Editorial
Bom dia
a todos vocês que nos honram com sua leitura e atenção,
Amigos,
aqui estamos com o número 40 da
nossa Eucalyptus
Newsletter.
Esperamos que essa edição esteja de seu agrado e interesse,
permitindo assim que nossos muitos leitores ganhem mais conhecimentos
e entendimentos sobre as florestas plantadas de eucaliptos e sobre
seus produtos e serviços, que são de enorme valor para
a nossa sociedade.
Temos
a lhes oferecer nessa edição mais dois capítulos
do Eucalyptus Online Book. Em um deles, discorremos sobre uma espécie
brasileira de leguminosa que tem tudo para servir ao setor florestal
com muito mais amplitude do que tem sido dada a ela até o
presente. Trata-se da bracatinga, que tem suas virtudes reveladas
no capítulo 26, de título: “Os
Eucaliptos e as Leguminosas. Parte 2: Mimosa scabrella (Bracatinga)”. Por outro
lado, o capítulo 27 lhes oferece um histórico e as
razões para o enorme e continuado sucesso do setor brasileiro
de produção de celulose kraft branqueada de mercado
de eucalipto, com o título: “Reflexões Acerca
da Competitividade da Indústria Brasileira de Celulose Kraft
Branqueada de Eucalipto”.
O “Amigo do Eucalyptus” dessa edição é um
grande amigo meu e da silvicultura brasileira – conhecido e admirado
no setor por ter atuado em inúmeras frentes florestais, seja
como executivo e empresário, como gestor público, como
consultor, como gestor de associação de classe, como
gestor de instituto de pesquisas e, inclusive, como pai de engenheiros
florestais, ou seja, deixando sucessores. Trata-se do competente, conceituado,
prestativo, às vezes polêmico ou mesmo contestado, mas
sempre portador de um enorme entusiasmo pelo setor florestal brasileiro – nosso
amigo, o engenheiro agrônomo silvicultor Nelson Barboza
Leite,
cujas conquistas merecem ser compartilhadas com vocês. Nelson
não apenas terá sua biografia silvicultural trazida a
vocês, com muitas de suas publicações, mas também
nos honrou com um artigo exclusivo para a Eucalyptus Newsletter. Esse
artigo, de título “Os Novos Rumos da Silvicultura Brasileira
e a sua Condução”, faz parte da seção “Com
a Palavra... Os Amigos do Eucalyptus”.
Na
seção "Referências
sobre Eventos e Cursos" e na seção
"Contribuições
dos Leitores" lhes oferecemos algumas oportunidades de navegação em
materiais de muito valor técnico, e em outros casos, informações
interessantes e até inusitadas.
A seção "Curiosidades
e Singularidades acerca dos Eucaliptos" da engenheira agrônoma M.Sc.
Ester Foelkel lhes apresenta algo interessante e ilustrativo acerca dos eucaliptos
em sua terra de origem. Ester lhes conta dessa vez a íntima
relação entre “Os Eucaliptos
e os Coalas”.
Nosso artigo técnico dessa edição
procura lhes trazer algumas considerações minhas sobre
o polêmico tema das sacolas de compras e o material de sua confecção.
Chamei o artigo de “Sacos, Sacolas e Recipientes de Embalar Compras
no Varejo – Reflexões sobre um Tema Conflituoso e Polêmico”.
É muito importante que vocês naveguem
logo e façam os devidos downloadings dos materiais de seu interesse
nas nossas referências de euca-links. Muitas vezes, as instituições
disponibilizam esses valiosos materiais por curto espaço de
tempo; outras vezes, alteram o endereço de referência
em seu website. De qualquer maneira, toda vez que ao tentarem acessar
um link referenciado por nossa newsletter e ele não funcionar,
sugiro que copiem o título do artigo ou evento e o coloquem
entre aspas, para procurar o mesmo em um buscador de qualidade como
Google, Bing, Yahoo, etc. Às vezes, a entidade que abriga a
referência remodela seu website e os endereços de URL
são modificados. Outras vezes, o material é retirado
do website referenciado, mas pode eventualmente ser localizado em algum
outro endereço, desde que buscado de forma correta.
Esperamos
que essa edição possa lhes ser muito útil,
já que a seleção de temas foi feita com o objetivo
de lhes trazer novidades sobre os eucaliptos e que acreditamos possam
ser valiosas a vocês que nos honram com sua leitura.
Caso
ainda não estejam cadastrados para receber a newsletter
e os capítulos do nosso livro online sobre os
eucaliptos, sugiro fazê-lo através do
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em nossos websites. Nossos informativos digitais estão atualmente
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da nossa parceira ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel, o que hoje está correspondendo a alguns
milhares de endereços cadastrados. Isso sem contar os acessos
feitos diretamente aos websites www.abtcp.org.br; www.eucalyptus.com.br e www.celso-foelkel.com.br,
ou ainda pelo fato dos mesmos serem facilmente encontrados pelas
ferramentas de busca na web.
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meta a partir de agora é muito clara:
estar com o Eucalyptus Online Book & Newsletter sempre
na primeira página, quando qualquer pessoa no mundo, usando
um mecanismo de busca tipo Google, Yahoo ou Bing, pesquisar algo usando
a palavra Eucalyptus. Com isso, poderemos informar mais às partes
interessadas sobre os eucaliptos, com informações relevantes
e de muita qualidade e credibilidade. Por isso, peço ainda a
gentileza de divulgarem nosso trabalho àqueles que acreditarem
que ele possa ser útil. Nós, a Grau Celsius e a ABTCP, juntamente
com os parceiros apoiadores, ficaremos todos muito agradecidos.
Um
abraço a todos e boa leitura. Esperamos que gostem do que
lhes preparamos dessa vez.
Celso Foelkel
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Nessa
Edição da Eucalyptus Newsletter
Editorial
Capítulos
26 e 27 do Eucalyptus Online Book
Os
Amigos do Eucalyptus – Engenheiro
Agrônomo Silvicultor Nelson Barboza Leite
Com
a Palavra... Os Amigos do Eucalyptus - Os
Novos Rumos da Silvicultura Brasileira e a sua Condução -
por Nelson Barboza Leite
Contribuições
dos Leitores
Referências
sobre Eventos e Cursos
Curiosidades
e Singularidades acerca dos Eucaliptos - Os Eucaliptos
e os Coalas - por Ester Foelkel
Artigo
Técnico por Celso Foelkel
Sacos,
Sacolas e Recipientes de Embalar Compras no Varejo – Reflexões
sobre um Tema Conflituoso e Polêmico

Capítulos
26 e 27 do Eucalyptus Online Book
Nessa
edição lhes oferecemos dois capítulos do Eucalyptus
Online Book para seu conhecimento e eventual downloading. Para baixar
os arquivos (em Adobe PDF), clique no nome do capítulo de
seu interesse, logo abaixo, ou utilize o artifício Salvar
Destino Como... através do botão direito de seu mouse.
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onde existem instruções de como instalá-lo.
Como se tratam de arquivos pesados, por favor, sejam pacientes, pois
poderá tomar um tempo maior para se completar o downloading.
Capítulo
26:
"Os
Eucaliptos e as Leguminosas. Parte 2: Mimosa scabrella (Bracatinga)"-
(3.3 MB em PDF)
Capítulo 27:
"Reflexões
Acerca da Competitividade da Indústria
Brasileira de Celulose Kraft Branqueada de Eucalipto" -
(7 MB em PDF)
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Google Chrome, Mozilla Firefox, etc.) possa encontrar o capítulo
correspondente em:
http://www.eucalyptus.com.br/eucaliptos/PT26_Bracatinga.pdf (Capítulo
26)
e
http://www.eucalyptus.com.br/eucaliptos/PT27_CompetitividadeCelulose.pdf (Capítulo 27)
Os
Amigos do Eucalyptus
Engenheiro Agrônomo Silvicultor
Nelson Barboza Leite
O engenheiro agrônomo com diversificação em silvicultura
Nelson Barboza Leite tem sido um dos grandes ícones da silvicultura
brasileira. Sua experiência profissional, sua liderança,
seu carisma pessoal e sua mente aguçada e rápida, sempre
com foco na aplicabilidade e no futuro, são fatores marcantes
que espelham sua personalidade profissional. Tenho grande amizade e
admiração pelo Nelson, a quem conheço e admiro
desde a época em que estudamos juntos na ESALQ – Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - inclusive nos
graduamos com exatamente as mesmas titulações, em 1970.
Nelson
Barboza Leite nasceu na cidade de São Paulo, em 1946, em um
bairro da periferia leste dessa enorme metrópole. Teve uma infância
simples e repleta de boas recordações, amizades e “estripulias
sem maldades, sempre tendo a companhia do irmão e amigo Sérgio”.
Fala com emoção dos pais (Leopoldino e Benvinda), trabalhadores
honestos e humildes, dedicados à família e à construção
de valores familiares como respeito, lealdade, participação,
colaboração, honestidade e persistência. Esses
valores foram definitivamente incorporados pelo Nelson e transferidos
aos quatro filhos por ele e por sua esposa Cleide Angélica (“três
homens – Alexandre, Gustavo e Daniel - e uma maravilhosa menina
- Mariana”). Todos acabaram se agregando às atividades
florestais e de cunho agronômico, mantendo o mesmo entusiasmo
e qualidade de trabalho que sempre caracterizou o Nelson.
Nelson
Barboza Leite escolheu a carreira agronômica muito pelo fato
de ter sido criado em um ambiente bem próximo da natureza, onde
existiam inúmeros negócios rurais pequenos e simples,
como era característica do bairro Engenheiro Goulart e vizinhanças:
horticultura de japoneses; granjas de criação de porcos,
galinhas e vacas leiteiras; produção de carvão
vegetal, etc.
Quando estava cursando o colegial, definiu-se pela orientação
biológica à sua carreira, tomando a primeira grande decisão
de sua vida quando fez uma visita à ESALQ – Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São
Paulo. Tendo ficado deslumbrado ao conhecer a ESALQ, não teve
dúvidas – seu futuro estaria sendo construído exatamente
ali, na agronomia e naquela escola. Ingressou na USP para cursar agronomia
na ESALQ em 1966, mesmo ano que eu. Entretanto, só viemos a nos
tornar grandes amigos a partir de 1967, quando eu me mudei para a Casa
do Estudante de Agronomia e lá vivia também o “Charuto”,
como o Nelson era (e é até hoje) carinhosamente conhecido
pela comunidade de agricolões da ESALQ.
A escolha pela silvicultura aconteceu no exato momento em que assistiu à aula
inaugural do segundo ano da faculdade, ministrada pelo “Grande
Mestre”, Dr. Helládio do Amaral Mello. Naquele dia, frente à clareza
e brilhantismo da apresentação do Dr. Helládio,
com foco na aplicabilidade dos conceitos, Nelson tomou sua segunda grande
decisão profissional: selecionou a silvicultura para ser seu modo
de exercer a profissão de engenheiro agrônomo. Na semana
seguinte já estava a postos, prestando serviços voluntários
nos laboratórios e viveiros do antigo Departamento de Silvicultura
da ESALQ, ajudando a secar sementes, a produzir “torrões
paulistas” (antigo recipiente de mudas florestais), e a matar formigas.
Foi um estudante dedicado e entusiasmado, repartindo seu tempo entre
os ensinamentos e aprendizados escolares, as inúmeras amizades,
a paixão pelo futebol e “a um punhado de bagunças
mais”. Formou-se engenheiro agrônomo silvicultor pela ESALQ
em 1970, junto a um grupo pequeno de estudantes que havia escolhido trabalhar
com florestas, dentre tantos outros colegas de turma. No dia da formatura
lá estávamos, eu e Nelson, para receber os mesmos diplomas
e para construirmos paralelamente nossas sonhadas carreiras florestais.
A dedicação aos eucaliptos ocorreu em função
de sua dedicação à silvicultura. O eucalipto ficou à frente
pela importância econômica que representa ao Brasil e pela
abrangência das demandas – das pesquisas às utilizações
de suas madeiras “e por suas polêmicas”! Hoje, Nelson
tem também sua atenção voltada à silvicultura
de espécies nativas, onde enxerga potencial de aproveitamento
de inúmeras espécies florestais brasileiras. Entretanto,
nota que falta o apoio governamental para que essas pesquisas possam
ser alavancadas. Isso porque não acredita que as empresas privadas
colocarão recursos da mesma ordem de grandeza que colocaram para
o desenvolvimento das tecnologias e materiais genéticos para espécies
de rápido crescimento e de grande interesse imediato como matéria-prima
para as suas fábricas, como o caso do eucalipto e do Pinus. “Ou
o Governo incentiva e assume o comando dessas pesquisas através
de universidades e instituições de pesquisa públicas
ou ficaremos sempre a mercê do sacrifício de alguns poucos
pesquisadores”. Até mesmo, acredita-se que com parte pequena
do que se gastou para elevar a produtividade do eucalipto de 15 para
50 metros cúbicos/ha.ano, ter-se-iam condições de
identificar várias espécies nativas de crescimento e valor
econômico compensador.
Seu primeiro emprego foi na Cia. Suzano, que foi escolhida entre outras
opções até pela proximidade que teria dos familiares,
na época com problemas de enfermidade grave do Sr. Leopoldino.
A passagem pela Suzano foi muito curta (apenas 6 meses), mas ali teve
lições profissionais e pessoais importantíssimas
recebidas dos engenheiros Hans Krogh e Maurício Mezan. Do Maurício
Mezan “se lembra da dedicação e objetividade, mas
também dos exemplos de como não se deve tratar as pessoas“.
Já no caso do Hans, “aprendeu a reconhecer ainda mais valores
como amizade, empenho e paciência”.
A rápida saída da Suzano com mudança de emprego
se justificaria plenamente – havia recebido convite para retornar à ESALQ,
como engenheiro do IPEF – Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais.
Ali, Nelson iniciou uma nova fase de aprendizado profissional, onde se
destacavam atividades como: como se programar para as visitas técnicas?
o que ver no campo? como abordar os problemas das empresas? como fazer
sugestões sem deixar o outro lado constrangido? como fazer relatórios
objetivos? como selecionar prioridades? como entender os erros sendo
praticados?...enfim, tudo. Em Piracicaba foi aprendendo, sempre com o
apoio, atenção e orientação incansável
do Dr. Helládio e seus talentosos assistentes e posteriormente,
fraternais amigos!
Em meio a esse período de muita satisfação profissional
no IPEF, Nelson foi convidado, em 1976, pelo Dr. Mauro Silva Reis, a
ajudá-lo em Brasília, na direção do PRODEPEF – Projeto
de Desenvolvimento e Pesquisa Florestal, um programa de cooperação
da FAO (Food and Agriculture Organization) com o Governo Brasileiro,
tendo abrangência nacional e que contava com dezenas de pesquisadores
nacionais e internacionais. Ali, teve oportunidade de reunir mais de
300 publicações engavetadas e publicá-las. Foi uma
oportunidade ímpar para apresentação de um estoque
de dados e conhecimentos de importância inestimável para
o setor florestal. Com isso, criou-se abertura para o surgimento de dezenas
de brilhantes profissionais, até então, desconhecidos para
o setor florestal nacional. A experiência de alguns eminentes pesquisadores
e estudiosos internacionais foi aproveitada no projeto e destacaram-se:
Dr. Lamberto Golfari, Dr. Jean Du Bois, Dr. Jorge Yared.
Além desses trabalhos desengavetados pela ação do
PRODEPEF, havia que se apoiar a criação de massa crítica
e de conhecimentos novos para a silvicultura nacional. Isso foi conseguido
pelo apoio à publicação de inúmeros trabalhos
de orientação prática com a colaboração
das universidades de Viçosa (UFV), Curitiba (UFPR) e Piracicaba
(ESALQ/USP), exatamente, no momento, em que se dava o enorme crescimento
dos reflorestamentos incentivados.
Em 1977, Nelson assumiu a direção do Departamento de Reflorestamento
do IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - então
teve a oportunidade de brigar pelo uso de sementes melhoradas, aplicação
de adubação nas florestas e a obrigatoriedade de se respeitar
as APP’s (Áreas de Preservação Permanente) e de se manter as ARL’s - Áreas de Reserva Legal, ao invés
dos enganosos plantios de 1% de espécies nativas. Para o setor
florestal brasileiro, a grande contribuição da atuação
do Departamento de Reflorestamento foi, no entanto, o cancelamento de
mais de 1.500 empresas devedoras de suas obrigações com
a política de incentivos fiscais. Essa seleção permitiu
que mais de 3 milhões de hectares de reflorestamentos fossem salvos!
Esse patrimônio florestal deu condições para que
ainda se tivessem razões para justificar a política de
incentivos para reflorestamento. “Uma verdadeira guerra, na ocasião”,
relembra Nelson. E continua: “Só foi possível suportar
tantas pressões com a incansável colaboração
de companheiros idôneos do Departamento de Reflorestamento e apoio
total e irrestrito do presidente do IBDF, o saudoso Paulo Beirutti, e
do Ministro da Agricultura, Dr. Alisson Paulinelli”.
Em 1979, Nelson retorna a Piracicaba, para no IPEF, ajudar a criar um
grupo de brilhantes engenheiros florestais para ampliar o escopo do instituto.
Na época, o IPEF era presidido pelo Dr. Antonio Rensi Coelho e
dirigido cientificamente pelo Dr. Helládio do Amaral Mello, “profissionais
a quem a silvicultura deve muito do sucesso dos dias atuais”. A
equipe técnica, montada no início dos anos 80’s,
revolucionou a forma de atuar do IPEF. A seguir, sucederam-se alguns
anos áureos da silvicultura e da instituição.
Depois de uma breve passagem pela Agropeva, da qual guarda a grata amizade
de seu proprietário - Sr. Klaus Bunning, Nelson foi convidado
para dirigir o setor florestal da Ripasa, onde começou em 1981.
Na época era um desafio e extraordinária oportunidade para
desenvolver um grande programa de silvicultura. A empresa, naquela época,
encontrava-se com carência de madeira e com mais de 40.000 ha de
florestas de eucalipto de produtividade abaixo de 15 metros cúbicos/ha.ano.
Florestas essas quase sem nenhum aproveitamento comercial. Com apoio
dos proprietários da empresa, formou-se uma seleta e das mais
renomadas equipes da silvicultura brasileira da época, onde se
compôs com José Luiz Stape, Edson Balloni, Edson Martini,
Arnaldo Salmeron, Ademir Cunha Bueno, Lineu Wandouski, José Zani
Filho, Carlos Alberto Guerreiro e Pablo Vietz Garcia. Resultado: em 10
anos, a empresa passou a contar com 50.000 ha de florestas com mais de
45 metros cúbicos/ha.ano de produtividade média e uma equipe
de profissionais altamente motivada e criativa.
Em 1993, Nelson passou a responder também pela direção
industrial da Ripasa. “Um desafio muito diferente, até no
aroma!”, brincou relembrando o fato. Máquina de papel de última
geração tecnológica; fila de caminhões de
20 horas de espera para descarregar madeira; descascador gigantesco,
que não descascava as toras de madeira; equipe de profissionais
sem motivação e desconfiada e uma lista interminável
de “indisciplinas administrativas”. Esses eram alguns dos
pontos que precisavam de retoques imediatos. Da mesma forma, o apoio
incondicional dos proprietários foi a mola propulsora das inúmeras
mudanças provocadas. Destaques especiais na época para
a regularização da máquina de papel, a imediata
paralização do enganoso descascador e o início do
processo de descascamento no campo. “Um ganho extraordinário para o meio ambiente e para aumentar em 10% a produção
da fábrica”.
Em 1995, Nelson teve uma passagem rápida pela Ramires Reflorestamento,
onde o desafio de um grande projeto para sequestro de carbono, ainda
estava muito prematuro, mas os passos iniciais inéditos e provocativos
foram dados.
Em seguida, em 1996, constituiu a Teca - Consultoria e Empreendimentos
Florestais. Sem um vínculo permanente e integral a uma única
empresa, Nelson teve oportunidade de participar de inúmeros trabalhos
para instituições representativas do setor como consultorias
para a BRACELPA – Associação Brasileira de Celulose
e Papel, assumiu a presidência da SBS – Sociedade Brasileira
de Silvicultura e prestou inúmeros serviços específicos
para diversas empresas do setor: Jari, Aracruz, Cenibra, Suzano, Votorantin,
Veracel, Celmar, Vale do Rio Doce, Riocell, dentre outras.
Daquele
período, destaca diversas atividades de cunho institucional
que foi possível criar com a ajuda do engenheiro Rubens Garlipp
através das ações na SBS:
-
Fortalecimento
dos passos iniciais e implementação do
CERFLOR – Sistema Brasileiro de Certificação
Florestal junto ao INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização
e Qualidade Industrial, um sistema reconhecido pelo PEFC – Programme
for the Endorsement of Forest Certification Schemes;
-
Criação
da rede informativa e diária da SBS;
-
Conquista
da representação
florestal no CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente,
ocupando a posição como presidente
da SBS.
Além disso, teve importante ação
em outros projetos ímpares
para o setor florestal, que estão sendo utilíssimos
até o
momento presente, tais como:
-
Criação
do Programa de Fomento Florestal Integrado da Região Bragantina-SP,
que conta, atualmente, com mais 300 produtores
rurais e que contou no início com a participação
da VCP - Votorantim Celulose e Papel e da CATI
- Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral da Secretaria de Agricultura
e Abastecimento, Governo do Estado de São
Paulo, em Bragança
Paulista;
-
Criação
do PROFOMENTO e do informativo dos produtores florestais- INFOMENTO,
que deverá reiniciar
suas atividades em 2012;
-
Implantação
de área própria de produção
de sementes de eucalipto, comercialmente
tratado como urograndis, originado de hibridação
natural de E. grandis e E.
urophylla,
em Igaratá -
S. Paulo. Esse material já se mostrou
de qualidades extraordinárias para
diversas regiões,
especialmente para regiões das novas
fronteiras. Constitui-se no material genético
básico para seleção
de clones da Eco Brasil Florestas, grande
projeto de reflorestamento
instalado
no norte de Tocantins.
Retornando
no tempo, Nelson relata que em 2003 foi convidado pela então
Ministra do Meio Ambiente, Dra. Marina Silva,
para participar do PNF - Programa Nacional de Florestas,
sob a Direção de Tasso
Rezende de Azevedo. “Uma experiência
profissional e pessoal ímpar!
Pelos competentes profissionais de toda a equipe,
pelo comprometimento com que as causas eram abraçadas
e acima de tudo pela amizade, respeito e ética
de toda a equipe. Um prêmio e um privilégio!” Nesse
período de trabalhos no PNF ocorreu uma
dedicação
conjunta extraordinária para a aprovação
da Lei das Concessões Florestais e Criação
do Serviço
Florestal Brasileiro; criação de
linhas de financiamento às
atividades florestais; valorização
das atividades de fomento florestal e frustradas
tentativas de aproximação e institucionalização
das atividades silviculturais para junto do Serviço
Florestal Brasileiro.
Finalmente,
em 2009, Nelson participou da criação da
nova empresa florestal, junto com velhos amigos do setor: a Eco Brasil
Florestas,
sendo designado como diretor florestal da mesma.
O foco agora estaria em Tocantins, uma fronteira nova a ser conquistada
pelos eucaliptos.
E conclui então sobre isso: “a carruagem
continua... novos desafios; seleção
de profissionais competentes e... vamos que vamos!”
Quando
perguntei ao Nelson quais eram suas atividades
profissionais preferidas, respondeu-me sem
vacilar:
“
Embora eu tenha iniciado a vida profissional e convivido muito com
a pesquisa florestal, minhas atividades profissionais estiveram sempre
voltadas com o fazer acontecer. Participar
de instituições
governamentais, de empresas, das instituições
representativas, de trabalhos de consultoria,
etc. sempre tiveram como pano de fundo procurar
meios para fazer acontecer o que necessitava
ser feito. Dentro dessa
preocupação destacam outras ações
importantes e que são alavancadoras
desse modelo: a permanente preocupação
com a valorização técnica
e profissional, a procura por meios para facilitar
a comunicação do setor (divulgar,
escrever e falar com total independência),
o apoio e defesa dos programas de fomento e
dos fomentados florestais, a preocupação
com a necessária legitimidade institucional
da silvicultura brasileira, a qualidade dos
serviços e a credibilidade das atuações
profissionais”.
Já quando lhe questionei
sobre suas principais conquistas profissionais,
respondeu-me de forma singular e distinta
daquilo que em geral se encara
como conquistas:
“A grande e principal conquista profissional foi a credibilidade
junto aos companheiros de trabalho de cima, de lado e de baixo, sem nenhuma
distinção. Junto às empresas, aos órgãos
governamentais, às ONGs , enfim, em todo o meio em que tive oportunidade
de atuar, sempre busquei a ética e a honestidade. Meus filhos
já perceberam que dessa herança eles terão que cuidar!
Todos trabalham com silvicultura e a grande diferença competitiva é a
credibilidade! Não ficamos ricos monetariamente, porém,
será que existe riqueza maior que essa credibilidade que conquistamos?”
Quanto
ao que agregou de valor para os eucaliptos, orgulha-se de ter ajudado
a montar fantásticas equipes de profissionais florestais
para cuidar bem dessas árvores, de ter ajudado o crescimento
profissional de dezenas de técnicos e engenheiros, e principalmente,
de ter afastado do setor, por sua ação direta e corajosa (destaque meu), centenas de empresas sem idoneidade e que maculavam
a imagem da
atividade de plantar florestas no país.
De
valor para o setor, destacou seu empenho na SBS, junto com o engenheiro
florestal Rubens
Garlipp, para viabilizar o CERFLOR – Sistema Brasileiro
de Certificação Florestal. Entretanto, complementa
sobre suas realizações: “Não tenho nada
que possa apontar como trabalho de minha completa exclusividade.
Tudo que realizei
sempre contou com a colaboração de pessoas muito
competentes para sugerir, criticar e incentivar. É muito
difícil
apontar essa ou aquela realização própria!
Fico até com
a sensação de que fiz pouco pelas oportunidades que
tive e pela confiança e apoio dos amigos. Viver é uma
incansável
tarefa de fazer. Mas só é incansável se você fizer
o que gosta! Sou também incentivador – de - plantão
para iniciativas esportivas e culturais. Tenho participado voluntariamente
de campanhas beneficentes e como qualidade adicional, sou torcedor
do São Paulo!!!!”
Sobre
o futuro, muito a se fazer ainda, mas a família e os filhos
que o sucedem no setor são seu maior foco: “quero
consolidar os trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelos
filhos! Numa disputa por tempo e dedicação, a companhia
dos filhos não
tem preço!”
Nelson
sempre teve a ponta da caneta muito afiada (acho que temos algo muito
em comum nesse particular).
Sabedor disso, pedi a ele que me enviasse
algumas frases de opinião e que poderiam ser incluídas
ao final de sua biografia. Eu esperava uma ou duas – surpreendentemente
e de forma criativa e ousada, enviou-me uma dezena delas. Vejam amigos,
que pensamentos notáveis o Nelson nos traz para confirmar tudo
o que lhes contamos sobre ele:
• “Os incentivos fiscais criaram oportunidades para desenvolvimento
da silvicultura brasileira. Mas isso só foi possível, após
o afastamento dos picaretas que reinavam no setor. Essa lição
não pode ser esquecida nunca. Nem nessa nova fase de crescimento”.
• “A silvicultura mal feita está bem perto de um
grande crime ambiental: ocupa espaço, mão-de-obra e não
produz nada!“
• “A silvicultura só vai ser verdadeiramente sustentável,
quando atender aos interesses da sociedade e cortar a ligação
umbilical dos grandes consumidores de madeira”.
• “Um programa de fomento florestal que inspire confiança
e credibilidade garante o abastecimento de uma indústria“.
• “O silvicultor de planilha e ar condicionado causa mais
danos às florestas do que as próprias formigas”.
• “A competência técnica de seus profissionais é a
primeira necessidade para que uma empresa consiga alta produtividade
em suas florestas. Com profissionais competentes fica fácil encontrar
soluções, é só não atrapalhar”.
• “Alguns profissionais rejeitam a vinculação
da silvicultura ao Ministério do Meio Ambiente, mas não
se lembram de que saímos corridos do Ministério da Agricultura”.
• “A silvicultura vai ter uma cara nova, com novos investidores,
novas oportunidades e novos desafios. Que os novos ares tragam lucidez
para valorizar a competência técnica e respeitar os mais
de 50 anos da ciência florestal do país!”
• “A certificação florestal precisa ser rigorosa
e circular na cozinha das empresas. A contribuição para
a silvicultura vai ser ainda maior”.
• “Engula sapo, perca o pescoço, mas não venda
a alma”.
Assim é o Nelson Barboza Leite meus caros amigos leitores dessa
edição da Eucalyptus Newsletter - sincero, focado, autêntico
e motivado, muitas vezes mal interpretado. Como ele mesmo já nos
disse antes: “E a carruagem continua... vamos que vamos!”
Seleção de alguns artigos e palestras
do engenheiro agrônomo silvicultor Nelson Barboza Leite:
Para
compor essa seleção, tivemos um trabalho de resgate
de material técnico elaborado pelo amigo Nelson Barboza Leite
em seu blog pessoal e pela ajuda dos amigos Luiz Ernesto George Barrichelo
e Paulo Sérgio Beraldo, do IPEF – Instituto de Pesquisas
e Estudos Florestais, para obter publicações antigas
do Nelson na fantástica biblioteca do instituto. Tudo isso para
lhes oferecer o melhor nessa edição da Eucalyptus Newsletter.
Portanto, conseguimos lhes trazer essa seleção de palestras
e artigos técnicos e de opinião do Nelson para sua navegação:
um valioso patrimônio silvicultural, rico em reflexões
e informações, para os interessados pela silvicultura
brasileira. Ainda assim, ficaram de fora, e a dever a vocês,
diversos textos do Nelson em publicações antigas, tais
como nas revistas Silvicultura em São Paulo, Florestar, Silvicultura
e em relatórios internos e de divulgação do IPEF,
do IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal e
do PRODEPEF - Projeto de Desenvolvimento e Pesquisa Florestal.
É
muito importante que vocês naveguem logo e façam a leitura
dos materiais de seu interesse. Muitas vezes, as instituições
disponibilizam esses valiosos materiais por curto espaço de
tempo ou então alteram os endereços de URL devido a modernizações
em seus websites.
Blog
do Nelson Barboza Leite. Acesso em 09.05.2012:
http://nbleite.blog.uol.com.br/
A
floresta e o churrasco. Website REMADE – Revista
da Madeira. Acesso em 09.05.2012:
http://www.remade.com.br/br/opiniao.php?num=515
Certificação florestal: uma preciosidade
a ser preservada! N.B. Leite. Portal Painel Florestal. (2012)
http://painelflorestal.com.br/noticias/artigo/14312/
certificacao-florestal-uma-preciosidade-a-ser-preservada
A
silvicultura brasileira nos próximos anos! N.B. Leite. Portal Painel Florestal. (2012)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/artigo/14107/
a-silvicultura-brasileira-nos-proximos-anos
A
silvicultura e a sustentabilidade. N.B. Leite. Portal Painel Florestal.
(2011)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/artigo/12743/a-silvicultura-e-a-sustentabilidade
Novo
Código Florestal: não será seis por meia
dúzia? N.B. Leite. Portal Painel Florestal. (2011)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/artigo/13832/
novo-codigo-florestal-nao-sera-seis-por-meia-duzia
A
tecnologia e a sobrevivência das florestas. N.B. Leite. Portal Painel Florestal. (2011)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/artigo/13224/a-tecnologia-e-a-sobrevivencia-das-florestas
e
http://www.vidanocampoonline.com/index.php/artigos/1889-a-tecnologia-e-a-sobrevivencia-das-florestas
Quer
fazer um pudim de madeira? N.B. Leite. Portal Painel Florestal.
(2011)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/artigo/12522/quer-fazer-um-pudim-de-madeira
Novas
fronteiras: desafios e oportunidades. N.B. Leite.
Revista Opiniões
(Junho/Agosto). (2011)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=737
Novas
fronteiras: desafios e oportunidades. N.B. Leite. Portal Painel
Florestal. (2011)
http://painelflorestal.com.br/artigos/9100/novas-fronteiras-desafios-e-oportunidades
O
imprescindível apoio à silvicultura
brasileira! N.B. Leite. Portal Painel Florestal. (2011)
http://painelflorestal.com.br/artigos/9004/o-imprescindivel-apoio-a-silvicultura-brasileira
Custos,
penduricalhos e a galinha dos ovos de ouro! N.B. Leite. Portal
Painel Florestal. (2011)
http://painelflorestal.com.br/artigos/8999/custos-penduricalhos-e-a-galinha-dos-ovos-de-ouro
Calamidade,
o código florestal e a silvicultura!
N.B. Leite. Portal Painel Florestal. (2011)
http://painelflorestal.com.br/artigos/8996/calamidade-o-codigo-florestal-e-a-silvicultura
Perspectivas
2011. Entrevista N.B. Leite. Portal Painel Florestal.
(2011)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/entrevistas/10536/perspectivas-2011-nelson-barboza-leite
A
silvicultura dos próximos anos. N.B. Leite. Revista Opiniões
(Dezembro/Fevereiro). (2010/2011)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=700
Perspectivas
2011. N.B. Leite. Painel Florestal TV. (2010)
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/geral/234/perspectivas-2011-nelson-barboza-leite
Realizações, lições de vida e novos desafios.
N.B. Leite. Revista Opiniões (Março/Maio). (2010)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=629
Novo
presidente, novas promessas e à silvicultura
nenhuma palavra! N.B. Leite. Portal Painel Florestal. (2010)
http://painelflorestal.com.br/noticias/artigos/9399/novo-presidente-novas-promessas-e-a-silvicultura-nenhuma-palavra
Qualidade:
exigência e garantia de sucesso! N.B.
Leite. Portal Painel Florestal. (2010)
http://painelflorestal.com.br/noticias/artigos/10399/qualidade-exigencia-e-garantia-de-sucesso
O
mercado de ativos florestais e os cuidados necessários. N.B. Leite. Blog do Nelson Barboza Leite. (2010)
http://nbleite.blog.uol.com.br/arch2010-08-08_2010-08-14.html
Código florestal: descaracterização a martelo! N.B. Leite. Revista Opiniões (Dezembro/Fevereiro). (2009/2010)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=605
O
apagão florestal da crise! N.B. Leite. Blog
do Nelson Barboza Leite. (2009)
http://nbleite.blog.uol.com.br/arch2009-07-19_2009-07-25.html
Premissas
relevantes! N.B. Leite. Blog do Nelson Barboza Leite. (2009)
http://nbleite.blog.uol.com.br/arch2009-05-24_2009-05-30.html
Fomento
e o preço da madeira. N.B. Leite. Blog
do Nelson Barboza Leite. (2009)
http://nbleite.blog.uol.com.br/arch2009-04-12_2009-04-18.html
Mandamentos
do fomento florestal. N.B. Leite. Blog do Nelson Barboza
Leite. (2009)
http://nbleite.blog.uol.com.br/arch2009-03-08_2009-03-14.html
As
cadeias produtivas e os reflexos no setor florestal. N.B. Leite. Revista Opiniões (Março/Maio). (2009)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=538
Crise:
novo apagão florestal, lá na frente! N.B. Leite.
Portal Painel Florestal. (2008)
http://painelflorestal.com.br/noticias/geral/2502/crise-novo-apagao-florestal-la-na-frente
O
crescimento da silvicultura e os novos desafios! N.B. Leite. Blog
do Nelson Barboza Leite. (2008)
http://nbleite.blog.uol.com.br/arch2010-08-15_2010-08-21.html#2010_08-19_16_54_28-7489495-0
A
importância da informação. N.B.
Leite. Portal Painel Florestal. (2008)
http://www.painelflorestal.com.br/noticias/geral/1960/a-importancia-da-informacao
Silvicultura
bem sucedida não é questão
de sorte! N.B. Leite. Portal Painel Florestal. (2008)
http://painelflorestal.com.br/artigos/8974/silvicultura-bem-sucedida-nao-e-questao-de-sorte
Clone:
problema ou solução! N.B. Leite.
Portal Painel Florestal. (2008)
http://painelflorestal.com.br/artigos/8972/clone-problema-ou-solucao
Brasil:
uma potência florestal emergente. N.B. Leite. Revista
Opiniões (Junho/Agosto). (2007)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=260
As
contribuições da floresta plantada à nação. N.B. Leite. Revista Opiniões (Setembro/Novembro). (2006)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=345
Avanços da silvicultura brasileira são significativos.
N.B. Leite. Visão Agrícola 2(4): 58-61. (2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
2005_Avancos%20da%20silvicultura%20brasileira.pdf
Eucalipto
com ciência, plantio consciente. N.B. Leite. EBC – Empresa
Brasil de Comunicação. (2003)
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2003-08-22/eucalipto-com-ciencia-plantio-consciente
A
questão florestal e o desenvolvimento. N.B. Leite. Seminário
BNDES/SBS. Apresentação em PowerPoint: 25 slides. (2003)
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/
bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/seminario/florestal2.pdf
As
florestas plantadas: governo e empresas na direção
do desenvolvimento sustentável. N.B. Leite. Website
SBS – Sociedade
Brasileira de Silvicultura. 15 pp. (2002)
http://www.sbs.org.br/secure/download/ministro.zip
Futuro
da pesquisa no setor florestal e seus reflexos sociais. N.B. Leite. II Simpósio Brasileiro de Pesquisa Florestal.
09 pp. (1996)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
1996_Futuro%20da%20pesquisa%20no%20setor%20florestal.pdf
Planejamento
florestal, a importância e a aplicação
da programação linear. E.L. Martini; N.B. Leite. I Encontro
Brasileiro de Economia Florestal. 30 pp. (1988)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/1988A_Planejamento%20florestal.pdf
A
percepção do setor florestal privado com relação às
exportações. N.B. Leite. I Encontro Brasileiro de Economia
Florestal. 13 pp. (1988)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
1988B_A%20percepcao%20do%20setor%20florestal.pdf
Formação, manejo e exploração de florestas
com espécies de rápido crescimento. J.W. Simões;
R.M. Brandi; N.B. Leite; E.A. Balloni. IBDF – Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento Florestal. 138 pp. (1981)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/Formacao%20manejo%20e%20exploracao.pdf
Perspectivas
do reflorestamento ante às necessidades e programas
prioritários do governo. N.B. Leite. IV Encontro Nacional de
Reflorestadores. 04 pp. (1978)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
1978_Perspectivas%20do%20reflorestamento.pdf
Fertilização parcelada na produção de
mudas de eucalipto. J.W. Simões; N.B. Leite; O.K. Tanaka; S.
Oda. IPEF 8: 99 – 109. (1974)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr08/cap06.pdf
Método
para avaliar economicamente a reforma de povoamentos de Eucalyptus spp. R. Berger; J.W. Simões; N.B. Leite. IPEF
8: 55 – 62. (1974)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr08/cap04.pdf
Estudo
econômico de sistemas de desbastes. J.W. Simões;
R. Berger; N.B. Leite; F. Bertolani; N. Nicolielo; A. Villela Filho.
IPEF 9: 03 – 21. (1974)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr09/cap01.pdf
Efeito
de geadas sobre diversas espécies/procedências
de Eucalyptus spp introduzidas na região de Lages - Santa Catarina
- (resultados preliminares). N.B. Leite; M. Ferreira; P.G. Ramos; F.
Gutierrez Neto. IPEF 7: 101 – 114. (1973)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr07/cap04.pdf
A
necessidade e o desenvolvimento da pesquisa florestal no Brasil.
H.A. Mello; N.B. Leite; P.Y. Kageyama; S. Kajiya. II Congresso Florestal
Brasileiro. 15 pp. (1973)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
1973_A%20necessidade%20e%20o%20desenvolvimento.pdf
Aspectos
gerais das atividades florestais na Austrália e África
do Sul. A.S.R. Coelho; R.A.G. Pereira; N.B. Leite. IPEF 5: 03 – 10.
(1972)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr05/cap01.pdf
Resultados
preliminares sobre a fertilização fosfatada
no plantio de eucalipto (nota prévia). J.W. Simões; H.A.
Mello; N.B. Leite; A. Ciero Netto. IPEF 5: 61 – 65. (1972)
http://ipef.br/publicacoes/scientia/nr05/cap05.pdf
Some
aspects of the vegetative propagation of Eucalyptus saligna, Smith
by grafting. W. Suiter Filho; N.B. Leite. VII Congresso Florestal
Mundial. Argentina. 09 pp. (1972)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
1972_Some%20aspects%20of%20the%20vegetative%20propagation.pdf
Discurso
do eng. Nelson Barboza Leite na colação de
grau da turma de engenheiros florestais da Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro. N.B. Leite. Website SBS – Sociedade Brasileira
de Silvicultura. 15 pp. (s/d = sem referência de data)
http://www.sbs.org.br/destaques_discurso.htm
Aproveitamento
industrial para a produção de celulose
de madeiras de eucaliptos adaptados a regiões susceptíveis à geada. L.E.G. Barrichelo; C.E.B. Foelkel; N.B. Leite. ESALQ – Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. 10 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
sd_Celulose%20de%20eucaliptos%20adaptados%20a%20geada.pdf
Como
já lhes mencionei antes, sempre tive uma enorme admiração
pela competência e pelas realizações técnicas
e institucionais desse grande amigo dos eucaliptos e da silvicultura
brasileira. Sua qualificação profissional, entusiasmo
e dedicação às árvores são inquestionáveis.
Por isso, senti-me honrado e privilegiado em ter tido a oportunidade
de lhes revelar um pouco sobre a vida profissional desse grande "Amigo
do Eucalyptus" e em compartilhar alguns de seus trabalhos técnicos
e de opinião publicados ao longo de sua carreira profissional.
Meu
estimado amigo Nelson Barboza Leite, muito obrigado por suas realizações,
valorizando os eucaliptos e o desenvolvimento e crescimento da silvicultura
das florestas plantadas no Brasil. Obrigado também por tudo
mais que você tem realizado e continuará realizando em
favor dessa mesma silvicultura que faz parte de sua vida e da vida
de sua família.

Com
a Palavra... Os “Amigos do Eucalyptus”
Os Novos Rumos da Silvicultura Brasileira
e a sua Condução - por Nelson Barboza Leite
A silvicultura brasileira caminha para uma nova fase
de crescimento. As áreas tradicionalmente ocupadas já dão sinais de esgotamento.
Nelas, há oportunidades para expansão, mas jamais para suportar
novas plantas, duplicações de produção, etc. O
crescimento nessas regiões tradicionais e já ocupadas, decorrentes
de otimizações de processo, modernizações, melhoramentos
tecnológicos, etc. continuará acontecendo, e poderá ser
atendido pelo aumento crescente da disponibilidade de madeira originada de
produtores rurais vizinhos. Na verdade, é uma excelente oportunidade
para o fomento florestal profissional e responsável. Esse crescimento,
no entanto, é incapaz de sustentar os grandes saltos no crescimento
da produção industrial, que se dá periodicamente.
A necessidade
de novas plantas, em novas regiões, parece um processo
inevitável! E o que mais teremos de novidade para os próximos
10 anos em nossa silvicultura? Aparentemente, já se notam mudanças
estruturais importantes: grandes negociações de ativos; áreas
florestais colocadas à venda; novos investidores; a corrida para novas
fronteiras, etc.! Esse novo quadro traz indagações que precisam
de respostas concretas para que o crescimento da silvicultura se dê de
forma segura, e para que o Brasil possa, de fato, manter suas condições
de competitividade, em nível nacional e internacional.
Essas mudanças
de cenários poderão refletir nos aspectos
institucionais, nas demandas científicas, nos aspectos econômicos,
ambientais, sociais, no mercado de madeira, na prestação de
serviços
operacionais, etc. Deixar de ser levado a reboque, e assumir os rumos dessas
transições, é na verdade, o grande desafio que se coloca!
Essas questões pelos impactos e desdobramentos formam um conjunto
de desafiadoras tendências, que devem preocupar empresas, produtores
de madeira, lideranças setoriais, governantes, enfim, todos os envolvidos
com a silvicultura do país.
Alguns sinais evidenciam tendências bastante seguras, das quais destacaríamos:
•
Mudanças de gestores no negócio florestal - existirão
grandes negociações de ativos florestais, passando a gestão
das florestas de produção das mãos dos atuais consumidores
das mesmas para mãos de grupos de investidores nacionais ou internacionais.
Ativos florestais bem conduzidos estão se mostrando um bom negócio!
• Novas tecnologias - surgirá nova onda na tecnologia
florestal para aumentos de produção e produtividade e
redução dos custos na formação de florestas.
Grandes esforços em melhoramento genético, nutrição
vegetal e mecanização de procedimentos operacionais serão
indispensáveis para que se mantenham os patamares de produtividades
e os custos competitivos.
• Aumento do nível de mecanização - adequações
dos procedimentos operacionais para aumentar o nível de mecanização
e depender cada vez menos de mão-de-obra, cada vez mais escassa
nos diversos polos florestais.
• Valores institucionais sem o peso das grandes empresas - diminuição
progressiva da participação direta das grandes empresas
consumidoras de madeira no direcionamento institucional do setor produtivo.
Os interesses da silvicultura não podem ter ligações,
quase que exclusivas e umbilicais, com os setores de celulose, siderurgia,
painéis, etc. Uma boa e justa parceria é sempre muito
bom, mas não pode ser confundida com tutela permanente.
• Exclusividade tecnológica - investimentos em pesquisas
científicas e exclusividade dos conhecimentos gerados. A definição
de clones, como um exemplo mais simples, é o caso típico
de que os avanços tecnológicos serão de exclusividade
do interessado. Essa competição poderá prejudicar
as interações entre empresas, universidades e instituições
de pesquisas que tiveram papel estratégico na evolução
tecnológica da silvicultura. Há de se cuidar para que
a interação entre universidades e empresas não
seja prejudicada.
• Valorização do social e ambiental - maior valorização
dos aspectos sociais e ambientais para responder às pressões
do consumidor, lá no final da cadeia de produção
(papel, aço, móveis, etc.). A consciência ambiental é um
processo irreversível no mundo inteiro e cada vez mais o consumidor
assume o papel de fiscal de toda a produção. Nesse sentido,
os processos de certificação terão cada vez mais
importância e respeito em toda a produção. Fortalecê-los é uma
salvaguarda estratégica para o crescimento sustentável
da silvicultura.
• Florestas de uso múltiplo - manejo das florestas para
uso múltiplo da madeira visando a agregar maior valor aos ativos
florestais. Essa diversidade de uso tem-se mostrado como a grande alternativa
para valorização dos ativos florestais. Ganha o investidor,
ganha o produtor, ganha o meio ambiente e a silvicultura é valorizada.
• Mudanças na prestação de serviços
- especialização e profissionalização da
terceirização. Vão surgir as empresas especializadas
em serviços operacionais. Essa tendência vai mudar bastante
as relações com a mão-de-obra. Esse aspecto merecerá cuidado
especial para se evitar que uma cadeia de rotinas urbanas não
seja introduzida na simplicidade da rotina rural.
• Novos protagonistas para o fomento florestal - fomento florestal
e parcerias através de produtores e gestores de florestas, permitindo
aos atuais consumidores, a posição simplista de compradores
de madeira.
• Valorização
crescente das florestas e da madeira - novos usos e valorização
crescente dos produtos de florestas plantadas. Os empreendimentos
florestais bem conduzidos estarão
cada vez mais se mostrando úteis aos serviços ambientais, à harmonia
paisagística, etc.
Essas
tendências podem acontecer com
mais ou menos intensidade, com maior ou menor rapidez. Poderão
existir desdobramentos e outras tendências poderão surgir.
O cenário é,
portanto, de crescimento, mas provavelmente, acompanhado de mudanças.
Um misto de otimismo e de preocupações, no mínimo,
para reflexão!
As adversidades, que há anos se
arrastam sem solução,
dificultarão esse processo? Há necessidade de apoio do
Governo para que mudanças e crescimento aconteçam com
segurança? O setor florestal com tanto dinamismo, ainda precisa
do Governo? Será que o Governo não vai atrapalhar? São
essas ligações governamentais que constituem as relações
institucionais de qualquer setor. E essas questões tão
corriqueiras e tão frequentes no setor florestal se arrastam
há anos, sem respostas! Talvez caiba uma explicação
bem simples: “a silvicultura brasileira continua órfã institucional”!
Não tem nenhuma ligação formal, aliás,
de fato, com o Governo Federal. Grande parte dos silvicultores, talvez
a maioria, não quer nem ouvir falar de qualquer vinculação
com o MMA - Ministério do Meio Ambiente e até se acha
bem acomodada no MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento. Já se vão alguns anos, e essa postura,
com jeitão de rebeldia, tem sido mantida com apoio de forças
atuantes do setor. Mudou alguma coisa? Aconteceu algo de novo? Nada!
Com certeza, somente a liberdade que alguns gozaram para reclamar disso
ou daquilo, apoiar os ruralistas nas mudanças do Código
Florestal e protagonizar reuniões com muita pompa e poucos resultados. É importante,
no entanto, que se registre também que o Ministério do
Meio Ambiente, nesse período de rejeição, não
mexeu uma palha para mudar o quadro. Essa paralisia do MMA enriquece
ainda mais essa insatisfação. Ficamos sem pai, sem mãe
e sem lugar para morar. Estamos sem endereço e acomodados num
puxadinho da casa de um amigo cordial e acolhedor!
Qualquer setor se
fortalece institucionalmente quando tem valores econômicos,
sociais e ambientais que interessam à grande maioria da sociedade.
Quando a importância é privilégio de um ou outro
segmento, as relações institucionais ficam fragilizadas
e dependentes da conveniência do padrinho rico. São relações
poderosas nos corredores, mas frágeis diante da sociedade. Perde-se
muito da legitimidade para reivindicar, brigar e fazer acontecer políticas
públicas que interessam ao setor. Alguém duvida do peso
econômico, social e ambiental que o setor florestal tem para
mandar no próprio nariz? Então, o que tem levado o setor
a ficar tão marginalizado das prioridades governamentais?
Enfim,
o setor florestal precisa muito do Governo Federal para que tenhamos
regras claras e políticas públicas de médio
e longo prazo, que orientem e deem segurança ao seu crescimento.
Essa necessidade é premente à silvicultura, aos produtores
de madeira e também, e não exclusivamente, aos consumidores
dessa matéria-prima. Os grandes segmentos consumidores, à medida
que estão se sentindo confortáveis com a oferta de madeira,
estão se afastando das encrencas e polêmicas da produção.
Isso é coisa para os silvicultores lidarem! Há quem diga
que isso já está acontecendo! É só uma
questão de tempo para que os produtores de madeira sintam, realmente,
que se quiserem reivindicar e dar os rumos adequados à silvicultura
terão que conquistar o espaço próprio e sem a
mãozinha do padrinho rico. Talvez necessitem de muito pouco
do Governo, mas esse pouco pode representar o bastante para dar a segurança
institucional, tão desejada para o crescimento setorial. Talvez
até muito simples, mas a conquista precisa ser alcançada
com as próprias pernas. Deixaremos de ser o setor de celulose,
o setor de siderurgia, o setor de madeira processada. Estaremos criando “a
cara da silvicultura - e com asas próprias”.
Aprender
a voar, tendo asas, é mais fácil! Uma atenção
especial às novas tendências e muito esforço para
definição institucional da silvicultura brasileira são
reflexões inevitáveis aos que se preocupam com os rumos
de nossa silvicultura e com os seus legítimos condutores!

Contribuições
dos Leitores
Em função do nível de penetração que têm
a Eucalyptus Newsletter e a sua irmã PinusLetter, temos recebido com
frequência mensagens de leitores que gostariam de compartilhar seus conhecimentos
e desenvolvimentos tecnológicos com os demais leitores. Eles nos enviam
teses, palestras, artigos, livros, eventos, reflexões, bem como nos
colocam sugestões valiosas. Muitas dessas ofertas e contribuições
podem muito bem enriquecer o acervo das nossas publicações como
também merecem ser compartilhadas com todos os demais leitores. Essa
nossa seção procura então fazer links com materiais valiosos
enviados pelos amigos leitores, ou mesmo incluir esses materiais em nossos
websites para favorecer o descarregamento dos mesmos. Entretanto, faremos uma
seleção, frente às muitas solicitações que
recebemos. Outras vezes, ao nos deparar com alguma excelente literatura que
não esteja ainda na web, vamos solicitar nós mesmos a possibilidade
de incluir esse material em nossos websites para dividi-lo com vocês.
Toda literatura a ser divulgada deverá assim estar em conformidade com
nossa linha editorial e de acordo com nossos padrões de qualidade técnica
e científica.
Sintam-se
livres para nos enviar contribuições,
mas sejam pacientes, pois nem sempre serão disponibilizadas de imediato.
Nessa
edição vamos lhes apresentar alguns interessantes materiais,
fotos, referências e literaturas que nos informaram, disponibilizaram
ou presentearam os amigos Dr. Art Ragauskas, Piare Lal, Cesar Augusto dos
Reis, Professor Carlos Eduardo Núñez, Carlos Gattas, Guilherme
Fernandes Zaluar, Mariza Eiko Tsukuda Koga e outros amigos que preferem
ficar no anonimato.
Agradeço
a esses estudiosos e motivadores do setor florestal e celulósico-papeleiro
por contribuições e trabalhos tão significativos
em favor dos mesmos.
Conheçam
o que nossos amigos e leitores escrevem, informam e procuram compartilhar
com vocês todos:
Clonal
forestry in India. Piare Lal. Recebido para divulgação
em 12.04.2012:
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
Clonal%20Forestry%20in%20India.pdf (Artigo na íntegra – em Inglês)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
6-years-old%20Eucalyptus%20clones%20in%20India.zip (Fotos de dois clones de eucalipto em plantações na Índia
e enviadas pelo Sr. Piare Lal)
Programa
interlaboratorial de pasta celulósica,
papel e chapas de papelão ondulado. IPT – Instituto de
Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo. Acesso em 09.05.2012:
http://www.ipt.br/solucoes/58.htm
Usos
múltiplos da madeira
do eucalipto – O verdadeiro
fogão campeiro no Rio Grande do Sul. Blog tercacampeira.blogspot.com.br.
Acesso em 09.05.2012:
http://tercacampeira.blogspot.com.br/2012/03/o-verdadeiro-fogao-campeiro.html
Raio
X do carvão vegetal no Brasil. A. Peres. Vídeos
Globo – Cidades e Soluções. Acesso em 09.05.2012:
http://g1.globo.com/platb/globo-news-cidades-e-solucoes/2012/03/15/raio-x-do-carvao-vegetal-no-brasil/
The
Earth Day global poster session 2012. Posters on Biorefinery. Website
do Professor Dr. Art Ragauskas. IPST- Institute of Paper
Science and
Technology. Acesso em 09.05.2012:
http://www.ipst.gatech.edu/faculty/ragauskas_art/bio_ragauskas_art.html (em Inglês)
Textos
independientes en celulosa y papel. Professor Carlos Eduardo Nuñez. FCEQyN – Faculdad
de Ciencias Exactas, Químicas
y Naturales. UNaM- Universidad Nacional de Misiones. Acesso
em 09.05.2012:
http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/claroline/document/
document.php?cidReset=true&cidReq=INDEPa643 (Documentos – em Espanhol)
Fórum de discussões
sobre silvicultura do eucalipto. Carlos Borges Assumpção
Gattass. Website Mais.RuralCentro.com.br. Acesso em 09.05.2012:
http://mais.ruralcentro.com.br/r/14
Barco
de madeira de eucalipto. Guilherme Fernandes Zaluar. Google Picasa.
Acesso em 09.05.2012:
https://picasaweb.google.com/117222108489557489201/20110417FotosBarcoDoTioGuilherme#

Referências
sobre Eventos e Cursos
Essa seção tem como meta principal apresentar a vocês
a possibilidade de navegação em eventos que já aconteceram
em passado recente (ou não tão recente), e para os quais os organizadores
disponibilizaram o material do evento para abertura, leitura e downloading a partir de seus websites. Trata-se de uma maneira bastante amigável
e com alta responsabilidade social e científica dessas entidades, para
as quais direcionamos os nossos sinceros agradecimentos. Gostaria de enfatizar
a importância de se visitar o material desses eventos. A maioria deles
possui excepcionais palestras em PowerPoint, ricas em dados, fotos, imagens
e referências para que vocês possam aprender mais sobre os temas
abordados. Outras vezes, disponibilizam todo o livro de artigos técnicos,
verdadeiras fontes de conhecimento para nossos leitores. Estamos também
destacando nessa seção a crescente disponibilidade de materiais
acadêmicos colocados de forma pública por inúmeros professores
universitários, que oferecem as aulas e materiais didáticos de
seus cursos para uso pelas partes interessadas da sociedade através
da internet.
É
muito importante que vocês naveguem logo e façam os devidos
downloading dos materiais de seu agrado. Muitas vezes as instituições
disponibilizam esses valiosos materiais por curto espaço de tempo
ou então alteram
os endereços de URL devido a modernizações em seus websites.
Espero
que apreciem essa nossa presente seleção: são diversos
eventos interessantíssimos que aconteceram no Brasil e fora dele.
Mesa
Redonda sobre Drenagens de Emergência em Caldeiras de Recuperação.
ABTCP – Associação Brasileira Técnica de
Celulose e Papel. (2012). (em Português)
No
dia 03 de abril de 2012 aconteceu na ABTCP a Mesa Redonda sobre Drenagens
de Emergência, evento da Comissão Técnica
de Recuperação e Energia. As palestras estão disponibilizadas
no endereço a seguir:
http://www.abtcpblog.org.br/?p=4427
II
Fórum Brasil sobre Agrossilvicultura. SIF – Sociedade
de Investigações Florestais. (2012). (em Português)
Evento organizado pela SIF em Viçosa, em março de 2012,
com importantes apresentações sobre o uso do eucalipto
em associação com culturas agrícolas e pastagens.
http://www.sif.org.br/agrossilvicultura/programacao.php
http://www.sif.org.br/palestras/agrossilvicultura/palestras.htm (Palestras
autorizadas para divulgação)
Mudanças Climáticas e Eficiência Energética. ABTCP – Associação Brasileira Técnica de
Celulose e Papel. (2011 e 2012). (em Português)
Palestras disponibilizadas pela ABTCP, com apresentações
de Décio Michellis Júnior, as quais podem ser obtidas
a seguir:
http://www.abtcpblog.org.br/blog54/ADAPMUDCLIMA2011.pdf (Adaptação às
mudanças climáticas)
e
http://www.4shared.com/get/n6bOMPLm/29_Mudanas_Climticas_e_
Eficinc.html;jsessionid=560BD8DAE9812661DC6907F7FB813164.dc322 (Mudanças climáticas e eficiência energética)
IX
Encontro de Operadores de Caldeira de Recuperação. ABTCP – Associação Brasileira Técnica de
Celulose e Papel. (2011). (em Português)
A
ABTCP em parceria com a Klabin (Telêmaco Borba – PR)
e patrocínio da Metso, realizou, nos dias 29 e 30 de novembro,
o interessante evento com diversas palestras que podem ser acessadas
em:
http://www.abtcpblog.org.br/?p=3932#more
I
Seminário Oportunidades Florestais. Painel Florestal. (2011).
(em Português)
O
evento foi realizado pelo Sindicato Rural de Rondonópolis-MT
e organizado pelo portal Painel Florestal que transmitiu ao vivo via
internet. Apenas foram disponibilizadas as palestras que tiveram autorização
dos autores. Elas podem ser acessadas no website do Painel Florestal,
em:
http://painelflorestal.com.br/noticias/download/12423/
download-das-palestras-do-i-seminario-oportunidades-florestais
XXV
Silvotecna. CORMA Chile – Corporación Chilena de la
Madera. (2011). (em Espanhol e Português)
Tradicional evento realizado no Chile, na região florestal do
Bio Bio, com inúmeras palestras versando sobre a temática
central “Silvicultura de Eucaliptos y Otras Especies Promisorias”.
As palestras estão disponibilizadas pela CORMA no endereço
a seguir:
http://www.silvotecna.co.cl/presentaciones.html
Simpósio Internacional de Florestas. INPA - Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia. (2011). (em Português, Inglês
e Espanhol)
Evento realizado em Manaus-AM em comemoração ao Ano Internacional
das Florestas, em novembro de 2011. Foram apresentadas palestras de
inúmeros eminentes pesquisadores e autores nacionais e internacionais,
com foco no uso sustentável dos recursos florestais, em especial
dos amazônicos.
Existem palestras e vídeos que podem ser acessados pelos interessados.
http://aif2011.inpa.gov.br/index.php (Website do evento)
http://aif2011.inpa.gov.br/programacao_v4.pdf (Programação)
http://aif2011.inpa.gov.br/palestras.php (Palestras)
Material
de Apoio e Textos Técnicos das Aulas do Professor
Carlos Eduardo Núñez. UNaM – Universidad Nacional
de Misiones. (2012). (em Espanhol)
Website pessoal que foi criado pelo próprio professor Carlos
Eduardo Núñez para disponibilizar de forma livre e gratuita
os seus textos de aulas e uma magnífica coleção
de imagens de anatomia da madeira. Imperdível, agora em nova
versão, recheada de materiais de interesse aos estudantes e
técnicos do setor florestal, madeireiro e celulósico-papeleiro.
http://www.cenunez.com.ar/index.php (Website)
http://www.cenunez.com.ar/articulos.php?cid=1 (Textos sobre técnicas
de laboratório químico para madeiras)
http://www.cenunez.com.ar/articulos.php?cid=2 (Textos técnicos
sobre anatomia e química da madeira, bem como sobre fundamentos
de polpação química da madeira)
http://www.cenunez.com.ar/ (Coleção de fotos e imagens – pode
ser acessada a partir da moldura lateral esquerda da página
de abertura do website)

Curiosidades
e Singularidades acerca dos Eucaliptos
por Ester Foelkel
(http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html)
Os Eucaliptos e os Coalas
Introdução
Os
coalas (Phascolarctos cinereus) são, junto com
os cangurus, os animais considerados símbolos da Austrália. P.
cinereus alimenta-se exclusivamente de folhas e de
brotações de
algumas espécies de eucaliptos, demonstrando estreita relação
com essas árvores. Ambos (animal e planta) são nativos
da Oceania e os coalas, por serem herbívoros, mostraram extrema
adaptação ao seu habitat, sendo considerado um dos
mamíferos
mais exigentes em sua dieta (Koalas bear, 2012; Leslie, 2012; AKF;
2012). P. cinereus também conhecido como coala moderno,
chama a atenção pela sua exótica beleza, por
sua biologia e principalmente pela alimentação tão única
e exclusiva, a qual faz esse animal um ser muito especial e extremamente
estudado (Leslie, 2012).
Seu
nome científico vem do grego,
onde “phaskolos” =
bolsa + “arktos” = urso (urso com bolsa) e também
do latim, em que “cinereus” = acinzentado (Wikipédia,
2012; Australianimal, 2012). Em muitos países de língua
inglesa eles são confundidos com os ursos; porém,
as semelhanças não passam de meras características
físicas, visto que P. cinereus são mamíferos
marsupiais e não são placentários. Os coalas
pertencem à família
Phascolarctidae e apresentam-se distribuídos desde Queensland
até o sudeste da Austrália meridional (Ehow, 2012;
AKF, 2012).
As
populações em vida selvagem necessitam
de florestas de eucaliptos para a sua sobrevivência, utilizando
as árvores
do gênero, não só como alimento, mas também
como abrigo e proteção (Moreton Bay Regional Council
Factsheet, 2010). A própria palavra Koala, significa em
linguagem nativa aborígene “não beber”,
relatando uma grande peculiaridade desse animal, o qual raramente
ingere água.
Ele extrai boa parte do líquido que precisa para sua hidratação
e metabolismo pela ingestão das folhas com que se alimenta
(Australianimal; 2012; AKF, 2012). Devido à alta especialização
do coala ao eucalipto, o animal atualmente tem sua população
reduzida pela redução dessas florestas locais na
Austrália,
pelo aquecimento global, pelas secas e pelas queimadas. Em alguns
locais onde antes da colonização europeia na Austrália
eles eram abundantes, hoje já são inexistentes
ou estão
ameaçados de extinção (AKF, 2012; Johnson
et al., 2009).
Dessa
forma, o presente texto técnico busca
enfatizar aspectos da alimentação do coala, objetivando
relacionar com espécies
de Eucalyptus envolvidas, além de aspectos
da biologia desse animal. Alguns resultados de pesquisas sobre
o conhecimento
e a preservação
dos coalas também foram enfatizados.
Aspectos
biológicos
e morfológicos dos coalas
No
geral, os coalas apresentam vida útil de em torno de 14 anos;
contudo, fêmeas no cativeiro, podem chegar aos 19
anos (Koalas bear, 2012; AKF, 2012). Esses marsupiais têm
extrema relação
com os eucaliptos passando boa parte dos seus dias dormindo
(14-18 horas) e o restante, passam comendo ou em procura
de seu alimento.
O
coala é um animal territorialista
e solitário, exceto
nas épocas de acasalamento. Cada indivíduo
possui as suas árvores de acesso, as quais são
devidamente marcadas com feromônios (odores) para
a demarcação do território.
O mesmo varia em tamanho, de acordo com a qualidade das árvores
existentes, com o clima, com o solo, com a idade e também
com o sexo. Geralmente a abrangência dos machos é maior
do que as das fêmeas. Essa espécie animal
também apresenta
dimorfismo sexual. Apesar de variar de região
para região,
os machos comumente são maiores do que as fêmeas,
apresentando bolsa escrotal, glândulas odoríferas
aparentes no peito, cabeça e narinas mais proeminentes.
Já as fêmeas
têm a bolsa marsupial presente na barriga com a
sua abertura na extremidade voltada para baixo, diferentemente
da do canguru (AKF,
2012; Jackson, s/d).
A
gestação do coala é de
menos de 35 dias e o filhote quando nasce, apresenta
menos de 20 mm de comprimento (0,5
g), sendo desprovido de pelos e sem os sentidos da
audição
e da visão presentes. Apenas as pernas dianteiras
são
bem desenvolvidas, possibilitando ao filhote recém-nascido
encontrar através dos pelos da mãe, o
interior do saco marsupial ventral, aonde lá será alimentado
com leite, ficando preso a uma das mamas. Essa será sua única
dieta até os
seis meses de vida, quando passará a sair da
bolsa e a começar
a se alimentar também com o “pad”.
Esse é um
líquido fecal de folhas de eucalipto produzido
pela mãe.
Esse alimento ajuda a cria a se preparar para a alimentação
exclusiva com folhas, adquirindo as bactérias
necessárias
ao intestino para a degradação das fibras
e de outras substâncias em energia (Koala-bears;
2012; AKF, 2012; Sluiter et al., 2002). Aos seis meses
o filhote já está desenvolvido
e possui em torno de 20 cm de comprimento, apresentando
500-600g de peso corporal. O coala se torna independente
com um ano de idade, saindo
posteriormente do território da mãe e
indo em busca do seu próprio. Uma fêmea
adulta saudável pode gerar
uma cria por ano durante 12 anos consecutivos. Nascimentos
de gêmeos
são bastante raros e apenas a mãe é encarregada
do sustento do filhote (Australian Government, 2012;
NatGeo, 2012).
O
comportamento entre machos e fêmeas
também é bastante
diferenciado. Os indivíduos do sexo masculino
emitem sons semelhantes a rugidos, principalmente
durante a época do acasalamento, que
ocorre no verão, quando esses animais são
mais ativos e inclusive nervosos. Os sons são
emitidos para ajudar as fêmeas
a escolherem seus parceiros para a cópula
e também a
identificar os machos dominantes (AKF, 2012). Os
coalas também
podem reproduzir um som semelhante a um choro de
bebê quando
se encontram sob alguma ameaça ou estresse.
Geralmente, é durante
a cópula que os jovens vão à busca
de novos territórios,
podendo, principalmente os machos, percorrerem longas
distâncias,
visando a encontrar zonas periféricas e novos
sítios
adaptados às suas necessidades. Um dos grandes
problemas atuais é o
desmatamento das florestas de eucalipto existindo
poucas grandes extensões
das mesmas. Isso impede a migração
dos coalas o que dificulta a troca de materiais genéticos
entre populações
distintas (Wikipédia, 2012; AKF, 2012).
Os
coalas não conseguem passar de uma árvore
para a outra através dos seus galhos, necessitando
que os indivíduos
desçam e se arrisquem pelo solo onde são
mais vulneráveis à caça
e também a serem atropelados em estradas e
rodovias. Seu tempo no solo vai depender do distanciamento
entre as árvores presentes
em seu território (Leslie, 2012; AKF, 2012).
Os
adultos pesam em torno de 9 kg. O tamanho do animal vai depender
de sua procedência. No geral,
os machos do sul podem chegar aos 14 kg, ao passo
que as pequenas fêmeas da região norte,
não passam de 5 kg (AKF, 2012; Australian
Government, 2012).
O
parente mais próximo
dos coalas são os “wombats”,
pequenos marsupiais também semelhantes
a ursos da família
Vombatidae e que também incluem os Eucalyptus na
dieta alimentar (Degnan, s/d). Conheçam
os wombats em: http://www.google.com.br/search?q=wombats&hl=pt-BR&prmd=imvns&tbm=isch&tbo=
u&source=univ&sa=X&ei=dMyrT-nHPMS60QGEjrn7Dw&ved=0CLoBELAE&biw=1280&bih=521
P.
cinereus tem uma espessa pelagem de coloração
cinza e às vezes amarronzada, orelhas
grandes, peludas e redondas, além de
membros desenvolvidos e espessos, os quais
são
especializados para escalar as árvores
(Australian Government, 2012). Os coalas, diferentemente
de outros marsupiais e dos primatas,
têm apenas 11 pares de costelas. Todos
os outros possuem 13 pares. Além disso,
a coluna de P. cinereus é encurvada
e possui na sua última vértebra
uma extensão de cartilagem.
Tudo isso facilita para que o animal consiga
permanecer mais tempo sentado nos galhos dos
eucaliptos (Australianimal, 2012). Adaptações
nas suas patas também são evidentes
para conseguirem segurar os galhos e ramos
das árvores.
Os coalas apresentam cinco dedos; porém,
nas patas dianteiras, há dois polegares
em sentido oposto aos outros três dedos
das patas. Nelas também
há a presença de garras bastante
afiadas em todos os dedos, ideais para melhor
fixação nos galhos. Já nas
patas traseiras, há apenas um dedo polegar
pequeno e desprovido de garras em sentido oposto
aos outros quatro dedos que apresentam
garras menores; contudo, são bastante
alongados (Australianimal, 2012; NatGeo, 2012).
Da mesma forma que os primatas, os coalas também
apresentam digitais únicas, ajudando
a diferenciá-los.
Suas digitais são inclusive muito semelhantes às
dos dedos humanos (Australianimal, 2012; Wikipédia,
2012).
P.
cinereus tem o nariz achatado em forma de V com as narinas grandes,
as quais
se mexem
para auxiliar
o animal
no seu
equilíbrio térmico.
A densa pelagem do coala também ajuda
na questão de regulagem
de temperatura, visto que o animal fica exposto às
intempéries
climáticas em cima dos eucaliptos.
Geralmente, no inverno, o seu dorso possui
pelos densos,
grossos e de coloração
escura, ficando mais claro e escasso em pelagem
no verão (AKF,
2012; Wikipédia, 2012).
Os
dentes dos coalas também são adaptados à herbivoria,
sendo os incisivos bastante afiados para
efetuar o corte adequado nas folhas. Os
molares também se apresentam desenvolvidos
para proporcionar adequada maceração
e inclusive a desfibração
do seu alimento antes da ingestão,
mantendo a umidade e facilitando a digestão
(Wikipédia, 2012; AKF, 2012).
Relação
dos coalas com os eucaliptos
O coala raramente
bebe água e retira tudo que precisa para
sua alimentação da planta do eucalipto. É comum
o animal se alimentar pela manhã até a noite, consumindo
também o orvalho depositado nas folhas (Koalas bear, 2012; AKF,
2012). Além do mais, elas, apesar de bastante coriáceas,
são ricas em umidade, apresentando em torno de 50% de H2O em
seu tecido e óleos (Sluiter et al., 2002). Em épocas
de secas, P. cinereus pode procurar novas fontes de água, caso
a percentagem de líquido contido em sua dieta baixe (Koalas
bear, 2012).
Normalmente, esse
animal consome 500 g de folhas de eucalipto por dia, o que equivalem
a cerca de 1000 folhas, dedicando de 5 a 8 horas
diárias para essa alimentação. O coala tem preferência
por folhagens de ramos novos; no entanto, também pode consumir
pequenas porções da casca, de madeira e de flores das
mesmas árvores. Há outros gêneros arbóreos
que podem ser incluídos com menos frequência para a alimentação
desses animais como: árvore do chá (Melaleuca alternifolia),
Melaleuca ericifolia, algumas espécies de acácia e de
pináceas (Friends of the Koalas, 2012; Jackson, s/d).
Na Austrália, há centenas de espécies naturais
de eucalipto; porém, apenas algumas (12 a 50 dessas) estão
inclusas nas dietas dos coalas (Ehow, 2012; Wilson, 1995; Degnan, s/d).
Ademais, existe a preferência por folhas novas e tenras, as quais
são mais suaves e apresentam menores quantidades de taninos
condensados, compostos fenólicos, terpenos e de outras toxinas.
Esses compostos são tóxicos para a maioria dos animais;
contudo, conseguem ser metabolizados por bactérias associadas
no trato gastro-digestivo do animal ou por substâncias liberadas
pelo fígado do coala (AKF, 2012; Koala-bears, 2012). Os coalas
conseguem identificar o cheiro dos compostos fenólicos das folhas,
selecionando as mais adequadas para a alimentação. Além
de fornecer aminoácidos, açúcares, gorduras, proteínas
e água ao coala, os eucaliptos apresentam grandes quantidades
de celulose, a qual somente é quebrada e digerida no intestino
com a presença de bactérias simbióticas. Dessa
forma, o eucalipto é considerado um alimento de baixo valor
nutricional e energético (AKF, 2012).
P.
cinereus tem
baixo metabolismo, dormindo grandes períodos
diariamente para armazenar os recursos alimentares que consumiu durante
o dia. Uma vida sob baixo metabolismo auxilia a manter o alimento por
mais tempo no trato digestivo, facilitando sua digestão (Sluiter
et al., 2002). Além disso, para extrair água e nutrientes
de forma mais eficiente possível, esse animal apresenta um longo
intestino grosso. O ceco alongado (parte anterior do mesmo) apresenta
aproximadamente 200 cm de comprimento e é onde se encontram
grande parte das bactérias que são responsáveis
por degradar a celulose e também alguns componentes tóxicos
de sua alimentação (AKF, 2012; Sluiter et al., 2002).
O último autor comentou que, mesmo assim, os coalas são
capazes de absorver apenas 25% de energia que ingerem. Friends of the
Koalas (2012) comentou que a dieta diária do coala às
vezes não é capaz de alcançar as calorias que
ingerimos em uma tigela de cereais matinais.
Segundo Lone Pine
Koala Sanctuary (s/d) as principais espécies
de eucaliptos comumente consumidas pelos coalas do sudeste de Queensland
são: Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus
robusta, Corymbia maculata, Eucalyptus grandis, Eucalyptus resinifera,
Eucalyptus propinqua, Eucalyptus viminalis, Eucalyptus camaldulensis,
entre outros, incluso Corymbia citriodora.
As populações do norte e as do sul apresentam preferências
alimentares distintas, visto que as espécies de eucaliptos que
se desenvolvem em cada uma dessas regiões são diferentes.
De acordo com Friends of the Koalas (2012), nas Ilhas Felipe (“Phillip
Island”), as populações de P. cinereus tem preferência
pelo Eucalyptus globulus, pelo Eucalyptus pryoriana, por
E. viminalis e por Eucalyptus ovata. Queensland Government (2001) relatou que os
coalas apresentam preferências regionais por seus alimentos e
que as principais árvores utilizadas como fonte de alimento
para as populações da região nordeste de Queensland
são: Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus microcorys, Eucalyptus
propinqua e Eucalyptus resinífera. Os coalas do norte geralmente preferem
E. tereticornis ou E. camaldulensis, enquanto que as populações
existentes no sul da Austrália dão preferência
ao E. viminalis para sua alimentação (Ehow, 2012).
Outro aspecto que
determina a alimentação do coala é a
fertilidade do solo. Árvores que crescem em regiões mais
secas com solos pobres produzem maiores quantidades de substâncias
de defesas (compostos tóxicos) em suas folhas, conseguindo ser
diferenciadas e rejeitadas pelos coalas através do odor (AKF,
2012).
No geral, o que
vai determinar a escolha da árvore para sua
alimentação é a baixa concentração
de taninos condensados e outras toxinas (Wikipédia, 2012). Apesar
de tóxicos para grande maioria dos mamíferos, os eucaliptos
são a principal fonte de alimento, dando também abrigo
aos coalas. Eles evoluíram junto com esse gênero de árvores
e se sentem seguros em seus ramos, apenas descendo para encontrar outra árvore
em seu território (Ehow, 2012; Moreton Bay Regional Council
Factsheet, 2010). Estudos estão sendo desenvolvidos visando
ao melhoramento de árvores de eucalipto de pequeno porte para
zonas urbanas e que sejam ao mesmo tempo atraentes aos coalas para
sua alimentação (Moreton Bay Regional Council Factsheet,
2010).
Principais
ameaças aos coalas
Desde
a chegada dos colonizadores europeus no continente australiano, os
coalas chamaram a atenção
pela sua beleza (e simpatia). Grande parte da população
desses animais foi exterminada devido ao valor de sua pele no mercado
da época (Australian
Government, 2012; AKF, 2012). Atualmente, mesmo sendo protegidos
e tendo sua caça proibida na Austrália, os coalas
continuam a ser ameaçados (AKF, 2012). Os principais problemas
atuais no aumento da população desses mamíferos
marsupiais são as queimadas, os desmatamentos, as doenças
nos eucaliptos e o aquecimento global (Johnson et al., 2009; Tucker
e Wormington,
s/d).
AKF
(2012) também apontou o grande número de mortes
de coalas em zonas urbanizadas. A fundação estimou
que em torno de 4.000 coalas sejam mortos todos os anos por atropelamentos
ou por ataques de cães. Oitenta por cento da área
australiana de florestas de eucalipto, que serviam de abrigo aos
coalas, já foram
derrubadas desde o início da colonização europeia.
Além disso, há poucos parques nacionais de proteção
a esses animais. Grande parte dos refúgios dos coalas são
florestas privadas (AKF, 2012).
Segundo
Johnson e colaboradores (2009), o aumento de CO2 atmosférico
pode diminuir a qualidade nutricional das folhas do eucalipto.
Isso pode causar desnutrição e inclusive levar à fome
ou à morte por inanição de espécies
de animais que sobrevivem do gênero arbóreo, incluso
os coalas. Os mesmos autores ressaltaram que mudanças
climáticas
como o aumento das secas pode forçar os coalas a descerem
com mais frequência de suas árvores em busca de água,
tornando-os ainda mais vulneráveis aos ataques caninos
e ao atropelamento.
A
falta de vastas áreas de florestas
impede a migração
dos jovens machos que desempenham papel fundamental da transmissão
de material genético entre diferentes populações
(Thompson e Athol; 2006).
A
provável falta de espaço
nas florestas, estresse e diminuição da diversidade
genética fazem com que
muitos coalas adoeçam com infecções
causadas por clamídia (doença por bactéria
sexualmente transmitida), diminuindo ainda mais a população
de algumas regiões
australianas (AKF, 2012).
AKF
estima que atualmente restem bem menos do que 100.000 coalas vivendo
na natureza, sendo
a espécie incluída em listas de animais
vulneráveis ou em perigo de extinção.
Atualmente entidades privadas, não governamentais
e públicas do
país de origem trabalham fortemente para reverter
esse quadro. Isso depende em grande parte da proteção
das florestas remanescentes de eucalipto.
Estudos com os coalas
Uma das formas
que auxiliam na preservação dos coalas é o
conhecimento de sua biologia, de sua evolução, de sua
dieta e da intrínseca relação que esses animais
possuem com o meio ambiente onde vivem. Observem alguns resultados
de pesquisas abordando os coalas e os eucaliptos:
Higgins et al.
(2010) relataram a seletividade dos coalas às
folhas de eucalipto. Esse animal não escolhe seu alimento por
acaso e mesmo a espécie de eucalipto sendo comestível
aos coalas, ela pode ser rejeitada por um indivíduo que nunca
antes a consumiu em sua vida jovem. Os fatores de escolhas da alimentação
dos coalas ainda não estão totalmente esclarecidos, havendo
muitos estudos que abordam a quantidade de compostos secundários
ligados à defesa da planta (compostos fenólicos, toxinas,
terpenos, taninos, entre outros) para a preferência alimentar.
Os autores realizaram estudo da escolha de alimento de três coalas
machos adultos em cativeiro. Foram fornecidas igualmente aos indivíduos
nove espécies de eucaliptos, observando suas escolhas por 18
semanas. Os autores concluíram que há fatores extrínsecos
ligados diretamente ao ambiente e outros intrínsecos, influenciando
os coalas em estudo na preferência alimentar. Com o passar do
tempo do experimento, os coalas adquiriram uma flexibilidade adaptativa,
explorando para a alimentação grande parte das espécies
de eucaliptos fornecidas.
Madrigal (2009)
comparou as características do crânio
de ancestrais do coala que viveu há mais de 24 milhões
de anos atrás com as dos coalas modernos. Os antecessores dos
coalas viviam em florestas tropicais densas, sendo seus fósseis
raros pelo distanciamento que os indivíduos tinham um dos outros
(Wikipédia, 2012). Para se comunicarem, esses animais primitivos
desenvolveram um sofisticado sistema auditivo, emitindo sons baixos,
capazes de viajar longas distâncias. Com a mudança das
florestas tropicais para as de eucalipto, os coalas mantiveram esse
sistema auditivo, desenvolvendo também suas mandíbulas
e sistema digestivo; porém, diminuindo a massa craniana. Os
pesquisadores apontaram a dieta pouco nutritiva como causa para essa
redução. Hoje, a massa craniana do coala moderno não
passa de 0,2% do seu peso corporal (Wikipédia, 2012).
Moore
et al. (2004) estudaram as influências de compostos secundários
de folhas de eucaliptos recentemente descobertos (compostos floroglucinol
formilados – FPC’s) na alimentação dos coalas.
Para tanto, realizou-se experimento de alimentação utilizando
espécies como: E. globulus, E. viminalis, E. ovata, E. strzeleckii, entre
outras. Todos apresentam diferentes concentrações
de substâncias de defesas. Os coalas individualmente consumiram
grandes quantidades de folhagens de E. viminalis, de E.
globulus e de E. melliodora; contudo, sempre se alimentaram
abundantemente de
E. ovata e ingeriam apenas pequenas porções
de E.
strzeleckii. Os FPCs foram capazes de repelir a ingestão
de algumas folhagens de eucalipto pelos coalas. Os indivíduos
em cativeiros estudados se alimentaram menos de folhagens com altas
concentrações
desses compostos. Dessa forma, os autores concluíram que as
substâncias de defesa produzidas pelas plantas podem influenciar
na distribuição e na abundância de coalas em florestas.
De
Ullrey et al. (1981) estudaram as qualidades nutritivas de brotos
e de ramos de 11 espécies de eucalipto, associando o aceite
desses como alimento dos coalas. As amostras de eucalipto mais procuradas
na dieta apresentaram as seguintes propriedades nutricionais (matéria
seca): 5,9-17,8% de proteína bruta; 5,5-19,2% de extrato etílico;
16,8-37,5% de fibras; 3,2-5,6% de cinzas minerais. As cinzas por sua
vez eram ricas em elementos minerais nutritivos como cálcio,
fósforo, sódio, potássio, magnésio, ferro,
cobre, zinco, selênio e manganês. Os alimentos mais procurados
para o consumo apresentavam maiores quantidades de proteína
bruta e concentrações significantemente inferiores de
fibras, de lignina, de cálcio, de potássio, de ferro
de selênio e de energia bruta, quando comparados ao material
menos ingerido.
Tucker e Wormington
(s/d) comentaram que há potencialidade
de que as florestas de eucalipto comerciais (plantações)
da Austrália, com boas práticas de sustentabilidade,
possam ajudar a recuperar e a prosperar a fauna existente, inclusive
a dos coalas. Isso pode ser feito através da implantação
de políticas sustentáveis, que garantam a preservação
do habitat desses animais.
Considerações
finais
Apesar
dos eucaliptos serem reconhecidos pela eficiência das
suas substâncias de defesas à herbivoria, os coalas conseguiram
se adaptar a essas condições. Isso faz com que esse animal
tenha uma alimentação quase que exclusiva de algumas
espécies dessas árvores dos gêneros Eucalyptus
e Corymbia. Entretanto, essa exagerada especificidade
hoje vem prejudicando a população dos coalas em seu local
de origem. O desmatamento, o aquecimento global, as queimadas e secas
são algumas das muitas
ameaças que os coalas vêm sofrendo. A conservação
desse animal depende particularmente da do seu habitat, ou seja, das
florestas australianas de eucalipto (Tucker e Wormington, s/d).
Estudos
dirigidos sobre sua dieta e comportamento deveriam ser incentivados
a fim de que a compreensão sobre as relações
entre os eucaliptos e os coalas sejam mais bem compreendidas. Tais
pesquisas
ajudariam na preservação do animal.
Observem
alguns dos resultados de pesquisas, imagens, textos técnicos
e vídeos que envolvem os eucaliptos e os coalas. Alguns dos
textos referenciados foram utilizados como bibliografia para a elaboração
desse artigo.
Referências da literatura e sugestões
para leitura
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https://www.savethekoala.com/koalas.html (Início)
https://www.savethekoala.com/about-koalas/distribution (Distribuição
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https://www.savethekoala.com/about-koalas/history-koalas (História)
https://www.savethekoala.com/about-koalas/life-cycle-koala (Biologia)
https://www.savethekoala.com/about-koalas/education-resources (Fontes
de informação)
https://www.savethekoala.com/about-koalas/physical-characteristics-koala (Características físicas)
https://www.savethekoala.com/about-koalas/koalas-diet-digestion (Dieta
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https://www.savethekoala.com/about-koalas/trees-koalas (Árvores
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https://www.savethekoala.com/about-koalas/photos-and-videos (Vídeos
e fotos)
https://www.savethekoala.com/about-koalas/interesting-facts (Fatos
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http://picasaweb.google.com/lh/view?q=koala+eucalyptus&psc=G&filter=1&hl=pt-BR (Koala+Eucalyptus. Google Picasa)
https://www.savethekoala.com/about-koalas/photos-and-videos (Savethekoala.
AKF - Fotos e vídeos)

Artigo
Técnico por Celso Foelkel
Sacos, Sacolas e Recipientes
de Embalar Compras no Varejo
Reflexões sobre um Tema Conflituoso e Polêmico
Um
dos temas ambientais que mais tem merecido debates públicos
e atenção da mídia tem sido
a polêmica sobre as embalagens de compras no varejo e seu impacto
socioambiental. Apesar de serem reconhecidas vantagens e desvantagens
em cada um dos tipos de materiais com os quais essas embalagens são
fabricadas, o debate se tornou acirrado, já que o tema representa
enormes recursos ambientais e econômicos que podem ser movimentados
de um lado para outro da indústria e do comércio. A
isso, deve-se acrescentar que os consumidores finais têm ficado
espremidos no contexto, apesar de serem exatamente eles que deverão
acabar sendo mais impactados e decisivos na eleição
da sacola que será utilizada no futuro, apesar do esforço
de se tentar controlar o assunto por legislação. Em
geral, até o momento, a legislação tem sido
mais do tipo que privilegia o binômio “punição
ao ofertante da embalagem ou supermercado” e “ônus
ao usuário ou cliente das lojas”.
Parece
mentira que as simples sacolinhas de embalar as compras feitas
nos supermercados
pudessem representar um nível de impacto
tão significativo, tanto nas finanças de quem as
produz e utiliza, como ao meio ambiente. As próprias pessoas
se acostumaram tanto com as sacolinhas na vida moderna que chegam
até mesmo
a disputá-las, uma vez que, após ingressarem nos
lares e serem esvaziadas de seu conteúdo, elas passam a
ter outras utilizações que o cidadão valoriza
- a principal delas como recipiente para se colocar o lixo doméstico
a ser descartado. Além disso, o cidadão que reconhece
o problema ambiental do plástico, também valoriza
a praticidade das sacolinhas, a assepsia, o fato de serem doadas
pelos supermercados
(custo zero) e a comodidade que elas lhe oferecem. Os sacos (sem
alça) e as sacolas (com alça) de plástico
se converteram em uma unanimidade da sociedade moderna, até mesmo
pelo comodismo que traz ao usuário. Por isso, os conflitos
até mesmo conceituais que surgem entre pessoas e instituições
envolvidas nos debates e nas tomadas de decisões.
O
principal protagonista para toda essa discussão e mesmo
de posicionamento extremados tem sido as sacolinhas plásticas
de supermercados. Curioso que para as outras embalagens plásticas
de alimentos, como os sacos que embalam o arroz, açúcar,
feijão, etc., nada se fala ou se mostra contrariedade – parece
que o problema não existe para esses sacos. Defendem-se,
como ponto cerne da questão, as dificuldades de decomposição
do plástico no meio ambiente (fator não visível
ao usuário) e os problemas que essas sacolas causam sujando
as cidades, rios e mares, entupindo bueiros, matando peixes e
tartarugas, etc. (fatores notados pela sociedade na sua vida
diária).
Apesar
da proporção em peso das
sacolinhas de plástico
no lixo urbano não ser muito alta em virtude de sua
fina espessura (menor que 50 micrômetros), esse plástico
traz outros inconvenientes, como criar uma barreira à decomposição
do lixo doméstico que é embalado nele, isolando-o
da ação decompositora natural. Caso a sacola
plástica
para as compras for substituída por outro tipo de sacola
reciclável,
retornável ou degradável, se o lixo domiciliar
continuar sendo descartado em sacos plásticos de difícil
decomposição,
então esse problema não terá sido resolvido
na sua essência conceitual. Temos, portanto, que atuar
fortemente nas portas de entrada e de saída desse sistema
ambiental. Pior seria o fato de os cidadãos terem que
usar outra alternativa para embalar suas compras e passarem
a ter que comprar sacos de plástico
para jogar fora o seu lixo domiciliar. Afinal, hoje as sacolinhas
de supermercados representam cerca de 85% da forma de se dispor
o lixo pelos domicílios brasileiros. “Poderemos
com isso estar trocando doze por uma dúzia”.
Já faz
algum tempo que essa temática tem sido abordada
pelos veículos de comunicação, frente
ao envolvimento de diversas ONG’s, políticos,
instituições
de pesquisa, órgãos públicos, legisladores,
pesquisadores e formadores de opinião da sociedade.
Já os
fabricantes de plástico, de papel e papelão,
de TNT (tecido não tecido), de tecidos de algodão,
dentre outros materiais, esses sim se enfrentam de forma
até agressiva
para mostrar que seus produtos são “amigos do
meio ambiente” e
que as sacolinhas feitas de outros materiais que não
os seus são muito piores para a natureza. Uma disputa
que confunde a sociedade e não agrega nada ao meio
ambiente.
Com
toda neutralidade colocada na mesa, fica para mim a certeza que
quaisquer dos tipos desses materiais têm
impacto ambiental e até social, sendo que não
apenas o material impacta, mas também a forma como
essas sacolas são utilizadas
e manuseadas pela sociedade. Portanto, ao comparar um material
com o outro apenas com base em convicções
próprias ou em avaliações do ciclo
de vida parciais, pode-se espelhar parte da realidade,
a qual em geral não contempla a consciência
e a responsabilidade do consumidor dessas embalagens. Já quando
temos consumidores conscientes, que consomem e atuam de
forma responsável, mesmo um material de maior impacto
como matéria-prima, pode, como embalagem ter um
efeito menos agressivo ao ambiente.
Por
isso, dentre outras causas, os procedimentos como os materiais
são comparados em suas avaliações de ciclo
de vida podem resultar em conclusões muito diferentes, já que
há inúmeras formas de se produzir plástico,
papel, papelão, tecidos de algodão, etc. Os tipos de fibras celulósicas,
por exemplo, podem ser de florestas plantadas e renováveis
ou de papéis reciclados, bem como pode ser renovável
a energia de biomassa utilizada no processo industrial.
Já há outros
casos, onde a energia é predominantemente fóssil
para o mesmo tipo de papel ou papelão, o que certamente
influencia nas conclusões das ACV’s – Avaliações
do Ciclo de Vida. O mesmo é válido para o
plástico,
para o TNT, etc. Enfim, temos produtos plásticos
reciclados, temos plástico verde degradável,
bem como as quantidades de materiais utilizadas na fabricação
das sacolinhas são extremamente variáveis,
como também o são
as quantidades de compras que elas podem embalar por unidade – o
que também influencia nas ACV’s. Por isso,
existem contradições
entre os relatórios apresentados pelas instituições
que avaliam ACV, tais como os conhecidos relatórios
da Fundação
Espaço Eco/Instituto Akatu (2011); U.K. Environment
Agency (2011); Muthu et al. (2010); Boustead Associates
(2007); Ellis et
al (2005); James & Grant (2002); American Chemistry
(s/d), dentre outros.
No
meio dessa enxurrada de informações
contraditórias,
o consumidor se vê tentado a criar sua própria
teoria e a fundamentar a mesma para “justificar” suas
preferências.
Afortunadamente, não vem ocorrendo tão
somente uma simples rejeição de um tipo
de sacola ou de tecnologia, mas sim explicações
públicas
nos jornais e na web sobre as maneiras mais ecoeficientes
de usar e depois de se dispor
as sacolinhas. Isso é muito bom para a conscientização
da sociedade, como tem sido o caso de uma excelente cartilha
do MMA – Ministério
do Meio Ambiente do Brasil (com citação
para downloading na seção de referências
da literatura).
O
importante é saber que mesmo
que o cidadão esteja
recebendo sacolas em plástico reciclável,
ou em papel kraft produzido com zero de energia fóssil,
o impacto no ambiente pode acontecer e ser significativo.
Basta que o consumidor exagere
no consumo de sacolas para que todo o ganho com o material
menos impactante ao ambiente acabe se perdendo. Por
exemplo, se o consumidor
acreditar que a sacola de papel kraft seria mais fraca
que a de plástico
e pedir duas sacolas (uma dentro da outra) para trazer
suas compras, ele estará renegando e destruindo
todas as fundamentações
e conclusões teóricas das ACV’s,
que não
levaram em conta esse possível exagero do consumidor.
Da mesma forma, se o consumidor jogar desordenadamente
suas sacolas de plástico
reciclado e biodegradável com lixo nas ruas,
sem cuidar para evitar que elas possam ser levadas
pelas
enxurradas e entupir os
bueiros, mesma as sacolas de plástico verde
estarão
sendo muito nocivas ao ambiente.
Até as hoje
renomadas sacolas retornáveis, se forem
produzidas com materiais de alto impacto ambiental,
estarão
dando seu grau de agressão ambiental. Inclusive,
sacolas retornáveis
precisam de um novo aprendizado para uso pelo consumidor,
pois elas precisam de higienização frequente
para evitar que o usuário as enriqueça
em germes e bactérias
que se podem acumular nelas, tornando-as nocivas à saúde.
Com isso, ao ter que lavar com detergente e de forma
frequente essas sacolas, um impacto novo e importante é introduzido,
em relação às
sacolinhas descartáveis. Dentro desse cenário
de múltiplas
opções de efeitos ambientais, nosso propósito
com esse texto é de esclarecer pontos polêmicos
desse debate e de sugerir leituras de textos que possam
ajudar e educar
a sociedade sobre como escolher e utilizar melhor essas
importantes embalagens em sua vida diária.
É
vital reconhecer que os clientes das lojas de varejo precisam de
uma embalagem para levar suas compras. No passado,
quando não
existiam supermercados nos conceitos dos que existem
hoje, os clientes tinham suas próprias sacolas retornáveis
e as utilizavam sem reclamos. Hoje, o mundo mudou muito em relação
há 50 anos. Os supermercados vendem quase
tudo que os clientes necessitam em seus lares.
As compras do passado que eram de poucos
itens e dispersos, converteram-se em enormes compras
de quase tudo, desde alimentos, materiais de higiene,
cosméticos, eletrodomésticos,
etc. – isso tudo em um único ponto
de venda. Os clientes, por sua vez, foram acostumados
a receber gratuitamente as embalagens
dos supermercados, que enxergam vantagens nelas
para acelerar a saída
dos caixas e para promoção de sua
marca nas sacolas que os clientes usam e desfilam
com elas, mesmo ao acondicionar o
seu lixo domiciliar.
Os
clientes, por sua vez, encantam-se com as facilidades das sacolas
plásticas,
com a praticidade das mesmas e com a possibilidade
de criar usos inusitados para elas em seus lares.
Não há dúvidas
que as pessoas sabem que as sacolas não
retornáveis
têm impacto ambiental, mas não se
colocam muito proativas para fazer algo em relação
a isso, por diversas razões:
comodismo, preguiça, falta de informações
e de comprometimento com as causas ambientais,
custo, etc. Com isso,
a sacola plástica de converteu em um hábito
inconveniente no consumo e no varejo. Ela foi-se
incorporando gradualmente na vida
diária das pessoas a partir do final dos
anos 70’s,
para se tornar hoje na principal forma de se
embalar produtos na saída dos caixas dos
supermercados, lojas de departamento, ferragens,
farmácias,
etc. As sacolas plásticas acabaram
se convertendo na solução ideal
para esse tipo de lojas de varejo, pois são
práticas,
leves, de pequenas dimensões
e de baixo custo. Por isso, os supermercados
são
apaixonados por elas, frente à eficiência
para conter compras de pequeno peso. O encantamento é tamanho,
que a maioria dos supermercados as oferece de
graça
a seus clientes - para cativá-los.
Estima-se
que hoje sejam consumidas no mundo cerca de
500 bilhões
de sacolas plásticas por ano nas lojas
de varejo. O Brasil já consumiu 18 bilhões
dessas sacolinhas em 2007, mas com o recrudescimento
da legislação em diversos municípios
de porte, o consumo tem diminuído. Em
2010, o consumo foi de 14 bilhões e
com a entrada forte do Ministério do
Meio Ambiente no circuito, a meta é a
redução
de mais 30 a 40% nesse número nos próximos
anos. O consumo específico por brasileiro
por ano está hoje
na ordem de 60 - 70 sacolinhas, o que daria
aproximadamente 240 - 280 sacolinhas por família
e por ano. Portanto, algo como pouco mais de
20 sacolinhas
por família e por mês. Dessas,
aproximadamente 85% são utilizadas como
sacos de lixo e vão
parar nos aterros sanitários e lixões;
sendo que apenas 5% são recicladas para
manufaturar outros plásticos.
O
debate no Brasil sobre esse tema se intensificou muito
a partir de 2007, muito em função
de legislações
pesadas e de exemplos tirados de outros países.
Argumentam os ambientalistas que o plástico
demora de 100 a 400 anos para se degradar
na Natureza. Eles focam as sacolinhas, apesar
do
mundo moderno estar recheado de plástico
por todo lado. Acreditam que as sacolinhas
plásticas podem se converter na mola
propulsora para um redirecionamento do plástico
e da indústria
do plástico no planeta. Agindo sobre
as sacolinhas plásticas,
acredito que pretendem estimular mudanças
na conscientização
dos cidadãos e das indústrias
produtoras de bens plásticos.
O
maior estímulo para o consumo de tantas
sacolas plásticas
tem sido o custo zero desse item para os
clientes das lojas de varejo. A gratuidade das sacolas estimula seu
uso indiscriminado, fazendo
crescer muito o consumo e o descarte de plástico. É dentro
desse princípio que a legislação
se fundamenta para exigir que os consumidores
paguem pela embalagem. Acredita-se
que ao pagar, o consumidor deverá ser
mais moderado em relação
ao seu uso e descarte. A mudança de
hábitos não é imediata,
mas a simples demonstração
da redução
de 18 para 14 bilhões de sacolinhas
por ano no Brasil em apenas três anos
já é um indicador da eficácia
das medidas tomadas. Resta agora saber o
que irá substituir
as sacolinhas plásticas.
O
foco dessa substituição tem sido para
sacolas retornáveis,
no entanto, sem uma preocupação
maior para os materiais e os processos
de fabricação dessas sacolas.
Desde que uma embalagem retornável
possa durar por umas 10 a 50 compras, ela
já estaria cumprindo seu primeiro
papel ambiental. A seguir, ter-se-ia que
avaliar cada tipo de sacola retornável
e definir as mais ecoeficientes.
Por
sua vez, os defensores dos plásticos
tentam buscar outras rotas tecnológicas
para se produzir as sacolas, algumas
até com
impacto ambiental questionável. É o
caso das sacolas de plástico oxidegradável,
que contem catalisadores de metais que
se podem perder para o meio ambiente.
Esse tipo de
plástico não de decompõe,
apenas se fragmenta em pedacinhos muito
diminutos, mas continua sendo plástico.
Já o plástico oxibiodegradável
também
tem sido contestado porque exige condições
de temperaturas e luminosidade que não
são encontradas nos lixões
para promover a biodeterioração.
De qualquer maneira, a indústria
de plástico está inovando
e buscando rápidas alterações
em seus conceitos tecnológicos,
o que é muito bom para o meio
ambiente. Exemplos disso são
os plásticos verdes biodegradáveis
produzidos de caldo de cana ou de amido – ou
seja, de matérias-primas renováveis
e não de insumos fósseis.
Tudo na busca de uma economia verde,
mais renovável e sustentável.
Argumentam
os simpatizantes das sacolas de plástico que a
matéria-prima tem seus impactos,
mas o plástico apresenta
benefícios também, tais
como: reciclabilidade, reusabilidade,
baixo consumo de água e de energia
para fabricar as sacolas, baixo consumo
de matérias–primas, baixo
custo e baixíssima
relação entre peso de
embalagem por carga transportada. Em
resumo, o
plástico tem suas vantagens
também
e seu uso pode ser até mesmo
recomendado em algumas situações,
como mostram alguns estudos de ACV.
Por isso mesmo, a Plastivida (Instituto
Sócio-Ambiental
dos Plásticos), tenta demonstrar
que os consumidores querem o retorno
das sacolinhas plásticas,
conforme pesquisas de opiniões
realizadas com uma população
ainda pouco informada sobre o assunto
e suas implicações
gerais.
Dentro
desse contexto turbulento, a ABRAS – Associação
Brasileira de Supermercados definiu
algumas políticas que
são vitais para ela, a saber:
•
Estímulo à redução de sacolas plásticas
e incentivo ao uso de sacolas retornáveis (inclusive as de
plástico reciclado);
• Eliminação da distribuição
gratuita de recipientes para embalar as compras, para forçar
o consumidor a usar menos embalagens;
• Ampliação de ações de
conscientização do usuário;
• Estímulos à melhoria
na coleta seletiva de lixo, incentivando o uso de outros
materiais para conter
e dispor o lixo;
• Defesa contra imposições para adoção
de um único tipo de material ou de tecnologia para
a finalidade em questão.
Para
mim está claro que toda essa discussão
está abrindo o caminho para o renascimento das sacolas
retornáveis, que podem ser produzidas por inúmeras
tecnologias e matérias-primas. Esse novo momento está oportunizando
inclusive a fragmentação dessa indústria
de embalagens em inúmeros negócios, até mesmo
artesanais. Em resumo, as mudanças estão ocorrendo
e rápido – e as divergências continuarão
até que o novo modelo se estabeleça.
Novos
materiais estão mostrando a cara para serem
testados e eventualmente aceitos na fabricação
das sacolas retornáveis, sendo os mais potenciais
os não-tecidos, os têxteis, as lonas, os plásticos
verdes e os reciclados, o papel e o papelão ondulado,
etc. Quem for mais criativo, inovativo e sustentável
(inclusive nos preços) terá maiores chances
de sucessos. Inclusive os produtos de plástico terão
suas oportunidades, principalmente para produção
de “ecobags” (como estão chamando as
sacolas retornáveis). Os termos “ecobags”, “ecoboxes”,
caixas e sacolas ecológicas, etc. estão surgindo
na disputa desses atrativos filões de mercado. Entretanto,
existe muita informação contraditória
e propaganda enganosa também. Há que se normalizar
terminologias e características, criando-se selos
verdes e rótulos que possam atestar o que é realmente
bom ou o que seria picaretagem. Certificações
idôneas de terceira parte precisam surgir e imediatamente.
Também esses produtos vão necessitar de ACV’s
e instruções sobre o descarte ou reciclagem
dos mesmos ao final de seu ciclo de vida.
Da
mesma forma que as sacolas retornáveis eram usadas
com sucesso há algumas décadas, os sacos
e sacolas de papel já tiveram muito sucesso em
tempos passados. Só que não se trabalhava
o tema de serem itens retornáveis aos supermercados,
como agora. Há muito interesse para a reconquista
de mais espaço
para as embalagens de papel e surpreendentemente para
as de papelão ondulado nesses novos cenários
do varejo mundial. De maneira muito inovativa, alguns
produtores de caixas de papelão e de caixas plásticas
estão lançando embalagens desmontáveis
e remontáveis, que são simples de serem
levadas aos supermercados. Elas conseguem embalar os
itens que
estariam contidos em 5 a 10 sacolinhas: um sucesso que
até poucos
meses atrás sequer era visualizado.
Há pouco
tempo atrás, a Ester Foelkel elaborou
uma rica revisão sobre sacolas de compras e
as trouxe a vocês em um artigo em nossa publicação
digital PinusLetter. Nesse texto, ela discorreu sobre
os tipos de sacolas e as características das
sacolas produzidas com papel. Apesar de sacolas de
papel serem
mais comuns nas lojas de departamento, pois oferecem
mais beleza
estética do que as demais (pela impressão
de suas faces), elas não são populares
em supermercados no Brasil, onde dominam as sacolas
plásticas
e agora uma percentagem crescente de sacolas retornáveis.
O povo brasileiro, contrariamente aos de países
norte-americanos e europeus não se acostumou
com sacolas de papel nos supermercados. Também
os supermercados preferem entregar as mercadorias em
sacolas
plásticas, visto que são
mais baratas e ocupam muito menos espaço que
as de papel. Com isso, a cultura brasileira não
privilegia muito as sacolas de papel em compras de
supermercados.
Já não
ocorre o mesmo em relação a caixas de
papelão
e sacolas retornáveis.
Em
seu texto, Ester Foelkel nos indica que sacos e sacolas
de papel são
artigos extremamente úteis para
a sociedade moderna. Apesar disso, cabe ao consumidor
utilizar esses produtos de forma ambientalmente correta.
Não
há como negar os benefícios que as
embalagens celulósicas apresentam; todavia,
elas também
possuem alguns pontos negativos que as tornam, em
alguns casos, menos vantajosas frente a outros tipos
de sacolas,
especialmente em relação às
reutilizáveis
e retornáveis, ou mesmo em relação às
plásticas. Também não se coloca
muita ênfase
na maior reutilização possível
das sacolas de papel e na forma de se realizar o
descarte de forma correta
após o final da vida útil desse produto.
Outros problemas relatados no Brasil em relação às
sacolas de papel para uso em compras de supermercados
são:
padronização de dimensões, formatos
e gramatura de sacos e sacolas de papel; resistências
mecânicas e contra a penetração
de umidade para melhoria da qualidade nos produtos;
manuseio e transporte
das sacolas de papel em condições de
carga, etc. Esses fatores não são tão
problemáticos
nos Estados Unidos da América, onde as sacolas
de papel são muito comuns em supermercados,
mas no Brasil, haveria muito espaço para melhorias.
As
sacolas de papel são mais charmosas que
as embalagens plásticas, pois oferecem oportunidades
para impressões
de qualidade, as quais podem dar destaque para
a loja em questão. Porém, mesmo apesar
desse atrativo, as lojas do varejo as acham muito
caras para serem oferecidas
de graça. Já se o consumidor arcar
com o custo das embalagens, o que vai definir seu
sucesso vão
ser suas vantagens em relação aos
outros produtos concorrentes. Entretanto, há que
se trabalhar muito para se atingir uma maior retornabilidade
para essas sacolas
de papel. Ainda que as sacolas de papel não
venham a substituir as de plástico, elas
terão
espaço
como alternativas viáveis, desde que o setor
de celulose e papel consiga desenvolvê-las
com criatividade, qualidade e atratividade. Para
isso acontecer não basta apenas
mostrar as vantagens do papel em relação
ao plástico, mas também se terem
sacolas resistentes, viáveis, atrativas,
sustentáveis
e retornáveis.
O papel é um produto obtido de matérias-primas
renováveis (fibras vegetais), sendo produzido
através
uma matriz energética bastante esverdeada, é biodegradável,
compostável, reciclável, certificável
e rotulável ambientalmente. Inclusive, as
sacolas retornáveis de papel podem ser fabricadas
de fibras recicladas. Com esses argumentos, ficará mais
fácil para que o consumidor final tome um
posicionamento acerca das sacolas de papel, em
função de suas crenças e valores
pessoais. Para
isso, ele precisará de informações
com qualidade e credibilidade, uma vez mais. Portanto,
nada melhor do que informar com qualidade e em
linguagem adequada a sociedade, que se encontra
no mínimo perdida nesse pipocar de informações
contraditórias e até sensacionalistas
em alguns casos.
Além
disso, a sacola de papel é mais fácil
de ser completada no empacotamento na saída
do caixa das lojas, por ser mais rígida.
Isso é uma
grande vantagem para a loja, pois um dos principais
reclamos dos clientes de supermercados é a
demora na fila do caixa. Também as caixas
de papelão são
muito eficientes nesse quesito.
Como
desvantagens do ACV do papel têm-se os maiores
consumos de água e energia para o papel
em relação
ao plástico e o maior peso necessário
de papel por sacola para cada unidade de carga
a ser transportada.
Por isso, a necessidade de se desenvolver sacolas
e caixas retornáveis de papel e de papelão,
para que o produto seja mais ecoeficiente e
valoroso ambiental e economicamente.
Quando
se fala em retornabilidade, não há como
contestar o sucesso das caixas de papelão
desmontáveis.
Elas são desenhadas para não
terem grampos, fitas adesivas ou cola, sendo
montadas apenas com base em
encaixes dos cortes das chapas de papelão.
Há muitos
anos os supermercados oferecem caixas de papelão
aos seus clientes para embalagem de suas compras. São
caixas que trazem produtos comprados pelos
supermercados para revender aos seus clientes
e que são oferecidas
como alternativas aos consumidores que
fazem compras maiores. Portanto, já existe
a aceitação e o
costume do papelão ondulado embalando
compras de supermercados. Essa embalagem
pode crescer em aceitação
frente ao seu preço acessível
e alta e fácil
retornabilidade. Em geral, uma caixa de
papelão
pode transportar até 30 kg de mercadorias,
o que equivale a 5 a 10 sacolas. Pelo fato
de poderem ser confeccionadas
em diversos tamanhos e de serem empilháveis,
elas podem oferecer vantagens aos usuários.
Acredita-se que caixas de papelão
podem ser retornáveis
pelo menos uma dezena de vezes aos supermercados.
Elas também
podem ser projetadas para maior resistência
aos produtos congelados ou úmidos.
Além disso, o papelão
ondulado é um dos produtos com maiores
taxas de reciclagem no Brasil - aproximadamente
80%. Ou seja, ao final de sua
vida útil, a caixa de papelão
tem seu futuro praticamente garantido – vai
retornar na forma de novas caixas fabricadas
a partir das embalagens estragadas pelo
uso.
Frente às inúmeras alternativas
que estão
sendo disponibilizadas nessa turbulência
toda, uma coisa é absolutamente
certa: haverá uma mudança
(até mesmo impositiva) nos hábitos
dos consumidores e as sacolas retornáveis
podem ser a chave dessa mudança.
Para que isso possa ocorrer de fato, as
embalagens retornáveis
precisam ser práticas, leves, baratas,
resistentes, duráveis, limpas e
de fácil higienização,
recicláveis, biodegradáveis
e apreciadas pelos clientes. Devem também
ser de interesse dos donos de lojas de
varejo e supermercados, ocupando pouco
espaço
nas lojas, mesmo que sejam vendidas e não
entregues de graça.
É
preciso entender quais os espaços que os diversos
tipos de embalagens poderão
disputar e quais os seus concorrentes
principais nos nichos encontrados.
Aos usuários
das sacolas fica a recomendação
de antes de sair reclamando pelos cantos,
que leiam muito e se informem
sobre as alternativas, para depois
abraçarem aquela
em que mais acreditar.
Entretanto
amigos, o sucesso dessa mudança de sacolas
descartáveis para sacolas retornáveis
vai depender muito dos processos de
separação do lixo domiciliar
e da coleta seletiva pelas municipalidades.
Não basta
apenas se legislar pesado do lado das
sacolas plásticas
sem dar uma alternativa para o outro
extremo, que é a
embalagem do lixo doméstico.
Concomitantemente, o cidadão
e as entidades públicas que
lidam com o lixo vão precisar
tornar esse lixo mais reciclável
e útil para a sociedade – reduzindo
assim a disposição em
aterros.
No
caso dos cidadãos,
não se pode esperar que
eles tenham de imediato o duplo ônus – ou
seja – comprar
as sacolas retornáveis e também
os sacos de lixo. Se essa for meta
do comércio, a simpatia pelas
causas ambientais pode ser desmantelada
fácil e os
consumidores clamarem pelo retorno
das sacolinhas plásticas
descartáveis gratuitas.
As
opções mais ecoeficientes
devem ser privilegiadas caso-a-caso,
sendo que há inúmeras
combinações
de ações com muito
maior qualidade ambiental do que
se obtém com as práticas
atuais. O cidadão
precisa de informações
de muita credibilidade para saber
separar o “marketing verde
enganoso” das
realidades argumentadas com base
na boa ciência e na
adequada tecnologia.
Enfim,
há um
longo caminho pela frente que começa
com duas coisas muito importantes
para a sociedade do amanhã: “consumo
responsável ou consciente” e “ecoeficiência” (uso
sustentável dos recursos
naturais). Com isso, poderemos
buscar rotas de menores impactos
ambientais pelas ações
da sociedade humana no planeta
Terra. A polêmica das
sacolinhas está nos ajudando
a entender melhor isso – que
bom que isso esteja acontecendo
exatamente agora, se bem, que teria
sido melhor se esses alertas e
reflexões
tivessem acontecido antes. Enfim, “antes
tarde do que nunca”, não é mesmo?
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Avaliação da reciclabilidade de papéis
sack kraft. M. L. Souza; R. Antes; R. S. Oliveira; S. M.
Sommer. ABTCP – Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. Apresentação
em PowerPoint: 17 slides. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/43-ABTCP.pdf
Avaliação da reciclabilidade de papéis
sack kraft. M. L. Souza; R. Antes; R. S. Oliveira. S. M.
Sommer. ABTCP – Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. 08 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/42-ABTCP.pdf
Imagens sobre sacos, sacolas e recipientes
de embalar compras no varejo
http://www.google.com.br/search?tbm=isch&hl=pt-BR&source
=hp&biw=1280&bih=521&q=shopping+bag+kraft+paper&gbv=
2&oq=shopping+bag+kraft+paper&aq=f&aqi=&aql=&gs_l=img.12...
1991.1991.0.3004.1.1.0.0.0.0.221.221.2-1.1.0...0.0.P7
vAlNHToQg (Imagens Google: “Shopping bag”+“kraft
paper”)
http://www.google.com.br/search?q=sacolas+retorn%C3%
A1veis&hl=pt-BR&prmd=imvns&tbm=isch&tbo=u&source=
univ&sa=X&ei=bfm0T_TXLYiLgweD8fHnDw&sqi=2&ved=
0CLsBELAE&biw=1280&bih=521 (Imagens Google: “Sacolas retornáveis”)
http://www.google.com.br/search?tbm=isch&hl=pt-BR&source=hp&biw=
1280&bih=521&q=%22caixas+de+papel%C3%A3o+para+compras
%22&gbv=2&oq=%22caixas+de+papel%C3%A3o+para+compras%
22&aq=f&aqi=&aql=&gs_l=img.12...
1895.1895.0.3797.1.1.0.0.0.0.227.227.2-1.1.0...0.0.5ZMhEjELEs4 (Imagens Google: “Caixas de papelão para compras”)
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=%22sacolas+de
+papel%22&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.r_qf.,cf.osb&biw=1280&bih=
521&wrapid=tlif133726058053210&um=1&ie=UTF-8&tbm=
isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=Kvq0T8LAI8GmgweBtKTiDw (Imagens Google: “Sacolas de papel”)

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