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Grau Celsius ABTCP


Editorial


Bom dia a todos vocês que nos honram com sua leitura e atenção,


Amigos
, aqui estamos com o número 34 da nossa Eucalyptus Newsletter. Esperamos que essa edição esteja de seu agrado e interesse, permitindo assim que nossos leitores ganhem mais conhecimentos e entendimentos sobre as florestas plantadas de eucaliptos e sobre seus produtos e serviços, que são de enorme valor para a nossa sociedade.

Nessa edição, temos uma inovação em nossa tradicional seção "Os Amigos dos Eucalyptus". Isso em razão do fato que ela presta não apenas uma, mas duas homenagens a prestigiados e talentosos pesquisadores de Portugal, nosso país irmão na história, cultura e nas plantações e utilizações dos eucaliptos, inclusive para produção de celulose e papel. Nossos caríssimos amigos, Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho e Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira são os dois amigos dos eucaliptos dessa edição, pois eles estudam, pesquisam, conhecem e publicam muito acerca das madeiras, polpas celulósicas e papéis obtidos a partir dos eucaliptos, que possuem inquestionáveis qualidades e utilidades. Professores e pesquisadores de uma das mais tradicionais universidades da Europa, eles colaboram no Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, a formar profissionais e a desenvolver tecnologias de ampla aplicação para o sucesso do setor de fabricação de celulose e papel em Portugal. Além do Dr. Paulo e Dra. Maria da Graça, a Universidade de Coimbra também possui outros talentosos pesquisadores e docentes nesse setor de tecnologia de celulose e papel. Outra professora dessa universidade, que foi orientadora nos processos de doutoramento de nossos dois homenageados dessa edição, e por quem temos enorme carinho e amizade por sua competência e carisma pessoal, é a professora Dra. Maria Margarida Lopes Figueiredo. Esperamos poder lhes trazer a biografia dela em uma das próximas edições de nossa Eucalyptus Newsletter. Afinal, da mesma forma que o Dr. Paulo e a Dra. Maria da Graça, a nossa amiga Dra. Maria Margarida também é uma grande amiga dos eucaliptos.

A seção "Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos" da engenheira agrônoma M.Sc. Ester Foelkel lhes apresenta algo muito útil e valioso para se conhecer: "A Madeira dos Eucaliptos para Uso em Cercas e Moirões". Através de muitos estudos e pesquisas tecnológicas desenvolvidas desde a época de Edmundo Navarro de Andrade, a madeira do eucalipto foi ganhando espaço para a construção de cercas nas propriedades rurais brasileiras, tornando-se hoje na principal fonte de materiais para a construção tanto de cercas internas como de cercas e porteiras mais sofisticadas para divisórias de propriedades rurais e até mesmo urbanas.

Nosso artigo técnico dessa edição lhes traz minhas considerações acerca das razões que colaboraram para o desenvolvimento tecnológico e ambiental da indústria celulósico-papeleira, em especial em um dos países de maiores taxas de crescimento dessa indústria, o Brasil. Leiam e conheçam as razões para esse fantástico desenvolvimento em "Aspectos da Evolução Tecnológica dos Processos de Produção de Celulose e Papel".

Esperamos que essa edição possa lhes ser muito útil, já que a seleção de temas foi feita com o objetivo de lhes trazer novidades sobre os eucaliptos e que acreditamos possam ser valiosas a vocês que nos honram com sua leitura.

Caso ainda não estejam cadastrados para receber a newsletter e os capítulos do nosso livro online sobre os eucaliptos, sugiro fazê-lo através do link a seguir: Clique para cadastro.

Estamos com diversos parceiros apoiadores não financeiros a esse nosso projeto: TAPPI, IPEF, SIF, CeluloseOnline, RIADICYP, TECNICELPA, ATCP Chile, Appita, TAPPSA, SBS, ANAVE, AGEFLOR, EMBRAPA FLORESTAS, EUCALYPTOLOGICS - GIT Forestry, ForestalWeb, Painel Florestal, INTA Concórdia - Novedades Forestales, Papermakers' Wiki, Åbo Akademi - Laboratory of Fibre and Cellulose Technology e Blog do Papeleiro. Eles estão ajudando a disseminar nossos esforços em favor dos eucaliptos no Brasil, USA, Canadá, Chile, Portugal, Argentina, Espanha, Austrália, Nova Zelândia, Uruguai, Finlândia e África do Sul. Entretanto, pela rede que é a internet, essa ajuda recebida de todos eles coopera para a disseminação do Eucalyptus Online Book & Newsletter para o mundo todo. Nosso muito obrigado a todos nossos parceiros por acreditarem na gente e em nosso projeto.
Conheçam nossos parceiros apoiadores em:
http://www.eucalyptus.com.br/parceiros.html


Obrigado a todos vocês leitores pelo apoio e constante presença em nossos websites. Nossos informativos digitais estão atualmente sendo enviados para uma extensa "mailing list" através da nossa parceira ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, o que hoje está correspondendo a alguns milhares de endereços cadastrados. Isso sem contar os acessos feitos diretamente aos websites www.abtcp.org.br; www.eucalyptus.com.br e www.celso-foelkel.com.br, ou ainda pelo fato dos mesmos serem facilmente encontrados pelas ferramentas de busca na web. Nossa meta a partir de agora é muito clara: estar com o Eucalyptus Online Book & Newsletter sempre na primeira página, quando qualquer pessoa no mundo, usando um mecanismo de busca tipo Google, Yahoo ou Bing, pesquisar algo usando a palavra Eucalyptus. Com isso, poderemos informar mais às partes interessadas sobre os eucaliptos, com informações relevantes e de muita qualidade e credibilidade. Por isso, peço ainda a gentileza de divulgarem nosso trabalho àqueles que acreditarem que ele possa ser útil. Nós, a Grau Celsius e a ABTCP, juntamente com os parceiros apoiadores, ficaremos todos muito agradecidos.

Um abraço a todos e boa leitura. Esperamos que gostem do que lhes preparamos dessa vez.

Celso Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br
http://www.eucalyptus.com.br

http://www.abtcp.org.br

Nessa Edição da Eucalyptus Newsletter

Um Encontro com Alguns dos Amigos dos Eucaliptos de Portugal

Os Amigos dos Eucalyptus - Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho

Os Amigos dos Eucalyptus - Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira

Referências Técnicas da Literatura Virtual - Artigos Técnicos e Científicos dos Amigos dos Eucalyptus dessa Edição da Eucalyptus Newsletter - Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho e Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira

Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos - A Madeira dos Eucaliptos para Uso em Cercas e Moirões - por Ester Foelkel

Artigo Técnico por Celso Foelkel
Aspectos da Evolução Tecnológica dos Processos de Produção de Celulose e Papel

Um Encontro com Alguns dos Amigos dos Eucaliptos de Portugal

Portugal tem tido um papel de destaque no desenvolvimento tecnológico dos eucaliptos, tanto para utilizações de suas fibras para produção de celulose e papel, como de suas madeiras para construção de móveis, habitações, etc. Com muito orgulho, os portugueses têm-se destacado com a espécie de eucaliptos que é plantada com predominância no país, o Eucalyptus globulus. Essa espécie tem sido melhorada nos seus aspectos florestais e na qualidade de suas madeiras e também no que diz respeito a seus óleos essenciais. Existem inúmeros pesquisadores em Portugal colaborando para esse desenvolvimento. Na área florestal, as empresas líderes da base florestal têm colocado esforços na melhoria da produtividade e rendimentos, através de instituições sérias de pesquisa, tanto acadêmicas como empresariais. Já na área técnica de produção de celulose e papel, os esforços se concentram nos rendimentos e qualidades na polpação e no excepcional desempenho dos papéis de impressão produzidos com as celuloses kraft obtidas. Portugal já foi grande produtor de celulose de mercado de eucaliptos. Entretanto, nas últimas duas décadas, a opção foi pela verticalização, pela agregação de mais valor nessa cadeia produtiva e pela produção de papéis de impressão do tipo “offset”, em resmas, bobinas e em formatos do tipo “cut-size”. Por isso mesmo, Portugal têm posição relevante no fornecimento desses tipos de papéis para o mercado europeu e mundial. Além disso, ainda persistem as produções e exportações de celuloses de mercado dos tipos kraft branqueada e para dissolução, embora em muito menores quantidades em relação ao passado.

O sucesso florestal e industrial dos eucaliptos em Portugal se apoia não apenas na adaptação dos eucaliptos às terras e climas portugueses, mas também nas conquistas de diversos de seus pesquisadores. Nessa newsletter atual e em algumas de nossas próximas Eucalyptus Newsletters, daremos destaque à produção científica e tecnológica de alguns dos principais nomes da pesquisa portuguesa com os eucaliptos. Estamos começando com dois renomados professores da Universidade de Coimbra, uma das principais universidades europeias. Nossos amigos, Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho e Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira são os Amigos dos Eucaliptos homenageados nessa edição. Eles dois são definitivamente grandes alimentadores de conhecimentos tecnológicos sobre as madeiras, celuloses e papéis a partir dos eucaliptos. Entretanto, existem muitos outros amigos em Portugal e que serão entrevistados por nós para também terem seu acervo produtivo e biografia disponibilizados a nossos leitores globais. Entre eles, gostaria de destacar alguns pesquisadores e educadores portugueses, tais como: na Universidade de Coimbra, a Dra. Maria Margarida Lopes Figueiredo; na Universidade de Aveiro, pesquisadores e educadores como o Dr. Carlos Pascoal Neto e o Dr. Dmitry Evtuguin; nosso amigo e pesquisador florestal Dr. Nuno Borralho; nosso querido amigo e pesquisador industrial Carlos A. Valente, que infelizmente já deixou nosso convívio há alguns anos; dentre outros tantos mais. Encontraremos ainda espaço para outros pesquisadores que definitivamente são amigos dos eucaliptos em outras importantes instituições de pesquisa em Portugal, como na Universidade Beira Interior, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, na Escola Superior Agrária de Coimbra e no Instituto de Investigação da Floresta e Papel - RAIZ. Além disso, estamos em negociação com a TECNICELPA, através de nosso estimado amigo Augusto Góis, para encontrar formas de digitalizar algumas das obras-primas da literatura florestal escritas pelo grande autor português Ernesto Góes. Aguardem, tudo virá a seu tempo para enriquecer o mundo virtual de informações eucalípticas.

Os Amigos dos Eucalyptus

Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho

Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho tem sido uma competente e dedicada estudiosa, educadora e pesquisadora acerca das celuloses obtidas a partir das madeiras dos eucaliptos. Sua área predominante de pesquisas vem sendo os aspectos de polpação, branqueamento da celulose e inter-relações entre qualidade da madeira e dos produtos celulósicos e papeleiros dos eucaliptos. Mais recentemente, também incorporou em seus estudos a produção integrada de celulose para papel e outros produtos da madeira, como dos biocombustíveis, etc. em empreendimentos industriais que se denominam hoje de biorefinarias. Sua produção científica é enorme, a começar pela sua magnífica tese de doutorado, onde estudou a otimização das condições de polpação kraft para produção de celulose de Eucalyptus globulus, tendo a segura orientação da Dra. Maria Margarida Figueiredo. Uma obra-prima que merece ser lida por todos do setor de celulose e papel a partir dos eucaliptos. Felizmente, um trabalho como esse pode ser acessado livremente por qualquer cidadão do mundo que queira aprender mais sobre a produção de celulose kraft de eucalipto. Temos mais adiante, nessa newsletter, endereços na web onde essa obra pode ser obtida sem custos pelos interessados.

Nossa estimada amiga Dra. Maria da Graça Carvalho nasceu em Coimbra, em 1959. Passou grande parte de sua vida na própria cidade de Coimbra, onde estudou e vem trabalhando em sua profissão de educadora e pesquisadora. Foi portanto em Coimbra que frequentou a famosa Universidade de Coimbra (de 1977 a 1982), onde se licenciou em Engenharia Química. Continuou seus estudos de pós-graduação na mesma universidade, onde se doutourou em 1999. Atualmente é Professora Auxiliar com nomeação definitiva no Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DEQ/FCTUC).

Quando frequentou o ensino secundário, Maria da Graça sempre teve gosto pelas áreas de Matemática e Química, o que a levou a escolher o curso de Engenharia Química na expectativa de vir no futuro a ter um trabalho na indústria química. Entretanto, acabou sendo professora e pesquisadora para esse mesmo tipo de atividade industrial, após uma breve passagem pela indústria química. Seu interesse pela área de celulose e papel apareceu quando da definição do seu programa de doutoramento. Resultou da conjugação de vários fatores na época: 1) ela tinha interesse em fazer uma ampla e útil pesquisa aplicada; 2) também mostrava um interesse pessoal pela química da celulose; 3) existia uma ligação de parceria para pesquisas entre o DEQ/FCTUC, a indústria da celulose e papel e o Instituto de Investigação da Floresta e Papel RAIZ; 4) havia muito interesse em se desenvolver no DEQ/FCTUC essa linha de investigação; 5) a indústria de celulose e papel apresentava-se (isso acontece até hoje) de grande importância no contexto português, e particularmente na região central de Portugal, onde se situa a Universidade de Coimbra.

Dra. Maria da Graça Carvalho sempre teve apreço pela transmissão de conhecimentos, fossem eles acadêmicos ou científicos, daí ter-se identificado com os trabalhos universitários. Também, enquanto estudante universitária, nos últimos anos do seu curso, foi escolhida e convidada para lecionar aulas práticas em disciplinas de Química aos alunos do primeiro ano do curso, fazendo ainda pesquisas na área de determinação de propriedades termofísicas. Isso lhe deu oportunidades para desenvolver sua capacidade de comunição oral e de apresentar os resultados das pesquisas em congressos da especialidade. Após a formatura, foi professora no ensino secundário de uma escola localizada na cidade de Caldas da Rainha, onde lecionou a disciplina de Matemática durante um ano. Depois desta gratificante experiência de ensino, ingressou numa empresa da indústria química localizada em Lisboa – empresa de produção de detergentes e outras especialidades químicas para manutenção industrial. Ali, foi responsável durante 2 anos pela gestão de produção, pela gestão da qualidade de matérias-primas e produto acabado e pelo desenvolvimento de novos produtos. Essa experiência deu-lhe uma visão sobre a realidade do ambiente industrial, das suas necessidades, dificuldades e desafios e da importância de uma ligação mais estreita entre a pesquisa e a sua aplicação industrial. Também lhe permitiu adquirir uma experiência enriquecedora ao nível das relações interpessoais. Nesta fase, os seus principais desafios eram obter uma boa integração no ambiente industrial e, no âmbito das suas funções, conseguir desenvolver produtos que contribuissem para a satisfação dos clientes e o sucesso da empresa onde trabalhava.

Entretanto, o mundo dá suas voltas, surgindo a oportunidade para concorrer (e conquistar) a um lugar de professora no DEQ/FCTUC o que, aliado aos interesses pessoais e familiares, resultaram em sua saída da indústria, rumando novamente a Coimbra e abraçando um novo desafio. Desde então, tem lecionado disciplinas nas áreas de Dinâmica de Fluidos, Fenômenos de Transferência de Calor e de Massa, Operações Unitárias, Engenharia Bioquímica, Laboratórios de Engenharia Química e Tecnologia da Celulose e Papel a alunos de diferentes cursos (Engenharia Química, Química Industrial, Engenharia de Materiais e Engenharia do Ambiente). Define-se, por isso mesmo, como uma professora empenhada em contribuir para a aprendizagem dos seus alunos nas várias vertentes do conhecimento tecnológico da engenharia.

Também é professora e orientadora no programa do Mestrado em Processos de Produção de Pasta de Celulose para Papel e no programa de Doutoramento em Engenharia Química. Em função dessas atividades, supervisiona estágios profissionais de recém-licenciados e orientação de alunos em conclusão do curso de Licenciatura, do Mestrado Integrado e do Doutoramento em Engenharia Química, envolvendo estudos principalmente na área de Celulose e Papel.

Em Portugal, o Eucalyptus globulus é a principal matéria-prima da indústria de celulose e papel, o que significa que grande parte do esforço de pesquisa e desenvolvimento recaia sobre esta espécie. É neste contexto que os eucaliptos passaram a fazer parte da vida profissional da Dra. Maria da Graça Carvalho. Sua principal área de investigação se concentrou no estudo e desenvolvimento para a utilização industrial desse eucalipto, em especial na otimização dos processos de cozimento e branqueamento. Embora tenha alguma curiosidade sobre os pinheiros, e aborde sempre nas suas aulas a comparação entre madeiras de fibras longas e curtas, de momento esta madeira não está no centro de suas pesquisas. Entretanto, às vezes, surgem oportunidades de estudos com algum tipo de processo envolvendo as fibras longas de pinheiros.

No início da sua carreira acadêmica no DEQ/FCTUC, ela desenvolveu atividades de investigação nas áreas de Engenharia Bioquímica (Separação de Proteínas por Precipitação) e de Transferência de Massa. Entretanto, desde que iniciou os trabalhos de doutoramento em 1996, tem-se dedicado essencialmente à investigação ligada às seguintes áreas:

1) polpação kraft de eucalipto (influência das condições operacionais nas caraterísticas das pastas e cinéticas de transferência de massa e de reação de alguns componentes da madeira);
2) otimização e modelagem das cinéticas de branqueamento de pastas químicas de celulose de eucalipto;
3) estudos sobre o impacto do branqueamento na reversão da alvura de celuloses branqueadas de eucalipto;
4) caracterização da superfície do papel por determinação de ângulos de contato e por cromatografia gasosa de fase inversa;
5) biorefinarias, com ênfase no aproveitamento de hidrolisados de madeira (como pré-tratamento antes do cozimento) e das lamas primárias para a produção de biocombustíveis ou biomateriais.

A maioria destes estudos têm surgido como uma consequência de demandas provenientes da indústria portuguesa desse importante setor industrial.

Paralelamente, no âmbito de um projeto na área da educação em Engenharia Química, elaborou textos de apoio nos temas de Transferência de Calor e de Massa e Absorção e orientou o desenvolvimento de ferramentas de informática para o projeto de colunas de Absorção/Dessorção (Laboratórios Virtuais - http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla). Com isso, criou e desenvolveu uma rede de apoio às aulas de Fenômenos de Transferência de Calor e de Massa (http://aulaft.ning.com) e às aulas de Processos de Transferência e Separação (http://aulasptsii.ning.com). Considera que isso foi uma experiência muito interessante, pois os alunos começaram a criar o hábito de colocar questões (via plataforma), contribuindo para o seu processo de aprendizagem, sem a necessidade de buscarem as respostas através da relação direta e pessoal com os professores, o que às vezes os inibiam.

Dra. Maria da Graça Carvalho considera que sua principal conquista é a realização profissional, que se traduz e materializa no reconhecimento dos pares (através dos artigos publicados e respectivas citações e dos projetos aprovados avaliados por júris internacionais) e no reconhecimento dos seus alunos (através dos resultados das pesquisas de avaliação pedagógica e pelas manifestações de apreço durante a sua atividade profissional). Com isso, tem contribuido para a formação de centenas de jovens que estão integrados no mercado de trabalho com sucesso e que continuam a manter uma ligação estreita com a Universidade de Coimbra e com os seus ex-professores. Outra atividade muito enriquecedora tem sido a de contribuir para a atualização de conhecimentos de funcionários de empresas do setor, através de cursos de formação onde participa e onde tem recebido inúmeras manifestações da importância setorial e profissional desses treinamentos.

As suas contribuições mais relevantes para o setor de celulose e papel até o momento foram as seguintes, segundo sua própria percepção:

1) ter sistematizado o conhecimento do efeito das variáveis do cozimento kraft de E. globulus no rendimento e na qualidade da celulose;
2) ter contribuído para a otimização de condições de branqueamento através dos estudos solicitados pela indústria do setor;
3) Para os eucaliptos, em particular, acredita ter contribuído para consolidar a idéia de que a espécie Eucalyptus globulus cultivada em Portugal tem madeira de fácil deslignificação, suas celuloses são de fácil branqueamento e que as suas fibras curtas são classificadas como as que apresentam uma das melhores aptidões para fabricação de papel, em especial aos papéis de impressão e escrita.

Dra. Maria da Graça também tem outras atividades profissionais: é associada da Ordem dos Engenheiros desde 1983, da TECNICELPA (Associação Portuguesa dos Técnicos das Indústrias de Celulose e Papel) desde 1996 e da RIADICYP (Rede Iberoamericana de Docencia e Investigación en Celulosa y Papel) desde 2001.

Dra. Maria da Graça está casada há 25 anos com um ex-colega de curso, com quem tem grande cumplicidade e partilha de vida (“nos bons e maus momentos”, como ela mencionou). Também ele é engenheiro químico ligado à indústria de celulose e papel, o que acaba significando trabalhar e conversar sobre o setor em casa também. Possuem dois maravilhosos filhos (17 e 22 anos) e o mais velho está terminando o Mestrado Integrado em Engenharia Química. Exatamente por isso, Dra. Maria da Graça costuma dizer que em seu lar se respira Engenharia Química ao cubo. “A família acaba funcionando como um clã em que a solidariedade, a engenharia química e os afetos andam de braços dados”. Considera um privilégio ter tido a sorte de ser presenteada com dois filhos e um marido compreensivos e solidários e uma mãe carinhosa que a substituiu, quantas vezes, nos deveres maternais nos momentos críticos do seu projeto e trabalho de doutoramento. Isso tudo serve para lhe encher de orgulho e satisfação profissional, pessoal e familiar.

Quando lhe perguntamos sobre o que falta fazer acerca do seu futuro, nos respondeu sem pestanejar: “Quase tudo. O tempo passado é história e o dia só tem 24 horas. Falta conhecer e descobrir tanta coisa… Há anos que prometo aos meus alunos escrever um livro de apoio às aulas… Continuarei a viver intensamente, por ser também esta a minha forma de estar perante a vida. Com trabalho perserverante, dedicação e a contribuição de muitos, será possível ultrapassar as dificuldades que forem surgindo e no fim atingir a satisfação do dever cumprido”.

Acredite, Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho, também nós temos orgulho e gratidão por conhecer e aproveitar todo o valor de seu trabalho educacional e tecnológico em favor dos eucaliptos e por desfrutar da amizade cativante que a senhora dedica às pessoas com quem interage no setor. É com muita alegria e reconhecimento que a Eucalyptus Newsletter lhe homenageia como uma grande “Amiga dos Eucalyptus.

Para conhecerem mais sobre a Dra. Maria da Graça Carvalho, sua vida acadêmica e sobre o Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra, sugerimos que naveguem nas webpages a seguir:

http://www.uc.pt/fctuc/deq (Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra)

http://www.eq.uc.pt/centro/index.html (Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta da Universidade de Coimbra)

http://www.uc.pt/fctuc/deq/pessoas/docentes (Docentes do DEQ/FCTUC)

http://www.ectep.com/ects/html/fctuc/e_quimica/cadeirasalpha.html (Disciplinas da Engenharia Química na Universidade de Coimbra)

http://www.ectep.com/ects/html/fctuc/e_quimica/cad56.html (Disciplina Tecnologia da Celulose)

http://ww2.eq.uc.pt/Members/mgc (Página pessoal da professora Maria da Graça Carvalho)

http://ww2.eq.uc.pt/Members/mgc/mariagc/ (Dados pessoais e profissionais atualizados da Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho, em Inglês)

http://ww2.eq.uc.pt/Members/mgc/cv_mgc_2007%20Jan.pdf (Curriculum vitae da Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho)

http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/57_Graca%20Carvalho_CV.pdf (Curriculum vitae da Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho)

Os Amigos dos Eucalyptus

Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira

Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira é outro grande, talentoso, competente e dedicado amigo do papel e dos eucaliptos. Sua atuação profissional ao longo de sua vida tem sido muito rica em realizações, e por certo, uma das mais relevantes foi exatamente a enorme bagagem de conhecimentos que viabilizou com suas pesquisas e estudos acerca dos papéis de impressão e escrita obtidos a partir das fibras dos eucaliptos. Acredito que na atualidade, poucos técnicos e profissionais no mundo dispõem de um nível de conhecimentos acerca das fibras e papéis dos eucaliptos, como o Dr. Paulo Ferreira. Apesar disso tudo, Dr. Paulo mostra uma enorme simplicidade e modéstia e se apresenta como uma pessoa absolutamente cooperativa, desprendida, humana e sempre pronta a colaborar com estudantes, técnicos e, acredito, com qualquer pessoa que lhe solicitar auxílio.

Dr. Paulo Ferreira nasceu em 1963, na cidade da Beira, em Moçambique, então uma colônia de Portugal na África. Ali, frequentou a escola primária em um colégio privado. Cerca de pouco mais de um ano depois da “Revolução dos Cravos” (25.04.1974), e de um mês depois da independência de Moçambique (25.06.1975), decidiu se mudar para a casa de familiares na cidade da Figueira da Foz, em Portugal. É nesta cidade portuguesa que frequenta, em escola pública, todo o ciclo de preparação para a entrada na Universidade, tendo escolhido a área dos estudos científicos com Matemática, Química, Física e Biologia como disciplinas básicas e fundamentais para sua carreira. O fato de gostar bastante de Matemática e Química, e de se sentir atraído pela Engenharia, foram razões para escolher o curso de Engenharia Química na universidade mais próxima da cidade onde vivia, a Universidade de Coimbra. Na escolha da universidade pesou também bastante o prestígio da mesma, quer nacional e internacional. Também, a escolha do curso teve ainda influência do fato de que em Figueira da Foz se situavam, na época, as duas maiores fábricas portuguesas de celulose e de papel. A Engenharia Química era o único curso que permitia uma formação mais próxima das necessidades dessas empresas, onde sonhava um dia poder vir a trabalhar. Naquela época, no início da década de 80, não existia em Portugal (tal como agora) nenhuma universidade a fornecer uma graduação específica na área de celulose e papel. Em 1987, concluiu o curso de Engenharia Química no Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DEQ/FCTUC), universidade onde em 2000 é aprovado por unanimidade nas suas provas de doutoramento. É professor desta conceituada universidade desde 1988.

Dr. Paulo Ferreira teve a oportunidade de iniciar a sua carreira profissional logo após concluir a universidade, apenas com 1 mês de férias pelo meio, e de iniciar a mesma exatamente onde pretendia: na fábrica de celulose da Soporcel, em Figueira da Foz, uma unidade produtora de polpa kraft de eucalipto. Ali, estagiou como engenheiro de processo durante 6 meses, tomou o primeiro contato com a indústria de celulose, aprendeu bastante e teve a sorte de acompanhar o projeto de otimização da fábrica. Todavia, no final desse período, não foi possível continuar nas mesmas condições, o que coincidiu com um convite para trabalhar na Universidade de Coimbra. Portanto, regressou à “academia” onde continuou seus estudos superiores e logo, por concurso, ingressou na carreira acadêmica, como Assistente, dando aulas aos alunos da licenciatura em Engenharia Química.

Em 1992, apresentou, de acordo com as exigências da carreira universitária, provas públicas de Aptidão Pedagógica e Capacitação Científica. As disciplinas que então lecionava centravam-se nos domínios das Operações Unitárias em Engenharia Química e da Tecnologia de Partículas. Simultaneamente, iniciou a colaboração com o Laboratório de Materiais Granulares de um instituto de transferência de tecnologia entre a Universidade e a Indústria, tendo sido o responsável pela concepção e manutenção do seu sistema de gestão da qualidade. Isso foi um alavancador para que, em 1994, fundasse, juntamente com um colega, uma empresa de formação e serviços em gestão da qualidade, o que lhe permitiu, como consultor, aprofundar o conhecimento da rede empresarial, principalmente nas regiões centro e norte de Portugal.

No final de 1995, Paulo iniciou formalmente os seus trabalhos de doutoramento, sob a orientação da Dra. Maria Margarida Figueiredo, em adição às suas atividades de ensino, tendo em 2000 defendido a tese intitulada “Estudos de pastas kraft de Eucalyptus globulus: características estruturais e aptidão papeleira”. Recomendamos que leiam esse trabalho, uma das melhores pesquisas e revisões técnicas/científicas sobre as fibras celulósico-papeleiras dos eucaliptos. O link para downloading da tese encontra-se mais abaixo, em outra seção dessa edição da Eucalyptus Newsletter.

A partir desse momento, quando se doutourou, Dr. Paulo foi promovido de Assistente a Professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra, tendo orientado a sua atividade letiva e de pesquisa mais específica e profundamente para a área da Ciência e Tecnologia da Celulose e do Papel. Neste contexto, tem colaborado ativamente, lecionando as disciplinas optativas de Tecnologia da Celulose, Tecnologia do Papel, e ainda, Ciência e Tecnologia da Pasta e do Papel no curso de Engenharia Química.

No campo da pesquisa e desenvolvimento tecnológico (P&D), vem-se dedicando à caracterização de fibras e de partículas (finos, cargas, pigmentos) usadas nos processos de produção de celulose e papel e ao estudo da sua influência nas propriedades do produto final (principalmente, mas não apenas, em papéis de impressão e escrita). Tem dado especial atenção a papéis finos de impressão e escrita (P&W) e à avaliação das suas propriedades de superfície, quer físicas quer químicas, e na interação com agentes de colagem superficial, formulações de revestimento e tintas. Tem igualmente focado no estudo e desenvolvimento de novas receitas para a colagem superficial, para o revestimento e para o enchimento (novos pigmentos minerais, nanopartículas, etc.) de papéis de impressão e escrita. Dedica ainda algum do seu tempo ao estudo da floculação em processos de fabricação do papel e ao escoamento de suspensões de fibras. Outros temas que têm atraído sua atenção são as relações entre papel e água, estudando a higroexpansibilidade do papel, as suas variações dimensionais e as resistências a úmido das folhas de papel.

Vários fatores explicam o porquê desses principais temas de P&D a que se dedica:

• muitos dos estudos desenvolvidos e acima referidos envolvem partículas, em sentido geral, e esta é uma área que tem dedicado esforços desde no início da sua carreira acadêmica;
• já ocorre em Portugal um significativo potencial humano dedicado à celulose, mas não é tão numeroso o grupo de cientistas que se dedica ao estudo do papel e cartão (nas suas diferentes aplicações), apesar de o país ter-se firmado como um importante player mundial na produção de papéis finos (desde o início da década de 90);
• muito do trabalho que desenvolve resulta do interesse e da necessidade manifestada pelas empresas portuguesas do setor de celulose e papel, com as quais tem colaborado em múltiplos projetos de P&D, cujos escopos são definidos em conjunto com elas.

Nos cursos de pós-graduação, vem orientando dissertações de mestrado e teses de doutorado, além das dezenas de monografias de conclusão de curso. Ao longo dos anos tem sempre colaborado com as empresas portuguesas do setor de celulose e papel, de diversas formas: projetos comuns de pesquisa e desenvolvimento; ações de formação profissional; partilha cooperativa de equipamentos de laboratório e utilização de facilidades das diferentes instalações industriais; ou ainda, cooperação para as disciplinas ministradas na Universidade. Tem uma forte ligação ao Instituto de Investigação da Floresta e Papel - RAIZ, do grupo PortucelSoporcel (gPS).

Destaca ainda, na sua carreira profissional, os intercâmbios que tem estabelecido a nivel internacional, o que muito tem contribuído para a sua atividade científica, mas também para a projeção do DEQ/FCTUC.

Assim sendo:
• participou num projeto europeu de investigação de grande dimensão (“NODESZELOSS – Novel device to study pulp suspensions behaviour in order to move towards zero energy losses in papermaking”);
• foi o Delegado Nacional do Comitê de Gestão da Ação de Cooperação Multinacional COST E32 – “Characterization of paper surfaces for improved printing paper grades”;
• participa presentemente nas Ações COST E54 – “Characterization of the fine structure and properties of papermaking fibers using new technologies” e COST FP 1005 – “Fiber suspension flow modelling - a key for innovation and competitiveness in the pulp & paper industry”;
• é membro do “Special Interest Group on Fiber Flow” da Rede Europeia ERCOFTAC;
• integra e é o representante em Portugal da RIADICYP – Red Iberoamericana de Docencia e Investigación en Celulosa y Papel e também da RIARREC – Red Iberoamericana para la Revalorización del Reciclado Celulósico;
• é membro do Comitê Editorial para artigos técnicos da revista “O Papel” (revista da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel).

Da sua atividade científica destaca ser autor de 4 monografias, 3 capítulos de livro, dezenas de artigos em revistas científicas da especialidade e também dezenas de trabalhos apresentados em congressos, e editor de 1 livro de atas.

No âmbito do ensino, tem também sido responsável ou colaborado em outras disciplinas dos Mestrados Integrados em Engenharia Química e em Engenharia do Ambiente, e ainda do programa de Doutoramento em Engenharia Química, quais sejam: Processos de Transferência e Separação, Fenômenos de Transferência, Nanotecnologia e Tratamentos Físico-Químicos.

No que diz respeito à gestão universitária, Dr. Paulo exerceu diversas funções no DEQ/FCTUC: de 2001 a 2004 foi membro da Comissão Executiva; em 2003 e 2004 vice-presidente do Departamento; em 2008 e 2009 foi vice-presidente da Comissão Científica; com a nova estrutura orgânica da Universidade de Coimbra, é desde 2009 vice-diretor do DEQ/FCTUC. É também membro do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) da Universidade de Coimbra.

A dedicação do Dr. Paulo Ferreira aos eucaliptos remonta ao início da sua carreira profissional, na fábrica de celulose da Soporcel, onde a matéria-prima por excelência sempre foi o eucalipto. Mais tarde, quando decidiu fazer seu doutoramento na área da celulose e do papel, é desafiado pela indústria a estudar em detalhes a influência do processo kraft no potencial papeleiro das polpas e fibras do Eucalyptus globulus, uma área do conhecimento que não se considerava ainda suficientemente conhecida naquela época. Por isso, foi também natural, que após o doutoramento ter-se concluído, tenha dedicado mais às celuloses e papéis produzidos a partir do eucalipto, principalmente do E. globulus. Não obstante, tem também trabalhado com outras espécies do mesmo gênero, como o E. grandis e o E. urograndis; e em alguns projetos tem estudado outros gêneros, como por exemplo a acácia e os pinheiros. Destaca por exemplo, trabalhos que orientou sobre a influência da fibra longa na resistência a úmido de misturas de polpas a base de E. globulus ou, mais recentemente, um estudo sobre o eventual potencial da madeira de Ailanthus para produzir pastas kraft com algum interesse econômico.

Como principais conquistas profissionais, Dr. Paulo destaca com orgulho o fato de ter concluído o doutoramento na área de celulose e papel (o segundo a ser obtido numa universidade portuguesa) e ser professor na mais prestigiada universidade do país, a Universidade de Coimbra. Considera ainda relevante ter merecido a confiança dos seus pares acadêmicos, que por isso continuadamente lhe têm chamado a exercer cargos de gestão universitária. Também reconhece o fato de ter seu trabalho valorizado pela indústria portuguesa, que sempre solicita ajuda para projetos cooperativos e também formação de profissionais. Também lhe gratifica participar de associações profissionais do setor; e ter conseguido estabelecer uma importantre rede de contatos internacionais, principalmente na Europa e na América Latina, com resultados evidentes em parcerias em projetos e redes comuns, em publicações conjuntas, em organização de congressos e em outras atividades como ensino e participação em bancas de mestrado e doutorado.

Já as suas mais relevantes contribuições ao setor de celulose e papel poderiam ser definidas como:
• contribuição para o incremento da investigação que o DEQ/FCTUC tem desenvolvido nesta área, motivando um número significativo de estudantes que têm especializado e que têm entrado para empresas do setor;
• ter tido um papel decisivo para uma maior integração do DEQ/FCTUC com a indústria portuguesa de celulose e papel;
• ter mantido uma contínua busca do aprofundamento da relação entre a universidade e a indústria do setor de celulose e papel;
• ter colaborado para a decisão de aumentar a pesquisa acadêmica envolvendo o papel como o produto de maior valor agregado dessa cadeia produtiva da madeira do eucalipto em Portugal;
• ter sido um dos impulsionadores dos estudos envolvendo a superfície dos papéis de impressão e escrita, em termos de energia de superfície e porosidade, e a sua importância na qualidade do produto final.

No que diz respeito aos eucaliptos, Dr. Paulo considera ter promovido um melhor conhecimento do potencial da fibra do Eucalyptus globulus e da sua resposta ao cozimento, refinação, produção de papel e propriedades do produto final. Com a sua tese de doutoramento acredita também ter realizado uma das mais completas revisões sobre as características e propriedades do gênero Eucalyptus e de algumas das suas espécies para a produção papeleira.

A rede de contatos internacionais do Dr. Paulo Ferreira é alavancada em função de diversas de suas atividades extra-acadêmicas, tais como:
• membro da Ordem dos Engenheiros;
• sócio e vice-presidente da TECNICELPA – Associação Portuguesa dos Técnicos das Indústrias de Celulose e Papel;
• sócio da ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel;
• foi sócio da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, integrando o respectivo coro de vocais, de Janeiro de 2001 a Julho de 2006;
• é sócio da Associação “Alma de Coimbra”, integrando o respectivo coro, desde setembro de 2006.

Dr. Paulo Ferreira ainda afirma que nada do que fez nos últimos 20 anos teria sido possível sem o apoio e a compreensão incondicional de Ana, sua esposa, que como ninguém tem aceitado as dificuldades que alguém tem com a família quando abraça a tão exigente carreira acadêmica e, ao mesmo tempo, tem uma atividade que não se limita aos muros da universidade, mas envolve a colaboração com a indústria e a intervenção ativa em associações internacionais e grupos extra-profissionais. Por outro lado, também às suas duas filhas, Inês e Madalena, que são os seus mais preciosos legados à sociedade, deve a força, a energia, a alegria e o entusiasmo com que procura viver o dia-a-dia e realizar-se como pessoa e como profissional.

Quando lhe perguntamos sobre o futuro, nos respondeu:
“ Num período tão conturbado da sociedade a nível mundial, espero apenas ter sempre o discernimento necessário para, distinguindo o fundamental do acessório, contribuir, mesmo numa ínfima escala, para um mundo melhor, sempre respeitando seu próximo. Em termos profissionais, gostaria de pelo menos manter o nível atual de interesse dos alunos do DEQ/FCTUC pela opção em estudos na área de celulose e papel (o que não tem sido fácil, tendo em conta que os níveis de empregabilidade do setor têm decrescido e por isso ele se torna menos atrativo)”.

Estimado amigo Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira, como técnicos que somos, temos uma grande gratidão pelo enorme banco de conhecimentos que o senhor ajudou a desenvolver acerca dos eucaliptos para seu sucesso na indústria celulósico-papeleira e por desfrutar da sua amizade, que nos enriquece e ajuda a acreditar mais nas pessoas. É com muita alegria e reconhecimento que a Eucalyptus Newsletter lhe homenageia como um grande “Amigo dos Eucalyptus.

Para conhecerem mais sobre o Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira, sua vida acadêmica e sobre o Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra, sugerimos que naveguem nas webpages a seguir:

http://www.uc.pt/fctuc/deq (Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra)

http://www.uc.pt/fctuc/deq/pessoas/docentes (Docentes do DEQ)

http://www.ectep.com/ects/html/fctuc/e_quimica/cadeirasalpha.html (Disciplinas da Engenharia Química na Universidade de Coimbra)

http://www.ectep.com/ects/html/fctuc/e_quimica/cad56.html (Disciplina Tecnologia da Celulose)

http://www.eq.uc.pt/centro/index.html (Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta da Universidade de Coimbra)

http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/58_Paulo%20Ferreira_CV2011.pdf (Curriculum vitae do Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira)

Referências Técnicas da Literatura Virtual

Artigos Técnicos e Científicos dos Amigos dos Eucalyptus dessa Edição da Eucalyptus Newsletter

Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho e Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira

Nessa seção, estamos colocando, como sempre, euca-links com algumas publicações relevantes da literatura virtual. Basta você clicar sobre os endereços de URLs para abrir as mesmas e/ou salvá-las em seu computador. Nessa seção, temos procurado balancear publicações recentes e outras antigas, que ajudaram a construir a história de sucesso dos eucaliptos. Elas versam sobre florestas, ecologia, ambiente, uso industrial das madeiras, celulose e papel; enfim, todas as áreas que se relacionam aos eucaliptos: seu desenvolvimento em plantações florestais e utilizações de seus produtos.

As Referências Técnicas da Literatura Virtual a vocês apresentadas nessa edição têm por objetivo lhes oferecer uma seleção de inúmeros artigos, textos e palestras escritos pelos nossos professores homenageados nessa edição como Amigos dos Eucalyptus. Nossos queridos e estimados amigos Dra. Maria da Graça Videira Sousa Carvalho e Dr. Paulo Jorge Tavares Ferreira são pesquisadores de grande produtividade e talento. A produção científica dos mesmos é enorme; entretanto, muitos dos seus artigos infelizmente não estão disponíveis na web. Por outro lado, graças à colaboração de algumas entidades técnicas, conseguimos a autorização das mesmas para postar algumas dezenas desses artigos em nosso outro website www.celso-foelkel.com.br. Com isso, esses artigos passaram ao domínio público e podem assim colaborar para o aperfeiçoamento tecnológico e o nível de conhecimento dos inúmeros interessados a nível global. A maioria tem fundamental importância para os leitores do setor de celulose e papel, pois nossos homenageados são pesquisadores e docentes nessa área dos conhecimentos.

Fica nosso sincero agradecimento então às seguintes associações técnicas que colaboraram para enriquecimento dessa edição em que homenageamos nossos amigos pesquisadores de Portugal:

ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (http://www.abtcp.org.br/Home.aspx);
TECNICELPA – Associação Portuguesa dos Técnicos das Indústrias de Celulose e Papel (http://www.tecnicelpa.com);
TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry / USA (http://www.tappi.org).

A seguir, uma seleção de quase uma centena de referências da literatura escritas pelos nossos amigos Maria da Graça Carvalho e Paulo Ferreira, muitos em co-parceria e em colaboração com outros renomados pesquisadores portugueses do setor celulósico-papeleiro. Diversos artigos estão no idioma Português, mas muitos outros, publicados em revistas internacionais, estão disponíveis em Inglês ou Espanhol.

RESUMO: The final bleaching of eucalypt kraft pulps with hydrogen peroxide: relationship with industrial ECF bleaching history and cellulose degradation. P.E.G. Loureiro; D.V. Evtuguin; M. G.V.S. Carvalho. Journal of Chemical Technology and Biotechnology 86(3): 381-390. (2011)
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jctb.2527/abstract

Características do papel reprográfico produzido com fibras de eucalipto e suas relações com a estabilidade dimensional. A.H.T. Mendes; S.W. Park; F.S. Almeida; P.J.T. Ferreira. O Papel 71(8): 63-73. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/01_
CARACTERISTICAS%20PAPEL%20REPROGRAFICO.pdf

Perspectivas para a valorização de lamas primárias na indústria de pasta. M.G.V.S. Carvalho; J.M.S. Rocha. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/02_Valorizacao%20lamas.pdf

Sizing evaluation of uncoated fine papers. P. Lopes; C. Preciso; A.M. Sousa; P. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/03_Sizing%20evaluation.pdf

Printing quality of papers coated with a modified pigment obtained by in situ synthesis of silica film on PCC. A.F. Lourenço; J.A.F. Gamelas; P. Faustino; P.J. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/04_printing%20quality.pdf

Paper surface chemistry as a tool to improve inkjet printing quality. I.M.T. Moutinho; M.L. Figueiredo; P.J.T. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/05_Paper%20surface%20chemistry.pdf
http://www.tecnicelpa.com/files/encontros/O33.pdf

Influencia de la composición fibrosa y las propiedades estructurales del papel prensa en la densidad de la impresión y la capacidad de secado. N. Gómez; C. Molleda; J.C. Villar; R. Quiles; P. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/06_papel%20prensa.pdf

A new approach for the modification of paper surface properties by polyoxometalates. M.S. Saraiva; J.A.F. Gamelas; P.J. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/07_Modifications%20of%20paper%20surface.pdf

A new approach for the modification of paper surface properties using polyoxometalates. M.S. Saraiva; J.A.F. Gamelas; A.P.M. Sousa; B.M. Reis; J.L. Amaral; P.J. Ferreira. Materials 3: 201-215.(2010)
http://www.mdpi.com/1996-1944/3/1/201/pdf

Higroexpansibilidade e estabilidade dimensional em uma máquina de papel reprográfico. A.H.T. Mendes; S.W. Park; P.J.T. Ferreira; F.S. Almeida. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/08_Higroexpansibilidade.pdf

Performance of a final hydrogen peroxide stage in different ECF bleaching sequences. P.E.G. Loureiro; A.S.M. Santos; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/09_Final%20H2O2.pdf

Extraction of hemicelluloses prior to kraft cooking: a step for an integrated biorefinery in the pulp mill. C.V.T. Mendes; J.M.S. Rocha; G.D.A. Sousa; M.G.V.S. Carvalho. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/10_Extraction%20of%20hemicelluloses.pdf

Energía superficial y su relación con la capacidad de enlace de las fibras recicladas no blanqueadas. M.A. Citroni; M.A. Zanuttini; P. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/11_Energia%20superficial.pdf

Properties of Eucalyptus globulus fibers after hot water extraction. G.V. Duarte; B.V. Ramarao; T.E. Amidon; P.J.T. Ferreira. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/12_E.globulus%20fibers.pdf

New insights into chromophore chemistry of eucalypt pulps assessed by UV-resonance Raman micro-spectroscopy. P.E.G. Loureiro; A.J.S. Fernandes; F.P. Furtado; M.G.V.S. Carvalho. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/13_Chromophore%20chemistry.pdf

Performance of cationic polyacrylamides in papermaking – flocculation, drainage and retention. I. Pinheiro; P. Ferreira; F.P. Garcia; C. Wandrey; L. Amaral; D. Hunkeler; M.G. Rasteiro. 21º Encontro Nacional TECNICELPA / VI CIADICYP. 08 pp. (2010)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/14_Cationic%20polyacrylamides.pdf

RESUMO: The influence of paper surface sizing on inkjet pigment penetration. T.G. Costa; J.A. Gamelas; I.M. Moutinho; M.M. Figueiredo; P.J. Ferreira. Appita Journal 63(5): 392-398. (2010)
http://search.informit.com.au/documentSummary;dn=439105582284762;res=IELENG

RESUMO: The assessment of chromophores in bleached cellulosic pulps employing UV-Raman spectroscopy. P.E.G. Loureiro; A.J.S. Fernandes; M.G.V.S. Carvalho; D.V. Evtuguin. Carbohydrate Research 345(10):1442-1451. (2010)
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6TFF-4YFTM4M-
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RESUMO: The influence of pulping and washing conditions on the properties of Eucalyptus grandis unbleached kraft pulps treated with chelants. M.C. Area; M.G.V.S. Carvalho; P.J. Ferreira; F.E. Felissia; O.M. Barboza; D.I. Bengoechea. Bioresource Technology 101(6):1877-1884. (2010)
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19880316

RESUMO: Inverse gas chromatography analysis of spruce fibers with different lignin content. S. Peterlin; O. Planinsek; I. Moutinho; P. Ferreira; D. Dolenc. Cellulose 28. 08 pp. (2010)
http://www.citeulike.org/journal/klu-cell (Localizar na listagem de artigos o resumo)

RESUMO: Evaluation of the topography of surface sized Eucalyptus based papers. I. Moutinho; P. Ihalainen; M. Figueiredo; J. Peltonen; P. Ferreira. Industrial & Engineering Chemistry Research 49(1). 05 pp. (2010)
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie900677y

RESUMO: Application of FT-IR-ATR spectroscopy to evaluate the penetration of surface sizing agents into paper structure. P.J. Ferreira; J.A. Gamelas; I.M. Moutinho; A.G. Ferreira; N. Gomez; C. Molleda; M. M. Figueiredo. Industrial & Engineering Chemistry Research 48(8): 3867–3872. (2009)
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie801765c
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=22327583

Effect of surface sizing on the surface chemistry of paper containing Eucalyptus pulp. I.M.T. Moutinho; A.M. Kleen; M.M.L. Figueiredo; P.J.T. Ferreira. Holzforschung 63(3): 282-289. (2009)
https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/13404/1/Effect%20of%20surface
%20sizing%20on%20the%20surface%20chemistry.pdf
(Trabalho completo)
http://www.reference-global.com/doi/abs/10.1515/HF.2009.046 (Resumo)

RESUMO: Effect of the final ECF bleaching stage on Eucalyptus kraft pulp properties - A comparison between hydrogen peroxide and chlorine dioxide. P.E.G. Loureiro; P.J. Ferreira; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho. Pulp and Paper Canada 110(9). 05 pp. (2009)
http://www.pulpandpapercanada.com/issues/story.aspx?aid=1000361631

Portugal busca tecnologia em papel e mercados alternativos. Entrevista com Dr. Paulo Ferreira. M. Faleiros. O Papel (Novembro): 07-11. (2009)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/15_Portugal_busca_tecnologia.pdf

RESUMO: Valorisation of hardwood hemicelluloses in the kraft pulping process by using an integrated biorefinery concept. C.V.T. Mendes; M.G.V.S. Carvalho; C.M.S.G. Baptista; J.M.S. Rocha; B.I.G. Soares; G.D.A. Sousa. Food and Bioproducts Processing 87(3):197-207. (2009)
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B8JGD-4WW7P0G-
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RESUMO: Prehydrolysis of Eucalyptus globulus Labill. hemicelluloses prior to pulping and fermentation of the hydrolysates with the yeast Pichia stipitis. C.V.T. Mendes; C.M.S. G. Baptista; J.M. S.Rocha; M.G.V.S. Carvalho. Holzforschung 63(6): 737-743. (2009)
http://www.reference-global.com/doi/abs/10.1515/HF.2009.106

Comparação das cinéticas de branqueamento no estágio final de peróxido de hidrogênio das sequências de branqueamento DEopDP e OQ(PO)DP. P.E.G. Loureiro; J.M.C. Antunes; L.M. Gando-Ferreira; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho. O Papel 70(5): 56-68. (2009)
http://www.revistaopapel.org.br/noticia-anexos/
1271337913_3361319f43e3d5b1967122085611cce3_1755794848.pdf

Utilização de peróxido de hidrogênio no estágio final do branqueamento ECF de pastas kraft de Eucalyptus globulus - Estudos de optimização. M.G.V.S. Carvalho; D.V. Evtuguin,; P.E.G. Loureiro. V CIADICYP. 10 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=389%3Autilizacao-de-peroxido-de-hidrogenio-no-
estagio-final-do-branqueamento-ecf-de-pastas-kraft-de-eucalyptus-globulus-
estudos-de-optimizacao&id=29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es

Valorização energética das hemiceluloses de Eucalyptus globulus extraídas antes do cozimento. M.G.V.S. Carvalho; C.V.T. Mendes; C.M.S.G. Baptista; J.M.S. Rocha. V CIADICYP. 10 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=468%3Avalorizacao-energetica-das-hemiceluloses-
de-eucalyptus-globulus-extraidas-antes-do-cozimento&id=
29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es

Caracterización de pulpas kraft de Eucalyptus grandis tratadas con fosfonatos en diferentes etapas de blanqueo TCF. M.C. Area; F.E. Felissia; P.J. Ferreira; M.G. Carvalho; O. Barboza; D. Bengoechea. V CIADICYP. 10 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=388%3Acaracterizacion-de-pulpas-kraft-de-eucalyptus-
grandis-tratadas-con-fosfonatos-en-diferentes-etapas-de-blanqueo-
tcf&id=29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es

Características do papel reprográfico produzido com fibras de eucalipto e suas relações com a estabilidade dimensional. A.H.T. Mendes; S.W. Park; F.S. Almeida; P.J.T. Ferreira. V CIADICYP. 12 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=369%3Acaracteristicas-do-papel-reprografico-produzido-
com-fibras-de-eucalipto-e-suas-relacoes-com-a-estabilidade-
dimensional&id=28%3Atalleres&Itemid=100036&lang=es

Uso de novas poliacrilamidas ramificadas para melhorar a retenção e a drenagem na indústria do papel. P.J. Ferreira; E. Antunes; F.A.P. Garcia; M.G. Rasteiro. V CIADICYP. 09 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=481%3Auso-de-novas-poliacrilamidas-ramificadas-
para-melhorar-a-retencao-e-a-drenagem-na-industria-do-
papel&id=29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es

Influência da topografia do papel nos valores dos ângulos de contacto. P.J.T. Ferreira; I.M.T. Moutinho; M.M.L. Figueiredo. V CIADICYP. 09 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload
& view=category&download=383%3Ainfluencia-da-topografia-do-
papel-nos-valores-dos-angulos-de-contacto&id=
29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es

Comparison of brightening kinetics in the final hydrogen peroxide stage of DEopDP and OQ(PO)DP bleaching stages. P.E.G. Loureiro; J.M.C. Antunes; L.M. Gando-Ferreira; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho. 41º Congresso Anual ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. 09 pp. (2008)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/16_brightening%20kinetics.pdf

Comparison of brightening kinetics in the final hydrogen peroxide stage of DEopDP and OQ(PO)DP bleaching stages. P.E.G. Loureiro; J.M.C. Antunes; L.M. Gando-Ferreira; D.V. Evtuguin; M.G.V.S. Carvalho. 41º Congresso Anual ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Apresentação em PowerPoint: 25 slides. (2008)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/17_Comparison%20of%20brightening%20kinetics.pdf

Propriedades do papel. P. Ferreira. Curso Ciência e Tecnologia da Pasta e do Papel. Apresentação em PowerPoint: 25 slides. (2008)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/18_Propriedades%20do%20Papel.pdf

Performance of a final hydrogen peroxide stage in the ECF bleaching of eucalypt DoEopD1 kraft pulps. M.G.V.S. Carvalho; N.M.V. Carvalho; P.E.G. Loureiro. Tappi Journal (Agosto): 08-13. (2008). Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/19_ECF%20bleaching.pdf

Flow dynamics of pulp fiber suspensions. C. Ventura; F. Garcia; P. Ferreira; M. Rasteiro. Tappi Journal (Agosto): 20-26. (2008). Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/20_Flow%20dynamics.pdf

Evaluating the surface energy of surface sized printing and writing papers. I. Moutinho; P. Oliveira; M. Figueiredo; P.J. Ferreira. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 08 pp. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/21_Surface%20of%20paper.pdf

Xylose from Eucalyptus globulus wood as a raw material for bioethanol production. J.M.S. Rocha; L.F.F. Gomes; C.V.T. Mendes; C.M.S.G. Baptista; M.G.V.S. Carvalho. Current Research Topics in Applied Microbiology and Microbial Biotechnology. p. 475-479. (2007)
http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=
iJ57EyzyweQC&oi=fnd&pg=PA475&dq=m.g.v.s.carvalho&ots=
95Dbcb-D4Q&sig=A7MT6q3NrbWM5pIhRza5_2F85NY#v=
onepage&q=m.g.v.s.carvalho&f=false

Hemicelluloses: from wood to the fermenter. M.G.V.S. Carvalho; C.F.A. Baptista; C.V.T. Mendes; J.M.S. Rocha. Current Research Topics in Applied Microbiology and Microbial Biotechnology. p. 46-50. (2007)
http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=
iJ57EyzyweQC&oi=fnd&pg=PA46&dq=m.g.v.s.carvalho&ots=
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Influência da formulação da calda de revestimento na qualidade da impressão de papéis finos. J. Velho; N.F. Santos; P. Ferreira; P. Oliveira. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp. (2007)
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Polymeric coatings of PCC fillers for printing and writing papers. P. Loureiro; A.R. Oliveira; V. Lourenço; S. Pinto; M.H. Gil; M.M. Figueiredo; P. Ferreira. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp. (2007)
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RESUMO: Impact of surface sizing on inkjet printing quality. I.M.T. Moutinho; P.J.T. Ferreira; M.L. Figueiredo. Industrial & Engineering Chemistry Research 46(19): 6183-6188. (2007)
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Variability of kraft pulps opacity – a case study. S. Castanheira; C.T. Abreu; M.J. Heitor; J. Ataíde; P. Ferreira. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 04 pp. (2007)
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Estudo da interacção tinta-papel em impressão inkjet. A.P.M. Sousa; J.L. Amaral; N.J. Oliveira; C. Torre; D. Evtuguin; P. Ferreira; I. Moutinho; M. Campos; P. Oliveira; A.M. Ramos; S. Sousa; R. Simões; J.L. Velho; N. Santos. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp. (2007)
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Final bleaching of eucalypt kraft pulp using hydrogen peroxide. M.G.V.S. Carvalho; N.M.V. Carvalho; M.A.R. Campos; L.M.G.A. Ferreira; J.L. Amaral. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp. (2007)
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Study of complementary treatments in the bleaching process of eucalypt kraft pulp – handsheet surface characterization using non conventional techniques. P.J.T. Ferreira; M.G.V.S. Carvalho; N. Barbeitos; F. Felissia; M.C. Area. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 04 pp. (2007)
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Cinética de branqueamento e de degradação da celulose num estágio de peróxido de hidrogênio pressurizado aplicado a pastas kraft de eucalipto. S.M.F. Mota; L.M.G.A. Ferreira; M.G.V.S. Carvalho. 20º Encontro Nacional TECNICELPA. 07 pp. (2007)
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Modeling pulp fiber suspension rheology. C. Ventura; A. Blanco; C. Negro; P. Ferreira; F. Garcia; M. Rasteiro. Tappi Journal 6(7): 17-23. (2007). Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
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Evaluating the surface energy of laboratory-made paper sheets by contact angle measurements. I. Moutinho; M. Figueiredo; P. Ferreira. Tappi Journal (Junho): 26-32. (2007). Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
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Higroexpansibilidade de papel reprográfico produzido com fibras de eucalipto. Parte 1 – Princípios de medição da higroexpansibilidade. A.H.T. Mendes; S.W. Park; P.J. Ferreira; B.J. Amaro; F.S. Almeida. 40º Congresso Anual ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Apresentação em PowerPoint: 27 slides. (2007)
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Higroexpansibilidade de papel reprográfico produzido com fibras de eucalipto. Parte 2 – Variação na direção longitudinal da máquina. A.H.T. Mendes; S.W. Park; P.J. Ferreira; B.J. Amaro; F.S. Almeida. 40º Congresso Anual ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Apresentação em PowerPoint: 10 slides. (2007)
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Relaciones entre las condiciones de procesamento y las propiedades de pulpas kraft de Eucalyptus grandis. M.C. Area; M.G. Carvalho; P.J. Ferreira; F.E. Felissia; C.S. Jorge; L. Vilalba. IV CIADICYP. 109 pp. (2006)
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-las-propiedades-de-pulpas-kraft-de-eucalyptus-grandis&id=
21%3Adeslignificacion-y-blanqueo&Itemid=100035&lang=es

Ângulo de contato: uma ferramenta para a avaliação da eficiência de revestimento de papéis finos. J. Velho; P. Ferreira; N. Santos. IV CIADICYP. 08 pp. (2006)
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avaliacao-da-eficiencia-de-revestimento-de-papeis-finos&id=
22%3Afabricacion-de-papel&Itemid=100035&lang=es

Avaliação da degradabilidade de papéis tissue. S.C. Neves; M.G. Rasteiro; P.J. Ferreira. IV CIADICYP. 07 pp. (2006)
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tissue&id=22%3Afabricacion-de-papel&Itemid=100035&lang=es

Efeito do tratamento de superfície do pa pel na qualidade de impressão. I. Moutinho, M. Figueiredo, P. J. Ferreira. IV CIADICYP. 08 pp. (2006)
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na-qualidade-de-impressao&id=22%3Afabricacion-de-papel&Itemid=100035&lang=es

Effect of thermal treatment on the structure of PCC particles. P. Ferreira; J. Velho; M. Figueiredo; A. Mendes. Tappi Journal (Novembro): 18-22. (2005). Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
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Efeito da secagem no potencial papeleiro de pastas kraft de eucalipto – uma experiência industrial. M.G. Carvalho; J.R. Fernandes; L.A. Ferreira; C.A. Van Zeller; J.P. Ferreira; P.J.T. Ferreira. O Papel (Outubro): 84-92. (2005)
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RESUMO: Heterogeneous kinetic model for the methylglucuronic and hexenuronic acids reactions during kraft pulping of Eucalyptus globulus. J.P.F. Simão; A.P.V. Egas; C.M.S.G. Baptista; M.G. Carvalho. Industrial & Engineering Chemistry Research 44(9): 2997–3002. (2005)
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RESUMO: Evolution of methylglucuronic and hexenuronic acid contents of Eucalyptus globulus pulp during kraft delignification. J.P.F. Simão; A.P.V. Egas; C.M.S.G. Baptista; M.G. Carvalho; J.A.A. M. Castro. Industrial & Engineering Chemistry Research 44(9): 2990–2996. (2005)
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Estudos de selectividade da deslenhificação com oxigénio de pastas kraft de Eucalyptus globulus. T.M. Póvoas; C.V. Van Zeller; L.M.A. Ferreira; M.G.V.S. Carvalho. 19º Encontro Nacional TECNICELPA. 10 pp. (2005)
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Determinação do índice de mão: das limitações à comparação dos métodos disponíveis. A. Mendes; J.M. Ataíde; P. Ferreira. 19º Encontro Nacional TECNICELPA. 03 pp. (2005)
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RESUMO: Effect of extended cooking and oxygen prebleaching on the surface energy of Eucalyptus globulus kraft pulps. M.G. Carvalho; P.J. Ferreira; J.M.R.C.A. Santos; J.L.M. Amaral; M.M. Figueiredo. Journal of Pulp and Paper Science 31(2): 90-94. (2005)
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Cinética das reacções dos ácidos metilglucurônicos e hexenurônicos no cozimento kraft de Eucalyptus globulus. J.P.F. Simão; A.P.V. Egas; C.M.S.G. Baptista; M.G. Carvalho. III CIADICYP. 08 pp. (2004)
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e-hexenuronicos-no-cozimento-kraft-de-eucalyptus-globulus&id=
18%3Aquimica-de-la-celulosa-de-la-lignina-y-de-sus-
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Optimização de um duplo estágio de oxigénio na deslenhificação de pastas kraft de Eucalyptus globulus. T.M. Póvoas; L.G. Ferreira; C.A. Van Zeller; M.G. Carvalho. III CIADICYP. 08 pp. (2004)
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globulus&id=10%3Ablanqueo&Itemid=100034&lang=es

The influence of rheological modifiers on coated papers: a comparison between CMC and MHPC. P. Oliveira; S. Conceição; N.F. Santos; J. Velho; P. Ferreira. III CIADICYP. 08 pp. (2004)
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Influência dos agentes de colagem superficial na estrutura do papel. I. Moutinho; M. Figueiredo; P.J. Ferreira. III CIADICYP. 10 pp. (2004)
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Effect of softwoods on the wet web strength of Eucalyptus globulus bleached kraft based furnishes. N.M. Guimarães; M.M. Figueiredo; P.J. Ferreira. Congresso EUCEPA/TECNICELPA 2003. Portugal. p. 108-112. (2003)
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Acid treatment applied to Portuguese Eucalyptus globulus kraft pulp before bleaching: effect on quality and on hexenuronic acids and metal ions contents. C.A.P. Primo; M.G.V.S. Carvalho. Congresso EUCEPA/TECNICELPA 2003. Portugal. p. 281-283. (2003)
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Optimization of operating parameters in a Q-bleaching stage. P.A. Cerqueira; D.A.G. Angélico; A.P.V. Egas; M.G.V.S. Carvalho. Congresso EUCEPA/TECNICELPA 2003. Portugal. p. 321-322. (2003)
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Alkaline pulping of Portuguese Eucalyptus globulus: Effect on hexenuronic acid content. A.I. Pedroso; M.G. Carvalho. JPPS – Journal of Pulp and Paper Science 29(5): 150-154. (2003). Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
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Separação de cargas minerais em papéis de impressão e escrita. P.J.T. Ferreira; A.J.P. Mendes; M.M.L. Figueiredo. 35º Congresso Anual ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel. 07 pp. (2002)
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Influência do teor de finos nas propriedades papeleiras de pasta kraft de E.globulus. I. Luís; M.M. Figueiredo; A. Martins; M.G. Carvalho. O Papel (Abril): 83-89. (2002)
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Influence of cooking and bleaching conditions on the surface and paper properties of Eucalyptus globulus kraft pulps. A.I. Aquino; P.J. Ferreira; M.G. Carvalho; J.L. Amaral; M.M. Figueiredo; II CIADICYP. 09 pp. (2002)
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The use of mercury intrusion porosimeter to the characterization of Eucalyptus wood, pulp and paper. M.J. Moura; P.J. Ferreira; M.M. Figueiredo. II CIADICYP. 07 pp. (2002)
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Efeito do cozimento e da refinação nas dimensões transversais de fibras de E. globulus. P.J. Ferreira; M.M. Figueiredo. O Papel 62(1): 74-80. (2001)
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Aplicação da microscopia confocal ao estudo de fibras de E.globulus. Medição das dimensões transversais. P.J. Ferreira; M.N. Sousa; M.H. Vaz; M.M. Figueiredo. O Papel (Abril): 84-89. (2000)
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Estudo das variáveis de cozimento nas características químicas de pastas kraft de Eucalyptus globulus. M.G.V.S. Carvalho. Tese de Doutorado. Universidade de Coimbra. 282 pp. (1999)
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Estudo de algumas variáveis de cozimento nas características de pastas kraft de E.globulus. M.G.V.S. Carvalho; A.A. Martins; M.M.L. Figueiredo. 16º Encontro Nacional TECNICELPA. 08 pp. (1998)
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Estudo de variabilidade num clone de E.globulus. M.G.V.S. Carvalho; M.M.M. Bastos; C.M.M. Pires; M.M.L. Figueiredo. 16º Encontro Nacional TECNICELPA. 08 pp. (1998)
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Dimensões transversais de fibras de pasta kraft de E.globulus determinadas por microscopia confocal. P.J. Ferreira; M.H. Vaz; M.N. Sousa; M.M. Figueiredo. 16º Encontro Nacional TECNICELPA. 10 pp. (1998)
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Branqueabilidade de pastas kraft de E.globulus. M.G.V. Carvalho; S.I.C. Saleiro; A.A. Martins; M.M.L. Figueiredo. 16º Encontro Nacional TECNICELPA. 08pp. (1998)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
53_branqueabilidade%20globulus.pdf

Fracionamento de pasta kraft de eucalipto: caracterização físico-química e desempenho papeleiro. M.G. Carvalho; A.A. Martins; M.M. Figueiredo. O Papel (Julho): 83-86. (1997)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
54_Fracionamento%20pasta%20kraft%20eucalipto.pdf

A comparative study of two automated techniques for measuring fiber length. M.G. Carvalho; P.J. Ferreira; A.A. Martins; M.M. Figueiredo. Tappi Journal 80(2): 137-142. (1997). Uma cortesia TAPPI – Technical Association of the Pulp and Paper Industry
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/55_Measuring%20fiber%20length.pdf

Caracterização dimensional das fibras de eucalipto. P.J. Ferreira; M.G. Carvalho; A.A. Martins; M.M. Figueiredo. 15º Encontro Nacional TECNICELPA. 12pp. (1996)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/56_caracterizacao%20fibras.pdf

Curiosidades e Singularidades acerca dos Eucaliptos
por Ester Foelkel
(http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html)

A Madeira dos Eucaliptos para Uso em Cercas e Moirões

Introdução

As cercas têm elevada importância na divisão dos limites em propriedades urbanas e rurais, atuando também como barreiras físicas e impedindo a passagem de animais de portes variados (Bistrol, 2006). Existem diversos tipos de cercas e materiais para a sua fabricação, como o concreto, pedras, alumínio, plástico e metais. Porém, uma das matérias-primas mais antigas e até hoje uma das mais empregadas é a madeira. No meio rural atual, o moirão ou mourão de madeira de eucalipto é um componente das cercas que realizam divisórias de propriedades, de lavouras permanentes ou temporárias e de piquetes de animais, ajudando a garantir a segurança dos últimos. Muitas cercas apresentam a madeira não apenas nos moirões, mas também em ripas e sarrafos colocados em substituição aos arames ou telas.

Até passado recente, a maioria das cercas eram feitas com madeiras de espécies nativas, o que resultou em uma dizimação de inúmeras florestas e bosques, pois essas madeiras eram colhidas sem nenhum escrúpulo e cuidados. Felizmente e graças às florestas plantadas de eucaliptos, essa situação vem-se revertendo: a madeira de reflorestamento já é hoje a principal madeira usada em cercas rurais no Brasil.

De acordo com o tradicional Dicionário Aulete, as palavras mourão e moirão são grafias corretas e possuem mesmo significado no sentido dado a utensílios de madeira. Portanto, quando relacionadas à madeira, essas palavras podem significar: “estaca cravada na terra onde se prendem as varas ou os fios de uma cerca; escora à qual se se amarram animais; vara fincada à margem dos rios, à qual se amarram canoas”.

Moirão ou mourão é parte do tronco roliço da árvore, geralmente sem a presença da casca, que apresenta diâmetros que vão de 8 até 25 cm, com um comprimento variável, dependendo da finalidade da cerca. A parte basal dos moirões é enterrada no solo, havendo espaçamentos constantes entre cada um. Três a quatro fios de arame farpado ou liso espaçados entre si realizam a união entre os moirões para garantir a formação da cerca (Bistrol, 2006).

No passado, a maioria dos moirões era obtida de madeiras bastante resistentes de árvores nativas; todavia, a escassez, aliada à proteção governamental, de algumas dessas árvores, fez com que a madeira de florestas plantadas de eucalipto fosse orientada para tal finalidade. A crescente conscientização ecológica da população tem feito com que árvores de eucalipto também sejam utilizadas como moirões vivos. A árvore não precisa ser derrubada para a demarcação e construção de cercas na propriedade rural. Basta colocar os fios de arame amarrados ou pregados em seus troncos vivos. Isso inclusive barateia as demarcações na propriedade rural e são mais duradouras.

Dessa forma, os objetivos desse texto técnico são os de apresentar as vantagens e as desvantagens dos moirões e cercas de eucalipto, além de abordar técnicas usuais de preservação de madeira e formas de uso desses produtos.

Vantagens e desvantagens dos moirões de madeira

O uso do eucalipto como moirões proporcionou economia aos produtores devido à maior disponibilidade dessa matéria-prima no mercado, sem haver prejuízos ambientais ou de segurança, caso medidas de preservação da madeira sejam tomadas de forma adequada (Reflorasa, 2011). De acordo com Madeiras Mata Verde (2009), o custo da madeira tratada do eucalipto na construção civil é bastante inferior aos custos de grande parte das madeiras nativas. Isso pode acarretar em economias de até 50%. Outro diferencial frente à madeira de algumas nativas é a longevidade. Caso devidamente preservadas quimicamente, os moirões de eucalipto podem durar muito mais e apresentar melhor desempenho. Estima-se que um moirão não tratado possa durar entre 3 a 6 anos (dependendo da espécie de eucalipto), enquanto um tratado pode ter uma vida útil de mais de 20 anos.

A produção de moirões tratados vem crescendo de forma bastante significativa. Atualmente, eles representam mais de 60% do total do volume de madeira tratada anualmente no Brasil. O eucalipto é uma árvore de ciclo curto que consegue ser produzido com facilidade e de forma sustentável, onde sua madeira é um recurso natural renovável. Grande parte das madeiras de eucalipto apresenta selos verdes e certificações de manejo florestal que garantem processos ambientalmente corretos ao longo da cadeia produtiva. Dessa forma, o eucalipto está conseguindo substituir com facilidade a madeira das espécies nativas para a confecção de cercas. Outro ponto favorável do eucalipto é a realização do sequestro de carbono, ajudando na diminuição do aquecimento global (Geraldo, 2011; Francischinelli, s/d), enquanto o uso de madeira de matas nativas provocaria emissões de carbono, pois elas não seriam repostas por replantio (matas não renováveis).

De acordo com Magalhães e Pereira (2003), inicialmente, a madeira tratada do eucalipto pode apresentar até mesmo maiores custos na produção de cercas. Porém, no longo prazo, eles se tornam mais viáveis, principalmente quando comparados aos não tratados, que necessitam de reposições mais frequentes.

Os agricultores podem utilizar a madeira de suas próprias florestas de eucalipto como matéria-prima das cercas da propriedade, conseguindo economizar dinheiro e obtendo inclusive renda extra com a venda de moirões tratados nas proximidades (Governo de Minas, 2009; Magalhães e Pereira, 2003). Os tratamentos por imersão ou por substituição de seiva podem ser feitos na própria propriedade rural, pois são simples, apesar de requererem cuidados com a segurança dos operadores.

Além das cercas, a madeira tratada dos moirões também apresenta outros usos. Elas podem ser utilizadas na agricultura para a confecção de suportes para culturas trepadeiras, tais como o chuchuzeiro, o tomateiro, o maracujazeiro e a videira. Também são muito empregados até mesmo como matéria-prima para estufas de madeira, portões e outras construções rurais rústicas (Icotema, s/d).

A principal desvantagem do moirão do eucalipto é a obrigatoriedade de tratamento da sua madeira. Parte do moirão fica em contato com o solo, exposto a frequentes alterações de umidade e ao ataque de microrganismos. Dessa forma, caso medidas preservativas não ocorram, a longevidade para a cerca é de aproximadamente três anos. A madeira do eucalipto necessita de tratamentos químicos contra agentes depreciadores, tais como fungos que causam podridões e insetos xilófagos, como os cupins e as brocas. Grande parte dos tratamentos não apresenta riscos à saúde humana e ambiental caso sejam realizados da forma correta. Existem duas formas de tratamentos dessa madeira. A industrial, que utiliza autoclaves e em que os processos são mais controlados; contudo, é mais cara pela exigência de melhores equipamentos e registros em órgãos governamentais. Já a caseira pode ser feita diretamente nas propriedades rurais. Porém, há o risco ao operador devido ao uso de produtos químicos, possibilidades de ocorrerem contaminações ambientais, além de poder prejudicar a qualidade do produto final, caso os devidos cuidados não sejam empregados (Geraldo, 2011).

Outro ponto considerado pelos ambientalistas como negativo para os moirões é a necessidade da derrubada das árvores para a confecção dos mesmos. Mesmo com o uso de preservantes e cuidados para aumentar a vida útil das cercas de eucaliptos, essa ainda é inferior ao de cercas de árvores vivas. Dessa maneira, é possível realizar cercas a partir de “moirões vivos”, diminuindo os custos de implantação de cercas permanentes e ainda podendo, no longo prazo, utilizar sua madeira inclusive para a serraria (Embrapa Agrobiologia, 2006). O problema na área rural para esse tipo de cercas vivas é que elas fazem sombra e podem afetar algum tipo de agricultura próxima. Já para a pecuária, isso é uma vantagem, pois o gado necessita de árvores para lhe oferecer sombra, abrigo e proteção.

Espécies de eucalipto indicadas para moirões e cercas

A densidade da madeira, a forma estrutural e a presença de substâncias de autodefesa aos agentes depreciadores, fazem com que algumas espécies sejam naturalmente mais resistentes ao apodrecimento do que outras. Dessa forma, elas são mais indicadas para a produção de moirões e de cercas, devido principalmente à maior longevidade e resistência (Guiotoku e Magalhães, 2005).

As madeiras mais recomendadas para a confecção de cercas são aquelas que possuam maiores resistências mecânicas e à deterioração biológica e que se comportem normalmente ao fator anisotrópico. Dessa maneira, Eucalyptus citriodora (Corymbia citriodora), Eucalyptus maculata (Corymbia maculata), Eucalyptus paniculata, Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus microcorys e Eucalyptus cloeziana são alguns dos mais indicados para a função (Zenid et al., 2009; Angeli et al., 2005; Revista Madeira, 2001; Foelkel, s/d).

A escolha da espécie ideal para a confecção de moirões também deve levar em conta a permeabilidade da madeira aos produtos químicos. Francischinelli (s/d) comentou que as espécies passíveis de tratamento devem conter alburno resistente e cerne duro; porém, que as soluções preservantes devem penetrar em seus tecidos lenhosos com certa facilidade.

Tratamentos químicos em moirões de eucalipto

A escolha tanto do método de preservação como do produto químico preservante deve levar em conta questões de higiene e segurança, atendendo às especificações das legislações locais. Os produtos químicos também devem estar devidamente registrados pelos Ministérios do Meio Ambiente ou da Agricultura a ponto de não haver prejuízos à natureza e ao aspecto estético do produto final (Francischinelli, s/d).

Os principais tratamentos caseiros de moirões de eucalipto são o de substituição de seiva e o de imersão prolongada. Ambos são muito utilizados em locais distantes de usinas de beneficiamento de moirões (outra forma de tratamento dessas madeiras).

O método de substituição de seiva é considerado prático, usado quando há necessidade de tratamento de poucas peças ainda verdes. Consiste na substituição da seiva existente nos tecidos da madeira pelos produtos (sais) preservativos, os quais ficarão depois aprisionados nas células do vegetal. Para garantir a eficiência do método, a tora deve ser cortada há menos de 24 horas do início do tratamento. A solução preservante não penetra profundamente na madeira, assim, todos os cortes e preparos na madeira devem ser realizados anteriormente ao tratamento preservante. Como etapas iniciais, os moirões devem ser descascados e lixados, tendo uma de suas extremidades (a que permanecerá ao ar livre nas cercas) cortada em bisel ou chanfro para facilitar o escorrimento da umidade (Jankowsky, 1990). Os produtos preservantes mais utilizados são geralmente a base de cobre tais como o CCB (borato de cobre cromatado), seguindo as proporções da solução estabelecidos na norma NBR 6232 (Guiotoku e Magalhães, 2005). O volume de madeira e a quantidade de solução a ser adicionada para a devida impregnação são fatores a serem calculados para o sucesso do tratamento. Os moirões são acondicionados na vertical em tambores contendo o produto químico por mais de 7 dias, dependendo das condições ambientais e da absorção da madeira. A parte mais grossa dos moirões deve ficar na base do tambor, deixando suas extremidades devidamente separadas para promover melhor ventilação. Após, a posição da imersão é invertida e posteriormente eles seguem para secagem à sombra (por 30-40 dias). Nessa etapa, ocorre a fixação dos sais preservantes que se tornam aderidos à estrutura da madeira. O tempo de secagem também é influenciado pelo comprimento e volume da peça, bem como pelo tipo de madeira. A seguir, os moirões já estão prontos para serem usados e inclusive molhados (Mayor Química, 2011; Silva, 2005; Jankowsky, 1990).

O método de imersão prolongada pode ser realizado quando a madeira dos moirões já não está mais verde. Há a necessidade de controle do tempo em que os moirões são mantidos submersos na solução preservante.

Outro produto que pode ser usado como preservante é o CCA (arseniato de cobre cromatado), derivado do cobre, cromo e arsênio. O uso de produtos químicos requer cuidados especiais com a segurança do aplicador e do meio ambiente, havendo a necessidade do uso de EPI (equipamentos de proteção individual) durante todo o processo de tratamento e manipulação das madeiras tratadas até estarem completamente secas. Depois da secagem, os sais dos conservantes já estão devidamente impregnados na madeira, lixiviando o mínimo possível para o ambiente e, então, não são mais considerados tóxicos.

Há situações de tratamentos caseiros mais simples, onde se impregnam as peças de madeira com óleos queimados, como os de cárter (Jankowski, 1990). Não são tão eficientes, mas têm validade ao proprietário rural que tenha dificuldades para tratar com os sais CCA ou CCB.

Os métodos industriais de conservação da madeira do eucalipto ocorrem em usinas de preservação de madeira (UPM) devidamente credenciadas e licenciadas pelos órgãos ambientais, dispondo as mesmas de rigor técnico e condições laboratoriais adequadas. Nelas, são utilizadas autoclaves que trabalham em condições de pressão e vácuo para a impregnação da madeira com os produtos preservativos (Geraldo, 2011). Durante esse processo, a madeira seca e devidamente preparada é acondicionada na autoclave, retirando-se ar dos seus tecidos no início do processo. Após, a substância preservante, como o arseniato de cobre cromatado (CCA), entra em contato com a madeira, onde, sob alta pressão, é injetada até a saturação dos tecidos. Com o alívio da pressão, a quantidade de preservante excedente volta para o tanque de produtos químicos, havendo rápido vácuo final para retirada de preservante ainda existente na superfície (Santa Clara, 2011).

Vários estudos já foram desenvolvidos em busca da durabilidade e da eficiência de moirões de distintas espécies de eucaliptos submetidos a diferentes técnicas de preservação da madeira.

Coelho e colaboradores (2008) avaliaram a velocidade do processo de substituição de seiva em Eucalyptus sp. Foi utilizado o preservante CCB. Os moirões foram acondicionados na vertical em tambores com a substância, sendo medida a absorção da madeira a cada dois dias. Os autores apontaram a necessidade de 29 dias para a retenção de produto requerida conforme as normas da ABNT. A temperatura fria e umidade relativa do ar elevada durante o estudo podem ter influenciado a demora na absorção.

Costa et al. (2004) observaram a durabilidade de moirões de Eucalyptus saligna, Eucalyptus grandis, Pinus elliottii, e Sclerolobium paniculatum submetidos há 10 anos em condições de campo. Anteriormente, os moirões foram tratados quimicamente com diversas substâncias tais como creosoto, CCA e creosoto misturado com óleo queimado e FCAP (sais de flúor, cromo, arsênio e fenol). Tanto nas amostras tratadas manualmente (método caseiro) quanto nas tratadas sob pressão, E. grandis foi a que demonstrou maior resistência ao apodrecimento; porém, P. elliottii foi a que apresentou maiores quantidades de preservante retido em sua madeira. As madeiras de menor densidade como as de Pinus e de Eucalyptus grandis mostram facilidade para a penetração das substâncias preservantes.

Paes et al. (2001) compararam a durabilidade de moirões de madeira de bracatinga e de Eucalyptus viminalis preservados com CCB pelo processo de inversão prolongada. O aumento do tempo de penetração e da concentração da solução acarretou em melhores respostas de retenção do produto químico nas madeiras. E. viminalis foi a espécie que obteve melhores respostas para o tratamento aplicado nesse ensaio.

Eucaliptos para moirões vivos

A preocupação ambiental, aliada ao preço elevado da madeira, mesmo as de florestas plantadas, faz do moirão vivo uma escolha cada vez mais empregada em propriedades rurais. Isso também é incentivado pela possibilidade de uso alternativo posterior da árvore, além da mera divisão de áreas. Existem espécies de eucalipto que são indicadas para a finalidade tanto nas regiões frias quanto quentes de todo o Brasil (Baggio et al., 2000). As árvores também podem atuar como quebra-vento, ajudando na proteção de plantações, de construções, além de servirem de sombra para o gado, auxiliarem na produção de mel de abelhas por fornecer pólen e néctar durante suas floradas e de embelezarem a paisagem local por sua aparência ornamental. Ademais, a madeira do eucalipto também poderá ser usada para a serraria e para a geração de lenha na propriedade. Quando a árvore se torna adulta, pode ser colhida e substituída por outra mais jovem ou pela condução de suas brotações. O plantio de novas árvores entre os moirões vivos deve ser realizado em antecipação ao corte (alguns anos antes). Isso permitiria que a cerca continuasse com sua finalidade.

Franco et al. (2004) apontaram a economia de 2 a 6 vezes na implantação de cercas vivas quando comparada às de madeira tratada. Outros benéficos que os moirões vivos de eucalipto trazem é a possibilidade de rebrote após o corte, podendo ainda promover o aumento da biodiversidade na área e melhorias das propriedades do solo.

Baggio e colaboradores (2000) comentaram que para a produção de madeira serrada devem ser realizadas podas dos galhos laterais dessas “árvores moirões” para o aumento na qualidade da madeira.

Considerações finais

As cercas apresentam papel importante tanto nas zonas rurais quanto urbanas. A madeira do eucalipto é atualmente a mais empregada para a construção desse tipo de construção, principalmente através dos moirões e ripas/sarrafos, mas isso ocorre mais na zona rural.

Novas pesquisas devem continuar sendo realizadas a fim de aumentar a vida útil de sua madeira para essas finalidades. A maior vida útil dos moirões, o uso de moirões vivos em cercas permanentes e o uso racional e consciente da madeira garantem maior sustentabilidade aos processos, com preservação ambiental e economia.

Medidas complementares como difusão de conhecimento e conscientização da sociedade também deveriam ser realizadas a fim de promover o maior uso da madeira de florestas plantadas com selos de sustentabilidade para a construção de cercas. Há enorme espaço para crescimento desse tipo de cercas de madeira, inclusive nas cidades, já que os cidadãos mostram cada vez mais interesse em cercar suas propriedades na busca de autodefesa e proteção.



Observem a seguir algumas bibliografias disponíveis na internet que apontam a relevância das cercas, as vantagens e desvantagens dos moirões de eucalipto, técnicas de preservação da madeira para essa finalidade e artigos técnicos e científicos relacionados ao tema. Há também à disposição dos interessados alguns websites que mostram fotos de cercas e de moirões de eucaliptos.

Mourão e/ou Moirão. Dicionário Aulete. Acesso em 21.03.2011:
http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=
loadVerbete&pesquisa=1&palavra=moir%E3o
(Moirão)
http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=
loadVerbete&pesquisa=1&palavra=mour%E3o
(Mourão)


Como tratar madeira de eucalipto para cerca. Processo orientativo somente para o tratamento de eucalipto. Mayor Química. Acesso em 21.03.2011:
http://www.mayorquimica.com.br/dicas6.html

Produtos Icotema. Icotema. Acesso em 21.03.2011:
http://www.icotema.com.br/site/madeira/produtos_construcao_rural.php

O eucalipto tratado. Madeiras Mata Verde. Acesso em 21.03.2011:
http://www.madeirasmataverde.com.br/

Eucalipto tratado. Cercas. Santa Clara Madeiras. Acesso em 21.03.2011:
http://www.santaclaramadeiras.com.br/cercas.htm

Setor rural aponta maior procura por madeira tratada
. F. C. Geraldo. Adjorisc. (2011)
http://www.adjorisc.com.br/artigos/setor-rural-aponta-
maior-procura-por-madeira-tratada-por-flavio-c-geraldo-1.415219?print=true


Madeira: uso sustentável na construção civil.
G. J. Zenid et al. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT/SP). 2ª Edição. 100 pp. (2009)
http://www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/manual_madeira.pdf

Norma ABNT NBR 9480:2009 - Peças roliças preservadas de eucalipto para construções rurais – Requisitos. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 12 pp. (2009)
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=40209

Agricultores encontram nova fonte de renda no eucalipto. Governo de Minas Gerais. Website JusBrasil. (2009)
http://www.jusbrasil.com.br/politica/1571380/agricultores-
encontram-nova-fonte-de-renda-no-eucalipto


Resumo: Absorção de preservativo hidrossolúvel pelo método de substituição de seiva para madeira de Eucalyptus sp. B. S. Coelho; G. C. Tavares; L. S. Oliveira; D. A. Gatto; E. S. Ferreira. XVII ENPOS – UFPEL – Universidade Federal de Pelotas. (2008)
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Eucalyptus - Techniques of plantation alter results. M. M. Bentes-Gama. Revista da Madeira nº 97. (2006)
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Faça você mesmo. Como construir uma cerca. Bristol. (2006)
http://www.bristol.ind.br/faca_voce_mostra.php?id_faca_voce=3

Utilização da castanheira da praia [Bombacopsis glabra (Pasq.) A. Rob.] como mourão vivo pelas comunidades açorianas da Ilha de Santa Catarina. V. B. Carmo. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Santa Catarina. 61 pp. (2006)
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Eucalipto%20na%20Constru%E7%E3o%20Civil


Tratamento preservativo de moirões de bracatinga (Mimosa scabrella Benth.) e de Eucalyptus viminalis Lab. pelo método de imersão prolongada. J. B. Paes; J. C. Moreschi; J. G. Lelles. Cerne 7(2): 65-80. (2001)
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Fundamentos de preservação de madeiras. I. P. Jankowsky. Documentos Florestais IPEF 11: 01 –12. (1990)
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Durabilidade da madeira de Eucalyptus urophylla S. T. Blake preservada por processos sem pressão - avaliação de ensaios de campo. A. P. M. Galvão; I. P. Jankowsky. IPEF 33: 59-64. (1986)
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Norma NBR 6232:1973 - Penetração e retenção de preservativo em postes de madeira.
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Variedades em solos arenosos.
C. Foelkel. Pergunte ao Euca Expert. Pergunta nº 103. (s/d = sem referência de data)
http://www.eucalyptus.com.br/eucaexpert/Pergunta%20103.doc

Eucalyptus paniculata em Goiás. Madeira e potencial
. C. Foelkel. Pergunte ao Euca Expert. Pergunta nº 744. (s/d = sem referência de data)
http://www.eucalyptus.com.br/eucaexpert/Pergunta%20744.doc

How to install fence poles and the fence. K. Fitzgerald. Website eHow.com. (s/d)
http://www.ehow.com/how_4817437_install-fence-poles-fence.html#ixzz1HFedlltn

Eucalipto tratado em autoclave - madeira para a vida toda. A. Francischinelli. (s/d)
http://www.chapasdemadeirite.com/eucalipto%20tratado.html
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=
918&subject=Emais&title=Postes_de_eucalipto_tratado
(Publicado originalmente em 2006 sob o título “Postes de eucalipto tratado”)


Manual para construção de cercas. Morlan Arames e Telas. 11 pp. (s/d)
http://www.morlan.com.br/download_prod_det.php?file=
imgs/manuais/1202730403_1194949116manual_cercas.pdf


A história das cercas. Gerdau. Clube Amigos do Campo. (s/d)
http://www.amigosdocampo.com.br/publicacao.asp?id=1018 (Requer cadastro gratuito para o downloading)

Manual prático para montagem de cercas.
Gerdau. Website Scribd. 64 pp. (s/d)
http://pt.scribd.com/doc/16747751/Manual-de-Cerca

How to install fence posts in concrete. Website eHow. (s/d)
http://www.ehow.com/how_14380_install-fence-posts.html

Preservação da madeira.
R. M. Barreiros. Notas de Aula. UNESP Campus Itapeva. 05 pp. (s/d)
http://www.itapeva.unesp.br/docentes/ricardo_barreiros/
%5B100810091045%5D7b-Substituicao%20de%20seiva.pdf

Algumas imagens sobre moirões e cercas de eucaliptos (apenas para referenciar imagens e informações técnicas – não devem ser entendidas como indicações comerciais):

http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&biw=1276&bih=519&wrapid=
tlif130072564835911&q=%22fence+posts%22&um=1&ie=UTF-8&source=
univ&sa=X&ei=mH-HTYTUCczOgAfArZDFCA&ved=0CHAQsAQ
(“Fence posts”. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?q=moir%C3%A3o&hl=pt-BR&biw=
1259&bih=519&prmd=ivns&wrapid=tlif130132256767111&um=1&ie=
UTF-8&source=univ&sa=X&ei=SpuQTdz3EpOD0QGB_Oi5Cw&ved=0CD4QsAQ4Cg
(Moirão. Imagens Google)
http://www.pomera.com.ar/version_inglish/productos_postesimpregnados_boyeros.html (Pomera Madeiras)
http://tubarao.nexolocal.com.br/p693530-madeira-eucalipto-tratado-mourao-tubarao-outros-produtos (Mourão de eucalipto. Classificados NexoLocal)
http://www.celanmadeiras.com/produtos.php (Mourões de eucalipto. Celan Madeiras.)
http://www.madeiras.cc/eucalipto%20tratado.html (Eucalipto tratado em autoclave)
http://www.amazuluinc.com/eucalyptus-posts-eucalyptus-posts.htm (“Eucalyptus posts”. Amazulu Inc.)
http://www.cobrire.com.br/cerca-de-madeira-eucalipto.htm (Cercas de eucalipto. Cobrire Construções Rústicas)
http://www.somouroes.com.br/produtos.php (Produtos Sómourões)
http://www.reflorasa.com/produtos.htm (Produtos Reflorasa)
http://www.concerca.com.br/produtos.php (Produtos Concerca)
http://www.flickr.com/photos/artesvaf/3489474949/ (Mourão de Eucalyptus – Fotos FlickR)

Artigo Técnico por Celso Foelkel

Aspectos da Evolução Tecnológica dos Processos de Produção de Celulose e Papel

As tecnologias para fabricar celulose e papel são relativamente antigas em sua base conceitual. Da mesma forma que para os casos do avião e do automóvel, a base tecnológica do papel tem sido mantida absolutamente viva e imutável. Consiste na individualização das fibras vegetais, obtendo-se a polpa celulósica; e depois com ela, produzir uma folha sobre uma peneira com intensa utilização de água. A seguir, essa folha é secada e temos o papel. O que acontece é que as inovações em tecnologias vão sendo criadas para tornar o processo melhor e mais eficiente.

Ao longo dessa história vitoriosa do papel, certamente as forças de inovação são influenciadas também por inovações em outras cadeias produtivas. Muitas vezes, estiveram associadas às inovações na cadeia produtiva da máquina a vapor, ou do aço, ou da energia elétrica, ou da indústria química e petroquímica, e nos dias atuais, das tecnologias de automação e da informação. Entretanto, há algumas forças motrizes paralelas, que não são necessariamente suportadas por outras tecnologias, mas por pressões que induzem inovações tecnológicas. Mais recentemente, com a globalização das economias alargando os mercados e forçando as reduções de custos de produção; com os avanços nas demandas qualitativas e de desempenho dos clientes; nos requisitos ambientais e sociais pela sociedade; também as inovações vêm privilegiando essas temáticas e causando alterações substanciais nas formas de se fazer, usar e reciclar o papel.

Sempre existiram questionamentos sobre o ciclo da vida do papel como produto, se ele estaria atingindo um clímax de consumo pela sociedade humana. Entretanto, o consumo do papel é algo muito dinâmico e que tem mantido continuadas taxas de crescimento, acima do crescimento vegetativo da população mundial. Existem alguns bilhões de pessoas com baixíssimo acesso a itens indispensáveis ao conforto e qualidade de vida, como é o caso de papéis higiênicos ou fraldas descartáveis (feitas com fibras de celulose) ou mesmo de cadernos, livros e revistas. Essas populações carentes representam grande potencial de consumo adicional, caso tenham seu padrão de vida melhorado. Há ainda uma enorme criatividade em outros setores fora mesmo do setor de papel, desenvolvendo novos e muitas vezes inusitados usos para o papel. Também a indústria química se vale das fibras de celulose para produzir muitos produtos químicos como nitrocelulose, acetato de celulose, viscose, fibras têxteis, espessantes, ligantes, etc. Enfim, há uma grande sobreposição de cadeias produtivas que transformam o papel em uma rede de valor imensa, intrincada e global.

Algumas ameaças com certeza surgiram ao longo da história do papel, especialmente como veículo de transmissão de informações e na embalagem de produtos. O plástico e o isopor certamente exerceram pressões sobre o papel, mas serviram para tornar o papelão ondulado e os sacos de papel em embalagens mais amigáveis ao usuário, mais recicláveis e mais limpas. O rádio, a televisão e agora a internet introduziram significativas pressões sobre os papéis de imprensa e de impressão. Em muitos casos, ao invés de se baixarem os consumos de papel devido a esses novos veículos de armazenamento e difusão de informações, surgiram outras oportunidades que ajudaram o surgimento de novas utilizações ou de outros produtos de papel.

Não há dúvidas que alguns dos papéis sofreram impactos negativos e acabaram perdendo espaço nos mercados, como é o caso do papel de imprensa para jornais, papéis rótulos, papéis carbono, etc. Mas sempre acabam surgindo outros usos inovativos, como papéis auto-copiativos, papéis filtro, papéis decorativos para móveis e pisos, etc. Em resumo, as inovações tecnológicas para novas dinamizações do setor papeleiro estão quase sempre associadas a essas pressões, quer elas venham da escassez de algum insumo importante (energia, fibras, etc.), ou de alterações mercadológicas, ou ainda da pressão exercida por produtos alternativos.

Talvez, a razão dessa contínua revitalização do setor de celulose e papel se deva a três causas básicas:

1. As maravilhosas qualidades que a madeira, como recurso reciclável e natural, oferece fisicamente (como fibras) ou quimicamente (como celulose, lignina, etc.);

2. As exigências do mercado, que induzem competição em busca de competitividade pelos atores envolvidos desse setor;

3. A constante evolução das tecnologias graças às pesquisas realizadas em centenas de universidades, institutos de pesquisa, fornecedores de máquinas e insumos e nos laboratórios das próprias fábricas do setor.

Considerando que a história do papel é algo que se iniciou logo nos primeiros anos do século II DC., temos uma longa cadeia de eventos que colaboraram para trazer o papel aos dias atuais como um produto tão diversificado. Quando o grande mestre chinês Ts’ai Lun produziu suas primeiras folhas de papel, usando fibras vegetais, até certo ponto "tecnologicamente primitivas" e uma peneira, formando uma folha e depois a secando ao ar, ele estava longe de imaginar que toda uma indústria se desenvolveria tão intensamente a partir dessa ideia tão simples. Mais surpreso ele ficaria se desse, naquela época, uma espiadela no futuro e notasse que o papel é feito hoje quase da mesma maneira, somente que em máquinas contínuas, com alta agregação tecnológica e velocidades de produção muito altas. Para que isso acontecesse, o papel precisou ganhar escala de consumo para permitir então aumentos na escala de produção e nas eficiências operacionais. Isso só foi conseguido através do equacionamento de algumas dificuldades e muita superação, via criatividade, das barreiras iniciais que impediam a expansão dessa industrialização.

Para fins de entendimento histórico desses desafios e em como eles foram superados, apresenta-se a seguir um breve relato de algumas etapas históricas do papel, mencionando algumas das forças motrizes que permitiram ao papel adquirir esse estágio de produto e bem industrial que é consumido em quantidades absolutamente fantásticas pela humanidade. Os povos com maior qualidade de vida e vivendo em países com economias saudáveis consomem ao ano algo como cerca de 250 a 300 kg de papel por cada um de seus habitantes. Em alguns desses países as taxas de reciclagem atingem entre 65 a 80%. Já os países mais pobres do planeta têm populações que não desfrutam de boa higiene, consomem poucos bens industrializados embalados, não leem e não imprimem muito, enfim, possuem habitantes que consomem individualmente menos de 30 kg de papel por ano. Por essa razão, o consumo de papel está intimamente associado à qualidade de vida de um povo e com o crescimento do produto interno bruto de uma economia. É muito fácil se entender então: sociedades em crescimento econômico e boa qualidade de vida são grandes consumidoras de papel por cada um de seus habitantes; seja papel de fibras virgens ou papel reciclado.

Independentemente de qual o tipo de fibra papeleira estivermos falando nos dias de hoje, se fibras recicladas ou fibras de celulose virgem, todas elas são fibras vegetais e na sua grande e quase total maioria são originadas das madeiras. Portanto, ao se falar de produzir papel, estaremos necessariamente falando em ter que plantar e consumir árvores, mesmo que estejamos privilegiando o processo de reciclagem do papel. Por essa razão, a importância de se produzir florestas com muita qualidade ambiental e sustentabilidade.

A outra grande floresta que abastece a indústria do papel é a chamada "floresta urbana". O papel após seu uso, se coletado de forma adequada, limpa e com boa qualidade, vai realimentar a indústria para novas fabricações de papel. Isso ajuda a diminuir os volumes do lixo gerado pelos cidadãos e pelas empresas. Também reduz as necessidades de aterros sanitários e as demandas de árvores, mesmo as que são plantadas para se fabricar papel. Cabe então aos próprios cidadãos cumprirem seu papel na coleta seletiva de seus lixos, permitindo com isso uma maior oferta de fibras a reciclar. Também é muito importante que as fibras virgens sejam produzidas por florestas com certificados e rótulos ambientais, o que garante que seu impacto ambiental esteja minimizado e que as empresas que plantam árvores para fabricar papel o façam com adequação legal e sustentabilidade. Afinal, há muita necessidade de um equilíbrio na reposição de fibras virgens para a cadeia do papel reciclado, pois se isso não acontecesse, em pouco tempo não haveria papel para ser reciclado. Isso porque nem todo papel é reciclável; tampouco nem todo papel reciclável é coletado e ofertado para ser reciclado. Sempre existem perdas nesse processo todo. Também as fibras do papel sofrem danos físicos com sucessivas reciclagens e novas fibras virgens são necessárias a entrar nesse processo para reequilibrar o sistema. Por isso tudo, a complementaridade entre papéis reciclados e papéis de fibras virgens é muito importante.
Quando se fala em fibras de madeira abastecendo fábricas de papel (quer para o papel de fibras virgens, ou para o papel reciclado) deve-se ressaltar que se tomaram alguns séculos até que essas fibras passassem a ser a principal matéria-prima para o papel. Antes da descoberta da madeira, o papel tinha sua expansão impedida pela escassez de uma base fibrosa abundante, barata e capaz de conferir qualidade nas folhas, compatíveis com as diversas exigências do mercado. No início, foram usadas fibras de vegetais fáceis de serem macerados, tais como taquarinhas, palhas de cereais, algodão, etc. Durante alguns séculos, as principais matérias-primas fibrosas para os papéis foram fibras do linho e do algodão. Essas fibras eram extraídas de trapos de roupas ou de panos usados. Imaginem que a escassez dessas fibras chegou a um ponto tal, que em alguns países europeus passaram a existir leis que impediam que as pessoas mortas fossem enterradas vestindo algum tipo de tecido contendo essas fibras. Os trapos eram moídos através batimentos continuados em moinhos, o que levou as primeiras fábricas a serem chamadas de "moinhos de papel". Essa denominação se mantém até hoje em alguns idiomas ("pulp mill" em inglês; "moulin de papier", em francês). Ainda na época das viagens a caravelas, por iniciativa de alguns pesquisadores acadêmicos e industriais, desenvolveu-se o uso de fibras de palhas de cereais agrícolas, como palha de arroz, de trigo, de milho, etc. Ainda assim, mesmo essas fibras sendo mais abundantes, a qualidade do papel não era totalmente compatível com alguns dos seus usos. Além do mais, essas fibras agrícolas tinham outros usos importantes na agricultura, como na alimentação do gado, compostagem, etc.

Finalmente, só a partir de meados do século XIX é que a madeira surgiu em cena. Muitos pesquisadores já haviam notado que a madeira consistia em uma fonte potencial de fibras, mas não sabiam como extrai-las. As primeiras fábricas usando a madeira surgiram na Alemanha usando uma extração mecânica dessas fibras por atrito. A invenção do cozimento alcalino soda na mesma época permitiu que materiais fibrosos fossem amolecidos em uma solução cáustica fervente até que as fibras pudessem ser individualizadas. Estava assim aberto o caminho para a indústria papeleira atual. Atribui-se ao alemão Friedrich Keller a primeira operação semi-industrial usando madeira para produção de pasta mecânica para papel, por volta do ano 1845. Já o processo soda teve sua origem na Inglaterra, descoberto em 1851 por Burgess & Watt, sendo útil tanto para palhas de cereais, como para cavacos de madeira. Logo a seguir, Carl Dahl, entre 1879 e 1884, “inventou” acidentalmente o processo kraft e esse tem sido imbatível em termos de promover a separação das fibras de inúmeras matérias-primas para a produção de celulose.

Toda essa busca frenética de matérias-primas para se fabricar o papel se devia ao enorme potencial que passou a existir com a invenção da imprensa tipográfica de tipos móveis por Johannes Gutenberg, em 1439. A impressão de livros passou a exigir cada vez mais fibras, que nem os trapos, nem as palhas de cereais conseguiam suprir.

Três invenções importantíssimas para o setor papeleiro foram:

1. A máquina continua de formar e secar folhas, atribuída ao francês Louis-Nicolas Roubert em 1799, com aperfeiçoamentos tecnológicos pelos irmãos Sealy e Henry Fourdrinier (1801);

2. A já mencionada descoberta acidental por Carl Dahl das bases químicas do processo sulfato ou kraft, que introduziu um processo de individualização das fibras da madeira, com alta taxa de recuperação do licor de cozimento;

3. O branqueamento das fibras através utilização de hipocloritos e cloro, descobertas que surgiram de estudos do sueco Carl Scheele e do francês Claude-Louis Berthollet.

Imaginem que depois dessas importantes descobertas criativas em meados dos anos 1800’s, a fabricação do papel se manteve absolutamente sob essas bases conceituais, apenas buscando crescer em escala produtiva e em qualidade e diversificação de produtos. Os esforços foram colocados em manter as fábricas operando bem e produzindo papéis capazes de atender às exigências dos mercados. As máquinas eram engenheiradas para produzirem mais papel e com maior qualidade, com menos paradas, maiores eficiências e menores perdas.

Os cuidados ambientais muitas vezes eram deixados em nível secundário, sendo que algumas vezes se dizia que o cheiro das fábricas era sinônimo de progresso. Também muitas florestas naturais e patrimônios da Natureza acabaram sendo consumidos para esse tipo de fabricação em passado não tão longínquo. Eram outros tempos, outras cabeças pensantes, outras realidades ambientais. O progresso era buscado através da produtividade da terra através extração e consumo dos recursos naturais, não importando que para isso se consumissem esses bens naturais de forma hoje consideradas irresponsáveis. Isso em praticamente todos os setores da industrialização.

Tudo acontecia sem maiores consequências até o momento em que surgiu uma das maiores forças motrizes para alterações significativas na indústria celulósico-papeleira a nível global. Antes mesmo da época acirrada da globalização, antes da internet e antes da Eco 92, o setor se viu ameaçado pela histeria que tomou conta do mundo em relação aos potenciais impactos perigosos para a saúde dos ecossistemas e do homem em função dos organoclorados gerados em processos de branqueamento da celulose com cloro elementar. Essa crise ambiental, que assolou o setor, começou em 1988 e perdurou por mais de uma década. Nunca se estudou tanto ou se pesquisou tanto em um setor industrial como nesse período.

Ao mesmo tempo, as pressões ambientais passaram a surgir no mundo todo sobre o uso das florestas para se fabricar papel, carvão, uso energético como lenha e outras utilizações vistas como não muito amigas do meio ambiente. Havia que se fazer algo urgentemente para resolução desses problemas. Afortunadamente, as pessoas quando exigidas e pressionadas reagem inovativamente. Em pouco tempo surgiram processos industriais de produção de celulose e papel mais limpos e ecoeficientes, surgiram processos de certificação ambiental das fábricas e das florestas, programas de diálogos públicos, etc. A conscientização por ambientes produtivos mais saudáveis e mais amigos do ambiente se desenvolveu em nível de empresários, legisladores, acadêmicos, pesquisadores, etc. A velocidade disso tudo adquiriu uma aceleração enorme pelas novas formas de comunicação e pela globalização dos mercados.

A indústria brasileira de celulose e papel foi uma das mais beneficiadas por essa nova etapa de ajustes globais e pelas demandas ambientais crescentes. Isso porque ela tinha-se destacado como uma das mais competitivas do mundo em função da capacidade desenvolvida no País para se produzirem florestas com altíssimas produtividade e qualidade de madeiras. Com isso, houve uma migração da produção de celulose dos países tradicionais europeus e norte-americanos para países mais competitivos do hemisfério sul, como Brasil, Chile, Uruguai, África do Sul, etc. Novas e modernas fábricas, em seu estado-da-arte tecnológico, passaram a fazer parte dos programas de desenvolvimento desses países. As fábricas mais modernas, de última geração tecnológica, são muito mais ecoeficientes, consumindo menores quantidades de recursos naturais por unidade de produto fabricado. Dentre esses recursos naturais que são mais eficientemente utilizados estão: água, madeira, energia elétrica, combustíveis, vapor, reagentes químicos, etc.

Em pouco mais de duas décadas, a indústria brasileira de celulose e papel se modernizou e atraiu investidores. Atraiu também a atenção de entidades de apoio ao desenvolvimento de países emergentes. Em 2002, quando da ocorrência do "World Summit" em Johannesburg, o chamado Rio+10, houve um forte interesse da UNIDO/ONUDI (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) para entender as razões pelas quais o Brasil tinha, em tão pouco tempo, estabelecido uma indústria de base florestal para produção de celulose e papel com tanta qualidade ambiental. A ideia era se usar esse exemplo brasileiro para estimular outros países para o desenvolvimento industrial sustentável. Coube-me a tarefa de buscar as razões para essa grande competitividade da indústria brasileira de celulose e papel, com excelente nível e adequação em termos de sustentabilidade. Não foi difícil se detectar as forças motrizes que estimularam o setor papeleiro no Brasil a atingir esse nível de sustentabilidade.

Em primeiro lugar, a globalização colocava junto a nós um mercado maior, mas muito mais exigente. Os grandes consumidores europeus, por exemplo, representavam o mercado mais atrativo e almejado. Esses consumidores esforçavam-se para mostrar uma imagem verde na Europa e, por essa razão, exigiam qualidade ambiental e social dos seus fornecedores. As demandas ambientais passaram a ser relevantes por parte dos mercados. Exigem-se hoje certificações ambientais e florestais, bem como certificados de conformidade em termos de reagentes químicos, matérias-primas, emissões de gases de efeito estufa, uso de água, origem das fibras, etc.

A competição entre os fabricantes de celulose e papel para atender mais e melhor com seus produtos esses mercados é outra força ambiental relevante. Todos querem mostrar aos mercados que possuem qualidade ambiental, mas para se mostrar bem nisso, há que se terem realizações e conquistas relevantes. Os planos de melhorias ambientais, a criação de RPPNs - Reservas Privadas do Patrimônio Natural, etc. passaram a ser frequentes. As certificações ambientais e florestais então são comuns nas empresas brasileiras do setor há mais de 15 anos.

Outra força motriz significativa tem sido a legislação ambiental muito exigente no País, tanto a nível florestal, como para as licenças de instalação e operação das unidades fabris do setor. Com uma legislação restritiva, órgãos de fiscalização atentos e com as ameaças do Ministério Público, a regra é muito clara: ou se está em conformidade legal, mesmo com as mais restritivas exigências, ou não se participa do jogo. O setor optou por atender e superar essas exigências. Com orgulho o setor florestal hoje argumenta que a cada hectare que planta de florestas está preservando entre 0,7 a 1 hectare de ambiente natural totalmente protegido e conservado nas áreas de preservação permanente e de reservas legais, além das RPPN’s. Tudo isso compondo um interessante mosaico eco-florestal diversificado, muito longe da alcunha de monocultura.

Outro fato alavancador para a qualidade ambiental das operações industriais no setor de celulose e papel tem sido a idade tecnológica das fábricas. A maior parte da produção de celulose se dá em fábricas com idades tecnológicas ou com modernizações de parques fabris que aconteceram nos últimos 5 a 10 anos. Estamos falando em quase todos os casos em fábricas estado-da-arte tecnológico, com desenhos industriais modernos e ecoeficientes.

O somatório dessas forças anteriores leva ao atendimento de outra importante força motriz que é a imagem setorial, quer seja na visão dos clientes, como da sociedade como um todo. Ainda há muito espaço para melhorias nesse tema, mas tem-se trabalhado com mais intensidade nesse particular.

Finalmente, encerrando o enunciado de algumas forças motrizes alavancadoras para o bom desempenho ambiental, tem-se o papel dos meios de comunicação e das ONGs - Organizações Não-Governamentais, que graças à velocidade notável dos meios de comunicação e da internet, são muito mais rápidas em divulgação de suas críticas e de ocorrências ambientais e sociais relevantes.

Somando-se a isso tudo o compromisso assumido pelas empresas em suas práticas de responsabilidade corporativa, com as modernizações na gestão e no comprometimento das pessoas, o Brasil está conseguindo alcançar uma posição de liderança incontestável no setor mundial de produção de celulose e papel.

Fabricar papel, esse bem cultural e de facilidades para nossa vida diária, tem-se constituído em uma atividade de significativa importância para o País. Fabricar celulose e papel com modernas tecnologias, mais limpas e eficientes, com mínimos impactos ambientais, é o que se espera que seja um compromisso continuado desse setor. Estar além das adequações legais e em conformidade com as mais restritivas exigências ambientais é outro fator de que se orgulha esse setor no Brasil.

E o futuro, o que nos aguarda?

Com as florestas cada vez mais produtivas e melhoradas pela ciência, através de muita pesquisa cooperativada entre empresas privadas, universidades e institutos de pesquisa, tem-se uma certeza: a matéria-prima fibrosa continuará atendendo em qualidade e quantidades as demandas para crescimento sustentado do setor. Já as tecnologias industriais estão em processo para alguns novos saltos tecnológicos, não se limitando a melhorias, otimizações e ganhos em escala e eficiências.

Hoje, passam a existir interessantes novas alternativas para a fabricação do papel, integrando os aspectos químicos e os físicos da madeira. Existe uma inquestionável nova tendência em plena evolução tecnológica que consiste na produção de biocombustíveis e de fibras celulósicas para fabricação de papel em uma mesma unidade de manufatura. É o conceito das biorefinarias, onde a madeira ofereceria fibras para o papel e alguns de seus constituintes menos essenciais para as fibras papeleiras (hemiceluloses e lignina) para a produção de valiosos biocombustíveis. Com isso, as fábricas de celulose e papel estarão passando a ter novos e atrativos mercados para aumentarem sua competitividade, passando a atuar em distintos segmentos de altíssimo valor econômico.

Enfim a indústria de celulose e de papel, especialmente a brasileira, mostra grande vitalidade, ânsia e disposição de crescer. Mais do que isso, tem saúde física, recursos financeiros, capacidade, competência humana e compromissos de crescer com sustentabilidade. Isso tudo é muito importante, como é também importante que o diálogo entre as partes interessadas seja cada vez maior e melhor. É algo onde existe muito espaço para crescimento, mas para que haja diálogo há que se ter disposição para se ouvir, antes mesmo de se falar. Enfim, não é o futuro que se deve aguardar chegar; mas qual o futuro que se quer ajudar a construir. Nada melhor do que se construí-lo com maiores conhecimentos, responsabilidades, diálogos e comprometimentos.

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