
Natural, etc. passaram a ser frequentes. As certificações
ambientais e florestais então são comuns nas
empresas brasileiras do setor há mais de 15 anos.
Outra força motriz significativa tem sido a legislação
ambiental muito exigente no País, tanto a nível
florestal, como para as licenças de instalação
e operação das unidades fabris do setor. Com
uma legislação restritiva, órgãos
de fiscalização atentos e com as ameaças
do Ministério Público, a regra é muito
clara: ou se está em conformidade legal, mesmo com as
mais restritivas exigências, ou não se participa
do jogo. O setor optou por atender e superar essas exigências.
Com orgulho o setor florestal hoje argumenta que a cada hectare
que planta de florestas está preservando entre 0,7 a
1 hectare de ambiente natural totalmente protegido e conservado
nas áreas de preservação permanente e
de reservas legais, além das RPPN’s. Tudo isso
compondo um interessante mosaico eco-florestal diversificado,
muito longe da alcunha de monocultura.
Outro fato alavancador para a qualidade ambiental das operações
industriais no setor de celulose e papel tem sido a idade tecnológica
das fábricas. A maior parte da produção
de celulose se dá em fábricas com idades tecnológicas
ou com modernizações de parques fabris que aconteceram
nos últimos 5 a 10 anos. Estamos falando em quase todos
os casos em fábricas estado-da-arte tecnológico,
com desenhos industriais modernos e ecoeficientes.
O somatório dessas forças anteriores leva ao
atendimento de outra importante força motriz que é a
imagem setorial, quer seja na visão dos clientes, como
da sociedade como um todo. Ainda há muito espaço
para melhorias nesse tema, mas tem-se trabalhado com mais intensidade
nesse particular.
Finalmente, encerrando o enunciado de algumas forças
motrizes alavancadoras para o bom desempenho ambiental, tem-se
o papel dos meios de comunicação e das ONGs -
Organizações Não-Governamentais, que graças à velocidade
notável dos meios de comunicação e da
internet, são muito mais rápidas em divulgação
de suas críticas e de ocorrências ambientais e
sociais relevantes.
Somando-se a isso tudo o compromisso assumido pelas empresas
em suas práticas de responsabilidade corporativa, com
as modernizações na gestão e no comprometimento
das pessoas, o Brasil está conseguindo alcançar
uma posição de liderança incontestável
no setor mundial de produção de celulose e papel.
Fabricar papel, esse bem cultural e de facilidades para nossa
vida diária, tem-se constituído em uma atividade
de significativa importância para o País. Fabricar
celulose e papel com modernas tecnologias, mais limpas e eficientes,
com mínimos impactos ambientais, é o que se espera
que seja um compromisso continuado desse setor. Estar além
das adequações legais e em conformidade com as
mais restritivas exigências ambientais é outro
fator de que se orgulha esse setor no Brasil.
E o futuro, o que nos aguarda?
Com as florestas cada vez mais produtivas e melhoradas pela
ciência, através de muita pesquisa cooperativada
entre empresas privadas, universidades e institutos de pesquisa,
tem-se uma certeza: a matéria-prima fibrosa continuará atendendo
em qualidade e quantidades as demandas para crescimento sustentado
do setor. Já as tecnologias industriais estão
em processo para alguns novos saltos tecnológicos, não
se limitando a melhorias, otimizações e ganhos
em escala e eficiências.
Hoje, passam a existir interessantes novas alternativas para
a fabricação do papel, integrando os aspectos
químicos e os físicos da madeira. Existe uma
inquestionável nova tendência em plena evolução
tecnológica que consiste na produção de
biocombustíveis e de fibras celulósicas para
fabricação de papel em uma mesma unidade de manufatura. É o
conceito das biorefinarias, onde a madeira ofereceria fibras
para o papel e alguns de seus constituintes menos essenciais
para as fibras papeleiras (hemiceluloses e lignina) para a
produção de valiosos biocombustíveis.
Com isso, as fábricas de celulose e papel estarão
passando a ter novos e atrativos mercados para aumentarem sua
competitividade, passando a atuar em distintos segmentos de
altíssimo valor econômico.
Enfim a indústria de celulose e de papel, especialmente
a brasileira, mostra grande vitalidade, ânsia e disposição
de crescer. Mais do que isso, tem saúde física,
recursos financeiros, capacidade, competência humana
e compromissos de crescer com sustentabilidade. Isso tudo é muito
importante, como é também importante que o diálogo
entre as partes interessadas seja cada vez maior e melhor. É algo
onde existe muito espaço para crescimento, mas para
que haja diálogo há que se ter disposição
para se ouvir, antes mesmo de se falar. Enfim, não é o
futuro que se deve aguardar chegar; mas qual o futuro que se
quer ajudar a construir. Nada melhor do que se construí-lo
com maiores conhecimentos, responsabilidades, diálogos
e comprometimentos.